30/08/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #510 - Vânia Zancanaro


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de Guarulhos (São Paulo). Vânia Zancanaro tem 38 Anos. É atriz, roteirista e compositora de Belém do Pará para São Paulo.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Cinemark (Shopping Internacional de Guarulhos) Tem os Melhores Lançamentos!

 

2) Qual o primeiro filme que você  lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Independence Day me fez apaixonar por Cinema.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Diretor Favorito: Steven Spielberg, Filme Dirigido por ele: A Lista de Schindler.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Filme Nacional Favorito: Cidade de Deus, pela Riqueza do Roteiro, Fotografia, pela mensagem que transmite.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Cinéfilo é um Amante da Sétima Arte em todos os aspectos.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece  possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não. Embora fosse necessário.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

A tendência com a Tecnologia é as Salas diminuírem até acabarem.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Uma Produção incrível que muitos não viram é Bacurau. Deveriam assistir para prestigiaram o Cinema Brasileiro.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Por se tratar de ambientes fechados, as Salas deveriam abrir após a vacinação.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Dentro das condições da Indústria Cinematográfica Brasileira, diria que estamos Evoluindo.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Sou Fã de Dalton Melo e Wagner Moura.

 

12) Defina cinema com uma frase:

"Uma forma de expressão Artística Completa".

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Durante o Filme Titanic vi muitas pessoas gritando quando o navio partiu ao meio.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Uma Produção desnecessária.

 

15) Muitos diretores de cinema  não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Uma Produção para dar certo depende de dedicação e afinidade com o Projeto em questão. Seria melhor que o Diretor fosse um Cinéfilo.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

A Franquia Velozes e Furiosos é Péssima.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Documentário: Five Came Back.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Sim. Filme Titanic.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Motoqueiro Fantasma.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Adoro Cinema e Cinemateca Brasileira.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Spcine Play.

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Crítica do filme: 'Free Guy: Assumindo o Controle'


Divertido, aventureiro e dinâmico. Escrito pela dupla Matt Lieberman e Zak Penn, Free Guy: Assumindo o Controle é um projeto que aborda o universo ansioso e imediatista dos reality shows junto com a ganância que domina os tempos em constante evolução da tecnologia e seus criadores de conteúdos. A fórmula encaixa de maneira certeira pegando um protagonista carismático que dentro de uma ótica pode ser como se fosse nossos olhos dentro da loucura e confusão que nos trazem as inúmeras informações que não param de chegar a cada segundo. No papel principal, mais uma vez, um Ryan Reynolds iluminado, nos faz rir e emocionar. A direção fica com o cineasta e produtor canadense Shawn Levy (que entre outros trabalhos, dirigiu a trilogia Uma Noite no Museu).


Na trama, conhecemos Guy (Ryan Reynolds), um jovem que tem uma vida monótona entre o acordar, ir trabalhar em um banco, interagir da mesma forma com os outros e ir dormir. Certo dia, ele se apaixona por uma mulher que passa pela rua e a partir daí sua vida muda, descobrindo inclusive que faz parte de um jogo de videogame onde é apenas um mero coadjuvante, um robô, algo parecido como um ‘bot’. Ao mesmo tempo, a mulher por quem se apaixona, na verdade é o avatar de Millie (Jodie Comer) uma desenvolvedora de jogos que teve os seus códigos roubados por Antwan (Taika Waititi) o criador do jogo que Guy faz parte. Assim, esses dois destinos, o de Guy e o de Millie se juntam, também ao de Keys (Joe Keery) e essa nova equipe, juntos, tentarão decifrar os mistérios dentro desse jogo e mostrar a verdade.


O liquidificador criativo desse projeto consegue reunir os elementos na dosagem certa para que a diversão pule aos nossos olhos a cada minuto. Em progressão rumo às descobertas em formas de códigos e tecnologia, somos testemunhas de cenas hilárias protagonizadas, muitas delas, por Reynolds e seu carismático personagem. As nada densas camadas dramáticas que passam por nossos olhos nada mais são que pequenos complementos para moldar o que precisamos saber sobre cada personalidade. Essa questão, quase um confronto entre ‘o despertar da inteligência artificial’ e a realidade vivida por jogadores e seus avatares é um contraponto muito interessante para refletirmos.


Os clichês acontecem mas nada que atrapalhe o ótimo ritmo, o dinamismo. O roteiro é ótimo e a direção competente. Ótimo ver a excelente Jodie Comer em um papel de comédia após sua excelente contribuição ao universo dos seriados com a emblemática Villanelle em Killing Eve. Também ótimo é o vilão caricato do ator, produtor e diretor, o neo zelandês Taika Waititi (diretor dos badalados Thor: Ragnarok e Jojo Rabbit). Mas o show é de Reynolds e sua liberdade artística que eleva seus personagens ao ápice do carisma.


