23/03/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #333 - Thiago Alves Soares


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, do Rio de Janeiro. Thiago Alves Soares tem 27 anos, é um cinéfilo confesso e ama assistir e discutir filmes de qualquer gênero, número e grau! Desde criança o cinema o encanta e, pra ele, nada melhor que uma poltrona confortável, pipoca e um bom filme. Trabalha com audiovisual e estuda sobre cinema desde adolescente e agora escreve no @primeiroframe como forma de indicar novos filmes e abrir a imaginação daqueles que não ligam muito pra cinema, do qual incrível e libertadora essa arte é...

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

As salas de cinema do Shopping Tijuca são maravilhosas e a programação costuma balancear entre blockbusters e filmes menores, assim como tem mais opções de filmes legendados.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Batman Begins.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

David Fincher - Clube da Luta.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Como nossos Pais - Traz uma perspectiva real e cruel de relacionamentos e vivências em família.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Amar cinema e sentir prazer em assistir e discutir filmes.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não sei exatamente o que viria a ser "entender de cinema", nessa questão, mas acredito que haja um elitismo quanto ao "cinema cult" e que, aqui no Rio de Janeiro, acaba sendo mais exibido em salas da Zona Sul (área nobre da cidade).

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não, mas se atualizar.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Incêndios do Dennis Villeneuve.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Produções excelentes são feitas em maior quantidade a cada ano, para todos os públicos. O problema é o pensamento coletivo, que vem desde lá da década de 90, que acha que filme brasileiro só tem palavrão, artista global e é tudo uma porcaria mal feita.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Fernanda Torres.

 

12) Defina cinema com uma frase:

A arte de viver através da lente

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Já cantaram parabéns pra mim na sala e todo mundo bateu palma junto.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Icônico!

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não necessariamente, mas acho importante ter bagagem visual e referencial

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

The Room.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Os Paraíba da Feira que eu dirigi em 2017 e está disponível no Youtube rs. (https://youtu.be/hwzyNgXdhVI)

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Sim! O primeiro que eu lembro foi Batman: o Cavaleiro das trevas e o último Aquarius.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Adaptação.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Omelete e Cinema em Cena.

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22/03/2021

Podcast #4 - Guia do Cinéfilo - 22.03.2021


Nesse quarto programa, falamos sobre os seguintes assuntos:

- Filmes que vi (Asia, Dia do Sim, O Veredito, O Preço de um Resgate)

- O que achei sobre o novo capítulo na questão da cota de tela para filmes nacionais

- Programa Guia do Cinéfilo da Semana 

- Programa 8 e 1/2 em 20 da Semana


Até 2a que vem!


Saudações cinéfilas!






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1a Mostra Histórias do Brasil Profundo - O cinema contemporâneo no Norte e no Centro-Oeste - 22 a 30 de março


De 22 a 30 de março acontecerá a 1ª edição da Mostra Histórias do Brasil Profundo – o cinema contemporâneo no Norte e no Centro-Oeste, com uma seleção de filmes recentes realizados por cineastas e produtores destas regiões do país. A programação será on-line e gratuita, pelo serviço de streaming InnSaei.TV e Youtube, e, além dos filmes, inclui também debates com críticos e especialistas e conversas com os cineastas. 


Como resultado direto de políticas públicas dedicadas à descentralização dos investimentos financeiros no setor audiovisual, na última década surgiram cadeias produtivas regionalizadas de cinema, que nos anos recentes têm apresentado o resultado artístico desse empenho. A programação de filmes inclui títulos que se destacaram em importantes festivais internacionais de cinema, como é o caso do longa-metragem Vento seco, escrito e dirigido por Daniel Nolasco, que estreou no Festival de cinema de Berlim, em 2020, ou do filme Por onde anda Makunaíma?, produzido por Thiago Briglia e Letícia Friedrich, escrito e dirigido por Rodrigo Séllos, vencedor do Festival de Cinema de Brasília, em 2020. Também fazem parte da seleção filmes de realizadores e realizadoras de cidades do interior dos estados, como é o caso de Choveu há pouco na montanha deserta, escrito e dirigido por Rei Souza, cineasta de Anápolis/GO, ou do filme Majur, de Íris Alves Lacerda, de Rondonópolis/MT.


A 1ª Mostra Histórias do Brasil Profundo é uma realização da Caprisciana Produções, através da Lei Aldir Blanc, com patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro e Prefeitura do Rio de Janeiro, Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro e Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.


PROGRAMAÇÃO DOS FILMES

Considerar horário (Brasília – GMT – 03:00) em que são liberados.


22/03 – Segunda 

12H

A TERRA NEGRA DOS KAWA – Dir. Sérgio Andrade (2018, 99’, Fic) - AM

RAIMUNDO QUINTELA O CAÇADOR DE VIRA PORCO - Dir. Robson Fonseca (2018, 15’, FIC.) – PA


18H

VENTO SECO – Dir. Daniel Nolasco (2020, 110’, Fic) – GO

MANAUS HOT CITY - Dir. Rafael Ramos (2020, 13’, Fic.) - AM


23/03 - Terça

16H

A BATALHA DE SHANGRI-LÁ – Dir. Severino Neto e Raphael de Carvalho (2019, 99’, Fic) – MT

