Esse é o nosso novo projeto: UM FILME EM 30 SEGUNDOS. Onde cinéfilos e cinéfilas enviarão uma dica de filme e sua justificativa em 30 segundos. :)
#umfilmeem30segundos #cinema #guiadocinefilo
#umfilmeem30segundos #cinema #guiadocinefilo
Na trama, conhecemos um grupo de jovens (um deles inclusive
narra boa parte do que assistimos) que moram na periferia de Fortaleza e
disputam anualmente um campeonato de Swingueira, onde grupos são formados para apresentação
que busca mostrar as realidades que vivem através, principalmente, da dança. Os
dramas e conflitos pessoais desses jovens são embaralhados pelo seu amor pela
dança. O filme mostra evidências de muros das desigualdades sociais.
O amor que balança os corpos e chega até o coração. Estourada
na Bahia por conta da música, já no Ceará por conta da dança, a Swingueira ou
Pagodão Baiano é o gênero de artistas consagrados como Harmonia e É o Tchan, no
gueto com o artista Psirico. Às vezes uma saída para o jovem sem muitas
condições fugir das tentações do mal, a swingueira é uma dançante entrada no
universo artístico. De lugares parecidos mas com condições diferenciadas para
sonhar, o filme busca encontrar o sentido dessa expressão musical para a vida e
futuro de cada um deles.
Na trama, conhecemos o ex-presidiário Tim (Pio Marmaï) e Chloé (Camille Rutherford), dois jovens sem
muitas projeções na vida que vivem do dinheiro que a segunda recebe trabalhando
na limpeza de casas para uma empresa. Eles tem uma filha, Tommy (Rita Merle), que acaba embarcando
sempre nas loucas aventuras que os pais se metem ao longo dos dias que
antecedem o início das aulas.
Os absurdos e as peculiaridades que navegam pela história
não deixam de serem ingredientes interessantes para conseguirmos enxergarmos
conflitos emocionais profundos. Um bom exemplo é a curiosidade da filha, e tudo
o que sente quando percebe que seu pai repete os mesmos erros que o levaram
para a prisão. As questões de dúvidas de Chloe quanto ao futuro da família e
atabalhoadas tentativas de viverem uma vida repleta de amor mas longe de um ‘normal’.
Tim é quem possui mais dificuldade em nos fazer refletir sobre suas construções
emocionais, não há exatamente uma desconstrução mas algo é buscado para que
tudo saia como melhor que ontem, mesmo que as velhas inconsequências não
consigam estarem longe de suas ações.
Felicità é um
recorte de uma família que se ama muito mas sempre fica distante de uma
estabilidade. Sempre bom assistir a
filmes que possuam um bom desenvolvimento na temática muitas vezes vistas na
telona que é a relação entre pais e filhos.
Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de São Paulo. Jessica Andric é formada em pedagogia e
já atua na área, também está cursando letras. Sua paixão por cinema começou
quando era criança, praticamente todo final de semana seus pais levavam o seu
irmão e ela ao cinema então pegou gosto pelo cinema muito cedo. Ela sempre quis
fazer alguma coisa relacionada ao cinema, e durante a pandemia uma amiga dela
(e companheira de filmes) teve a ideia de fazer uma página no Instagram, então
criaram a 'Filme de Que?' onde cada
mês escolhem um tema diferente e todo dia postam uma indicação de filme dentro
do tema escolhido com um pequeno resumo, assim conseguem compartilhar com o
mundo a paixão delas pelo cinema.
1) Na sua cidade,
qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da
escolha.
Eu acho que não tenho uma sala preferida, geralmente escolho
o filme primeiro a escolha da sala não faz diferença para mim.
2) Qual o primeiro
filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.
O primeiro filme que eu me lembro de ver e ficar encantada
foi Procurando Nemo, na época eu
tinha 10 anos e sai da sala de cinema com brilho nos olhos achando que tudo que
eu tinha visto era mágico!
3) Qual seu diretor
favorito e seu filme favorito dele?
Tim Burton, adoro
os filmes dele, mas Edward Mãos de
Tesoura é com certeza o que eu mais gosto.
4) Qual seu filme
nacional favorito e porquê?
Lisbela e o Prisioneiro
e O Auto da Compadecida não consigo
escolher entre esses dois! São os meus favoritos. Acho que ambos conseguem
passar verdade na história, quando vemos esses filmes pensamos mesmo que os
personagens são reais pois se passa em uma realidade muito próxima da nossa,
sem falar que temos ação, comedia e romance e um grande elenco nos dois filmes
então como não gostar deles.
5) O que é ser
cinéfilo para você?
Na minha opinião ser cinéfilo é mais que escolher um filme
qualquer para assistir, tem que ter uma paixão por cinema, viajar na história,
esquecer do resto do mundo enquanto vê um filme.
