20/02/2021

Crítica do filme: 'Eu me Importo'


A linha reta e obsessiva do inescrupuloso egoísmo em uma sociedade cheia de brechas. Caminhando na tênue linha do non-sense, Eu me Importo é profundo em uma crítica social constante sobre os valores do ser humano e as brechas da lei dentro das ações de uma sociopatia escancarada de uma mulher malévola. Acoplado a isso, subtramas desinteressantes e personagens distantes deixam na superfície os porquês, fatores importantes para entendermos fatos e ações. Em seu terceiro longa-metragem como diretor, o cineasta J Blakeson (que também assina o roteiro) busca na sua forte personagem o pilar para contar sua história. O filme, disponível na Netflix, foi indicado ao Globo de Ouro 2021 na categoria Melhor Atriz em filme Musical ou Comédia pela interpretação da ótima atriz britânica Rosamund Pike


Na trama, conhecemos Marla Grayson (Rosamund Pike), uma mulher de forte personalidade que achou uma mina de ouro em um negócio (nada ético) bastante rentável de guardiã de legal de pessoas idosas que não conseguem mais tomar atitudes. Com esquemas com uma médica, casas de saúde para idosos e enrolando juízes, ao lado de sua parceira de vida e sócia Fran (Eiza González) estão sempre planejando o próximo golpe. Um dia aparece a ficha de Jennifer Peterson (Dianne Wiest) e assim Marla rapidamente vira sua guardiã legal. Só que dessa vez, o alvo tem muito mais segredos do que aparenta e trará graves problemas para Marla e seus integrantes do esquema.


Podemos dividir o projeto em duas avenidas: a das críticas em relação a tudo que envolve esse esquema desleal e a da vida pessoal e com pouca relevância de alguns dos personagens. O longa-metragem tem ritmo por mais que pareça sempre como faltando alguma peça do quebra-cabeça. A inversão dos valores sociais (ou algo parecido com isso) é um contraponto interessante e faz refletir, nessa terra sem lei onde tudo é egoísmo, Marla é mais vilã do que um gângster que mexe com tráfico de pessoas? 


A sociopatia da personagem é muito bem definida e constante, fruto de um bom trabalho da ótima Rosamund Pike. Pena que o relacionamento com Fran é pouco explorado, a coadjuvante vira uma peça inconstante dentro de um roteiro que possui falhas mas busca na sua protagonista o brilhantismo do todo. Dianne Wiest, por exemplo, passa quase desapercebida, uma pena. Mas é você leitor quem precisa tirar suas próprias conclusões, o filme está disponível no mais famoso serviço de streaming disponível no Brasil. 


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