Free Guy: Assumindo o Controle é um dos primeiros grandes blockbusters a estreiarem nos cinemas após a reabertura desses nesse ano de 2021. Um filme empolgante que diverte e merece ser visto na telona.  

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26/08/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #509 - Eduardo Pepe


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Salvador (Bahia). Eduardo Pepe tem 25 anos. Jornalista, redator, analista de comunicação e apaixonado por cinema. Maior fã de Meryl Streep e de cinema brasileiro que você provavelmente já foi ouviu falar. Instagram @eduardosspepe.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Sala de Arte. Aqui em Salvador temos a rede de cinemas Sala de Arte. São cerca de 4 salas em diferentes locais da cidade com uma programação voltada para o cinema alternativo, o tal “cinema de arte”. Tudo que não entra nas programações de shopping, normalmente, entra lá. São incontáveis filmes que eu só consegui ver porque estreou em uma das salas desse circuito. O cinema Glauber Rocha, da rede do Itaú, também tem uma programação boa que mistura blockbusters com filmes nacionais também já me possibilitou ver filmes preciosos, incluindo, uma pré-estreia exclusiva do filme Marighella, do Wagner Moura.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Fico em dúvida entre Cisne Negro, O Som Ao Redor e A Árvore da Vida. Foram três idas ao cinema que fiquei fascinado pensando “nossa, isso é diferente”. Considero o início da minha cinefilia, digamos assim.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Pergunta muito difícil. Mas, dentre tantos, o primeiro que me veio à mente foi Kleber Mendonça Filho e meu favorito da carreira dele talvez seja Aquarius. Outras possibilidades de diretores poderiam ser Michael Haneke, Lars Von Trier, Pedro Almodóvar, Sofia Coppola

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Cabra Marcado para Morrer. Pela história arrebatadora e relevante. Pelo formato inédito. Por mostrar como a história atravessou o Brasil e como o cinema fez parte disso. E, de ficção, Vidas Secas e Terra em Transe por motivos bem parecidos que o do documentário do Coutinho.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Mais que ver filmes, é amar e cultivar esse amor buscando ler e saber mais sobre filmes, bastidores e tudo relacionado ao universo cinematográfico.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feita por pessoas que entendem de cinema?

Provavelmente não. A maioria (das redes maiores) deve ser feita por gente que entende de marketing, publicidade e distribuição.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não. Se nem o vinil acabou, o cinema nunca vai acabar. A experiência pode se tornar mais rara, mas sempre vai existir.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Eu adoro Jovens Adultos, do Jason Reitman, com uma performance deliciosa da Charlize Theron. Acho que merecia mais reconhecimento. Um outro filme, esse brasileiro, que eu acho que merecia ser mais conhecido é Canastra Suja, do Caio Sóh.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

As salas de cinema são uns dos ambientes que mais seguem protocolos e regras rígidas contra a covid-19. Não me parece lógica abrir barzinhos indiscriminadamente e os cinemas ficarem obrigatoriamente fechados. Acho que deve, sim, ter regras duras, fiscalização e, claro, redução da lotação das salas, separação entre cadeiras e redução de horários, mas, no cenário atual, não vejo mais motivo para fechamento total delas. Mas também sou a favor de áreas de lazer serem exclusivas a quem se vacinou a partir do momento que todas as cidades estejam com a vacinação liberada para todos os maiores de idade.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

A última década foi espetacular para o cinema brasileiro. O cinema cresceu em todos os aspectos: público, reconhecimento, qualidade, diversidade… Ainda há um longo caminho, mas o avanço foi muito grande. Eu sou absolutamente apaixonado pelo cinema nacional!

 

11) Diga um artista brasileiro que você não perde um filme.

Tem vários, mas de ator destaco Wagner Moura. Assisto absolutamente tudo que ele lança. O mesmo para Fernanda Montenegro e Glória Pires entre as atrizes. Diretores então nem se fala. Eu assisto tudo que Anna Muylaert, Kleber Mendonça Filho, Karim Ainouz e Petra Costa lançam.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Cinema é registro de arte e vida em movimento

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Uma vez, comentando baixinho com minha mãe numa sessão de Garota Exemplar, fiz uma amizade no ato abrindo um debate sobre quem seria revelado o vilão ao decorrer do filme.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Nunca vi, nem assisti, eu só ouvi falar… Tenho esse "débito" cinéfilo.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Acho que precisar não precisa, porque você pode apenas executar bem sua função tecnicamente e ser competente, mas para você ser um GRANDE diretor e marcar a história fica bem difícil se você não for cinéfilo. Para você ser grande em qualquer coisa, você precisa de muito referencial.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Devo tá comentando uma injustiça e esquecendo de algum filme muito pior, mas o primeiro que passou pela minha cabeça foi o Cada um tem a gêmea que merece.