FRONTEIRA EM COMBUSTÃO - Dir. Thiago Briglia (2016, 20’, fic) - RR


20H

ANTONIO E PITI - Dir. Vincent Carelli e Wewito Piyãko (2019, 78’, Doc) – AC

KARIOKA - Dir. Takumã Kuikuro (2014, 20’, Doc.) - MT


24/03 - Quarta

12h

VERMELHA – Dir. Getúlio Ribeiro (2019, 78’, Fic.) - GO

O MISTÉRIO DA CARNE – Dir. Rafaela Camelo (2019, 21’, Fic.) – DF


18h

TRANSAMAZONIA – Dir. Renata Taylor, Débora Mcdowell e Bea Morbach (2019,74’, Doc) – PA

MAJUR - Dir. Iris Lacerda (2018, 20’, Doc.) - MT


25/03 - Quinta

16h

MONTANHA DOURADA - Dir. Cassandra Oliveira (2019, 54’, Doc) – AP

CHOVEU HÁ POUCO NA MONTANHA DESERTA – Dir. Rei Souza (2020, 21’, Fic.) – GO


20h

MASCARADOS – Dir. Henrique Borela e Marcela Borela (2020, 66’, Fic) – GO

DE TANTO OLHAR O CÉU GASTEI MEUS OLHOS - Dir. Nathalia Tereza (2017, 26’, Fic.) – MS



26/03 - Sexta

12H

PARA TER ONDE IR - Dir. Jorane Castro (2018, 100’, Fic.) – PA

A VEZ DE MATAR, A VEZ DE MORRER - Dir. Giovani Barros (2016, 25’, Fic.) – MS


18H

DIAS VAZIOS – Dir. Robney Bruno Almeida (2019, 103’, Fic.) - GO

PRA SEMPRE JOÃO - Dir. Roberto Giovannetti (2014, 16’, Fic.) – TO


27/03 - Sábado

16h

EMPATE - Dir. Sérgio de Carvalho (2018, 90’, Doc) – AC

UTOPIA - Dir. Rayane Penha (2019, 17’, Doc.) – AP


20h

TERRA E LUZ - Dir. Renné França (2017, 74’, Terror) – GO

GUARÁ - Dir. Fabrício Cordeiro e Luciano Evangelista (2019, 20’, Fic.) – GO


28/03 - Domingo

12h

POR ONDE ANDA MAKUNAÍMA? – Dir. Rodrigo Séllos (2020, 84’, Doc) – RR

MARIA - Dir. Elen Linth e Riane Nascimento (2017, 17’, Doc) – AM


18h

AINDA TEMOS A IMENSIDÃO DA NOITE - Dir. Gustavo Galvão (2019, 98’, Fic.) – DF

O BARCO E O RIO - Dir. Bernardo Abinader (2020, 17’, Fic.) – AM


SESSÃO ACESSIBILIDADE


25/03 – Quinta – 18h

MASCARADOS – Dir. Henrique Borela e Marcela Borela (2020, 66’, Fic) – GO

Com audiodescrição e legendagem descritiva.




Para mais informações, segue o site e redes sociais da Mostra:


Site: www.históricadobrasilprofundo.com.br

Plataforma: https://innsaei.tv/#/detalhes/4dc1ed2d-f75c-48c8-a31f-d5f2020c5f13 

Facebook: https://m.facebook.com/mostrabrasilprofundo 

Instagram: https://www.instagram.com/mostrabrasilprofundo 

Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCTKhwI8w3L7z2lWj6OnRkjQ 




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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #332 - Flávia Rabachim


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de São Paulo. Flávia Rabachim, tem 33 anos, é natural de Itápolis e atualmente mora na capital. Produtora Executiva é apaixonada por filmes, vinhos e chocolates. Criadora de dois programas nas rádios online em Portugal. No mercado audiovisual brasileiro trabalhou com publicidade, vídeo institucional, curta e longa metragem. Atualmente na função de Produtora Executiva divulga projetos já finalizados em festivais.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Antes da pandemia, o cinema era uma cia frente. Íamos muito a Rede Cinemark, pois além de ser a localização mais acessível pra gente, tem vários lugares diferentes espalhados por São Paulo e (claro) uma boa qualidade no som e imagem, com poltronas confortáveis.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

O primeiro filme que recordo é Godzilla, de 1998. A cena onde o soldado encontra os ovos do Godzilla, não sei dizer exatamente o motivo, mas fiquei impressionada com isso, com o todo acontecendo. É uma cena que ficou gravada na minha lembrança.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Gosto muito do trabalho do Diretor Tim Burton, meu filme favorito dele é Alice no país das maravilhas, esse é um dos filmes que eu não canso de assistir.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Meu filme nacional favorito é O Auto da Compadecida, sempre fico impressionada com a sua produção e todos seus detalhes na arte, figurino. Além dos atores que são sensacionais.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Recordo que na minha infância, eu pegava o meu cobertor favorito e mamadeira, deitada no chão da sala de casa e assistia os filmes que passavam na TV (canal aberto, "Sessão da Tarde", por exemplo). Uma vez até corri nos braços da minha mamãe chorando, pois o cavalo do filme História sem fim tinha morrido.

 

Ser cinéfilo (particularmente) é se envolver nas histórias que são contadas, sentir na sua alma o que é exibido na tela.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Normalmente na maioria das cidades, os cinemas exibem opções de filmes comerciais, que são os mais procurados pelo grande público.

 

Gostamos de São Paulo, pois além das salas de cinema nos shoppings, temos as opções nos cinemas de rua, como Reserva Cultura e Petra Belas Artes, que são excelentes lugares e exibem gêneros diferentes.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Mesmo com o grande crescimento do streaming, ainda mais nesses dias de pandemia, não acredito que os cinemas vão acabar. Os cinemas ainda tem um grande público que não trocam a experiência e emoção de assistir um filme na sua (pré) estreia em frente a uma telona.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Difícil escolher um único filme, são tantos bons e/ou ótimos filmes a serem assistidos. Vou indicar dois filmes brasileiros As boas maneiras, dos Diretores Juliana Rojas, Marco Dutra, está classificado nos gêneros Terror/Fantasia.

