06/11/2020

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #164 - Vinícius Schmitsler


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Curitiba. Vinícius Schmitsler ou Um Cinéfilo Qualquer (Instagram @ um_cinefilo_qualquer), é um paulista adotado por Curitiba. É casado e tem dois filhos. Infelizmente sua página Um Cinéfilo Qualquer não é sua fonte de renda, para isso é Design, Redator, Social Media e Locutor. Por culpa do seu pai sempre assistiu a muitos filmes, passeio para ele era poder ir a locadora, ficava deslumbrado com tantas opções. Junte essa paixão com outras duas que é o humor e cultura pop, usou essas bases para construir sua página.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Eu gosto muito das salas UCI para o dia a dia, o preço é mais em conta e as salas são bem bacanas, mas quando ganho alguma pré estreia ou quero ver um filme do coração vou no IMAX.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Meu primeiro filme no cinema foi O Rei Leão, mas quando vi Avatar dei aquele "espera, isso é muito mais que entretenimento".

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Gosto muito da visão do Edgar Wright, o meu filme favorito dele é Baby Driver.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Hoje eu fico dividido. Eu gosto de Central do Brasil, para mim ali houve uma transformação na qualidade das produções. Aí eu conheci Bacurau e fiquei apaixonado, o Nordeste dá um clima do que seria nosso Velho Oeste, adoro isso.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Para mim é simplesmente gostar muito de filme, não necessariamente ser apenas técnico, mas o amor por essa arte.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acredito que os cinemas mais populares foquem mais no entretenimento, o que não é errado, mas pessoas que procuram produções mais técnicas sofrem mais para encontrar.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Se as produtoras lançarem os filmes em streaming simultaneamente ao lançamento do cinema os cinemas deixaram de ser rentáveis e teremos bem menos salas com preços absurdos,  mas acabar acredito que não.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Repo! The Genetic Opera.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não deveriam.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Muito alta, em todos os aspectos.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme:

Estou gostando muito do trabalho do Johnny Massaro.

 

12) Defina cinema com uma frase:

O cinema é um presente da criatividade.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Kkkk eu fui na pré estreia do filme 3d dos Cavaleiros do Zodíaco e foi lindo ver um monte de jovens de 30 anos cantando o tema do anime.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Uma obra prima nacional.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

 

Não, mas precisa amar cinema.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Death Note da Netflix, foi uma falta de respeito.

 

17) Qual seu documentário preferido?

SICKO.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

VÁRIOS, inclusive a animações.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Super Man... brincadeira ...... Eu amo 60 segundos.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Cinema com Rapadura.

 

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05/11/2020

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #163 - Lucas Alves


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de São Paulo. Lucas Alves é capricorniano, míope, cinéfilo e chato. Paulista de nascimento e carioca de coração. Apaixonado por cinema desde que se entende por gente. Desde o início do ano, encorajado por vários amigos que adoravam ler as suas opiniões sobre os filmes que assistia quase que diariamente no cinema, resolveu criar o Cine Luck (Instagram @cine.luck ) no início do ano pra registrar um pouco dessa rotina.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Sem dúvidas o Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca. Tenho algumas outras salas que amo, mas o Frei Caneca é literalmente o melhor de dois mundos, a programação é bastante eclética, lá você assiste filmes de arte e na sala ao lado, blockbusters.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Zuzu Angel de 2006 foi um dos filmes que acabou "virando a chave" dentro de mim e literalmente me abrindo os olhos pra enxergar o cinema de uma maneira diferente. Me lembro de ter saído do cinema quase que em transe.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Tenho vários favoritos... Admiro o trabalho de muitos diretores, mas se for pra escolher só um, meu favorito é o Tarantino, pelo conjunto da obra. Além do que os filmes dele são sempre cheios de camadas e a cada vez que você assiste, vai descobrindo uma coisa nova.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Recentemente Bacurau se tornou o meu favorito. É arrebatador. Direção, roteiro, produção... É uma obra prima contemporânea.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ser cinéfilo pra mim é definitivamente ter paixão pelo cinema. Independente de gênero, blockbusters, comédia, terror, drama... O cinema é um conjunto de tudo isso, não apenas dos filmes de arte.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

De certa forma sim. Pois entender de cinema também é entender o seu público. Apesar de sempre tentar quebrar essas barreiras, eu sei os cinemas precisam acima de tudo serem rentáveis pra continuarem vivos.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

É pouco provável. Se um dia acontecer, ainda vai demorar muito. Mesmo com toda a tecnologia que hoje temos dentro das nossas casas, nada disso chega aos pés de entrar naquela sala escura e se deparar com uma tela gigantesca na nossa frente. O cinema é muito mais do que só o filme que está sendo exibido.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Música Para Morrer de Amor, de Rafael Gomes.