 

17) Qual seu documentário preferido?

É Cabra Marcado Para Morrer, de Eduardo Coutinho, mas como já citei ele anteriormente posso falar Jogo de Cena, também do Eduardo Coutinho, e Elena, da Petra Costa. O documentarismo brasileiro é o melhor do mundo.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Já aconteceu algumas vezes, principalmente, em sessões com participação do elenco na sessão. Mas espontaneamente numa sessão comum aconteceu algumas vezes, como em Que Horas Ela Volta? e Aquarius. O cinema todo bateu palma, foi lindo. 

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Eu acho que foi Adaptação, mas amo também Despedida em Las Vegas. Nicolas Cage é um baita ator quando não está trabalhando apenas para pagar suas dívidas.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Eu gosto muito do blog da Isabela Boscov, da Veja. Acho que é o que eu mais leio e acompanho.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Eu tenho acesso a Netflix, Amazon Prime Video, AppleTV+, Globoplay e HBO Max. Eu acho que para FILMES especificamente acabo vendo mais coisa na Netflix mesmo pelo fato de ter a melhor produção própria. O Amazon Prime tem um catálogo de filmes melhor no geral, mas muita coisa eu já vi.

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25/08/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #508 - Ligia Helena Villon


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de São Bernardo do Campo (São Paulo). Ligia Helena Villon tem 31 anos. Formada em Cinema Digital e animação. Atua principalmente como montadora, produtora, diretora e roteirista. Co-produtora no coletivo independente Alguma Coisa Filmes, colaboradora do Coletivo Quadrinhos do Mundo e na página Mulheres Audiovisual, cineasta independente, dirigiu 6 curtas e um média metragem. Possui história publicada pela editora Skript no quadrinho "Pândega" com mais outros artistas que foi ilustrada por Mazure Moganash. E como uma colaboração no livro "Al Azif - O Necronomicon", e na HQ "Crônicas de 2020".

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação à programação? Detalhe o porquê da escolha.

Essa pergunta é bem interessante porque, como eu cresci na década de 1990, os cinemas de rua já tinham sido praticamente instintos e só havia salas de cinema de shopping. E no caso de São Bernardo, havia menos opções ainda. Então onde eu moro tinha um lugar que era um “point” não pela qualidade ou pelas opções, mas sim pela falta delas. Era o Cinemark do Extra Anchieta. Ele é bem localizado e abrange SBC, Diadema, SCS. Depois, com o tempo, outros cinemas melhores apareceram em outros shoppings. Mas todas as grandes pré-estréias àquele cinema faziam filas de dar voltas gigantescas em todo hipermercado. Infelizmente, São Bernardo carece de diversidade de programação, Bacurau aqui, por exemplo, ficou só uma semana em cartaz em uma sala apenas.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Olga (2004) - Jayme Monjardim.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Anna Muylaert - Que horas ela Volta? (2015).

 

4) Qual seu filme nacional favorito e por quê?

Que horas ela Volta? (2015) – Anna Muylaert, pelo o tema e como ele foi abordado.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Adorar filmes, mas não só de ver filmes, de todos os aspectos dos que abrangem um filme como, por exemplo, a construção de um filme.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feita por pessoas que entendem de cinema?

Sim e não, quem faz a programação de um cinema entende cinema, mas do ponto de vista financeiro. Ele olha para o filme e calcula se aquele filme vai trazer retorno financeiro para ele. Falar sobre o tripé do cinema (produção, exibição e distribuição) no Brasil é bem mais complicado do que parece. Cada filme tem seu próprio acordo de distribuição e nosso país tem sérios problemas de distribuição e exibição.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não, é normal achar isso, mas a quebra de paradigma já aconteceu antes com a televisão e os cinemas não acabaram, apenas se reinventaram. O mesmo vai acontecer agora com a evolução dos streamings e a covid-19.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram, mas é ótimo.

Cléo das 5 às 7 (1962) – Agnès Varda.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não. Salas de cinema são ambientes fechados com ar-condicionado. Amo cinema, mas a vida vem antes. Existem soluções alternativas como drive-ins, por exemplo.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Como sempre muito boa, é que as pessoas têm pouco acesso aos produtores menores. Temos uma variedade muito boa de filmes, séries e etc. que não são tão conhecidos pelo público nacional. Por exemplo, você conhece a web-série Punho-Negro?

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Eu acho que não tenho nenhum artista favorito, nem nacional ou internacional, que me faça assistir todos os filmes dele. Eu apenas vou assistindo os filmes conforme me dá vontade. Eu vou pela história, se tem algum elemento que me chamou a atenção, eu assisto.

