Ame, leia, veja, escute...e pense em mim de vez em quando. Baseado em uma história real, o longa-metragem argentino O Caderno de Tomy é uma história, antes de mais nada, sobre um último desejo de mãe para filho. Abordando temas delicados como a linha tênue entre procedimentos legais e a eutanásia, a difícil tarefa de dizer adeus, o projeto gera muitas emoções pois em nossas vidas já conhecemos ou conhecemos alguém que já conheceu quem teve câncer. Disponível na Netflix, o filme pode também ser definido como uma grande mistura de sentimentos. Escrito e dirigido pelo cineasta Carlos Sorin.
Na trama, conhecemos uma mulher de 40 e poucos anos
(interpretada pela ótima atriz argentina Valeria
Bertuccelli) que é diagnosticada com um câncer terminal. Seu marido (Esteban Lamothe), sempre ao seu lado,
faz de tudo para que ela fique bem nos seus últimos dias em um quarto de
hospital. Certo dia, fugindo de um quadro depressivo por conta de sua situação,
resolve escrever um diário endereçado a seu filho pequeno, a cada página que
escreve ela conta sobre sua experiência de estar ali mas também todos seus
desejos par ao futuro dele. Além do diário, resolve ir twitando sobre sua
rotina e acaba ficando famosa involuntariamente saindo em jornais e aparecendo
na televisão.
Quando ser corajoso e forte é nossa única opção. Não é um
filme fácil, há muita dor pelo caminho dos 84 minutos de projeção. Os diálogos
da protagonista com o médico chefe são sinceros, fortes e com uma maturidade
gigante. Sedação paliativa ou eutanásia, os contornos dessa linha tênue chegam
já no arco final dando bastante profundidade para o polêmico tema.
Por mais que não seja o foco principal, está dentro de
outros subtópicos o sentido do relacionamento de pais e filhos. Além disso é
algo profundo, dolorido e notório que não é fácil para ela nem para todos ao
seu redor. As cenas dos arcos finais deixam nossos corações apertados. O Caderno de Tomy gera muita reflexão
sobre o sentido de nossas vidas e o que fazemos com ela.