14/10/2017

Crítica do filme: 'Long Story Short'

A felicidade, suas portas e barreiras. Escrito e dirigido pela cineasta May el-Toukhy, Long Story Short explora o universo da amizade e das desilusões do ser humano através de personagens carismáticos e repletos de problemas em seus cotidianos. Dividido em arcos, ou como preferir, capítulos, que nos situam nos reencontros desse grupo de amigos, vemos as evoluções e felicidades, tristezas e alegrias desses desbravadores do viver. O roteiro é detalhista, explora o emocional dos personagens através de como esses agem em relação aos seus obstáculos.

 Na trama, conhecemos um grupo de amigos formado, entre outros, por Ellen (Mille Lehfeldt), Rolf (Peter Gantzler), Anette (Trine Dyrholm), Maya (Danica Curcic) e Max (Jens Albinus) que se conhecem faz tempo, seja alguns sendo familiares outros amigos de longa data. A cada reunião da turma, seja no ano novo, em um casamento, em uma festa surpresa sem aniversariante, no verão, em um jubileu, cada um dos personagens está passando por fases diferentes, um deles o primeiro casamento com ao que parece a mulher de sua vida, um casal pretende adotar o primeiro filho, um marido que é praticamente rejeitado por sua esposa, uma das amigas é amante de um dos amigos. Ao longo do tempo vamos percebendo relativas mudanças nessas vidas, sempre com o desejo de dias melhores.

O roteiro é uma delícia, alterna comédia e drama em altas doses de emoção. O entrosamento do elenco também é algo a se destacar, nos sentimos próximos de cada um dos personagens. A cada novo reencontro, muita coisa muda na vida dos personagens e vamos descobrindo as atualizações através de ótimos diálogos e algumas situações constrangedoras de reencontros após alguma situação ter acontecido. Como são amigos, os personagens meio que se revezam em confissão e confessionário e assim vão tentar encontrar as peças do quebra cabeça emocional perdido no tabuleiro da vida real.

Long Story Short é a representação do ótimo cinema dinamarquês, que gosta de brincar com situações familiares, navega nas relações de amizade e deixa os personagens cheios de alternativas no processo as vezes complicado do sentir a emoção.