Tenho uma relação de muito amor com o projeto que é adaptado de uma peça de teatro que assisti em 2010. É sobre falar de amor com trilha sonora. Melhor impossível.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Seguindo todos os protocolos, eu não vejo problema já que em muitos lugares as pessoas são obrigadas a enfrentar diariamente situações de risco muito maior. Eu particularmente não me sinto seguro e não pretendo voltar a frequentar as salas tão cedo, infelizmente. A saudade é imensa já que nos últimos três anos ir ao cinema é quase que uma atividade diária pra mim, mas tenho a sorte de poder permanecer em isolamento desde março e por enquanto os serviços de streaming têm ajudado bastante a preencher a lacuna.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

 

A cada dia que passa eu me surpreendo mais com a qualidade das produções brasileiras. O cinema nacional, apesar dos ataques que tem sofrido, vive um de seus melhores momentos. O problema é que a grande maioria das pessoas ainda não têm acesso a tudo e acabam ficando sempre presas ao mesmo nicho.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Ingrid Guimarães, definitivamente. HAHAHAHA

 

12) Defina cinema com uma frase:

Absolutamente tudo pra mim.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

O dia em que eu fui assistir Encarnação do Demônio, do Zé do Caixão. Na época eu tinha 16 anos e a classificação do filme era 18 anos. Morrendo de medo de ser pego, escolhi um filme da Meg Ryan que estava passando na sala ao lado, esperei dar o horário da sessão e troquei de sala. Na hora dei de cara com funcionários do cinema e fingi que ia ao banheiro, esperei mais alguns minutinhos e tentei novamente. Me escondi nas poltronas do canto e fingi que nada tinha acontecido. Foi uma sessão tensa, mas consegui assistir. Depois perdi o medo e fiz isso mais algumas vezes pra assistir Jogos Mortais também.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Um clássico, trash, mas ainda assim um clássico.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não necessariamente. Qualquer um pode dirigir um filme, mas isso não quer dizer que o resultado vai agradar. Acredito que seja preciso ter o mínimo um conhecimento técnico.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

 

Nossa, são tantos... Dos mais recentes eu diria que CATS eu não consegui digerir até hoje.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Tenho dois documentários nacionais que acho que todo mundo deveria assistir pelo menos uma vez na vida: São Paulo Em Hi-Fi do Lufe Steffen e Divinas Divas da Leandra Leal.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Muitas vezes, mas em situações de não-evento acho que os únicos foram Aquarius e Bacurau. É uma delícia ver esse tipo de reação espontânea da plateia.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Feitiço da Lua (Moonstruck).

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Tenho lido menos ultimamente e acompanho mais pelos perfis do Instagram ou pelo Youtube, mas sempre gosto de conferir as críticas do AdoroCinema e do Cinema com Rapadura.

 

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Crítica do filme: 'Otac'


O amor dos pais é a coisa mais importante para as crianças. Com um background de um desesperado pai lutando para conviver novamente com os filhos e abordando um dramático retrato social e político de um país completamente desconhecido em suas estruturas por muitos de nós, Otac, longa-metragem sérvio escrito (também por Ognjen Svilicic) e dirigido pelo cineasta Srdan Golubovic é uma baita pancada em nosso estômago. Em linhas profundas o filme aprofunda assuntos como o desemprego, o papel da lei na figura associada ao serviço social, a corrupção, o papel da imprensa. Um filme duro como muitas realidades do lado de cá da telona.


Na trama, com um abre alas impactante, conhecemos o desempregado Nicola (Goran Bogdan) um homem de poucas palavras, que vive de bicos. Após um desesperado ato de sua esposa, tendo os seus dois filhos, um menino e uma menina, de testemunha, acaba embarcando rumo a uma desesperante luta (quase silenciosa) contra as leis de sua cidade e os absurdos da corrupção que assola a lei da região. Com os filhos tirados dele, resolve ir até a maior cidade da Sérvia, Belgrado, a pé, para contestar a sentença que recebera.


Os interesses, a corrupção... onde estão os limites da lei? Dor e sofrimento por todos os lados. O longo caminho percorrido por Nicola é árduo, cansativo e muito dramático. Há contrapontos por todo o trajeto que acabam de alguma forma refletindo em sua história atrás de uma solução difícil perante uma burocracia boboca que infelizmente existe em qualquer lugar do mundo. A fé o encontra mas adere ao positivismo como forma de seguir em frente, o ato final é primoroso contextualiza tudo que foi mostrado ao longo das quase duas horas de projeção. Nas lições que aprendemos, uma é a mais cruel: homens de bom coração também sofrem.

