15/03/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #315 - Erisla Pastore


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de Londrina (Paraná). Erisla Pastore tem 33 anos, trabalha com composição para o audiovisual, amante, defensora do cinema nacional e esperançosa em relação às mudanças do papel da mulher no audiovisual brasileiro, das mudanças do audiovisual brasileiro para o brasileiro e para os outros países.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Com mais de um ano sem ir ao cinema, não sei dizer mais sobre as programações, mas, eu gostava das programações mais alternativas, infelizmente uma sala que tinha essas programações fechou e fui pouquíssimo ao cinema. Aí quando ia, optava pelo combo custo x benefício x procura.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Acredito que a primeira experiência em uma sala de cinema já gera isso, é uma sala preparada (deveria ser pelo menos hehehe) para envolver o expectador em todos os sentidos.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Difícil escolha! Cada um apresenta uma singularidade, uma maneira de contar uma história... Escolho uma dentre tantas e tantos! Diretora: Agnès Varda - com o filme: Varda por Agnès.

 

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Outra escolha difícil... Tenho dado preferência ao cinema nacional e nossa, tem muita produção legal! Vou de Central do Brasil, pode parecer clichê, mas tenho engasgada a indicação e não premiação da Fernanda Montenegro no Oscar!

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Alguém que se relaciona com o cinema além da visão do ser apaixonado por filme. Acredito que um cinéfilo, além de conhecer e ter sua lista de filmes clássicos/preferidos, conhece movimentos, a história, detalhes de produção e elementos que envolvem a cinematografia.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acredito que a programação até possa ser feita por quem entende de cinema, mas, é claramente visível que ela é feita para e não por. Por quem tem muito dinheiro, por quem entende de mercado, os famosos blockbusters... Afinal, vale mais colocar o que gosta ou o que rende dinheiro?

 

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acredito que não, imagino uma modernização e cada vez Maisa dificuldade de acesso, ficando cada vez mais elitista.

 

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

M8 - Quando a morte socorre a vida. Produção nacional, muito necessária.

 

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não. Precisamos continuar com as medidas de segurança, evitar locais fechados e demais recomendações da OMS. Qualquer ponto que aponte que seja um pouco inseguro, não vale a volta.

 

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Nosso cinema é um cinema de muita resistência. E é um cinema que considero bom, muito bom! Há muito preconceito pois grande parte das produções que a grande maioria consome é aquela produção "comédia pastelão", aquela que conseguiu muitos recursos pra todas as etapas que um filme leva até chegar a distribuição...

 

Fazer cinema envolve muita coisa, é caro e infelizmente, o incentivo governamental tem dificultado cada vez mais as produções. A cultura, o cinema, geram inúmeros empregos e envolvem muitos profissionais. Muitos. Imagine que o resultado chega pra gente todo finalizado, mas, até chegar nesse ponto, teve uma equipe enorme que trabalhou na pré, durante e pós produção - assista os créditos finais pra ter ideia, fora que a gente precisa considerar transporte, alimentação, hospedagem, figurino... É muita gente envolvida! É muita gente trabalhando!

 

E muitas de nossas produções não chegam às salas de cinema, infelizmente. E essa coisa do complexo de vira\latas, "tudo que é de fora/EUA é melhor"... Fica difícil, mas acredito e apoio muito nossas produções!

 

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Nunca perdi os da Fernanda Montenegro.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Cinema é a representação eternizada pela imagem e pelo som.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Eu costumava ir em uma sala que o projetor era de rolo, uma vez travou o projetor e não conseguiram dar continuidade, devolveram a entrada e voltei outro dia.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Quando chegou até mim não acreditava no que via. Mas... Tem filme pra todos (e de todos) os gostos...

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Acredito que um cineasta precisa de preparo, suporte (principalmente financeiro) e uma equipe muito entrosada ao seu lado, ser cinéfilo ou não... Não acredito que um cineasta faça filme por dinheiro.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Já vi alguns bem ruins, não consigo destacar, mas, quando um filme tem um som mal feito fica difícil gostar/assistir até o final.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Sou apaixonada por documentário! Outra pergunta difícil de definir... Mas vou de um que também está na Netflix, caso alguém se interesse: Estou me guardando para quando o carnaval chegar.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Já, já bati sim.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Não me lembro do último filme que vi com o Nicolas Cage... Hehehehe.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Eu gosto de escutar podcasts, ler mesmo só quando vou buscar algo específico. Mas leio Mulher no Cinema, Revista de Cinema, Observatório UOL, agora que conheci o Guia do Cinéfilo tenho mais uma fonte de leitura!

 

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14/03/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #314 - Maria Barbosa


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de São Paulo. Maria Barbosa tem 37 anos, é Diretora de Produção, formada em Produção Multimídia, Fotojornalismo e Vídeo Documental especializada em Pesquisa de Conteúdo.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha. 