 

12) Defina cinema com uma frase:

A arte de contar histórias com imagens em movimento.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Numa sessão do que fui para o Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012) o cinema estava quase vazio, mas tinha um grupo de adolescentes, que do nada, antes dos trailers começarem decidiram fazer uma volta olímpica pela sala de cinema. 

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Necessário, ele é tão ruim que fica bom. E a luta contra o trabalho infantil é nobre.

 

15) Muitos diretores de cinema  não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Sim, quando eu fiz faculdade de cinema eu pensava “Ok, eu vou ter que assistir de tudo agora”. E é isso mesmo, tiveram aulas que foram assistir filmes. Alguns colegas ficaram revoltados, mas não faz sentido. É como você ser médico e ter medo de sangue. É intrínseca à profissão, para você ser cineasta você tem que ter background, saber o que já foi feito. Tem que gostar de ver filmes.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Eu não lembro o nome exato, mas a sala começou meia cheia e terminou com 4 pessoas (eu, minha irmã, o namorado dela e mais uma pessoa). Num festival latino-americano, um documentário de uma hora e meia sem diálogos de uma menina andando pelo deserto do Atacama. Acho que era “Alice en La cidades”. Só no final explicava o porquê que a menina estava andando no deserto e só 4 pessoas sabem o porquê depois de uma prova de resistência.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Ilha das Flores (1989) – Jorge Furtado

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Já, mais de uma vez, principalmente em festivais.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Homem-Aranha no Aranhaverso (2019)

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Nenhum. Atualmente, eu tenho percebido uma tendência de sites de cinema a escrever qualquer asneira só pelo click. Então eu evito ao máximo. Eu sigo alguns colegas da área e a newsletter da Revista do Exibidor.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Eu assisto bastante coisa pela Netflix, HBOMax e Amazon Prime Video, algumas coisas no Disney Plus. Mas tem também alguns streamings não tão conhecidos que valem a pena conhecer onde eu descobrir vários filmes: CineSesc, Darkflix, TelaTrans e Mulheresflix.

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Crítica do filme: 'Valentina'


Em busca de seus direitos, de sua liberdade. Todos que querem falar, precisam ser ouvidos. Chegou aos cinemas brasileiros um filme que mostra os obstáculos que uma jovem trans precisa enfrentar para conseguir ser feliz do jeito que quer. Valentina, pega a realidade de muitos e muitas e joga na tela, trazendo pontos reflexivos aos montes para nós espectadores. Desde a intolerância, focada aqui no interior do país, o preconceito na apresentação e documento na boate, o abuso e o sofrimento, os horrores do ciberbullying, a violência vinda por muitos lados... Valentina é uma pequena grande obra do nosso cinema que mostra ao mundo que o preconceito sempre vai perder para o amor. Escrito e dirigido pelo cineasta Cássio Pereira Dos Santos. O projeto marca a estreia no cinema da atriz e youtuber trans Thiessa Woinbackk.


Na trama, conhecemos Valentina (Thiessa Woinbackk), uma jovem perto dos 18 anos, trans, inteligente que está trocando de cidade após a mãe Márcia (Guta Stresser), técnica de enfermagem, passar em um concurso para o interior de Minas Gerais. Chegando na nova cidade, busca uma nova vida ao lado da mãe. A protagonista faz logo amizades mas também acaba sendo alvo do preconceito de alguns.


O triângulo familiar possui vértices que compõem a trajetória de Valentina. A mãe está recriando sua vida, consegue um novo amor, e sempre está próxima da filha para ajudá-la a lutar por seus direitos e a defender contra qualquer impunidade que aparece pelo caminho das duas. O pai é uma figura quase misteriosa no início, distante, mora em outra cidade e não sabemos as causas dessa distância, surge após uma situação que passa Valentina, ajuda da maneira que pode mesmo sabendo que não consegue estar por perto, por já ter outra família, para ajudá-la a enfrentar tudo que passa diariamente.


Os absurdos do ‘mal estar com a comunidade’, por meio do abaixo assinado enviado à escola nova, retrata os absurdos que acontecem por aí, do preconceito à frente de qualquer busca de entendimento de uma jovem em busca de ser quem ela quer ser. O filme tem muitos méritos e um deles é esse de retratar o que jovens trans sofrem por esse Brasil ainda sentado em um triste conservadorismo trazendo sofrimento para quem busca ser feliz do jeito que gosta. Valentina é um filme necessário nesse nosso país ainda cheio de pré-conceitos e preconceitos.

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8 e 1/2 em 20 - André Gevaerd - Episódio #23


Esse é o '8 e 1/2 em 20', programa de entrevistas feitas por lives no Instagram do @guiadocinefilo, toda 4a, às 19:30​ hrs, com cinéfilos e profissionais que de alguma forma contribuem para o audiovisual.