 

E (claro), vou indicar o filme que tive o prazer de trabalhar, O Segredo de Davi do Diretor Diego Freitas, classificado nos gêneros Mistério/Crime.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

É sempre complicado falar como devemos nos comportar mediante uma pandemia, pois isso é uma triste novidade para todos. Ninguém viveu ou pensou que algo assim poderia acontecer. Eu optei por não ir aos cinemas ao longo desse mais de um ano, pensando na segurança e saúde minha, da minha família.

 

Acredito que ainda mais neste novo pico de casos da COVID 19, podemos esperar um pouco mais, nos cuidar e manter as salas de cinema fechadas.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

O cinema brasileiro cresceu e evoluiu muito com o passar dos anos, tem excelentes produções brasileiras, só precisamos dar mais valor ao nosso trabalho.

 

Brasileiro tem uma criatividade e capacidade de produzir ótimos filmes com orçamento bem mais modesto do que os filmes de Hollywood, por exemplo. Só precisamos aprender a vê-los.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Selton Mello, é um profissional brasileiro que gosto muito do trabalho como ator, dublador, diretor e produtor.

 

12) Defina cinema com uma frase:

O cinema proporciona uma imersão num novo mundo onde tudo é possível, não coloque limites à sua imaginação. Apenas aproveite o momento.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Nossa! Tenho algumas histórias para contar, mas separei a primeira situação "diferente" que aconteceu:

 

Logo que mudamos em São Paulo, fomos assistir a estreia do filme Noé numa sala de cinema. Durante a cena do dilúvio ouvimos fortes barulhos de chuva e água, ficamos tranquilos e achamos tão real o som daquela cena. Até que a água começou a escorrer pela lateral da sala, o filme foi pausado durante um tempo. Quando o filme terminou e saímos do Shopping para retornar em casa, a rua estava completamente alagada e ainda estava chovendo muito. Ficamos ilhados na entrada do Shopping, não tinha por onde sair e passar. Saímos de um dilúvio fictício e vivenciamos um (quase) dilúvio na realidade.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Ainda não assisti o filme completo, apenas alguns trechos. Mesmo sendo um filme considerado "ruim", tornou-se um clássico com a Carla Perez, mostrando as diferenças sociais, tantas pessoas que vivem na extrema pobreza.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não precisa ser cinéfilo para trabalhar com audiovisual, mas é necessário ter o conhecimento técnico e também referências para desenvolver um bom trabalho. Fica difícil explicar e defender um projeto sem uma referência visual para o melhor entendimento dos profissionais que vão participar e/ou investir no seu projeto audiovisual.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Os filmes que considero ruins, prefiro nem lembrar. Um filme que não gostei é Joias Brutas, com Adam Sandler.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Ainda tenho muito a aprender no audiovisual, entre eles está assistir documentários. Acho muito importante a sua produção e admiro o cuidado de quem os produz, mas confesso que consumo pouco desse conteúdo. Tenho alguns documentários que pretendo assistir, principalmente produções brasileiras: Estou me guardando para quando o Carnaval chegar, Laerte-se, Quanto Tempo o Tempo Tem.

 

Tem dois documentários que eu assisti e achei bastante interessantes: A História de Deus com Morgan Freeman, disponível na Netflix e Sobrevoando, disponível no Disney+ (as imagens aéreas são maravilhosas).

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão? 

 

Teve uma sessão de cinema marcante, aconteceu na estreia do filme Vingadores: Ultimato. Para começar, foi bastante difícil comprar ingressos para a estreia, não conseguimos. Mas a rede de cinemas abriu novas sessões em outros horários, fomos assistir num sábado às 10 horas da manhã, sala lotada. A maioria das pessoas ali presente estavam vestindo camisetas com estampa dos seus personagens favoritos, praticamente um "uniforme". Foi uma das poucas sessões que não tinha conversas paralelas. As pessoas participavam das cenas com muita empolgação. Recordo na cena da luta final, conforme os personagens surgiam, as pessoas gritavam. Parecia uma final de Copa do Mundo, foi bastante empolgante e no final sim, a sala lotada aplaudiu o filme.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Cidade dos Anjos foi um filme emocionante, assisti na sala de aula, como estudo e também o primeiro filme do Motoqueiro Fantasma, trouxe a primeira possibilidade de trabalhar no mercado audiovisual.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Gosto de acompanhar as novidades do audiovisual, teatro e da cultura em geral. Eu vejo as publicações do Omelete, Papo de Cinema e Jovem Nerd.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #331 - Fábio Aurélio Garcia


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Brasília. Fábio Aurélio Garcia tem 20 anos, é ator, músico e estudante de cinema, apaixonado pelas artes no geral e principalmente por filmes. Não é ‘Nolete’ mas muito de seus filmes o renderam as melhores experiências que já teve com a sétima arte, como Interestelar (2014) que é o seu filme favorito da vida ao lado de O Auto da Compadecida. Em breve estará produzindo o seu cinema e colocando o que mais ama para todos consumirem, sua arte!

