Abe, o tio presidente que Buffy não conheceu
Dirigido pelo cineasta cazaquistão Timur Bekmambetov (“O
Procurado (2008)”), “Abraham Lincoln
- Caçador de Vampiros” é um filme que possui um jeito fictício e inteligente
de rever a história de uma figura emblemática de séculos passados. Baseado no
livro de Seth Jared Greenberg (que
também assina o roteiro), a produção surpreende pela qualidade acima da média.
A parte técnica tem momentos eletrizantes e sequências muito bem feitas,
beirando ao impecável. Mesmo um pouco acelerado em certos momentos, é uma ótima
diversão para quem curte filmes do gênero.
Na trama, somos guiados pelos olhos do décimo sexto
presidente americano a um mundo misterioso de sanguessugas que desejam tomar o
lugar dos vivos. Desde a infância vamos acompanhando a trajetória de Abraham
Lincoln, que recebe treinamento específico para se desenvolver e virar o maior
matador de vampiros do planeta. Com muitas amizades pelo caminho e descobertas
macabras, Lincoln vai chegando aos poucos ao poder, posição perfeita para
liderar e comandar um exército contra os mortos vivos.
A ingenuidade do jovem Lincoln é um contraponto interessante
para criar uma grande empatia com o público. Sempre demonstrando suas fraquezas,
se desenvolve muito ao longo da trama descobrindo com o espectador todos os
mistérios do mundo dos mortos vivos que bebem sangue. A ideia de transformar Abraham Lincoln em um
caçador de vampiros é bizarra, sim, mas porque não pode dar certo? Temerosos
cinéfilos já criticam o filme mesmo antes de assistir, provavelmente por conta
de um comentário ou outro, espalhados pela grande rede. Além de ser um bom
filme “Abraham Lincoln - Caçador de
Vampiros” tem um potencial gigante para virar um seriado de sucesso.
Conseguiram criar uma maneira inteligente de contar uma
história que nunca existiu. Nessa versão de antigos fatos, Lincoln lutava não
só por palavras e ideais mas com um machado poderoso (detalhado em prata)
cortando cabeças e mais cabeças de vampiros sedentos por sangue. O filme é
direto, entra rapidamente no núcleo dos assuntos fundamentais para preenchimento
de eventuais lacunas. Todo o clima é preparado para a batalha final, para
sabermos quem comandará a nação, os vivos ou os mortos. Em curtos flashbacks,
entre uma cena e outra, vamos conhecendo o passado de alguns personagens. Essa
maneira trivial de contar a história é fundamental para o sucesso do longa.
Se surpreenda, dê uma chance ao presidente contar uma
história que não existiu mas que garante o divertimento do mundo cinéfilo!