Nesse episódio, recebemos o produtor, programador de cinema e cinéfilo André Gevaerd.
Não esqueçam de deixar um like nesse vídeo. :)
Não esqueçam de se inscreverem nesse canal. :)

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24/08/2021

8 e 1/2 em 20 - Carolina Dib - Episódio #22


Esse é o '8 e 1/2 em 20', programa de entrevistas feitas por lives no Instagram do @guiadocinefilo, toda 4a, às 19:30​ hrs, com cinéfilos e profissionais que de alguma forma contribuem para o audiovisual.

Nesse episódio, recebemos a produtora, atriz e cinéfila Carolina Dib. Não esqueçam de deixar um like nesse vídeo. :) Não esqueçam de se inscreverem nesse canal. :) Visitem também: Blog do Guia do Cinéfilo: http://guiadocinefilo.blogspot.com/​ Instagram: @guiadocinefilo Viva o cinema!
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22/08/2021

Crítica do filme: 'Ilha de Segredos'


Quando um roteiro se arrasta pelos clichês. Dirigido pelo cineasta português Miguel Alexandre, Ilha de Segredos, disponível na Netflix, é um filme com pouca inspiração, busca em um suspense sem lógica encontrar suas justificativas para o que vemos nos cansativos 105 minutos de projeção. Tendo como figura central uma misteriosa personagem que consegue acesso a tudo e a todos com suas manipulações que mais parecem aquelas vistas em características de vilãs emblemáticas da nossa televisão. Nesse caso, já definir o tabuleiro cinematográfico entre os vilões e os heróis acaba perdendo a força quando o roteiro escorrega em cenas absurdas e ações forçadas. Mais uma decepção desse 2021.


Na trama, conhecemos Jonas (Philip Froissant) um jovem atormentado por sequentes tragédias em sua vida que o faz morar com seu avô que teve pouquíssimo contato durante toda sua vida onde nasceu, uma ilha pertencente a Alemanha. Ele sempre conta com a ajuda da amiga Nina (Mercedes Müller). Certo dia, após alguns meses das mencionadas tragédias que se seguiram em sua vida, chega à escola a nova professora de alemão Helena (Alice Dwyer), uma mulher misteriosa que em pouco tempo na ilha já se relaciona com Jonas e apresenta misteriosos olhares que escondem segredos sobre seu passado.


Roteiro forçado, personagens sem brilho, um longa-metragem alemão que se apoia em clichês para tentar criar arcos construtivos de dramas mal explicados. Há uma tentativa de troca de ótica mas o que nos leva até a trama principal são as ações imaturas de Jonas, que está chegando na fase adulta e cria uma fascínio por essa nova professora mesmo tendo a certeza do amor de Nina ao seu lado. Esse triângulo já visto em muitos seriados e filmes por aí, não sustenta toda a trama pois para entendermos os porquês de Helena poucas lacunas são preenchidas.


Ilha de Segredos é um passatempo que você até pode gostar caso não coloque aquela lupa para enxergar a quantidade de problemas que o roteiro apresenta.

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Crítica do filme: 'Unidas pela Esperança'


Um sofrimento compartilhado e cantado. Disponível no Streaming Telecine Play, Unidas pela Esperança conta a história, baseado em fatos reais, de mulheres de militares que se juntam para montar um coral, transformando a aflição dos dias sozinhas em momentos de descontração e união através da música. Pelas subtrama, algumas com grande profundidade, encontramos os caminhos para entender as razões dessas mulheres em encontrar algo e comum para assim também compartilhar de uma forma positiva a variável tempo, tão complexa de lidar, principalmente com os maridos ficando meses longe de casa e expostos a todo tipo de perigo em guerras pelo mundo. A direção é de Peter Cattaneo e na pele das protagonistas Kristin Scott Thomas e Sharon Horgan.


Na trama, conhecemos Kate (Kristin Scott Thomas) a esposa de um general de uma base militar na Inglaterra que não possui muito contato com as outras espoas de militares, principalmente após o falecimento do seu único filho. Certo dia, resolve se juntar a Lisa (Sharon Horgan), uma mulher que possui muito problemas de relacionamento com a filha e comanda uma espécie de mercearia na base militar. Elas resolvem criar um coral com as mulheres dos militares. A iniciativa é um sucesso e assim elas conseguirão encontrar forças umas nas outras principalmente quando notícias ruins chegam.


O roteiro tem um mérito muito grande que é abordar a melancolia de uma forma que o ritmo não fique estático. Talvez a maturidade da personagem de Scott Thomas misturada com a impulsividade da personagem de Horgan torne a fórmula perfeita para os contrapontos que o longa-metragem navega. Unidas pela Esperança passa pelo drama em muitas camadas, mesmo tendo muitas subtramas e algumas ficando apenas no superficial todo o sentimento e razões são passados ao público sempre com muito carisma das personagens em cena. Por incrível que pareça a música em si fica em segundo plano se tornando apenas um instrumento para entendermos os cenários dramáticos que vão se moldando.