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Espaço Itaú. Porque tem um espaço aconchegante, nem sempre tem aquela lotação e acaba sendo mais fácil conseguir ingressos, além de possuírem filmes mais diversos dos outros cinemas.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Senhor dos Anéis e a Sociedade do Anel, depois disso foi só amor.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Christopher Nolan e Interestelar.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Auto da Compadecida. Bom, sou ator e além de possuir um casting sensacional com interpretações magníficas, é um clássico brasileiro com o poder da nossa cultura com toda força.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É amar filmes, crer no poder que o cinema tem dentro da cultura seja ela mundial ou nacional.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não, porém é fato que vai se diminuir pela questão do streaming, assim se tornando algo ocasional frequentado principalmente por aqueles que amam o escurinho e a experiência do cinema.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Filhos da esperança (2008).

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

No atual momento, 9 de março de 2021, não. Mas é necessário uma vacina e a população vacinada para a reabertura completa das salas...

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Em histórias: já foi melhor. Em qualidade de produção: Chique, sinto que aos poucos nosso cinema pode melhorar e conquistar muitas coisas dentro e fora do Brasil. Mas precisa de investimentos.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Fernanda Montenegro.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Arte de contar histórias.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Um casal brigando porque um havia comido a pipoca do outro, tiveram que PAUSAR o filme na sessão.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

INCRÍVEL.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não, mas é necessário conhecer a linguagem cinematográfica para poder propor uma ideia estruturada a partir da sua criatividade e conhecimento técnico.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Pergunta difícil, mas acho que Crepúsculo hahahaha (brinks, não sei responder).

 

17) Qual seu documentário preferido?

The Last Dance (Documentário de Michael Jordan).

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Claro, mas pra mim tem que ser um filme muito bom pra isso.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

KKKKKK acho que Mandy.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Letterboxd.

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21/03/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #330 - Camila Henriques


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de Manaus (Amazonas). Camila Henriques tem 32 anos, Jornalista amazonense que atualmente atua com assessoria de imprensa. Participa do podcast Biscoiteiras e da equipe do site Cine Set. Integra o coletivo Elviras, que reúne críticas de cinema de todo o país.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Em relação à programação, gosto do Cine Casarão, que é um cinema de rua no Centro. Lá, eles colocam filmes que fogem do que é preferência no circuito, além de exibirem clássicos em sessões especiais. Das redes maiores (que predominam na cidade), o Cinépolis Ponta Negra é o que tem mais filmes "diferentes" do circuito.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Titanic foi um filme que me impressionou muito quando assisti. Tinha nove anos, e lembro que quis acompanhar o Oscar (claro que não consegui) e tal. Mas acho que, se for pra escolher um filme importante no início da minha cinefilia, eu diria que Encontros e Desencontros, da Sofia Coppola, porque ele abriu portas pra outros títulos e me deu vontade de conhecer mais e mais.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Amo Billy Wilder. Sempre falo em Quanto Mais Quente Melhor, mas poderia citar também Se Meu Apartamento Falasse e Crepúsculo dos Deuses.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

É difícil escolher. Sempre mudo de ideia, mas acho que, nesse momento, o Terra Estrangeira do Walter Salles, por ser um filme que fala de (não) pertencimento e nas perdas que um sistema político falho podem causar.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Nossa, que difícil. "Cinefilia" é uma palavra que eu já falei com muita pretensão, mas que hoje eu entendo como a simples busca por entender e conhecer mais da sétima arte. Pra mim, não é simplesmente o ato de ver um filme, mas a pesquisa, a leitura, a discussão que essa obra causa depois.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acho que há cinemas que têm essa curadoria mais direcionada, mas as grandes redes têm uma preocupação maior com lucro + demanda - e é por isso que temos 15 salas passando um mesmo filme da Marvel, enquanto uma produção nacional ou mesmo um filme norte-americano menos conhecido estreiam em horários ingratos.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acredito e espero que não. O cinema é uma arte que se renova, e acredito que, no fim das contas, esse modelo híbrido que a pandemia basicamente forçou pode resultar em algo positivo. O cinema tem um histórico de se renovar perante os "rivais", como foi com a TV nos anos 1950, e a experiência da sala é algo que muita gente não vai querer perder.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Esse é difícil, mas vou indicar A Febre, da Maya Da-Rin, um filme recente que tá na Netflix, e que foi produzido na minha cidade.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Eu, pessoalmente, não iria, e acredito que é importante pensarmos em modelos alternativos (o drive-in, a disponibilização de filmes em plataformas on-line) para esse momento.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

É um dos melhores do mundo. Temos artistas brilhantes, que trabalham em condições (infelizmente) não muito favoráveis, principalmente neste momento de desmonte da cultura. Não podemos não exaltar um cinema que entrega coisas tão belas e diversas entre si como Eles Não Usam Black-Tie, Lavoura Arcaica, Limite, Edifício Master, Cabra Marcado Para Morrer, Central do Brasil, Que Horas Ela Volta?, Bacurau e Pixote, entre tantos outros.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Karium Ainouz.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Vou roubar uma frase alheia (em uma tradução livre), porque eu não falaria melhor: "O cinema é a memória do nosso tempo". Quem falou? Martin Scorsese.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Não sei se conta como inusitada, mas eu estava assistindo Um Olhar do Paraíso e, na hora que a irmã da Saoirse Ronan finalmente descobre o que aconteceu e entra na casa do personagem do Stanley Tucci, uma mulher entrou na sala do cinema em que eu estava pra avisar que o shopping estava pegando fogo. Foi aquela correria, claro, e eu só consegui descobrir o que acontecia no filme uma semana depois.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Como odiar um filme que nos apresentou a Lázaro Ramos?

