A lenda dos samurais espanhóis. Dirigido pelo cineasta espanhol Daniel Benmayor, em seu quarto longa-metragem, Xtremo é uma mistura entre drama e ação com muitas cenas violentas que partem do princípio da vingança (quase um clichê quando pensamos em motivos) para justificar toda a matança e necessidade de poder dentro de furados códigos de éticas dos habilidosos matadores que aparecem ao longo das cansativas quase duas horas de duração. A pretensão de embarcar em uma profundidade dentro do drama instaurado é o furo no barco desse que projeto que tem óticas coreografias que lembram alguns filmes asiáticos das últimas décadas.
Na trama, conhecemos o implacável matador Max (Teo García), que faz parte de uma conflituosa
família em busca do poder em Barcelona, na Espanha. Ele tem um filho e não deseja mais fazer parte
da matança diária, principalmente orquestrada por Lucero (Óscar Jaenada), um homem cruel que fora criado como irmão de Max.
Certo dia, após uma negociação que acabou em um banho de sangue, Max volta para
casa e um atentado contra sua família acontece, deixando seu filho sem vida.
Alguns anos se passam e Max se junta a María (Andrea Duro) para embarcar num plano de vingança contra Lucero,
responsável pelo atentado mencionado.
Como cinema de ação, convence em muitos momentos. Abre o
leque de possibilidades de lutas, com coreografias de vários tipos de armas e
técnicas de lutas. As razões do introspectivo personagem principal são bem
claras, é motivado por uma vingança que é planejada para ser executada da
maneira como sabe viver. Quando embarca no drama, principalmente no arco com o
jovem sem lar que deseja ajudar, o paralelo com a questão do falecimento do
filho acaba virando um sonolento clichê mal desenvolvido. Fora que a relação
dele com María é jogada na tela através de imagens isoladas mas não de diálogos,
um quebra-cabeça que precisamos montar de acordo com o que achamos, fica muito
na superfície, quase inexistente.
Xtremo lembra
alguns filmes asiáticos de anos passados, por conta das coreografias. Isso é
legal, mas é pouco. Estabiliza um vilão cruel, e o protagonista é como se fosse
o personagem de um jogo de vídeo game que precisa passar por fases e chegar até
o grande confronto final contra o último chefão. Mais do menos nesse sentido.