O filme cumpre o objetivo de passar uma mensagem de esperança e companheirismo de mulheres que enfrentam as aflições de terem maridos em uma profissão de alto risco. Muito bonito também os créditos do filme mostrando a mesma iniciativa em muitos lugares do mundo. Vale a pena conferir.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #507 - Jean Charles Machado


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Gama (Brasília). Jean Charles Machado tem 47 anos. Apaixonou-se pelo cinema aos 10 anos (idade na qual vendia jornais na rua para conseguir o dinheiro necessário e passar uma tarde no cinema de rua do bairro), trabalhou com Gestão de Pessoas por 15 anos e, hoje, toca um projeto autônomo, tendo uma pasta de trabalho exclusiva na utilização de filmes para reflexões nas áreas da vida. Idealizador do perfil 'Vida de Cinéphilo' no Instagram e um canal no youtube.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

ITAÚ CINEMAS - PRINCIPALMENTE, PELA DIVERSIDADE DE FILMES.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

OS AVENTUREIROS DO BAIRRO PROIBIDO (1986) e alguns dos TRAPALHÕES.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

PEDRO ALMODOVAR - 'DOR & GLÓRIA'.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

SINCERAMENTE NÃO TENHO NENHUM FAVORITO.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

AMAR A PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA E SE TIVER CONHECIMENTO ACADÊMICO E TÉCNICO, POR FAVOR, NÃO SEJA, ESNOBE COM QUEM NÃO TENHA!

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

NÃO! ATÉ POR EXPERIÊNCIA PRÓPRIA, EM ALGUNS CASOS, OS PARÂMETROS SOBRE A LOTAÇÃO DA SALA E FINANCEIRO. JÁ FUI GERENTE DE MULTIPLEX (9 SALAS E OUTRO COM 13 SALAS).

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

 

NUNCA!

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

ALÉM DA VIDA -- CLINT EASTWOOD (2010).

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

NÃO!

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

COMO TODAS AS LINHAS DE PRODUÇÕES MUNDIAS: COISAS PÉSSIMAS, BOAS E EXCELENTES. E, O MLEHOR, TEM PÚBLICO PARA TODOS OS ESTILOS. O QUE FALTA É BOM SENSO E RESPEITO ENTRE OS CINÉFILOS E SEUS GOSTOS.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

WAGNER MOURA, SELTON MELO, ANTONIO FAGUNDES E, CLARO, FERNANDA MONTENEGRO.

 

12) Defina cinema com uma frase:

MINHA 2ª CASA!

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

UMA DAMA PEDIU PARA VOLTAR E BUSCAR UM ITEM ESQUECIDO: ERA A CALCINHA DELA!

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

NUNCA VI!

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

NÃO NECESSARIAMENTE. ENTRETANTO, PRECISA TER NOÇÕES TÉCNICA E VISÃO HUMANA DAS RELAÇÕES. 

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

O GRANDE ASSALTO (1993) - KIM BASSINGER.


17) Qual seu documentário preferido?

O DILEMA DAS REDES.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

RARAMENTE. A ÚLTIMA FOI PARA DOR & GLÓRIA. FOI A SALA INTEIRA. CONTAGIANTE!

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

A LENDA DO TESOURO PERDIDO 1 E 2.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

NÃO TENHO PREFERÊNCIA!

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

NETFLIX: GOSTO MUITO DA DIVERSIDADE

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21/08/2021

Crítica do filme: 'Quo Vadis, Aida?'


As dores que nunca se apagam. Um dos cinco finalistas ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, é um dos mais chocantes longas-metragens dos últimos tempos. Mostra os horrores de uma guerra sem fim na Bósnia, onde a sede por matança em meados da década de 90 levou a separação dolorosa de inúmeras famílias de várias regiões desse país que convivia com o medo frequente. Ao longo das mais de duas horas de projeção somos testemunhas de muita dor e sofrimento tendo como referência uma tradutora da ONU que luta a todo instante para proteger sua família. Um filme arrebatador. Belíssima direção da cineasta Jasmila Žbanić.


Na trama, ambientada em meados da década de 90, conhecemos Aida (Jasna Đuričić) uma ex-professora e agora tradutora/intérprete da ONU que precisa lidar com um caótico momento de seu país tomado por um exército de vingativos soldados que praticamente varreram a cidade de Srebrenica. O único porto seguro é a base da ONU na região, comandada por patentes altas holandesas, para onde fogem todos os sobreviventes, inclusive os dois filhos e o marido de Aida. Buscando soluções/escolhas a todo instante, negociando bastante com todos que conhece, Aida viverá dias que nunca sairão de sua memória.