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não necessariamente precisa ser cinéfilo, mas faz diferença. Nem me empolgo tanto com o que a Lully chama de "bingo da referência", que é aquela coisa que muitos diretores têm de encher os filmes com easter eggs super óbvios e batidos. Ainda assim, é inegável que o peso do cinema no trabalho de cineastas como Martin Scorsese e Agnès Varda torna os filmes deles ainda mais especiais - mas aí também estamos falando de diretores que fazem filmes extremamente pessoais, e, talvez, no fim das contas, isso seja mais importante.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Não consigo dizer um pior da vida, mas o pior que eu vi nos últimos tempos foi, sem dúvidas, Era Uma Vez Um Sonho, do Ron Howard.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Jogo de Cena, do Coutinho.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Bati palmas ironicamente pra Cats, hahaha. Mas, falando sério, adorava a experiência de ver Star Wars na pré-estreia com os outros fãs. A sessão de Os Últimos Jedi, em especial, foi bem inesquecível por conta das reações do público.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Ah, dá pra fazer um top 10 fácil! Eu escolheria Arizona Nunca Mais, mas posso citar Despedida em Las Vegas, Vivendo no Limite, Feitiço da Lua, Os Vigaristas, O Senhor das Armas...

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Escrevo pro www.cineset.com.br, então não posso deixar de citá-lo, assim como o The Film Experience, site pro qual também colaboro. Também acompanho sempre o que a Marina (@whosninab no twitter) escreve sobre distribuição e mercado audiovisual, no Cineplot e Cinem(ação). Adoro o trabalho do Cine Suffragette. Ultimamente, tenho consumido mais podcasts: Feito por Elas, Cinematório, e, claro, o Biscoiteiras, projeto que eu divido com a Carissa Vieira e com a Larissa Padron e focado na temporada de pre
Continue lendo... E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #330 - Camila Henriques

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #329 - Richardson Crispim


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é de Fortaleza (Ceará). Richardson Crispim tem 30 anos, é formado em marketing, responsável pela página, vamos falar sobre esse filme, que de início ia ser um canal do Youtube, mas a timidez deu lugar a uma página no Instagram. A página vai fazer 2 anos e no meio, de toda correria de trabalho, vida social, ele ainda arranja tempo para assistir um bom filme. A ideia da página é realmente indicar um filme, dar uma dica, para assistir, pois segundo ele todo mundo tem uma dúvida quando senta de frente pra TV.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

A salas UCI CINEMAS. Apesar de ser uns dos cinemas mais distante de onde moro, vale a pena o deslocamento. As Salas UCI proporcionam a melhor experiência.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Sempre fui um apaixonado por filme. Mas tudo começou com Jurassic Park 3. Nem tinha assistido o 1 e 2. Mas a experiência vivida naquele dia foi incrível.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Christopher Nolan, amo todos os trabalhos dele. Mas meu filme favorito dele é O Grande Truque.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Meu favoritismo muda a cada novo lançamento.  Atualmente minha indicação a todos é Aos Teus Olhos.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Um apaixona todo tipo de filme. Independendo do gênero ou pais de origem.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não, aqui em Fortaleza, temos cinemas só com filmes dublado, outros só com filme Cult, outros com os grandes lançamentos. Mas nada destinado para quem entende de cinema.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Sim! Com essa pandemia que estava vivendo as salas de cinemas fechada, o número de serviço de streaming aumentando, já é um teste de como será no futuro.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Quem quer ser um milionário. Já perdi as contas de quantas vezes eu já assisti.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Infelizmente não!

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

A cada dia estou sendo surpreendido, pois a evolução e a melhora está grande.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Não tenho!

 

12) Defina cinema com uma frase:

A arte de contar história e atingir o coração.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

"Lanterninha" expulsando os barulhentos. O filme teve que parar até eles sair da sala.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Conhecendo agora com uma pesquisa no google.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Slender Man: Pesadelo sem Rosto.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Estou me guardando para quando o carnaval chegar.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Sempre! E se o filme for bom mesmo eu ainda grito. Kkkk.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

O senhor das armas.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Cine Pop.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #328 - Giovanna Pezzolato


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de São Paulo. Giovanna Pezzolato tem 19 anos. É escritora, estudante de cinema e musicista amadora. Tem contos publicados pela Andross Editora, um livro próprio saindo do forno, uma música em todas as plataformas digitais e agora seu primeiro curta-metragem como diretora: Soma.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Meu cinema favorito é o Petra Belas Artes. Eu amo o lugar, as salas, a localização e a programação de lá. Foi nesse cinema que eu assisti meu primeiro filme como aluna de cinema e desde então fui muitas vezes, sempre me rendendo ótimas memórias e experiências.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

O primeiro filme "cult" que eu vi foi Psicose do Hitchcock e foi ali que eu percebi que o cinema era também uma forma de arte e que eu faria de tudo para estudar mais sobre.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Como cinéfila, meu diretor favorito sempre foi o Tim Burton, já que desde criança, eu amo os filmes dele. Mais tarde, na faculdade descobri que o que mais me atraia era a forma que o diretor colocava elementos que dariam medo em qualquer criança de uma forma cômica e divertida. Meu filme favorito dele é Os fantasmas se divertem.