Reserva e Belas Artes, tem uma variação no catálogo de filmes cult e tem um ar mais acolhedor.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Pequena Miss Sunshine.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Anna Muylaert - O Ano em que meus pais saíram de férias.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

A Partilha, foi minha primeira conexão com filmes nacionais.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É sentir a sétima arte! Decifrar o roteiro, os personagens, a trama. Amar o contexto na produção, saber as curiosidades da gravação. É como experimentar uma comida, você não vai comendo de cara, você olha a apresentação, você sente o sabor e a textura. É um conjunto de emoções.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Quando falamos em salas independentes sim! Agora quando o assunto são as grandes redes creio que não,  uma vez que a visão será sempre o lucro.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Esse assunto já era debatido bem antes da Pandemia, porém agora com mais intensidade. O streaming vem dominando a escolha do público que ultimamente tem dado prioridade ao conforto da sua casa e a quarentena foi um grande fator pra que isso se intensifica-se. Espero que não! Existe todo um contexto cultural por trás disso.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

A Morte e Vida de Charlie.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Complicado, estamos falando de uma Pandemia de um vírus que se propaga no ar, imaginar um local fechado com muitas pessoas e um possível contaminado com diversas reações diferentes é assustador. Colocar na balança e analisar o que é pior é devastador.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente? 

Evoluímos e muito nessa questão, no roteiro, na produção.  Quando o assunto é produção na América Latina somos unanimidade e a comédia vem conquistando cada vez mais público e isso é ótimo!

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Fernanda Montenegro.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Um mergulho de emoções.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Uma vez fui assistir a uma franquia de um filme dominado por Piratas, na sala de cinema que fica em um shopping famoso da Av. Paulista, até o momento estava tudo tranquilo e o filme começou a rodar. Eu estava com uma amiga e aquele filme da franquia estava meio chato e no meio do filme decidimos sair, nunca sai no meio de nenhum filme, mas naquele dia resolvi sair. Pois bem, quando cheguei na frente do shopping estava acontecendo uma manifestação e logo me retirei do local, mais tarde quando estava assistindo o jornal vi que a polícia entrou com bombas de gás na mesma sala de cinema para procurar vândalos que se infiltraram na sala para se esconder, atingindo as pessoas que estavam assistindo o filme. Muitos relatos de violência e perturbação que acabei escapando.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Socorro!

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

 Nem sempre, mas é sempre bom construir um laboratório, ter referências, um ponto de partida ou simplesmente para desconstruir.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Azul é a cor mais quente.

 

17) Qual seu documentário preferido? O Dia que Durou 21 anos

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

No cinema não! Em casa: A vida é Bela.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Presságio.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Diversos, desde Omelete a Observatório do Cinema.

 

 

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Crítica do filme: 'O Recepcionista'


A observação para uso de entender os conflitantes sentimentos humanos. Escrito e dirigido pelo ator e cineasta Michael Cristofer, em seu quinto trabalho atrás das câmeras, O Recepcionista possui uma trama embaralhada, que mostra um jovem com síndrome de asparger em meio a uma confusa situação que envolve agressões e uma morte. O roteiro possui arcos muito mal definidos, até com referência de filmes de mistérios de décadas passadas, caminha em uma estrada de mistérios que praticamente não são revelados de forma 100% objetiva, sempre sobra dúvidas. Para criar alguma pilastra na construção da curiosidade, parece que tudo precisa ser muito confuso nesse longa-metragem que está disponível na Netflix. Vale o destaque para Tye Sheridan que interpreta o protagonista.


Na trama, conhecemos Bart (Tye Sheridan), um jovem que 20 e poucos anos que trabalha faz quase três anos como recepcionista do turno Noite/início da madrugada, de uma rede de hotéis da cidade onde mora. Bart tem Síndrome de Asparger e busca mais conforto na hora do trato social observando a muitos dos que passam por ele. Ele mora com a mãe, Ethel (Helen Hunt) em uma grande casa de esquina que praticamente é dividida entre os dois. No quarto de Bart vemos suas observações/obsessões, instala câmeras nos quartos de alguns hóspedes do lugar onde trabalha e os observa, principalmente em casa. Certo dia, uma dessas câmeras acaba presenciando um assassinato e Bart precisará convencer o Detetive Espada (John Leguizamo) que não teve nada haver com isso.


Há uma grande diferença entre o olhar do protagonista e como os acontecimentos se resolvem, nesse paralelo, que devemos levar em conta as questões emocionais do personagem, seguimos tentando entender esse quebra-cabeça que parece faltar peças. A relação com a mãe é pouco explorada, vemos um afastamento (talvez por medo?) acoplado a como o desenho da casa é moldado. Buscando ser independente, Bart dirige e leva uma vida praticamente normal em sua busca por tentar socializar de maneira mais natural a cada novo diálogo. O conflito chega após o assassinato, onde ele de alguma forma é o que mais sabe o que aconteceu, isso muda bastante o personagem, que entra em uma desconstrução aliada ao conturbado novo mundo explorador do amor na figura de Andrea (Ana de Armas), uma misteriosa hóspede que nunca sabemos se está mentindo.


São muitas portas que se abrem e poucos com as chaves certas para abrirmos elas. Inconclusivo, repleto de teorias, é um filme com final aberto onde cada espectador busca suas respostas nessa confusão cinematográfica.