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04/11/2020

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #162 - Lindivan Lima


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Camaragibe. Lindivan Lima, tem 28 anos. Ama filmes, em especial Terror e suspense. Casado, natural de Recife. Criou a página Cineincast (Instagram @cineincast) junto a um amigo, com a intensão de mostrar as impressões e opiniões sobre séries e filmes, tem hoje um pouco mais de 1050 seguidores, percebe que a crítica escrita está ganhando um espaço interessante, mas ainda é muito menos procurada que canais de YouTube.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Aqui na minha cidade temos um Shopping, chamado Camará, é lá que geralmente vou porém prefiro ver filmes em casa.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Cara, minha melhor experiência no cinema foi Mad Max - Estrada da Fúria- ver na telona foi muito bom

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Tarantino, melhor dele para mim é Bastardos Inglórios, embora amo todos os outros.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

O Auto da Compadecida é rico demais e divide posição com o recente Bingo - O Rei das Manhãs.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Amar cinema independente do gênero.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não; A programação é feita por quem entende de negócios.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acho que não, acredito na modernização delas.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Cara, eu vi um chamado SAM WAS HERE e me impressionou muito, acho que poucas pessoas viram.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Acho que está no caminho certo.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Não tenho um específico.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Cinema é imersão, é você poder ir a diversos mundos por algumas horas.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Nunca presenciei algo de tão diferente.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Eita kkkk, nunca vi e talvez nunca veja.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não necessariamente, mas acredito que trabalhar amando tudo o que faz é bem melhor.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Eu costumo dizer que poucos filmes ruins me fazem querer desligar antes do fim, pois gosto de ver o final para poder opinar, o que eu quase parei antes do fim foi 50 TONS DE PRETO uma sátira dos irmãos Wayans, para mim foi o pior filme que já vi.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Cosmos é fascinante, fico com ele.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão? 

Vingadores Guerra infinita; Quando Thor Desce rodeado de raios, todos na sala levantam e aplaudem, fui junto kkkkk.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Mandy, amo muito!!

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Sou mais de ver YouTube, então.

Meus dois Centavos e Super 8, vejo também canal do Getro pois sou fã do terror.

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03/11/2020

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #161 - Rodrigo Bittencourt


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de São Paulo. Rodrigo Bittencourt tem 18 anos, é designer gráfico e um dos fundadores e administradores do Central Cine (Instagram @canalcentralcine). Apaixonado por filmes desde criança, ama tudo que vem do cinema em geral, ama estudar e analisar as tendências do mundo do cinema.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Eu tenho dois cinemas favoritos, com relação a programação e estrutura eu gosto muito do Cinemark do SP Market, mas eu vou no PlayArt Marabá sempre que posso, eu amo aquele lugar.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Acho que foi desde a primeira vez que fui no cinema, sempre amei aquele lugar desse muito pequeno, se eu não me engano o meu primeiro filme foi Ratatouille.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Eu sou apaixonado pelas obras do Christopher Nolan, com certeza um dos melhores diretores da atualidade, a intensidade, o sentimento que é passado em cada filme me fascina; o meu filme favorito dele é Inception (A Origem).

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Que Horas Ela Volta?, filme incrível, o cinema brasileiro sabe como mostrar a realidade da sociedade em diversos aspectos, esse filme mostra bem isso, assim com Cidade de Deus, Tropa de Elite entre outros, mas Que Horas Ela Volta? me tocou como nenhum outro.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ser cinéfilo é amar, é sentir o cinema, não apenas assistir por assistir, é extrair cada detalhe, cada sentimento da obra em si.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

As salas de cinema obviamente são instituições privadas, e como toda instituição privada, o lucro sempre está acima de tudo, creio que entendem sim de cinema, mas lógico que pra eles é preferível um blockbuster extremamente popular do que um filme como Parasita por exemplo.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Eu quero muito, de coração, acreditar que não, mas acho que vai chegar uma hora que vai acabar sim, talvez não na nossa geração, mas vai, a popularidade do cinema vem caindo muito com o crescimento das plataformas de streaming, cada dia que passa tem mais pessoas que não frequentam mais as salas de cinema e preferem o conforto de suas casas.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Passaria o dia indicando aqui, mas vou indicar Watchmen, sei que é um filme bem conhecido entre muitos, mas não é tão popular quanto merece ser

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Eu não digo que deveria abrir somente após uma vacina, mas sim com um sistema eficaz que posso conter a aglomeração e ainda assim manter o conforto o máximo possível, mas se isso só for possível através de uma vacina, que seja.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Na minha humilde opinião, a qualidade do cinema brasileiro é ótima porém limitada e infelizmente pouco valorizada.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Eu não tenho um artista brasileiro favorito a esse ponto, mas gosto muito da atuação do Wagner Moura nos filmes.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Uma maneira diferente de ver o mundo.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema

Um cara meio chapado entrou na sala e começou a gargalhar por qualquer coisa que acontecia no filme, foi muito engraçado.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Pior que isso, só o "Santana, acabe com ela!" Hahahaha mas é um classicão trash do Brasil, temos que admitir.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não necessariamente, mas é importante em questão de aprendizado, se inspirar em algumas obras sempre é um bom caminho para uma boa qualidade, mas não acho que seja algo totalmente necessário.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Vish tem vários, não dá pra escolher um só.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Não acompanho muito esse gênero, mas curto bastante os documentários sobre guerras.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Muitas vezes

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

A Lenda do Tesouro Perdido.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Omelete, AdoroCinema e Observatório do Cinema.