 

Já como estudante de cinema, minha maior influência é e sempre será Alfred Hitchcock, pelo fato de suspense ser um dos meus gêneros favoritos e pela forma que o diretor prende a atenção do espectador. Meu filme favorito dele é Janela Indiscreta.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Tenho muitos filmes nacionais favoritos, mas acho que o que mais me chamou atenção até hoje foi As boas maneiras pela maneira que os diretores colocam o terror, a fantasia e as críticas sociais de  forma delicada e criativa. Foi vendo esse filme que eu acabei descobrindo que o cinema nacional podia fazer absolutamente todos os gêneros.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ser cinéfilo não é só apenas gostar de ver filmes, é respirá-los no dia a dia e ter a sua rotina transformada por essas histórias.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acredito que os cinemas de rua sim, como o Belas Artes, o Itáu, o Sesc. Mas as salas de cinema localizadas em shoppings acabam tendo uma programação mais comercial e vendida.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Eu espero que não, mas não temos como saber já que a cada dia as plataformas de streaming crescem mais e atualmente estamos lutando com essa pandemia. Mas sinceramente acho que não, mesmo que diminua, a tendência é sempre existir, talvez até como algo retrô ou vintage.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Um filme que eu não tenho certeza se muitas pessoas assistiram é Suspiria do Dario Argento, um dos meus favoritos também. Recomendo também, Possessão (1981) do Andrzej Zulawski.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Acredito que sim, mas seguindo os protocolos de segurança. Inclusive fui algumas vezes no cinema nessa pandemia e estava vazio e higienizado.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Acho que está crescendo cada vez mais e se tornando mais notável lá fora.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Eu com certeza não perco um filme da Anna Muylaert. Gosto muito do trabalho dela e a acho uma grande influência para mim, como uma cineasta brasileira mulher. Também não perco um filme do Kleber Mendonça Filho e acredito que são os seus trabalhos que estão trazendo mais influência as obras brasileiras.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Cinema é para mim a forma de arte que mais chega perto da nossa realidade e ao mesmo tempo consegue ser bem distante dela. A maneira com que as imagens e o som contam uma história prendem o espectador até o final da sessão, sendo assim a forma de arte mais imersiva na minha concepção.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Não tenho uma história inusitada, mas lembro muito bem da emoção de várias pessoas em uma sala de cinema assistindo ao último filme dos Vingadores. A união que aquela sala de cinema estava e exclamava em cada cena épica de batalha era incrível e foi uma das melhores experiências que eu senti assistindo à um filme no cinema.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Cinderela baiana é um clássico brasileiro que poderia facilmente se igualar a um filme do Adam Sandler.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Acredito que assim como nem todo escritor precisa necessariamente ler muitos livros, nem todo diretor precisa assistir muitos filmes. Mas é claro que quanto mais material consumimos e mais estudamos, mais entendemos daquela linguagem artística e mais conseguimos reproduzi-la nas telas.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Não sei se foi o pior filme que vi, mas foi o que mais fiquei decepcionada: A noite devorou o mundo. Tinha tudo para ser um filme clichê de zumbi, que não vou negar, gosto muito kkkk, mas acabou se tornando bem pior. Quase não vi zumbis em um filme que tinha basicamente essa temática, além de ter apenas um personagem que nos prendia nem um pouco na história. O filme também era bem lento e demorava para chegar ao seu clímax, se é que teve um.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Como vegetariana, consumo mais documentários sobre essa temática. O meu favorito é A carne é fraca.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Com certeza, o filme que eu mais bati palmas foi O retrato de uma jovem mulher em chamas, a forma com que eu fui impactada foi como se levasse um soco no estômago mas de maneira muito sútil e delicada. Lembro de ter ficado com o enredo na cabeça por semanas.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Eu fico entre Caça as bruxas e A lenda do tesouro perdido.

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Sem dúvidas é o Imdb e o Adoro Cinema.

 

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Crítica do filme: 'Dia do Sim'


A velha questão das novas ideias quanto a educação. Um dos assuntos que mais rende reflexões quando pensamos em cinema, sem dúvidas, é a questão da educação que pais cheios de compromissos, atarefados, precisam ensinar muito sobre a vida a seus filhos no cotidiano. O Dia do Sim, chega para nos mostrar vertentes dessa situação, com uma proposta inusitada guiada por alguma linha de pensamento de estudiosos da questão, acaba não tendo muita margem para originalidade e os mesmos tropeços nos clichês de filmes semelhantes vemos a todo instante. Busca ser divertido mas os exageros começam a tomar conta da tela distanciando reflexões mais amplas sobre a interessante questão abordada. Disponível na líder mundial dos streamings, o projeto tem como protagonistas Jennifer Garner e Edgar Ramírez.


Na trama, conhecemos o casal Allison Torres (Jennifer Garner) e Carlos Torres (Edgar Ramírez) e seus três filhos que após alguns desentendimentos diários, principalmente em relação a linha dura que a mãe impõe com suas tabelas organizadas e disciplina constante, resolvem adotar uma nova ideia na dinâmica da família: o dia do sim. Esse inusitado e diferente dia consiste em os pais não poderem dizer não (com alguns pequenos limites impostos) a tudo que as crianças querem fazer naquele dia, para isso os filhos precisam cumprir tarefas ao longo dos dias das semanas anteriores (como notas altas na escolas, etc...).


Dirigido pelo experiente cineasta porto riquinho Miguel Arteta, o filme navega em uma questão bem interessante mesmo que passe quase desapercebida, que seria o paradoxo do vilão e do bonzinho que mães e pais passam (alguns até se revezam nisso, o que não é o caso aqui) ao longo da educação de seus filhos, um sempre faz o papel do mais rígido o outro do bonzinho. Tentar enxergar como melhorar essa dinâmica até mesmo para não gerar muitos sofrimentos para todos os lados é um grande desafio que o filme mostra mesmo em uma linha superficial.


Como diversão o filme avança como muitos outros naquela linha de que vamos esquecer brevemente, nem lembrando na brincadeira da adedonha. Poderia ter mais momentos reflexivos, o recorte dentro da educação com novas ideias sendo praticadas era uma grande oportunidade para isso. Prefere ficar na superfície.

