18/11/2024

Crítica do filme: 'Um Mundo à Parte' [Festival de Cinema Italiano 2024]


O sonhar e o realizar. Buscando por meio do sorriso abrir leques superficiais de reflexões sobre questões sociais – principalmente ligadas à educação e a imigração – o longa-metragem Um Mundo à Parte, selecionado para o Festival de Cinema Italiano 2024, é antes de mais nada um filme nada pretencioso. Por meio de suas mensagens diretas e objetivas, o simpático projeto escrito e dirigido por Ricardo Milani, nos leva para um recorte na vida de um professor que passa por uma enorme transformação quando tem um desejo realizado.

Na trama conhecemos Michele (Antonio Albanese) um professor do ensino fundamental que está louco pra sair de Roma e ser transferido para um cidade do interior do país. Um dia ele consegue, indo parar numa cidadezinha gelada no interior que tem pouquíssimos habitantes. Quando consegue se estabelecer no lugar, o risco da escola ser fechada o faz ir atrás de soluções ao lado de Agnese (Virgínia Raffaele), a diretora do colégio.

O que muda e o que permanece. A escolha de um protagonista professor obviamente nos leva para as problemáticas do sistema educação, aqui caminhando apenas no superficial quando pensamos em críticas contundentes. Desmotivado num grande centro, o personagem principal entra em total desconstrução quando se vê envolvido como peça fundamental de um resgate para melhorias de um novo lugar. O que acontece de interessante a partir disso, dessa parte da premissa, é que entramos em interessantes debates sobre o êxodo das cidades menores, além de abrir seus olhares para a questão dos refugiados.

As diferentes tradições culturais dentro do mesmo país, as formas distintas de relações, são elementos que também contornam as boas reflexões dessa história. De forma animada, esse projeto se consolida como uma honesta boa sessão da tarde com muitas cenas engraçadas.


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