6) Você acredita que
a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas
que entendem de cinema?
Acredito que não afinal a maioria dos cinemas precisam
render lucro pois não deixam ser uma empresa então o foco não é qualidade do
filme, mas sim a quantidade de pessoas para assisti-lo.
7) Algum dia as salas
de cinema vão acabar?
Eu acho que acabar não, mas vai ter uma grande diminuição.
8) Indique um filme
que você acha que muitos não viram, mas é ótimo.
O Doutrinador é
um filme brasileiro pouco conhecido, mas que é muito bom, provando que o cinema
nacional faz ótimas produções.
9) Você acha que as
salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?
Acho que não, eu entendo que as salas precisam funcionar
para ter renda, mas a saúde vem em primeiro lugar.
10) Como você enxerga
a qualidade do cinema brasileiro atualmente?
O cinema nacional é muito subestimado, existe sim filmes
nacionais que são bons só acho falta mais empenho na hora da divulgação.
11) Diga o artista
brasileiro que você não perde um filme.
Gosto muito do trabalho do Selton Mello.
12) Defina cinema com
uma frase:
“Magia em alta definição”.
13) Conte uma
história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:
Uma vez fui ao cinema com 6 pessoas e acabamos nos perdendo
de duas delas mesmo assim fomos assistindo ao filme, quando chegou na metade
aconteceu um problema e o filme ficou sem áudio, então tiveram que acender as
luzes e encontramos as duas pessoas perdidas que estavam só duas fileiras na
frente, sentamos todos juntos, rebobinaram o filme e terminamos de assistir.
14) Defina 'Cinderela
Baiana' em poucas palavras...
Sei que é um filme bem conhecido, mas nunca assisti então
não posso dar uma opinião sobre esse filme.
15) Muitos diretores
de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta
precisa ser cinéfilo?
Acho que não precisa ser um cinéfilo necessariamente, mas
vai ter que entender muito bem do assunto.
16) Qual o pior filme
que você viu na vida?
Super-Heróis: A Liga
da Injustiça.
17) Qual seu
documentário preferido?
Não sou de assistir muitos documentários, mas um que eu gostei
bastante foi Uma Verdade Inconveniente.
18) Você já bateu
palmas para um filme ao final de uma sessão?
Sim, várias vezes.
19) Qual o melhor
filme com Nicolas Cage que você viu?
Os filmes que eu mais gosto dele são Cidade dos Anjos e A Lenda
do Tesouro Perdido.
20) Qual site de cinema
você mais lê pela internet?
Adoro Cinema.
Na trama, conhecemos Assane Diop (Omar Sy), um imigrante senegalês que chega na França ainda criança
e presencia a prisão, acusação de roubo e morte do pai, um honesto motorista de
um estúpido milionário chamado Hubert Pellegrini (Hervé Pierre). O tempo passa e o protagonista, que é muito fã do
personagem da literatura francesa Arsène Lupin, vive de golpes sofisticados e
alguns muito simples, mesmo tendo uma família que o ama, como sua
ex-companheira Claire (Ludivine Sagnier)
e seu filho Raoul (Etan Simon). Qundo
surge a oportunidade de descobrir finalmente os porquês sobre as circunstâncias
que levaram seu pai à morte, ele contará com o amigo dos tempos de escola
Benjamin (Antoine Gouy) em seu maior
e mais complexo plano de vingança.
Há um dinamismo interessante entre os cinco episódios dessa
primeira parte, ou primeira temporada, quase isolados mas conectados pelo
sentimento de vingança que é a grande questão das ações do protagonista. O
papel da polícia e a corrupção ou não pairando nas linhas de investigação, a
influência de quem tem poder e muito a esconder, personagens femininas envolvidas
amorosamente com o protagonista, amigos que sempre aparecem para ajudar,
conflitos familiares, Lupin é uma
grande receita de bolo quando pensamos em entretenimento no mundo crescente dos
seriados nos streamings. A maior diferença para outras dessa produção, que vem
tendo grande audiência do streaming mais famoso por aqui, é o grande ator Omar Sy (intérprete inesquecível do
filme Intocáveis) que com seu
carisma e elegância conquista logo nos primeiros minutos os espectadores.
As questões das portas abertas mencionado no primeiro
parágrafo acabam sendo um dos calcanhares de aquiles mais evidentes. A primeira
temporada de todas as séries precisam responder a maioria das perguntas e
obviamente deixando lacunas em aberto para próximas temporadas. Mas aqui em Lupin há um enorme exagero em perguntas
deixadas sem respostas, como se pedissem para nos montar um quebra-cabeça e
escondessem as peças. Fato que torna muito desinteressante, ou melhor,
frustrante, todo nosso embarque de emoções em um universo que não sabemos
direito onde pode parar.
Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Jaboatão
(Pernambuco). Samuel Severino é
resenhista de cinema, contista e jornalista amador. É criador do site Cinema
Mudo Online, site de conteúdo sobre cinema clássico; e do Blog O Texto, site de
Notícias Políticas de Jaboatão dos Guararapes e Pernambuco.
1) Na sua cidade,
qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da
escolha.
É tragicômico por que "ir ao cinema" nunca foi uma
atividade que eu costumava praticar. Até uns quatro atrás eu nunca tinha ido ao
cinema. Hoje, não acho que possa responder essa pergunta.
2) Qual o primeiro
filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.
Acho que ter me apaixonado pelo O Hobbit e ter visto A Batalha dos Cinco Exércitos com muita
expectativa (muito bem superadas, obrigado) foi um momento sem igual para mim.
O cinema havia se mostrado uma segunda casa.
3) Qual seu diretor
favorito e seu filme favorito dele?
Glauber Rocha é o
cara que me faz pensar no cinema de um modo mais carinhoso do que de costume. E
por mais que Deus e o Diabo seja um amor meu, devo pôr Terra em Transe como meu filme preferido dele.
4) Qual seu filme
nacional favorito e porquê?
Aquarius. É
incrível, é Pernambucano, tem tudo o que eu gosto num bom filme brasileiro. Mas
nada se compara a Sônia Braga saindo do mar, imponente; em casa depois de muito
tempo distante da nossa cinematografia.
5) O que é ser
cinéfilo para você?
Olhar o cinema com respeito, paixão e curiosidade. Não existe sensação igual a você ir atrás e
descobrir todo um mundo novo, é tipo cair na toca do coelho e não querer mais
voltar.
6) Você acredita que
a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas
que entendem de cinema?
Gosto de pensar que sim. Mesmo que não sejam pessoas
graduadas, há muita gente gabaritada que faz esse trabalho.
7) Algum dia as salas
de cinema vão acabar?
Se sim, não será quando todos pensam. Nas próximas décadas
vamos vê-lo enfraquecer, mas ele vai resistir.
8) Indique um filme
que você acha que muitos não viram mas é ótimo.
Domésticas (2001)
do grande Fernando Meirelles. Deve
ser uma das melhores comédias dos anos 2000.
9) Você acha que as
salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?
Respeitando as normas de segurança, sim. Pensando justamente
que ninguém vai ao cinema para conversar ou interagir com outras pessoas; com
uma cadeira de distância, uso obrigatório da máscara, e álcool em gel, você tem
um cinema com o público reduzido e protegido.
10) Como você enxerga
a qualidade do cinema brasileiro atualmente?
O cineasta brasileiro é antes de tudo, um forte. O cinema
Brasileiro com todos os percalços que sofre, consegue emplacar pelo menos 4 ou
5 filmes extraordinários por ano. Sem uma indústria forte e estabelecida, sem
muito auxílio do Governo, se tem conseguido fazer um cinema riquíssimo e que
tem feito barulho internacionalmente.
11) Diga o artista
brasileiro que você não perde um filme.
O cara que me fez acreditar que dá sim para fazer cinema em
Pernambuco: Kleber Mendonça Filho.
Além, claro, de ter me aberto as portas para outros nomes incríveis da nossa
cinematografia.
12) Defina cinema com
uma frase:
Essa é sem dúvida a questão mais difícil por que, um milhão
de frases vem na mente, mas nenhuma é digna para ser definitiva.
Mas "o cinema é o mais próximo que temos de tocar nos
nossos sonhos e pesadelos" é a que me parece mais verdadeira.
13) Conte uma
história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:
Puts, cara, eu não tenho nenhuma. Fica pra próxima vez kkk.
14) Defina 'Cinderela
Baiana' em poucas palavras...
Um clássico do cinema. Eu não precisei ter visto o filme
para saber disso; de tanto ouvir opiniões polarizadas sobre ele, eu pude vê-lo
permanecer no debate.
15) Muitos diretores
de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta
precisa ser cinéfilo?
Não. Qualquer um pode dirigir um filme. Ele talvez não tenha
tantas referências, mas o que importa é fazer.
16) Qual o pior filme
que você viu na vida?
Psicose, de Gus Van Sant. É um legítimo filme de horror do início ao
fim.
17) Qual seu
documentário preferido?
Eis a questão. Eu adoro documentário e devo dizer que os
filmes da Petra Costa me prendem na
cadeira de um jeito que eu nem acredito. O filme Elena é para mim, a coisa mais linda que já foi documentada.
18) Você já bateu
palmas para um filme ao final de uma sessão?
Acho isso um exagero, de repente é como aplaudir o pôr do
sol. Não faz sentido para mim.
19) Qual o melhor
filme com Nicolas Cage que você viu?
Está aí um ator que eu evito, mesmo que inconscientemente.
