21/02/2025

Crítica do filme: 'De Sombra e Silêncio'


A cumplicidade em meio a um mar de descobertas. Diretamente de um país da Europa central com ótimas contribuições à sétima arte, a República tcheca (ou atualizado, Tchéquia), o longa-metragem De Sombra e Silêncio de forma objetiva e sem muita delonga transforma um segredo familiar em um pilar de acontecimentos surpreendentes  que rumam para o imprevisível.

A vida do veterinário Martin (Marian Mitas) passou por uma enorme transformação após um acidente de trabalho, fato esse que o deixou em uma situação estável mas bastante limitada, sem falar e com sérios problemas. Para cuidar dele, a esposa Erika (Jana Plodková) entra logo num embate com a sogra Dana (Milena Steinmasslová), com quem nunca teve boa relação. Com a chegada de uma outra mulher nessa história, segredos do passado vai sendo passados a limpo culminando em uma série de situações surpreendentes.

Umas das chaves do roteiro assinado - pelo também diretor da obra - Tomas Masin é gradativamente empilhar camadas em relações que chegam ao estopim com um acontecimento abrupto que muda todas as vidas dos personagens. Durante uma investigação de assassinato, com flashbacks que ajudam a reviver peças importantes desse tabuleiro misterioso, vamos vendo o desenvolvimento dos personagens num antes e depois. Isso entrega um dinamismo que ganha os caminhos da tensão.

Assuntos direcionados para as relações e a sociedade vão compondo uma série de elementos importantes para entendermos motivos dentro de ações e consequências. O elenco é ótimo, principalmente o trio feminino afiado em esconder o que nos espera no desfecho. E que final, já vale o ingresso!

Dentro do recorte que busca, num discurso reto e objetivo, há um olhar para a sociedade logo chegando de encontro com a exposição em torno da eutanásia, nas visões sobre uma traição, os embates familiares de longa data e a maturidade que se alcança através de um revés. Esse é um daqueles filmes de suspense bons para debate.