Exibido no antepenúltimo dia das mostras competitivas do CINEPE 2025, o curta-metragem Depois do Fim apresenta um desabafo de emoções reprimidas, desencadeando um inesperado choque capaz de despertar conflitos há tempos adormecidos. Em um recorte profundo – mesmo com poucos minutinhos – sobre ‘O que não durou e as suas causas’, embarcamos rapidamente num universo muito visto nos filmes de Richard Linklater que aqui ganha sua própria originalidade nas mãos de uma habilidosa direção de Pedro Maciel.
Seis anos após o último adeus, Ana (Olivia Torres), uma musicista atualmente em uma relacionamento, dá
de frente com o ex-namorado, Théo, oferecendo uma carona. Esse fato leva esses
dois ex-pombinhos para preenchimentos de lacunas que ficaram perdidas pelo
tempo. Será que há possibilidades para novos capítulos dessa história?
Uma carona, um reencontro, uma história de amor guardada
numa caixinha de memórias. Em 19 minutos de duração, o curta-metragem nos
convida a um encontro que, na verdade, é sobre desencontros. Entre confissões e
desabafos, o filme faz do presente uma ponte para revisitar o passado e propõe
uma reflexão madura sobre os labirintos emocionais dos relacionamentos.
Brincando com as incertezas, o roteiro preenche suas linhas
com diálogos de múltiplas camadas e significados, encontrando uma cadência
certeira e um ritmo envolvente. A narrativa, sempre centrada nos personagens,
direciona o olhar do espectador para uma verdadeira explosão de emoções.
Criar um elo com o público não é fácil, há muitos méritos
nisso. Esse é um filme que chega no seu desfecho com gostinho de quero mais.
Quem sabe não vira um longa, né? Eu correria pra assistir!