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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #313 - Geo Abreu


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevista de hoje é cinéfila, de Belém (Pará). Geo Abreu tem 41 anos, é historiadora, crítica de cinema e educadora popular em audiovisual. Já produziu, dirigiu e roteirizou um curta chamado A Mulher do Fim do Mundo. Hoje escreve para a Revista Multiplot! e compõe a equipe do Festival Semana de Cinema.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

O Cine Líbero Luxardo. Porque é uma sala com mais de 30 anos de atividade e faz parte da minha história: Foi lá que vi todos os clássicos da minha formação cinéfila. E mesmo depois de tanto tempo continua tendo a melhor curadoria da cidade, sendo hoje a última sala de cinema fora de um shopping.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Sinceramente não lembro e nem tenho uma resposta pronta pra isso mas, pensando aqui nas sessões históricas que vi no Líbero, vou citar O sabor do chá verde sobre o arroz, do Yasujiro Ozu. Vi numa cópia sofrível e ainda assim movimentou alguma coisa inexplicável em mim... arrisco dizer que uma espécie de encontro com o sublime, algo assim.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

To revendo parte da obra do Wim Wenders no Mubi e vou citar ele e Asas do Desejo. Mas podia ser também a Mati Diop, que tive o prazer de ver esses dias falando com Kênia Freitas no Janela de Cinema do Recife sobre Atlantique, um filmaço.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Copacabana Mon Amour, do Rogério Sganzerla, pra citar um clássico, e Aquarius do Kleber Mendonça Filho, pra citar algo contemporâneo. Eu moraria nos dois filmes, ou talvez já tenha morado neles de alguma forma. Ambos descrevem universos de familiaridade pra mim.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Puxa, você sabe, eu tô largando de mão esse lance de cinefilia. Vejo cada vez menos filmes pra ver cada vez mais os filmes. O que quero dizer com isso é que ver por ver, pra marcar numa lista e dizer que vi, já não me agrada. Prefiro ver um filme e pensar sobre ele durante uma semana inteira, por exemplo, como me ocorreu com About Some Meaningless Events, do Mostafa Derkaoui, do que acompanhar os lançamentos comerciais e parecer antenada com tudo.

 

Ser cinéfilo é, muitas vezes, só saber socializar ao redor do cinema: falar de filmes, frequentar salas e debates, ler e escrever críticas, perturbar os amigos pra que vejam um filme só pra que vcs possam conversar sobre. Nesse ponto, sigo sendo a mesma menina de 16, 17 anos que puxava assunto na fila da sessão e discutia com um cara - que veio a se tornar um namorado - apenas porque o encontrei sentado no lugar cativo que acreditava ser apenas meu, na minha sala de cinema preferida.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não, nem de longe. 

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Depende do que vc considera uma sala de cinema: as salas de shopping, por mim, podem desaparecer. Já o cineclubismo, eu acredito, sempre irá existir e sempre irá armar sua tela pra reunir pessoas em torno de filmes, seja numa praça ou num calabouço.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Para Ter Onde Ir, da Jorane Castro. Mas pode ser também Alma no Olho, do Zózimo Bulbul, ou Sinfonia da Necrópole da Juliana Rojas. Todos os três estão em algum serviço de streaming, sejam os pagos ou os gratuitos, tipo Vimeo.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Acho que é sempre um cinema em experimento. São poucas as (pessoas) realizadoras que podem amadurecer em busca de formas cada vez mais sofisticadas de contar histórias, de acertar e errar em busca disso. Não digo que experimentar seja ruim, de forma alguma. Só acho que sempre falta tempo (e futuro) pras realizadoras contemporâneas brasileiras se dedicarem às suas pesquisas, a filmes "menores", filmes testes em vistas de algo mais ambicioso, estabelecerem uma carreira profícua, e quando digo isso estou falando de ofício mesmo, através do qual se pode pagar as contas. Nem a indústria, nem o artesanato de filmes parecem "permitidos" na atual conjuntura política nacional. Mas, olha, a gente vai passar por mais essa. Continuem a nadar!

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Vixe, vamo lá: Grace Passô, Catu Rizo, Anne Santos, Kênia Freitas, Bernardo Oliveira, Negro Leo, Juliano Gomes, Juliana Antunes, André Novais. Tá bom, né? São os que lembrei de pronto aqui.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Ouvi esses dias num debate e vou tentar reproduzir aqui de orelhada: cinema não é apenas sobre o visível, mas também sobre o invisível.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Hummm, teve uma que me marcou muito, num Festival do Rio, naquela menor sala do Estação Botafogo. Era um documentário sobre o Hunter S. Thompson. Eu precisei sentar no chão porque cheguei atrasada e não tinha mais lugar. Logo juntou mais duas pessoas sentadas no chão também, bem próximas, e algo do espírito do Raoul Duke se manifestou ali e formamos um grupo divertido, reagindo às catarses do filme como se fossemos velhos conhecidos. Bom, eu sou taurina, do tipo fominha com minhas guloseimas mas, saquei uma barra de chocolate da bolsa e dividi com esses dois caras. Parece bobo contado assim, mas, ser uma pessoa tímida e travar intimidade tão imediata com dois estranhos foi um evento pra mim. Uma comunhão tão prazerosa quanto efêmera, mediada ali pelo Hunter, me fez sentir bem em pertencer ao mundo, sabe como?

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

 

Ainda não vi Cinderela Baiana, peço desculpas ao Brasil por isso hehe.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Precisa não.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Monster, da Patty Jenkins. É um filme que não pretendo rever nunca na vida.

 

17) Qual seu documentário preferido?