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Crítica do filme: 'Spagat'


As quebras na linha do coração. Segredos, imigrantes ucranianos ilegais na Suíça, uma traição, um estopim inusitado. Dirigido pelo cineasta suíço Christian Johannes Koch, Spagat, que fez parte da ótima programação da Mostra SP 2020 é um longa-metragem suíço com um roteiro afiado (mesmo quando perde um pouco de fôlego nos últimos arcos com entrelinhas não muito bem resolvidas) onde consegue manter um clima de tensão sobre as consequências dos atos dos personagens. O ponto de interseção são as escolhas da protagonista Marina (Rachel Braunschweig em atuação segura) que descamuflam todas as mentiras em um efeito dominó impactante para os envolvidos.


Na trama, conhecemos a professora Marina (Rachel Braunschweig) que vive com sua filha e seu marido em uma área bem desenvolvida na cidade do interior da Suíça. Só que parte da vida de Marina é uma grande mentira, ela se relaciona faz meses com Artem (Aleksey Serebryakov) um imigrante ucraniano que mora na Suiça faz 6 anos sem documentação ou visto de residência junto com sua filha Ulyana (Masha Demiri), uma prodígio da ginasta que é aluna de Marina. Após um roubo de um headphone, uma série de acontecimentos se estabelecem mostrando a tese de que mentira tem perna curta.


Pra quem você falou de mim? O relacionamento entre pai e filha é conturbado. O primeiro é apaixonado pela amante mesmo sabendo que nunca a terá por completo e busca proteger a filha dos problemas legais por serem imigrantes sem documentação; a segunda imatura e inconsequente acaba não tendo culpa sobre a situação que vive, olha os outros tendo muito e ela limitada. Acontece um cenário curioso, a figura materna de Ulyana vira a amante secreta de seu pai. Confusão formada, os caminhos que cada personagem seguem a partir das cartas todas na mesa, gera dor e escolhas em outros tantos que os rodeiam.  

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Crítica do filme: 'Valentin'


A vida, desde sempre, é uma eterna arte do sonhar. Escrito e dirigido pelo cineasta Alejandro Agresti, Valentin, película argentina lançada no ano de 2002 é um drama profundo com pitadas cômicas por todos os lados. Busca na leveza e simpatia conversar com o espectador sobre um tema muito duro que é a falta de responsabilidade de pais e o olhar de uma criança para esse mundo tão cruel.  A chegada do K7, a morte de Guevara, estamos no final da década de 60 e o fantástico mundo da lua do protagonista é ativado para lutar contra as tristezas que afetam seu lindo e carinhoso coração.


Na trama, conhecemos Valentin, um menino de 8 anos, muito maduro para sua idade, garoto sonhador, solitário, que possui um desejo enorme de astronauta quando crescer. Mora com a avó faladeira (Carmen Maura), sente uma tremenda saudade de sua mãe, vê pouco o pai distante e sonha em ter uma nova mãe. Certo dia, seu pai o apresenta a uma nova namorada, Leticia (Julieta Cardinali) e Valentin acredita que essa com certeza será a sua nova mãe.


Quão imaginativo podemos ser? A falta da presença do pai e da mãe faz a pequena cabecinha brilhante de Valetin ter uma lacuna, uma carência, preenchida pela avó, pelo tio, pelo amigo vizinho pianista e por Letícia. Mas seus objetivos quase sempre não dão resultado mesmo assim ele não perde a vontade de tentar novamente, como todo bom sonhador. A história de Valentín é um paralelo lindo com a realidade desse mundão aqui de fora, dos que crescem acreditando nos seus sonhos e porque não também mostrar que obstáculos existem mas que nada é mais forte que um coração sonhador.

