"..não importa para onde vão ou se serão felizes, o que importa é você sonhar.."
Em seu primeiro longa metragem, como diretora, Sylvie Testud explora a mágica do
universo da viagem no tempo, com toda a trama sendo executada por personagens
carismáticos, porém, bastante complexos, que às vezes se perdem nas composições
e direcionamentos que a história vai rumando. A musa francesa Juliette Binoche mais uma vez exala
talento e se torna um dos destaques da fita.
Na trama, que tem o roteiro baseado em um livro de Frederique Deghelt, somos apresentados
rapidamente e sem enrolação à uma jovem morena francesa que se apaixona
perdidamente por um rapaz e após uma noite de muito carinho e acorda anos mais
tarde e descobre que é mãe de um menino
e que seu marido(que é o mesmo que ela passara à noite anos atrás) e ela estão
no meio de um divórcio. Assim, a jovem, agora madura, precisa reconquistar
muitas pessoas importantes em sua vida que deixaram lacunas por conta do rumo
em que sua vida se determinou.
O filme aborda questões interessantes sobre o futuro de uma
jovem que possui dúvidas e sofre com a doença do pai. Quando é modificado seu
universo,ela percebe que a partir de algumas decisões tomadas, sua vida e sua
personalidade foi modificada de alguma forma e essa busca é um elo importante com
o espectador, onde juntos, vão descobrindo as respostas.
O roteiro ganha o público pelos excelentes (e profundos)
diálogos. A ato final, a declaração, a exposição do sentimento de maneira viva,
nua e crua é algo primoroso e leva às lágrimas os cinéfilos que conseguem se
identificar, de alguma maneira, com aquela história. É impressionante como
Binoche se transforma nos personagens, mesmo o filme ser longe de ser um
espetáculo, a artista francesa precisa de poucos minutos para ganhar a
confiança e simpatia do público. Vejam todos os filmes dela, mas assitam por
ela, super recomendado!
Em seu desfecho, as opiniões serão diversas. Na cena final,
não importa para onde vão ou se serão felizes, o que importa é você sonhar! Veja
esse filme!