A Cidade É Uma Só, do Adirley Queirós.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Várias vezes, uma das últimas foi numa sessão de Aquarius no Odeon.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Coração Selvagem, do David Lynch.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Revista Multiplot!

http://multiplotcinema.com.br/

 

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #312 - Lucas Ribeiro


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Parnamirim (Rio Grande do Norte). Lucas Ribeiro tem 21 anos, admira bastante os filmes do Christopher Nolan e adora o filme nacional Saneamento Básico.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Não tenho uma sala preferida, mas admiro quando uma rede de cinema consegue distribuir bem filmes blockbuster com os considerados mais artísticos e elegíveis à premiações. A grande maioria não o faz.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Eu não tenho uma lembrança de um filme específico, mas de certos momentos, de diversas experiências (quase sempre envolvendo nostalgia), como algumas músicas do filme Enrolados, o live action de A Bela e a Fera... Disney fez bastante parte desse momento, de encantamento do cinema.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Acredita que não tenho um diretor favorito? Por muito tempo tive dificuldade em associar o autor de sua obra, só até recentemente ando melhorando essa habilidade. Mas admiro bastante os filmes do Christopher Nolan (apesar de não ter visto todos), em especial A Origem.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Escolher um filme favorito é sempre um desafio, acho super difícil me ater a um só, mas tenho um carinho grande por Saneamento Básico. Uma obra sobre amadores tentando fazer um filme de ficção, e os comentários e piadas vindos disso... eu adoro, recomendo demais!

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Percebo que para muitos, está diretamente relacionado a quantos filmes cults/clássicos a pessoa já viu, ou o quão refinado é o seu gosto, mas pra mim é muito simples: Se você é alguém que gosta de cinema, se sente atraído pela história que assiste (as vezes até de maneira íntima), e se envolve com os personagens, você é um cinéfilo! Por que não?

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

 Se estamos falando do ponto de vista estratégico lucrativo e consumista do cinema, então sim! Para muitos, são negócios, e apenas isso. É muito mais fácil encontrarmos salas que estejam exibindo Vingadores e Mulher Maravilha, por exemplo, do que Parasita. É a questão da oferta e demanda, infelizmente. (Não estou dizendo que o filme X é melhor que Y, mas as coisas são como são).

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Dificilmente. Enquanto houver pessoas que estejam dispostas a pagar, eles continuarão existindo. Especialmente após a pandemia, em que muitos (inclusive eu) não veem a hora de voltar às salas com amigos e familiares.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

O convite (The Invitation) disponível na Netflix, fala sobre um cara que recebeu um convite da ex pra jantar em sua casa, com alguns amigos em comum, mas começa a questionar coisas estranhas que começam a acontecer. Confesso que não estava dando nada, e achava que ia ser uma comédia. Mas fui muito surpreendido por uma narrativa cativante, que enaltece a atenção aos detalhes, e prova com muito sucesso que não é necessário um orçamento gigantesco para um filme ser bom. Basta ser bem escrito!

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não. É uma decisão radical mas acredito que qualquer coisa que possa ser feita para diminuir o número de casos e contaminação, deveria ser feita! Mas seria uma ótima oportunidade para a volta dos drive-ins, por serem ao ar livre e terem a capacidade de promover o distanciamento seguro.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Graças aos serviços de streaming, mais oportunidades foram proporcionadas para que o audiovisual brasileiro entrasse de cabeça em gêneros até então pouquíssimo explorados, como terror, suspense e ficção. A tendência é que cada vez mais portas sejam abertas para os produtores de conteúdo.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Infelizmente não tenho um, mas admiro muito o trabalho do Leandro Hassum, já vi diversos filmes dele e a atuação me agrada bastante.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Experiência.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Estava eu e algumas amigas prontos para assistir Invasão Zumbi no cinema, e durante os primeiros 20 minutos notamos o áudio incrivelmente baixo, mas tentamos ignorar. Pouco tempo depois o filme parou e anunciaram que iam tentar concertar, no fim das contas a sessão foi cancelada e recebemos o dinheiro de volta. O dia terminou comigo terminando a pipoca no Uber na volta pra casa haha.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Aleatório (Nunca assisti, mas pelo pouco que sei o roteirista tem criatividade pra dar e vender).

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não acho que deva ser um requerimento obrigatório, mas claro que um cinéfilo vai ter uma visão mais íntima e aprofundada do filme que está sendo feito e do que pode significar para a audiência (ao menos, deveria).

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

É muito difícil eu achar um filme “o pior já feito” sabe? Mas alguns que lembro ter tido uma experiência horrível foram Entre Realidades, da Netflix (ou Horse Girl) e Hereditário.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Se chama Bullying, até alguns anos atrás estava na Netflix, mas não sei onde se encontra agora. É uma obra muito emocionante sobre crianças e adolescentes de diferentes partes dos EUA lidando ou relatando suas experiências com o bullying, e como isso mudou suas vidas e dos pais.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão? 

Boa pergunta... provavelmente sim, mas não lembro qual. Acho que quando era criança. Mas lembro de gritar quando um filme acabou, isso com certeza.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Não me recordo da última vez que assisti um filme dele, mas Kick Ass foi muito legal, apesar dele não interpretar o protagonista, causou uma impressão e tanto.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Não tenho o hábito de ler sites de cinema, mas acompanho algumas páginas no Instagram e canais no YouTube.

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13/03/2021

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Crítica do filme: 'Loucura de Amor'


A difícil ponte entre os clichês e as inúmeras formas de emocionar o espectador. Simples, objetivo, dinâmico, aventureiro, curioso, amoroso, emocionante. Uma série de adjetivos saltam em nossas mentes logo na abre alas eletrizante, antes mesmo dos créditos, dessa pequena joia divertida espanhola, disponível no catálogo da maior dos streamings, Loucura de Amor. Contando a saga de um homem em busca das descobertas, às vezes hipócritas e desencontradas, para definir o amor acaba se vendo em uma jornada rumo às profundidades desse sentimento, aliado a isso noções quase que educativas sobre a arte de nunca pré julgar a ‘loucura’ alheia. Dirigido por Dani de la Orden com roteiro assinado por Natalia Durán e Eric Navarro.