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02/11/2020

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Crítica do filme: 'Mosquito'


A guerra no pensamento e a pátria no coração. Em seu segundo longa-metragem como diretor, o moçambicano João Nuno Pinto encontra dentro de uma fórmula de um roteiro não-linear, fragmentado, para contar o começo, meio e o fim de uma jornada inclusa dentro de uma guerra que encontra pelo caminho o medo, as incertezas e figuras que fazem o protagonista pensar sobre a própria existência. Mosquito passa pela dura realidade da guerra e termina dentro de lições em busca de uma dignidade. Nos sentimos dentro de uma poesia embaçada, explicando as mais diversas formas de ativação do espírito de sobrevivência. Um trabalho muito interessante que provavelmente não chegará ao complicado circuito exibidor brasileiro. Um belo trabalho, sem dúvidas.


Na trama, conhecemos o soldado Zacharias (João Nunes Monteiro) que por vontade própria se alista no exército português e assim é enviado a Moçambique, na África, com a missão de defender a colônia portuguesa da invasão alemã. Seu pelotão acaba o abandonando porque o protagonista contrai malária. Esse se cura e resolve de maneira inconsequente ir atrás do seu pelotão que está a dias na sua frente. Enfrentando vários tipos de problemas e esbarrando com muitas pessoas, há momentos de silêncio e solidão onde o protagonista precisará encontrar forças para lutar contra sua mente e invocar assim um espírito de sobrevivência. O roteiro de Mosquito é baseado na história real do avô do diretor, que foi um dos soldados mandados a Moçambique na guerra.


Os diálogos se tornam rodadas construtivas sobre inflexões da vida e indagações sobre, desde já, um presente incerto. O fator fé chega forte nos momentos de perda da razão. Há um mix de elementos interessantes que contornam esse drama camuflado de filme de guerra (poucos tiros são disparados inclusive) em um grande espetáculo visual. Filme feito para ser visto em salas de cinema, com certeza a experiência que produz será ampliada, pena que nesse ano de 2020 nossa única oportunidade de conferir esse é pela ótima programação da Mostra SP. Uma pergunta importante seria sobre o mercado audiovisual por aqui. Porque filmes portugueses (ou de países co-irmãos de mesma língua da nossa) insistem em não chegar no circuito exibidor brasileiro? É falta de olhar dos distribuidores? Temos sempre que aguardar um festival que role por aqui para termos acesso.


Atualização (03.11): um amigo disse que o filme tem distribuidora no Brasil. Tomara que essa consiga a janela cinema para esse bom filme. Vamos torcer. 

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #160 - Lucas Dominic


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, do Piauí. Lucas Dominic é o criador do IG @incrivelfilme. Seu amor por cinema começou desde muito cedo e o Instagram o ajuda a falar para pessoas que assim como ele amam a sétima arte. O Incrível Filme nasceu para trazer posts imersivos, trazendo uma experiência única ao ler os posts, cada um deles conta uma história.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Na minha cidade não tem cinema, mas na cidade vizinha que fica a 100km, lá as salas são convencionais. Sou de Salvador, então, a rede de cinemas que mais gostava de ir era a Cinemark e Cinepolis. Curti muito o IMax com aquela imersão fantástica e alguns filmes vi em 4D, como Aquaman e foi uma experiência incrível.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

O primeiro que lembro ter visto foi O Rei Leão, era criança ainda, mas me encantei demais e a partir daí queria consumir ainda mais, o primeiro nós cinemas foi Titanic e foi algo mágico, amei a forma como o filme nos envolve e nos conta uma história.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Spielberg, esse cara revoluciona até hoje. Um dos melhores é Jurassic Park.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

O Homem do Futuro. Mostra que podemos falar de ficção científica e ter um belo filme.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Cinéfilo é de 10 palavras pelo menos 5 delas ter a ver como cinema. Eu vivo cinema, assisto no mínimo uns 4 filmes por semana e é como uma válvula de escape, como viver outra vida. É incrível.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Eu espero que sim, mas acho que não. Acredito que deve ser tratado com mais carinho e ter pessoas qualificadas na área.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Tudo deve evoluir, e tenho medo do fim, mas assim como o teatro que existe a anos e anos e sempre se reinventa, o cinema fará o mesmo.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Os Goonies, acredito que muita gente não viu e é exatamente um filme ótimo para iniciar com os clássicos de aventura.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não, mas entendo que muitos nunca mais vão abrir e isso parte o coração.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Nosso cinema é incrível, temos muitos filmes que dão de lavada nos americanos, temos atores e diretores mundialmente renomados, mas o problema do Brasil são os próprios brasileiros.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Wagner Moura e Rodrigo Santoro.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Uma experiência Imersiva Incrível.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

haha, em uma seção de 11 homens e 1 segredo quando um carinha levantou e gritou um outro pelo apelido: SEQUELAAAAAAAAA.... Acho eu que foi tudo combinado, mas a sala inteira sorriu.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Não conheço.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Sinceramente não, mas acho necessário.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

O Nevoeiro.

 

17) Qual seu documentário preferido?