Nossos olhos estacionam em Aida, uma forte mulher que luta para executar seu trabalhar em meio a pressões de todos os lados em busca de soluções que ela sozinha não consegue encontrar. Pela ótica dela acompanhamos o desespero dos militares holandeses na base da ONU, abandonados pelo alto escalão, sem saber direito como lidar com a situação tensa que lhes é apresentada. Também acompanhamos memórias da mesma, quando os dias eram felizes em um país destroçado por uma guerra que nunca acaba.


Exibido no Festival Internacional de Cinema de Veneza, Quo Vadis, Aida? tem um ritmo dinâmico, intenso, mostrando uma dura realidade distante de muitos mas que passam milhares de pessoas que fogem de um lugar que é seu mas comandado (ou tomado) por pessoas ruins. Atemporal, inclusive quando esse texto é escrito o mundo lê sobre os horrores que acontecem num outro país, o Afeganistão, tomado pelo Talibã nos últimos dias fazendo com que milhares de pessoas fujam de suas casas e consigam abrigo em qualquer outro lugar do mundo.


O filme consegue com toda a dureza que lhe é pertencente apresentar pontos reflexivos aos montes. Há críticas sociais por todos os lados, críticas sobre a questão da ONU sem comando também. O filme forte e necessário. Imperdível.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #506 - Larissa Canavarros


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.


Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de Cuiabá (Mato Grosso). Larissa Canavarros tem 22 anos. Aluna da primeira turma do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal de Mato Grosso, atualmente no 6º semestre. Participou do júri oficial da 17ª Mostra de Audiovisual Universitário e Independente da América Latina (MAUAL) do Cineclube Coxiponés da UFMT, em 2018, e em 2019 integrou a Comissão de Seleção de Curtas-metragens da 18ª edição da mostra. Além de ser uma das proponentes do projeto “Retrospectiva MAUAL 18 anos”, coordenou exibições cineclubistas através da REC-MT (Rede Cineclubista de Mato Grosso), também já tendo realizado experimentos audiovisuais, incluindo a produção e direção de vinhetas para a MAUAL e um curta-metragem.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Por aqui, até onde eu saiba, só temos as salas multiplex para cinema comercial. De todas as redes, a que mais me agradava – quando ainda frequentava meses antes da pandemia – era a Cinemark. Era a única com a qual eu poderia contar para assistir a alguns filmes mais fora do eixo, ainda que os horários fossem problemáticos. Me lembro que houve uma época em que a maior diversidade de exibição era com eles.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Talvez Lisbela e o Prisioneiro (2003). Eu era pequena e deve ter sido um dos primeiros filmes nacionais com que tive contato. O simples fato de ser em minha língua nativa era um diferencial a mais; as atuações me encantavam (alguns dos quais eu já conhecia pelas telenovelas), a trilha sonora era viciante. Provavelmente foi o “gostinho brasileiro” que me fez pensar em como aquilo era diferente do que eu estava habituada a consumir.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Christopher Nolan, e meu favorito provavelmente é Amnésia (2000);

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Difícil escolher um só, fico entre O Auto da Compadecida (1999) e Assalto ao Trem Pagador (1962). O primeiro marcou minha infância, me lembro de ver ainda em VHS, e ainda é uma espécie de rito sagrado na minha família, sempre que encontramos passando, ou bate uma saudade, assistimos. O segundo me foi apresentado no primeiro semestre da faculdade e eu nunca esqueci; apaixonei pela atuação do Grande Otelo ali também.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Pra ser sincera, eu não me considero muito cinéfila, no que tange o acompanhar de filmes. Mas parando pra pensar, acredito que vai muito além de apenas apreciar filmes e assistir o maior número de títulos possível; é uma questão de paixão, algo que te move, te ensina. Uma espécie de força externa que te tira da inércia.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não. As programações são feitas por pessoas que entendem de mercado, do que rende mais. Elas visam o lucro, e nem todo cinema é voltado para o meio comercial. Isso explica, por exemplo, o porquê de termos diversas salas em um mesmo complexo exibindo os mesmos blockbusters, enquanto outras obras ficam de fora do ciclo de exibição.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acredito que não. Ir ao cinema é mais do que simplesmente assistir ao filme: é um evento social. Sair com os amigos/companheiros, ou mesmo sozinh@, para acompanhar um enredo, em uma sala escura, cercada por estranhos, por algumas horas ainda move uma série de sentimentos e motivações que o streaming, por exemplo, não consegue proporcionar.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Eu sempre indico A Onda (2009), um filme alemão do diretor Dennis Gansel, que vi em sala de aula, ainda no ensino médio. Acho importantíssimo o enredo dele e a forma como é trabalhado.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