Na trama, conhecemos Adri (Álvaro Cervantes), um jornalista que trabalha em uma revista badalada escreve sobre os mais diversos e muitas vezes polêmicos temas. Certa noite, saindo com dois inseparáveis amigos e acaba conhecendo Carla (Susana Abaitua) da maneira mais inusitada possível e ambos resolvem curtir aquela noite sem compromisso e depois não se verem mais. A questão é que a tal noite é intensa e inesquecível, deixando Adri desesperado nos dias seguintes atrás daquela mulher que acabara de mudar sua maneira de enxergar o mundo. Ele acaba a achando, e descobre que Carla é paciente em uma clínica psiquiátrica. Assim, o protagonista precisará bolar um plano bem fora do comum para tentar passar mais alguns dias perto do amor de sua vida.


No fundo dos meus olhos, pra dentro da memória te levei. O amor é um dos pilares desse despretensioso filme, lançado sem alarde. Pisando sem medo em diversos clichês, o longa-metragem consegue se enrolar (no bom sentido) em uma fórmula carismática de nos convencer no seu arco principal e nos encher com quebras de paradigmas sociais (dentro de discursos super simples), principalmente a questão sobre a ‘loucura’. Há tempo também para lindos arcos sobre amizade e carinho ao próximo. As emoções e sentimentos são tratados de forma leve e que nos da muita vontade de assistir cada vez mais o desenrolar dessa fábula sobre os incompreensíveis caminho para se chegar ao tão sonhado estado de amor.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #311 - Allan Amate


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Indaiatuba (Sâo Paulo). Allan Amate tem 31 anos, é um dos criadores da página @cinecafeina e participante assíduo do #cafeinacast. Fã de esportes, filmes de ação e do universo de heróis. Fica na bad com filmes que tenham morte de cachorro e é crítico aos dublados e principalmente aos filmes em preto e branco, acreditando na famosa frase de HIMYM “New is always better”. Assiste Moneyball todos os anos desde o seu lançamento, ama Clube da Luta e suas frases e reflexões, mas tem como O Retorno do Rei, o maior filme de todos os tempos.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Topázio - Jaraguá. Cinema mais vazio e com mais filmes legendados do que a outra unidade.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Senhor do Anéis - O Retorno do Rei. Essa obra de arte dispensa comentários né?

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

David Fincher. Filme: Clube da Luta.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Cidade de Deus. O filme mais encaixado e diferenciado que já vi, produzido em terras tupiniquins.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Entendo que é aquele que ama, vive, ou tem interesse sobre tudo que envolve a sétima arte.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acho que não.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Sim, tudo irá acabar um dia. Mas quando esse dia chegar, não estaremos mais aqui.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Dope - Um Deslize Perigoso. Um filme de 2015, que certamente muitos não viram, e é extremamente divertido. Não é aquela obra prima, mas um bom filme nota 8!

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não! Não está na lista de prioridades.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Baixa. Faz tempo que não vejo um filme brasileiro e digo "que filme fohda".

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Confesso não ter nenhum ator/atriz brasileiro dentro do meu top 5.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Arte na tela, entretenimento aos nossos olhos e ouvidos.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Fui assistir Deadpool 2, e o filme iniciou em espanhol (risos). Depois de uns 5 min pausaram o mesmo e retornaram ao áudio original.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Nunca nem vi. E nem quero.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Certamente!

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Gente Grande 2. Que baita porcaria.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Dos recentes, O código Bill Gates é muito bom, mas o esporte mexe demais comigo, então fico com Senna: O Brasileiro, O Herói, O Campeão.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Jamais! Isso não faz sentido algum.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

E existe algum filme bom dele? Brincadeira! Pra mim, o melhor está entre O Senhor das Armas e A Outra Face.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Adorocinema, Omelete e JovemNerd.

Continue lendo... E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #311 - Allan Amate

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #310 - Marcos Barboza


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Limeira (São Paulo). Marcos Barboza estuda jornalismo, é administrador da página Maratonautas, no Instagram (@maratonautas). A página começou apenas como uma matéria de marketing digital na faculdade, mas pela paixão em falar sobre o tema, decidiu dar continuidade.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Em Limeira, há três salas de cinema, todas com a programação muito semelhante. Os filmes blockbusters e de grandes estúdios têm mais visibilidade, e consequentemente, mais procura. Então minha escolha é mais voltada à lotação do que à programação, rs. Eu gosto bastante do Circuito Cinemas, do Shopping Nações, pelo pouco público que as salas recebem. O shopping é um pouco afastado da cidade, e por isso, a adesão é baixa. E eu também gosto de lugares menos cheios, digamos assim.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

O primeiro filme que vi no cinema foi Shrek Terceiro, com o meu pai. Eu tinha 8 anos. Me lembro de ter ficado alucinado com as luzinhas vermelhas no chão, rs. Tudo era novidade. Agora, em relação a ficar impressionado, foi com Harry Potter e a Ordem da Fênix. O único cinema da cidade - à epóca - recebeu filas e filas. Aquilo realmente era um fenômeno. Desde então, não parei mais, e procuro ir ao cinema todo mês - com exceção de 2020, devido a pandemia.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Quentin Tarantino. Cães de Aluguel. Clichê, eu sei.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Central do Brasil. É um filme que mostra riqueza na simplicidade, a personagem da Fernanda Montenegro escrevia cartas de pessoas analfabetas. Ao mesmo tempo que a personagem era "ranzinza", ela também tinha um coração enorme, ao se sujeitar a levar um garoto ao interior do nordeste para encontrar o pai. É um filme fantástico.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Um entusiasta do cinema.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acredito que sim. Os cinemas são "forçados" a darem destaque aos filmes de grandes estúdios, devido á procura da população. As empresas que gerem o cinema, pensam em lucrar, e não estão errados. Afinal, o que daria mais público? Um lançamento da Marvel ou um novo filme do Ian SBF?