For Sama.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Já, Vingadores Ultimato e Velozes e Furiosos 7.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

A Lenda do Tesouro Perdido, 60 segundos.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

ScreenRant.

Continue lendo... E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #160 - Lucas Dominic

01/11/2020

Pausa para uma série - O Gambito da Rainha (1ª Temporada)


O fascinante universo criado para entendermos de maneira viciante as aberturas do peão da dama. 2020 está acabando (graças a DEUS) e parecia que nada muito novo surgiria, nos, agora, mais famosos streamings que temos disponíveis no Brasil. Eis que surge, sem muito alarde, O Gambito da Rainha, da Netflix, um poderoso retrato de uma obsessiva orfã que da maneira mais inusitada possível, descobre ter uma vocação impressionante para um jogo matemático, inteligente que percorre o mundo desde o século VI. No papel principal, Anya Taylor-Joy dá um verdadeiro show em cena.


Na trama, com sete episódios bastante intensos, conhecemos Beth Harmon (Anya Taylor-Joy) ainda criança e órfã, chegando a um rígido lar para crianças abandonadas aos 9 anos. Lá, acaba conhecendo Mr. Shaibel (Bill Camp), o zelador da instituição que a mostra um jogo chamado xadrez. A partir desse dia, que conhece esse jogo, Beth nunca mais para de jogar. Ela cresce, é adotada, e começa a percorrer alguns dos principais torneios dos Estados Unidos em troca de experiência e grana, tendo a seu lado, a princípio, sua mãe adotiva, Alma (Marielle Heller).


Com uma linha temporal bastante extensa, o roteiro dessa primeira temporada tem o mérito de ter sete episódios muito bem desenvolvidos, onde conseguimos observar uma desconstrução para uma construção de uma personagem complicada, que gosta da solidão mas não de ficar sozinha. O Xadrez é uma ferramenta que Beth adota para se proteger contra qualquer outro pensamento do mundo, suas amizades acabam chegando por conta dessa obsessão a esse jogo que é entendido em alto nível por poucos, como se fosse uma outra língua.  


O universo dos filmes já teve filmes emblemáticos que giram torno de jogadores de xadrez e quase sempre nos trazem histórias emocionantes por conta dos excêntricos personagens. Digo dois filmes ótimos aqui: Lances Inocentes (que passava na tv aberta muitas vezes na minha infância) e o ótimo O Último Lance com atuações inesquecíveis de John Turturro e Emily Watson com trilha sonora de Alexandre Desplat.


O Gambito da Rainha deve ganhar uma segunda temporada, o bom é que essa primeira parte deixa inúmeras portas para serem abertas e seguirmos conhecendo melhor essa ótima protagonista feminina.

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Crítica do filme: 'Borat: Fita de Cinema Seguinte'


As entrelinhas simbólicas da provocação. Como impactar novamente 14 anos depois? Voltando às telas (dessa vez direto no Streaming) e estrategicamente lançado pouco antes das eleições presidenciais norte-americanas, Borat: Fita de Cinema Seguinte não surpreende tanto quanto em outros tempos mas a fórmula do humor provocativo, escrachado, está afiada, cheia de linhas tênues que mostra ao espectador a péssima piada que é uma parte do nosso mundo. O ator britânico Sacha Baron Cohen, criador do famoso personagem, volta como o repórter cazaque fictício Borat Sagdiyev.


Seguindo moldes parecidos do primeiro filme, dessa vez vemos as consequências para Borat (Sacha Baron Cohen) por ter feito o que fez no passado e dessa vez acaba ganhando uma missão do seu próprio governo. O objetivo consiste em ir ao EUA e se encontrar com uma alta autoridade de maneira inusitada. Para cumprir o objetivo, contará com a ajuda de sua filha  Tutar (Maria Bakalova). Navegando pelo absurdo, Borat expõe parte de uma sociedade incapacitada de aprender com os mesmos erros.


A arte tem o poder da denúncia, da reflexão. Gênio ou louco, Sasha merece crédito, seu liquidificador cômico vai até as profundezas da política real deixando para o espectador enxergar o que precisa ser visto. Políticos a favor de Trump são alvos de situações e gozações, inclusive o próprio. Mesmo com o alto teor político, o filme abre espaço para a situação das mulheres em alguns lugares do mundo e o comparativo com o estilo de vida norte-americano, o que leva à várias reflexões.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #159 - Vinícius Galan


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado é cinéfilo, de São Paulo. Vinícius Galan está estudando Jornalismo - Comunicação Social. É técnico em Publicidade - Senac. Co-Founder do blog Holofote Jornalismo e produtor de conteúdo da página @umfilmecadadia (no Instagram). Apaixonado por cinema e esportes.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Petra Belas Artes, por se tratar de um cinema de rua aconchegante.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Homem-Aranha 2.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Stanley Kubrick, 2001 - Uma Odisseia no Espaço.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Central do Brasil, por me proporcionar um impacto emocional impressionante.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É estar aberto a assistir a todo tipo de filme, de todos os gêneros e estilos e, principalmente, amar a sétima arte.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não, na maioria das vezes só curtem se divertir um pouco.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Definitivamente não.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Mandy, com o Nicolas Cage.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Sim, com os cuidados e as prevenções necessárias.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Rica. Temos grandes diretores e diretoras.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Fernanda Montenegro e Wagner Moura.

