23/01/2020

Crítica do filme: 'Take It or Leave It (A Escolha)'


A aceleração da maturidade. Indicado ao Oscar pela Estônia, Take It or Leave It, ou,Võta või jäta, no original, é um drama profundo sobre a maternidade/paternidade. Somos testemunhas de momentos de descobertas e alguns angustiantes de irresponsabilidades. Escrito e dirigido pela cineasta Liina Trishkina é um grande tesouro em meio aos centenas de filmes europeus lançados a cada ano pelo mundo. Com um ótimo roteiro e um final arrebatador, Take It or Leave It é um dos grandes filmes europeus dos últimos anos. Um filme corajoso, um retrato emocionante sobre como o amor nos leva a patamares que nunca imaginamos estar.

O protagonista é um jovem de cerca de 30 anos, de origem e família na Estônia, que não sabe direito o que fazer da vida profissional e trabalha em obras na Finlândia. Completamente confuso e sem saber o que fazer após a notícia de que é pai, embarca em uma jornada de assumir a paternidade e os cuidados da recém nascida sozinho já que a mãe não a quis assumir naquele momento. Completamente sem jeito, talvez pela rebeldia que o persegue faz anos e que fica claro desde o primeiro arco do roteiro, Erik (Reimo Sagor) aos poucos vai se descobrindo como pai, navegando pelas responsabilidades e derrapando nas irresponsabilidades.

As dúvidas pairam a cabeça dos jovens. Desde o básico sobre o que fazer quando a criança recém nascida começa a chorar até sobre se devem ficar com a criança ou leva-la para adoção. É um recorte muito interessante bastante próximo da realidade, afinal com toda certeza histórias parecidas acontecem diariamente em todo o planeta.

O filme aborda muito bem o impacto da notícia do novo papai acaba mexendo com toda uma família.  O relacionamento com seu pai e mãe (principalmente a segunda, que domina as cenas em vários momentos) também sofre uma reviravolta e ele precisa enfrentar julgamentos por conta da ajuda que recebe, além do irmão que sofre com sua esposa por não conseguir ter um filho.

As técnicas de filmagens são ótimas, há muito silêncio que diz muito em bons e preenchedores planos. Já na reta final um eminente desenrolar jurídico acontece e a cereja do bolo, já no arco final, vale o ingresso. Um filme corajoso, um retrato emocionante sobre como o amor nos leva a patamares que nunca imaginamos estar.