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acredito que não. O "ritual" de ir ao cinema ainda é muito forte, principalmente no interior.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

"Só resta a esperança". Assisti em uma madrugada, e fui dormir chorando, rs.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Em alguns lugares já abriram. Eu acredito que não, eu mesmo não tenho coragem de visitar uma sala de cinema nesse período. Falo isso com uma frustração enorme. Eu já não saio de casa naturalmente, um dos meus poucos momentos de lazer era o cinema. O último filme que vi no cinema foi Minha Mãe é uma Peça 3, em janeiro do ano passado.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Sobrevivendo. Temos que aceitar que o que traz público ao cinema brasileiro são as comédias. Temos que aceitar e apoiá-los. E algumas são bem engraçadas, tem muita gente talentosa no meio.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Wagner Moura.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Fascinante.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Quando fui assistir Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1, uma menina teve convulsão na poltrona atrás a minha. A sessão precisou ser interrompida, veio até ambulância. Eu não sei o estado de saúde dela rs.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

O filme preferido do Rolandinho (Pipocando) rs

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não. Penso que precisa saber transmitir a mensagem que quer passar.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

The Room. É tão ruim que é bom, rs.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Indústria Americana. Venceu o Oscar ano passado, inclusive.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Pelo que eu me lembre, não.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Adaptação.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Tem alguns. Mas creio eu que leio o CinePOP. No YouTube, assisto o canal do Dalenogare.

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12/03/2021

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Crítica do filme: 'Açucena'


O curioso trajeto para a religião dentro de uma misteriosa comemoração com contexto inusitado. Na linha tênue entre média e longa-metragem, o documentário baiano Açucena, dirigido por Isaac Donato, quase podemos dizer que é um grande jogo de cena com ar de mistério, onde somos jogados ao universo detalhista dos preparativos de uma festa de 7 anos que se repete a muito tempo. Existe algum tabu sobre a idade? Uma quebra de perspectiva travada no tempo? Algum componente psicológico? Cansativo e parecendo estar em looping, o longa-metragem, Grande Vencedor da Mostra de Cinema de Tiradentes tem como único suspiro a curiosidade.


Na trama, conhecemos várias pessoas que estão se mobilizando, cada um com uma função, para uma festa de uma senhora de quase 70 anos que todo ano comemora como se fosse sua festa de sete anos. Mobiliza amigos, família, vizinhança. Nos diálogos não conseguimos muitas informações, os personagens reais passam e repassam pela câmera sem dizer muito sobre. Um ponto interessante é que não sabemos onde está Açucena, o que já nos leva a pensamentos voltados a um campo espiritual, religioso. Será que ela existe? Onde ela está?


Pra lá de inusitado, a tentativa é válida em buscar ferramentas narrativas para se chegar a um fim até bem simples. Donato busca captar, muitas vezes, estaticamente a curiosidade, isso está implícito pelo destaque do foco no distante como se fossemos testemunhas oculares daquilo ali tudo, os detalhes mostrados com as roupas das bonecas e nos diálogos que nos parecem desencontradas situações que ainda não conseguimos projetar por faltar de pistas. Cercada pelo Rosa, a comemoração é muito mais que um aniversário percebemos isso mais além. Em sua conclusão, o filme faz muito mais sentido que o próprio caminho que nos leva a ele.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #309 - Márcio Melo


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Salvador (Bahia). Márcio Melo tem 37 anos. Quando criança sonhava em viajar pelo espaço sideral, mas tudo que conseguiu na vida foi cair de um carro em movimento e fissurar seu crânio andando de skate. Nas horas vagas assiste filmes que ninguém conhece, participa de podcasts que ninguém ouve, escreve contos que ninguém lê e torce por um time que nunca vence.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Cine Glauber Rocha em Salvador. Além de ser um cinema de rua, fica próximo ao Elevador Lacerda e tem uma vista magnífica de seu terraço. As salas são modernas e super confortáveis e o local conta ainda com um café e uma livraria.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Edward Mãos de Tesoura (denunciei minha idade).

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Impossível ter apenas um diretor favorito, mas vou ficar com Glauber Rocha e Deus e o Diabo na Terra do Sol porque ser baiano é ser bairrista sempre :).