 

12) Defina cinema com uma frase:

O lugar onde a mágica acontece, e eu embarco.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Um cara bêbado atrás de mim falando durante todo o andamento do filme, mas quem nunca, né?!

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Nunca assisti.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não necessariamente, mas que ajuda muito no processo de produção, sem dúvida.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

The Room, tão ruim que fica bom. Um cult. Rs.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Super Size Me.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Já, na sessão de O Farol, ano passado, na Mostra Internacional de Cinema de SP, no Auditório do Ibirapuera.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Homem-Aranha no Aranhaverso.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Omelete e AdoroCinema, curto muito os dois.

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Crítica do filme: 'Toprak'


O acrobata no abismo de olhos vendados para um norte que desconhece. Diretamente da Turquia o longa-metragem Toprak nos mostra um recorte muito verdadeiro de uma família com Avó, tio, sobrinho, e, como relações ‘pais e filhos’ atravessaram gerações com a mesma mentalidade. Há duas perspectivas, a do tio (um homem que não viu o mundo, desconfia de tudo, e só acredita no trabalho manual, no campo, como forma de ganhar seu sustento) e a do protagonista Burak que sonha em cursar a universidade. Dirigido pela cineasta turca Sevgi Hirschhäuser, o filme nos leva para a terra, a dor, as escolhas em um confronto contra o medo do desconhecido.


Na trama, conhecemos o jovem Burak (Burak Aydin) que passa seus dias entre a escola e vendendo romãs na beira de uma estrada que divide o campo do centro, voltando tarde da noite sozinhos pela estrada, a pé. Ele é criado pelo tio Cemil (Numan Çakir), um homem analfabeto que cria o protagonista desde a morte dos pais dele anos atrás. Eles vivem junto com a avó de Burak, mãe de Cemil, que está muito doente. Quando a oportunidade de Burak em ir pra universidade bate a porta, uma decisão de Cemil acaba o deixando no limite para testar sua fé.


Tradições, cultura, fé, campo, terra. Entendemos melhor o universo de Burak quando pensamos nesses elementos incorporados as ações pelo tio. Os conflitos chegam para os dois personagens de forma determinante e assim entendemos melhor os porquês. O sonho tem um papel importante dentro do modo de pensar de Burak e cenas lindas são vistas como forma imaginativa do encontro do mesmo com os pais que pouco conheceu. Lições importantes, até mesmo pelo rico sentimento da quebra da quarta parede no ato final fazem desse um delicado retrato de muitos mundo à fora. Afinal, as oportunidades deveriam chegar mais facilmente para quem não vai desperdiça-las.

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31/10/2020

Crítica do filme: 'Shirley'


Originalidade não é algo que simplesmente se manifesta. Exibido nos prestigiados Festivais de Berlim, Sundance e Mostra de SP desse 2020 atípico, Shirley, entre outras questões, aborda o relacionamento matrimonial em duas óticas. Mesmo dentro de um compasso de uma história dentro de uma outra, o roteiro prioriza o ritmo, sem perder completamente o sentido em seus complexos arcos, pois, no final das contas, acaba sendo muito interpretativo. Dirigido pela cineasta norte-americana Josephine Decker e baseado no livro homônimo da escritora Susan Scarf Merrell, o longa-metragem conta com um elenco brilhante, destaque para mais uma atuação impressionante de Elisabeth Moss, uma das mais completas artistas da atualidade.


Na trama, conhecemos a Indelicada, inconveniente, provocativa, excêntrica, adivinhadora de futuros, que sofre com conflitos internos, tem uma visão complicada do mundo, vive tragédias diárias em seu casamento, a escritora Shirley Jackson (Elisabeth Moss) que passa sua vida reclusa em uma casa confortável, tendo a companhia do seu marido Stanley (Michael Stuhlbarg), um prestigiado professor de universidade. Com a chegada do jovem casal Rosa (Odessa Young) e Fred (Logan Lerman) para morarem durante um tempo na casa de Shirley e Stanley, a nova dinâmica mexerá bastante com a rotina depressiva da primeira que entre outros feitos, embarca em uma análise angustiante sobre si mesma e tudo que cria nos seus elogiados textos influenciando a imatura e sem experiência de vida Rosa.