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20/03/2021

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Crítica do filme: 'O Preço de um Resgate' (Review dos anos 90)


O que fazer sobre os dilemas da vida quando sentimos bem de perto as incertezas das escolhas? Um pai milionário, uma mãe carinhosa e um terrível sequestro mudam pra sempre a vida de uma família. A engenhosa trama já ganha o público na desqualificação do herói, totalmente imperfeito, que toma atitudes extremas e muito polêmicas quando precisa negociar com os sequestradores. Escrito pela dupla Richard Price e Alexander Ignon, e com direção do talentoso Ron Howard, O Preço de um Resgate, lançado no ano de 96, é um poderoso drama sobre escolhas e até onde uma pessoa pode ir para provar seu ponto de vista, muitas vezes egoísta. Grande elenco no projeto: Mel Gibson, Rene Russo, Delroy Lindo, Gary Sinise, são alguns dos bons nomes.


Na trama, conhecemos o dono de uma poderosa empresa de aviação Tom Mullen (Mel Gibson), sua esposa Kate (Rene Russo) e seu filho Sean (Brawley Nolte). Os três vivem em uma luxuosa cobertura de frente para o central park em Nova Iorque. Certo dia, em um evento beneficente próximo de casa, Sean é sequestrado. Com sua vida virada pelo avesso e resolvendo chamar o FBI para ajudar a encontrar a criança, Tom chama a equipe de Lonnie Hawkins (Delroy Lindo), um negociador com experiência nesse tipo de situação. Só que as coisas logo saem do controle, principalmente quando Tom tem uma ideia e vai na televisão anunciá-la.


O roteiro é intenso e muito objetivo, nem vemos o tempo passar. Disponível na plataforma Netflix (pelo menos até a data que vos escrevo), o filme possui arcos muito bem definidos enrolados na interseção do sequestro, vemos muito bem os dois lados dessa história. O herói cheio de problemas é a grande chave para o sucesso da trama pois a torna imprevisível, e exatamente isso que acontece nesse universo de imperfeições, muito real, com falhas de caráter a todo instante, corrupção na polícia, atitudes inconsequentes e alta carga de adrenalina. Bom filme dos anos 90.

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Crítica do filme: 'Asia'


A única coisa que consegui de um homem foi você. Indicado de Israel para o Oscar desse ano, Asia é um pequeno recorte na vida de mãe e filha, os altos e baixos dessa relação que se mostra afastada, distante, mas que ressurge quando precisam enfrentar um dos maiores dramas que uma pessoa pode passar com uma iminência triste. É um filme muito doloroso, onde o foco é quase total na rotina da mãe, uma enfermeira, cuidadosa com seus pacientes mas submersa por uma melancolia por não conseguir olhar pra frente e ver a tão sonhada felicidade. Primeiro longa-metragem da cineasta Ruthy Pribar.


Na trama, conhecemos Asia (Alena Yiv), uma enfermeira batalhadora perto dos 35 anos que se encontra em um momento muito delicado de sua vida. Ela se relaciona com um médico casado, curte longas baladas após o serviço e em casa, sua adolescente filha Vika (Shira Haas) começa a demonstrar mais fortemente uma doença em constante evolução que aos poucos vai tirando seus movimentos. À beira do desespero, Asia resolve tentar melhorar o relacionamento com sua filha, que sempre fora bastante difícil.


Há uma melancolia explícita espalhada pelas ações e até mesmo inconsequências das personagens, de gerações diferentes, óbvio, mãe e filha precisam se encontrar antes que seja tarde mas anos de angústia e muros colocados atrapalham muitas das tentativas gerada pelos últimos desejos da filha perto de um desfecho sem saída para sua condição. Há muita verdade nos olhos dos personagens, em 90 minutos Pribar consegue com suas lentes captar a emoção que navega da tristeza ao êxtase mas como se fosse utilizada como saída para o caminho do esquecimento da realidade que as aflora.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #327 - Júlia Pulvirenti


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de Porto Alegre (Rio Grande do Sul). Júlia Pulvirenti tem 25 anos, é jornalista e crítica de cinema pelo Canal Claquete e Cineplot. Ela também é Mestranda em Comunicação pela PUCRS e estuda a influência dos streamings nos hábitos de consumo dos espectadores e como isso afeta o cinema.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Espaço Itaú de Cinema, no Bourbon Country. Tem sempre opções mais interessantes que não estão disponíveis nas salas tradicionais.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Mulholland Drive, do David Lynch. Vi em 2017 e até hoje segue sendo o meu preferido da vida. Foi minha porta de entrada a esse mundo lindo da cinefilia.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Ingmar Bergman. Filme favorito dele: Fanny e Alexander.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Falsa Loura - Carlos Reichenbach. O diretor mostra muito bem uma cidade em decadência, com um aspecto vulgar, e como os seus indivíduos estão ligados a isso. É sobre relações falsas, futuro incerto e as mentiras que contamos para nós mesmos. Só há um destino possível e não há como fugir disso. Obra-prima!

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É mais do que gostar de assistir filmes. É realmente amar cinema. Muitas pessoas acham que gostam de cinema porque assistem muitos filmes. Mas isso não quer dizer que a pessoa está sentindo, de verdade, essa arte. É preciso entender o tempo em que cada obra foi produzida, compreender sua linguagem e se deixar levar pela intuição.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não. Os shoppings abrigam a maior parte das salas de cinema. Ou seja, é muito mais uma estratégia comercial do que amor ao cinema. Para isso, temos salas independentes em algumas cidades.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Debate complexo. Não sei ao certo. Porém, se isso acontecer, ainda vai demorar.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

La Belle Noiseuse - Jacques Rivette.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

De jeito nenhum! Saúde coletiva em primeiro lugar.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

O cinema brasileiro é incrível! Infelizmente, vivemos em um país que não zela pela cultura e não incentiva as produções audiovisuais. Com isso, o grande público acaba não conhecendo a riqueza de nosso cinema, pois o que chega para as massas são as comédias da Globo e afins.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Juliana Rojas.

