A Última Missão, novo filme disponível no Prime Video, aposta em um roubo mirabolante e no humor escrachado como base para uma trama já bastante familiar. Recheado de clichês e situações previsíveis, o longa não se arrisca em novos caminhos nem propõe algo além do que já vimos em tantas outras produções do gênero. Dirigido por Tim Story, com roteiro de Kevin Burrows e Matt Mider, o filme reúne os comediantes Eddie Murphy e Pete Davidson — ambos ex-integrantes do icônico Saturday Night Live — como protagonistas dessa comédia de ação que entrega pouco além do riso fácil.
Russell (Eddie Murphy)
é um experiente segurança de carro-forte prestes a celebrar 25 anos de
casamento. Já Travis (Pete Davidson)
é um novato ingênuo, sem grandes ambições, que acaba de ingressar na mesma
profissão. Quando os dois são escalados para trabalhar juntos, tudo parece
rotineiro - até serem surpreendidos por um grupo de criminosos liderados por
Zoe (Keke Palmer), uma figura
misteriosa ligada ao passado recente de Travis. A partir daí, a dupla
improvável se vê em meio a um plano perigoso e precisará encontrar uma forma de
sair dessa enrascada com vida.
No cenário atual do cinema, ousar é uma qualidade cada vez
mais valorizada - afinal, é no risco que muitas vezes nasce a originalidade. Já
a repetição excessiva ou qualquer traço de semelhança com obras anteriores pode
rapidamente afastar o público. Neste projeto, no entanto, o que se vê é uma
jornada rumo à mesmice: uma trama rasa e superficial, repleta de cenas de ação
desenfreadas e um discurso limitado. O filme resgata clichês antigos, envoltos
em situações forçadas e absurdas, sem conseguir oferecer frescor ou
autenticidade.
O filme segue à risca uma velha receita já exaustivamente
usada em produções semelhantes — algo que, em outros tempos, foi bem mais
lucrativo no cinema norte-americano. O roteiro, por vezes confuso, se apoia em
uma estrutura previsível, sem espaço para reviravoltas ou momentos realmente
intensos. Tenta encontrar brilho nos diálogos cômicos e no exagero das
situações, apostando no deboche e no absurdo como formas de inovação. No
entanto, com personagens pouco desenvolvidos e uma narrativa que carece de autenticidade,
o resultado é pouco convincente.
Sem grandes momentos e preso a uma linha narrativa
previsível, o filme desperdiça a oportunidade de equilibrar ação e comédia de
forma envolvente. Com personagens sem brilho ou carisma, o projeto falha
justamente onde poderia ter acertado: na química entre os protagonistas. Em vez
de explorar o potencial da dupla com energia e tempo de comédia — como por
exemplo Jackie Chan e Chris Tucker na icônica franquia A Hora do Rush —, a produção se acomoda
no óbvio.
A Última Missão é
o entretenimento miojo, rápido e decifrado em 3 minutos. São 90 minutos de
explosões, diálogos insossos e personagens em graça. Uma fórmula que não
encaixa em momento algum. E podem apostar: Eddie
Murphy e Pete Davidson na
corrida para o Framboesa de Ouro!