Não é um filme fácil, um quebra-cabeça com peças difíceis de encontrar. A relação de marido e mulher é tensa, com limites ultrapassados, enquanto somos testemunhas de uma desconstrução, ao mesmo tempo vemos uma nova construção de caminhos. As imposições se tornam bastante questionáveis, principalmente, quando começamos a perceber um machismo nada sutil em várias linhas dos arcos com foco no ótimo personagem Stanley (brilhantemente interpretado por Stuhlbarg, um grande ator bastante subestimado).


Nos arcos finais, há uma loucura de acontecimentos intercalados, onde, às vezes, demoramos a encontrar algum sentido. Mas, aliás, as entrelinhas nunca foram tão ricas em paralelos e analogias nesse trabalho que acaba sendo um grande faz de conta do mundo real.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #158 - Claudio Rosa


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de São Paulo. Claudio Rosa é um cinéfilo que entende que o cinema é necessário e que compartilha um pouco dessa paixão na página @intomycinema (no instagram), um dos fundadores do podcast e página @cine_gorlami (no Instagram). Sempre buscando aprender mais sobre essa maravilha que é História do cinema.

 

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Gosto do Espaço Itaú de Cinema. Petra-Belas Artes e Cine Sesc em todas elas o que me agrada muito é a programação bem diversa que proporciona acesso a filmes de outros países e sobretudo o clima de cinema que elas proporcionam, parece que respiramos cinema quando estamos lá.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Cara, eu me lembro de ter ido ao cinema quando pequeno e assistido encantado primeiro a emoção das pessoas entrando na sala e depois claro com a sensação maravilhosa que é assistir o filme na telona. Depois que comecei a ir mais vezes, tomei como hábito olhar as pessoas, parar mesmo de olhar para tela e ver as reações das pessoas, e é encantador ver de fato a magia do cinema nos olhares iluminados pela tela. Exatamente o que vemos em Cinema Paradiso, sabe?  Tem alguns filmes que são marcantes Senhor dos Anéis, Central do Brasil, Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças, Batman Cavaleiro das Trevas, Encontros e Desencontros....

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Tenho inúmeros diretores. mas hoje olhando tudo que fez Martin Scorsese é incrível. Bons Companheiros, Touro Indomável e a homenagem que ele faz ao cinema em A Invenção de Hugo Cabret é digna de aplauso. Difícil escolher um, mas estes são ótimos e depende do momento pode ser outro rs.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Temos vários filmes ótimos, mas hoje escolho Central do Brasil por as camadas que tem. Por mostrar essencialmente como o ser humano é profundo e como a relação uma humana é fundamental para nossa espécie. Walter Salles conseguiu contar uma história maravilhosa através do brasileiro como a gente. Assim como no filme nós fazemos a história todos os dias.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ser cinéfilo é você estar numa conversa com alguém, ela fala uma situação que esteja passando e você imediatamente lembra de um filme e com isso conseguir de certa forma ter uma conversa agradável e leve mesmo que a situação seja difícil

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não, a maioria das salas colocam goela abaixo o que o mercado pede no momento.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não...teremos algumas sempre, como resistência pode ter certeza.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Tem um filme espanhol que gosto muito que se chama Los Lunes al Sol, Segundo Feira ao Sol por aqui, filme maravilhoso que conta com Javier Bardem no elenco. Recomendo muito.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

O não aqui é categórico. Devem reabrir quando todos tiverem acesso à vacina.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Temos filmes com a qualidade lá em cima, só que o investimento e respeito com o cinema deveria ser outro e no atual momento trágico que temos no governo do Brasil precisamos torcer para que o cinema consiga resistir.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Fernanda Montenegro e Wagner Moura.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Necessário!

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Cara, lá em 1999 estava na fila para assistir O Sexto Sentido, era estreia todo mundo falando do filme e tal. A maior expectativa. E o Cinemark teve a brilhante ideia de liberar as pessoas da sala passando do lado da fila de entrada...consequência escutei um spoiler bem pesado digamos assim rs....

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Não assisti (rs)

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Acho que não. Mas se ele quiser ser um dos melhores aí sim!

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Teve vários infelizmente, mas me veio na cabeça Pandorum, de 2009, que assisti em um noitão do Belas Artes, evento que assistimos 3 filmes durante a madrugada. Adoro este evento, espero ter novamente... Mas sempre tinha um que não sabíamos se era bom (rs) esse não foi.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Hoje é Before the Flood em português Seremos História?

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Algumas vezes e espero ter outras tantas.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Cara, o melhor filme do Nicolas Cage foi Despedida em Las Vegas sem dúvida.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Hoje não tenho um site específico, mas muitas vezes Adoro Cinema.

Continue lendo... E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #158 - Claudio Rosa