É uma resposta complicada. Eu particularmente não fui ao cinema desde o início da pandemia, e mesmo agora que já tomei a primeira dose, não me sinto segura o suficiente. Por um lado é um jeito muito fácil de espalhar o vírus: são cadeiras compartilhadas, máscaras baixadas ou completamente ignoradas com a justificativa de estar comendo, etc. Em contrapartida, existem funcionários que dependem dessa movimentação de clientes para garantir seu sustento, porque a realidade é que as leis de auxílio emergencial não chegam para todos e muitos acabam desempregados. Em Cuiabá, as salas estavam exibindo apenas uma sessão por dia para dar tempo de higienizar as poltronas, então acredito que, apesar de não ser um serviço essencial, não há tanto problema, desde que os protocolos de biossegurança sejam realmente respeitados.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Acredito que o cinema em si entrou em uma espécie de recesso. O audiovisual se voltou para outras formas de produção (seriada, televisiva), e isso não necessariamente é algo ruim. Mas de um modo geral, falta investimento. Não apenas financeiro para a produção, mas desde a ordem acadêmica, sabe? A formação do profissional já é precária e aos trancos e barrancos se chega a algum lugar. Eu imagino como uma espécie de efeito borboleta: se existe investimento na educação, os traços, os moldes, dos profissionais se alteram e consequentemente o produto final. Claro que é preciso também a garantia de uma janela de exibição de qualidade, então os incentivos talvez ainda sejam os maiores impasses para uma produção contínua, por exemplo.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Fernanda Montenegro.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Arte em luz, som e movimento.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Não me lembro bem o que era, mas um comentário inocente de uma criança na sessão de Rei Leão (2019) fez o público rir e amenizou o clima triste na famosa cena da morte do Rei Mufasa.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Nunca vi.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Depende do que cada um acredita por ser cinefilia, se for algo como o que eu acredito, então sim.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Hardcore Henry (2015).

 

17) Qual seu documentário preferido?

Jogo de Cena (2007), do Eduardo Coutinho.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Sim, da última vez foi quando vi Bacurau (2019).

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Cidade dos Anjos (1998).

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

IndieWire.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Amazon Prime e HBO Max.

 

Continue lendo... E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #506 - Larissa Canavarros

20/08/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #505 - Janaina Ferreira


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila de Belo Horizonte (Minas Gerais). Janaina Ferreira tem 45 anos. É advogada por profissão e cozinheira por paixão. Seus filmes favoritos são Asas do Desejo (1987) - o filme da sua vida - e Blade Runner (1982) e seus diretores favoritos são Win Wenders e Pedro Almodóvar.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Cine Belas Artes, o último cinema de rua de BH, programação não inclui blockbusters.

 

2) Qual o primeiro filme que você  lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

ET, aos 8 anos de idade...

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Win Wenders, Asas do Desejo.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Tatuagem, pelo caráter transgressor.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?         

O sentido estrito da palavra, amor pelo cinema. Não necessariamente entender tanto, ser crítico, e sim ser amante

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

A maior parte dos cinemas tem a programação definida por quem entende de mercado de entretenimento.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Espero de coração que não.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Bagdad Café e Paris Texas, porque sou geração X, rs

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Acho que só deveria poder entrar nas salas quem tiver com as vacinas completas.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Tirando a questão do som, que ainda é uma falha muito grave dos nossos filmes, acho que a produção brasileira é acima da média, principalmente de considerarmos a falta de investimentos

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Se for Kleber Mendonça dirigindo ou Irandhir Santos atuando, compro ingresso antecipado. Matheus Nachtergaele e Wagner Moura são donos do meu coração

 

12) Defina cinema com uma frase:

Cinema não é para entreter, é para fazer sonhar (Win Wenders).

 

13) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Ainda bem que Lazaro Ramos não se envergonha...

 

14) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Técnica e paixão em medidas proporcionais

 

15) Qual o pior filme que você viu na vida?

Não o pior da vida, mas recentemente, Amaldiçoado, com Daniel Radcliffe.

 

16) Qual seu documentário preferido?

Jogo de Cena.

 

17) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Nossa, muuuuuuitos.

 

18) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Arizona nunca mais.

 

19) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Plano Crítico, Cinema em Cena e Roger Ebert.

 

20) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Telecine e Prime Video.

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Programa #46 Guia do Cinéfilo - Marcelo França Mendes


Episódio #46 do meu programa de entrevistas na TV Caeté, Programa Guia do Cinéfilo. 

Nesse episódio entrevisto o cinéfilo e um dos fundadores do Cinema Estação Botafogo Marcelo França Mendes. 


O Programa Guia do Cinéfilo acontece toda terça-feira, ao vivo, no canal da TV Caeté no youtube.

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