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Para não repetir o de cima eu vou ficar com Lisbela e o Prisioneiro de Guel Arraes. Este é provavelmente o filme (não apenas nacional) que mais vezes assisti em toda a minha vida. E cada vez que revejo ele fica ainda melhor.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Para mim é pensar em cinema todos os dias, ter como principal atividade assistir filmes e não importa qual estilo, diretor ou gênero, sempre assistí-los com o peito aberto.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Para mim isso é um conto de fadas. Cinema virou negócio há muitos e muitos anos atrás. A programação e os filmes escolhidos são sempre feitos pensando na arrecadação. Algumas cidades, como Salvador, possuem um circuito de sala de arte e este sim é um circuito que possui uma curadoria que pensa o cinema além do comercial, até porque algumas das salas que exibem este circuito são subsidiadas por investimentos governamentais. Bom, eram, quando a gente tinha um governo federal sério :)

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não acredito nisso a médio ou curto prazo, a longo prazo é difícil prever, mas acho que o que torna o cinema interessante não são apenas os filmes que passam, é a experiência que só uma sala de cinema pode oferecer. É bem provável que ir ao cinema se torne cada vez mais (como já vem acontecendo), uma experiência para poucos. Infelizmente.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Rubber. O filme conta a história de um pneu (sim, um pneu de borracha) com poderes telepáticos. Um assassino improvável num filme que é uma ode ao nonsense.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não, de forma alguma. Acho um contrassenso pensar em qualquer atividade coletiva no momento em que vivemos.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Excelente, apesar que o futuro é incerto já que o governo federal atual joga contra as artes. Acredito que temos não só filmes, mas produções nacionais que não ficam devendo nada a outras produções gringas.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Fernanda Montenegro.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Cinema é uma magia coletiva, um pequeno escape dos pesadelos da vida real.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Numa sessão de Árvore da Vida (Tree of Life), eu e uns amigos notamos que com menos de 15 minutos de filme quase metade da sala foi embora. O filme terminou e os que sobraram ficaram atônitos, tentando processar o que tinham assistido e eu chamei meus colegas para ficarem de pé aplaudindo o filme no final. Aplaudimos apenas por diversão e foram longas palmas. Saímos rindo e, no dia seguinte, saiu matéria num jornal de grande circulação de Salvador onde um crítico que estava na sala, reclamou da nova "FAUNA" de pessoas que estavam se apossando dos cinemas. Batendo palmas para marcar território e dizer que entendem mais de cinema do que todos os outros. Sendo que foi apenas uma brincadeira, mas isso me marcou bastante. Quanto ao filme, eu nem gostei dele tanto assim pra falar a verdade.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Obra prima transversalizada no fluxo contínuo do que foi o momento de uma geração. A arte em forma de opala, ainda empoeirada, mas com o brilho da chama das gemas mais preciosas já vistas. Para Martin Scorsese, tecnicamente é um filme.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não precisa, mas acredito que ajuda bastante você fazer o trabalho com algo que você ama.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Federal, que infelizmente é um filme nacional. Esse é tão ruim que chega a ser uma ofensa chamá-lo de filme, apesar do que Scorsese diria.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Axé: Canto de um Povo de um Lugar. 

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão? 

Só de forma irônica, vide resposta 13 hehehe.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

E tem algum filme ruim com Nicolas Cage? Mas se você me obrigar a escolher um vou de A Outra Face.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Sendo bem sincero, atualmente eu tenho lido poucos sites de cinema. Consumo cinema online (comentários sobre filmes, indicações, etc) na rede social Letterboxd.com e também no IMDb.com. Acabo lendo críticas e resenhas de filmes mais em blogs "pequenos" do que em grandes sites, até porque eles (os grandes sites) se tornaram uma máquina de publicações patrocinadas, textos curtos (e ruins) e notícias com títulos chamativos e nenhum conteúdo.

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11/03/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #308 - Lucca Leal


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, do Rio de Janeiro. Lucca Leal tem 19 anos, é estudante de cinema e atualmente sua vida está 100% dedicada a falar, escrever, estudar e produzir conteúdo sobre a sétima arte. Tem um canal de críticas no Youtube chamado "L-79".

 

1)  Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha:

Eu sempre priorizo ao máximo a qualidade de imagem e som, ou seja, minha sala favorita é a melhor da minha região. A sala IMAX do UCI do New York City Center. É uma sala onde você é transportado para dentro do filme, em uma total imersão.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

O filme que me fez mudar minha percepção sobre o cinema foi Corra!, que inclusive foi o primeiro filme que decidi escrever sobre ele. Foram duas páginas de reflexões acerca da obra e alguns detalhes que reparei.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Meu diretor favorito é o brasileiro Eduardo Coutinho, que considero o maior documentarista que esse mundo já viu. Meu filme favorito do diretor é “Edifício Master”, lançado em 2002.

 

4)  Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Meu filme nacional favorito é o já consagrado Cidade de Deus. Me impressiona como todas as áreas do cinema (fotografia, direção, atuações, arte, montagem...) estão completamente alinhados para contar daquela estória fascinante e muito real. Para quem vive no Rio de Janeiro o filme gera uma identificação muito forte. Não é só um filme, é uma realidade.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ser cinéfilo é ser uma apaixonada por cinema. Aquela pessoa que sente prazer em ver filmes, seja ele ruim ou bom, toda experiência é uma boa experiência. Todo filme, inclusive os considerados ruins, acrescentam algo a sua bagagem cinematográfica, e quem entende isso vai longe na cinefilia.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Entendem principalmente do lado comercial. Os cinemas mais próximos a mim são praticamente todos voltados para o grande público, sempre priorizando os maiores sucessos, o que vai render bilheteria. A curadoria é baseada em: Qual filme me renderá mais?