 

12) Defina cinema com uma frase:

“Nenhuma arte passa a nossa consciência na forma como o filme passa, e vai diretamente para os nossos sentimentos, no fundo escuro das salas de nossas almas.” - Ingmar Bergman.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Eu e meu marido fomos assistir Piratas do Caribe, em 2017. Do nosso lado, tinha um homem muito inconveniente. Ele narrava todo o filme e dava gritos a cada cena mais “impactante”. Nós fazíamos pedíamos pra ele parar e nada acontecia. Era basicamente o Faustão do nosso lado.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras…

Carla Perez: ídola da minha infância.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Acho que não necessariamente. O próprio David Lynch afirma que não assiste a muitos filmes (eu acho que isso deve ser mentira, pois é clara a inspiração de outros cineastas em várias obras dele). Ele não precisa maratonar filmes, mas deve ter conhecimentos técnicos e de linguagem.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Esquadrão Suicida.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Jogo de Cena - Eduardo Coutinho.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Acho que não hahahah.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Acho que Wild at Heart - David Lynch.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Além dos que eu trabalho (Cineplot e Canal Claquete), acompanho muito o Plano Aberto e À Pala de Walsh.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #326 - Gabriel Fabri


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de São Paulo. Gabriel Fabri tem 27 anos, é jornalista especializado em cinema. Crítico da Revista Preview, também fundou o site Pop with Popcorn (https://popwithpopcorn.com.br/), focado em cultura pop. É autor de "Fora do Comum - Os Melhores Filmes Estranhos" e "Fora do Comum - Vol. II: Filmes Ainda Mais Estranhos" e também é co-autor de "Cinema Para Toda a Vida: A trajetória de seis críticos de cinema brasileiros". Atualmente, trabalha em seu primeiro livro de ficção.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Certamente é o Petra Belas Artes, que tem uma programação bastante diversificada, e ainda tem eventos como os noitões e programações especiais.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Eu sempre gostei de ver filmes desde criança e meus pais me incentivavam me levando na locadora para escolher fitas VHS. Cinema era raridade, porque ir em família era caro - quatro ingressos, pipoca, refrigerante, estacionamento... Logo, cinema sempre foi um ligar diferente para mim, era um equivalente a ir a um parque de diversões, ou à Disney.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Lars von Trier. Difícil escolher um filme favorito, talvez seja Dogville, ou o Ninfomaníaca, que foi objeto de estudo no meu trabalho de conclusão de curso na pós graduação. As resenhas desses dois filmes estão no meu livro "Fora do Comum - Os Melhores Filmes Estranhos", que lancei ano passado via Amazon.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Bacurau, o filme brasileiro mais relevante deste século.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Gostar muito de filmes.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Claro.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Só quando o apocalipse chegar.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Um musical zumbi de natal adolescente chamado Anna e o Apocalipse. Um dos grandes achados que encontrei quando pesquisava para o "Fora do Comum". E eu sou um grande fã de filmes adolescentes, então preciso citar também Quase 18, Oitava Série e Diário de Uma Adolescente. Todos foram lançados diretamente em VOD aqui no Brasil.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Acho que está no direito delas reabrir, quando SP retornar a uma fase mais branda do Plano São Paulo, entretanto, acho que o real problema é que faltou entendimento do poder público da necessidade de amparar o circuito exibidor brasileiro, tanto as pequenas salas quanto as grandes redes, com algum tipo de auxílio para esse setor tão importante da economia e da cultura, de modo que eles pudessem aguentar mais tempo fechados.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Tem filmes bons, medianos e ruins, como toda a cinematografia de todos os países. Acho errado o complexo de vira-lata de "ah, o cinema argentino é melhor" ou "não vejo filme brasileiro". O Brasil tem uma produção audiovisual forte, que tem se destacado mundialmente, vide Bacurau, A Vida Invisível, ou Democracia em Vertigem, que chegou a ser indicado ao Oscar. 

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Talvez essa minha resposta esteja muita influenciada pelo meme de hoje, mas tem como perder um filme com a Ingrid Guimarães? Não, né?!

 

12) Defina cinema com uma frase:

Cinema é ilusão.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Uma sessão de um festival que por algum erro venderam mais ingressos do que cabiam na sala e algumas pessoas ficaram sentadas no corredor. Até que um senhor levantou e protestou, dizendo que era contra as regras de segurança do espaço. O povo começou a gritar em coro: "tá com medo, saí!", "tá com medo, saí!".  Agora não lembro se ele foi embora rsrsrs....

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Não vi, não sou capaz de opinar.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não necessariamente. É preciso ter conhecimento sobre o ofício. Você não precisa amá-lo para ser um bom diretor.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

15h17 - Trem Para Paris esse dispensa explicações, né.

 

17) Qual seu documentário preferido?

O Processo, da Maria Augusta Ramos, um dos filmes mais urgentes dos últimos tempos.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Certamente sim, mas com certeza não foi em filme da Marvel rsrsrs.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Vício Frenético.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Ultimamente é o meu, o Pop with Popcorn (https://popwithpopcorn.com.br/) não tá dando tempo de ler outro hahaha. De vez em quando eu vejo OQVER, da minha amiga Suzana Uchôa Itiberê, ou os textos do Sadovski e da Boscov.

 

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