16/12/2020

Crítica do filme: 'O Baile de Formatura'


A crise no narcisismo. Baseado em uma peça de grande sucesso na Broadway, indicada a diversos Tony’s inclusive, O Baile de Formatura, Prom no Original, fala sobre preconceito, medos e também de indiferenças por trás das cortinas da Broadway. O projeto dirigido por Ryan Murphy tem duas vertentes: a dos artistas que no meio da batalha contra o preconceito, junto à protagonista, refletem sobre a vida, a carreira e seus medos e inseguranças; e também a de Emma (interpretado pela debutante em longas-metragens Jo Ellen Pellman) que além de forte e corajosa, enfrenta o preconceito para ter a liberdade de amar sem julgamentos. Em um resumo geral, é um musical que consegue transmitir suas mensagens, mesmo com alguns arcos preguiçosos e sonolentos. No elenco nomes conhecidos do cinema e da Broadway como Meryl Streep, Nicole Kidman, Kerry Washington, James Corden, Andrew Rannells e Ariana DeBose.


Na trama, conhecemos Dee Dee Allen (Meryl Streep) e Barry (James Corden) dois atores famosos da Broadway que fracassam mais uma vez na estreia de um espetáculo tendo críticas horríveis em alguns jornais. Buscando saírem um pouco dos holofotes e ajudar alguma causa que dê projeção para um retorno triunfal aos palcos, através da amiga e também atriz Angie (Nicole Kidman), descobrem uma garota chamada Emma (Jo Ellen Pellman) que mora no interior dos Estados Unidos, em Edgewater Indiana, que praticamente fora proibida de ir ao baile de formatura de sua escola com sua namorada. Chegando até a cidadezinha, os artistas farão de tudo para ajudar Emma para que ela tenha a festa que merece além do respeito.  


Como combater o câncer da intolerância? Composto por diversos números musicais, O Baile de Formatura é muito mais eficiente em mostrar as questões existenciais dos artistas da Broadway do que propriamente falar mais sobre todo o drama de Emma. No primeiro ponto, uma eterna guerra fria entre críticos e artistas ganha contornos no projeto, mesmo que bem superficial logo no abre alas, as pequenas subtramas de Dee Dee Allen e seus problemas amorosos, Barry e suas lembranças tristes sobre quando fugiu de casa, tudo isso tem uma certa relevância dentro do contexto do filme. No segundo ponto, o filme não consegue entregar muita profundidade na história de Emma, sendo até mesmo superficial em assuntos que deveriam ganhar tempo de cena como os contextos de sua saga contra o preconceito.


Lançado na Netflix nesse final de 2020, O Baile de Formatura, mesmo com defeitos, consegue transmitir suas mensagens.

Posts Relacionados: