O que se aprende, o que dói, o que nos deixa vivo: o sonhar! Você também adorava assistir ao desenho Caverna do Dragão? Então, acho que você vai gostar desse filme que vamos citar agora! Chega aos cinemas brasileiros nesse início de outubro uma produção que utiliza a nostalgia com muita delicadeza e simpatia para retratar realidades de um Brasil que, mesmo enfrentando dificuldades, nunca deixa de sonhar.
Trazendo para o centro do discurso a cultura pop, os dramas
familiares, e aquele olhar carinhoso sobre a juventude, O Último Episódio - primeiro longa-metragem solo do mineiro Maurilio Martins - é um projeto que
liga a dor da perda às surpresas de quem curte se deixar envolver por boas
histórias.
Ambientado em Laguna, um bairro de Contagem, em Minas
Gerais, no início da década de 1990, acompanhamos a história de um jovem que
está à beira de momentos importantes de sua vida. Um dia, resolve espalhar uma
notícia inusitada: afirma ter o último episódio do seriado Caverna do Dragão - algo que o coloca de frente com situações
inusitadas.
A dor da falta leva a simpática comédia a um mergulho nas
camadas dramáticas. O pai, recorrente na trama, tem papel preponderante no
campo emocional, um alicerce que ajuda a contar essa história. O alvo do
discurso busca um Brasil próximo de muitos de nós – trabalhadores, sonhadores –,
que se mostra valente em torno dos obstáculos cotidianos.
Assim, em um roteiro que funciona na sua simplicidade e pelo
tom da nostalgia, caminhamos pelas suas dificuldades cotidianas do protagonista
ao lado da mãe, o flerte com o primeiro amor, as responsabilidades que chegam
ao lado da imaturidade, além da construção, tijolo por tijolo, das grandes
amizades. Lições não faltam nesse simpático longa-metragem que, mesmo não
conseguindo chegar em camadas muito profundas com uma direção que não se
arrisca, convence pela poesia honesta – e pés no chão - que propõe.