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Creio que não. Da mesma forma que a ida ao estádio para ver um jogo de futebol não acabou com a chegada do rádio ou da televisão. A sala de cinema proporciona uma experiência coletiva que nenhum outro meio é capaz de gerar.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

 

- O filme que indico é “Jogo de Cena”, do diretor Eduardo Coutinho. A proposta do filme é sensacional. Intercalando atrizes e mulheres “comuns” o filme brinca com nossa percepção e inicia um jogo para adivinharmos quem tá contando sua própria estória e quem está encenando.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não. Porém falta amparo do governo, seja ele federal, municipal ou regional. Deixar os cinemas sem nenhuma forma de apoio é um crime a cultura.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Incrível, mas poderia ser mais. Sou um grande apaixonado por cinema brasileiro e me passa todos os dias novos filmes incríveis que chegam ao mundo por meio do cinema nacional, no entanto o que falta é visibilidade, seja por divulgação por um aumento no número de salas.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Kleber Mendonça Filho é hoje o diretor brasileiro que mais me enche os olhos quando recebo alguma notícia sobre filmes dele. Tanto curtas como longas Kleber arrasa.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Uma máquina de construção e desconstrução de estórias.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Já vi uma família chegando com 2 pizzas gigantes e refrigerantes de 2 litros. Subiram até a última fileira e ali ficaram o filme todo conversando, comendo e tirando fotos.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Uma obra de arte sem precedentes. Incompreendido. (Contém muita ironia)

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Cinema é composto por alguns pilares, que eu dividiria em referências, técnica e sensibilidade. Ser cinéfilo só te ajuda na primeira e parcialmente na segunda, então se você dominar a técnica, com muito estudo em livros e botando a mão na passa, e ter uma sensibilidade apurada para contar uma história você pode ir longe.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Acredito que Cats, de 2019. Foi vergonhoso assistir isso no cinema, não sabia onde por a cara.

 

17) Qual seu documentário preferido?

O já citado por mim, Edifício Master. É de uma ternura incrível. Maior nome do cinema de conversa.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Algumas vezes. A última que me recordo foi em Jojo Rabbit.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Ele não tem um papel de tanto destaque, mas fico com Kick Ass por ser o mais fresco na memória. Bem divertido.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Atualmente não tenho acompanhado muito sites, mas gosto muito de ler as críticas do Pablo Vilaça.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #307 - Jonatas Menezes


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Ferraz de Vasconcelos (São Paulo). Jonatas Menezes tem 23 anos. Sempre foi um amante da cultura pop, do cinema, animes, heavy metal, e mangás. É colunista do site Nerd Café, criador e host do podcast de cinema e história Nutella Quente, e futuro diretor de cinema.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Aqui em Ferraz, não tem cinema, mas para a minha sorte, minha cidade é vizinha de São Paulo, então uma pequena viagem de trem, já resolve o problema, mas respondendo a pergunta, o Petra Belas Artes, é sensacional, lá tenho a oportunidade de assistir filmes que eu não veria em uma rede convencional, sempre preferi esses cinemas mais "artísticos", também gosto dos cinemas da rede Itaú, eles dão uma boa equilibrada entre blockbusters e filmes mais "cult".

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

A minha primeira sessão foi quando eu tinha 8 anos, meu pai me levou para assistir Superman Returns, mas acho que o primeiro filme que me fez pensar assim, foi quando eu assisti a Gravidade do Afonso Cuarón, foi a minha primeira sessão em IMAX.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Atualmente meus diretores favoritos são o Xavier Dolan e o Zack Snyder, os meus favoritos deles são Eu Matei Minha Mãe do Dolan, e Batman vs Superman do Snyder.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Corações Sujos, sempre tive uma paixão e fixação pelo o Japão, e ver um filme nacional contando a história da imigração japonesa no Brasil, é incrível.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

 

É uma pergunta complicada, porque cada cinéfilo é diferente, tem gostos diferentes, visões diferentes sobre cinema, eu conheço gente que não gosta do Tarantino, que acha o cinema dele amador, mas na minha visão, a cinefilia é quase uma religião, a minha igreja são as salas de cinema, e minha bíblia os filmes, pois cada filme é sagrado para mim (até os ruins).

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece  possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acredito que eles pensam como empresários, e bons empresários precisam conhecer o seu público e o seu produto.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não, apesar dos fatores, pandemia e ascensão dos streamings, mas se chegar o dia dos estúdios romperem com as salas de exibição, eu acredito que as salas de cinema se tornarão o que o teatro e o vinil são hoje.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

A série de filmes de anime, Kara no Kyoukai

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Ué? Mas já não reabriram?

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Acredito que o cinema brasileiro sempre teve potencial para bater de frente com Hollywood.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

O cineasta Esmir Filho, e as atrizes (pornô) Gina Valentina e Tina Fire kkkkkk

 

12) Defina cinema com uma frase:

O ar que eu respiro, a mais pura forma de arte.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Aí vai depender do tipo de cinema, se é que vocês me entendem.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

É sério isso?

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Sim, se quiser ser um bom cineasta, mas também é preciso ser um ótimo profissional.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Birdemic 2.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Ghibli: O Reino da Loucura e da Magia (Longa-metragem), Alienígenas do Passado (Série).

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Sim, várias vezes, com todos os filmes de Jogos Vorazes, Batman v Superman e Naruto: The Last.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

 

Nicolas Cage é um gênio, tudo que ele faz é maravilhoso.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Letterboxd principalmente, eu gosto de ler o que as pessoas acham de determinada obra.

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