20) Qual site de cinema
você mais lê pela internet?
No ano passado tive a honra de entrevistar ele para o meu
site e expressar todo o meu carinho pelo seu trabalho. Estou falando do
incrível Marden Machado; leio quase
que devotamente seu blog, além de assistir seu canal no YouTube.
Na trama, conhecemos Jane (Julia Garner), uma jovem que conseguiu faz poucos meses um trabalho
como assistente de um dos mandas-chuvas de uma grande empresa ligada ao
audiovisual. Pelo andamento que acompanhamos parece que ela sempre teve esse
sonho de trabalhar nessa área. Porém, com o passar dos dias, os egoísmos de
outros funcionários e um assédio moral e sexual observado por ela a deixam em
estado assustada principalmente quando resolve buscar ajuda e é surpreendida
com o tratamento que recebe.
Há muita podridão no mundo e o poder infelizmente só faz
isso crescer. No disputado universo do mercado de trabalho de todo o mundo, não
só na indústria citada mais profundamente no filme, abusos acontecem muito mais
do que imaginamos e poucas vezes temos a certeza de alguma punição para os
envolvidos. Esse quebra cabeça muitas vezes sem muitas soluções positivas para
quem é vítima é muito bem exemplificado pelos absurdos tratamentos do chefe
para com a protagonista. Green mete o dedo na ferida de uma maneira que cria um
certo caminho entre o drama e o suspense.
São quase 90 minutos de muita tensão. Muitos podem até achar
meio paradão mas esse longa-metragem diz tanto pelo contexto e entrelinhas que
precisamos estar atentos para refletir sobre o quão profundo pode ser essa história
que infelizmente acontece muito pelas vidas reais do lado de cá da tela.
Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, do Rio de Janeiro.
Raquel Vasconcelos tem 32 anos. É formada em Cinema pela UFRB. É natural da
Bahia mas mora na cidade maravilhosa. Se considero cinéfila desde infância
quando já assistia filmes mais adultos como Amadeus e A Dança dos
Vampiros de Polanski. Ainda na infância,
graças a TV Cultura, conheceu um
pouco mais do cinema nacional, saindo um pouco dos filmes da Xuxa e Trapalhões, ficou maravilhada com os filmes de Grande Otelo, Dercy Gonçalves e Mazzaropi. Atualmente escreve em sua página do instagram (Vitamina
Cult - @vitaminacult) sobre suas paixões culturais, que são: cinema, literatura
e seriados.
1) Na sua cidade,
qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da
escolha.
Qualquer sala do Espaço
Itaú de Cinema. São filmes diversos, documentários, ficção, e de diversas
nacionalidades. O melhor que o cinema tem para oferecer está lá.
2) Qual o primeiro
filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.
Lembro de ser muito pequena quando assisti A Pequena Sereia e Mogli, claro que deveria ser um relançamento. Mas a primeira vez
que senti o impacto de estar naquela sala da tela gigante foi ao assistir Jurassic Park, apesar de minha pouca
idade a emoção foi grande.
3) Qual seu diretor
favorito e seu filme favorito dele?
Difícil escolher apenas um, sempre tive um gosto eclético e
em cada momento de minha vida tive um diretor favorito ou gênero. Mas uma
constante é a Laís Bodanzky. Esse
nome nunca saiu dos meus favoritos, do meu TOP 5. Meu filme favorito dela é Bicho de Sete Cabeças, uma das obras
que afloraram minha paixão pelo cinema nacional.
4) Qual seu filme
nacional favorito e porquê?
Poderia citar Deus e
o Diabo na Terra do Sol pela sua importância na história do cinema, “O
pagador de promessas” pelo seu destaque em Cannes, Central do Brasil pelo seu quase Oscar, ou um mais recente, Bacurau de Kleber Mendonça Filho. Mas acredito que filme favorito é algo muito
pessoal, é um filme que desperta algo dentro de si que é difícil de descrever.
Meu filme favorito é Cinema Paradiso.
Um filme que aumenta meu amor pelo cinema cada vez que assisto.
5) O que é ser
cinéfilo para você?
Cinéfilo para mim é aquele que tem o cinema como a grande
paixão. Que assiste todos os filmes sem preconceitos de nacionalidade. E
enxerga no cinema a arte mais completa, capaz de unir todas as outras.
6) Você acredita que
a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas
que entendem de cinema?
Não. Os cinemas hoje (em sua maioria) são estritamente
comerciais. Buscam em sua programação não a arte, mas o que dará maior retorno
financeiro. Isso fica claro quando você percebe que na programação da semana
90% dos filmes são americanos e os outros 10% são comédias nacionais.
7) Algum dia as salas
de cinema vão acabar?
Espero que não. Assim como a televisão não acabou com o
rádio, acredito que o streaming não acabará com as salas cinema.
8) Indique um filme
que você acha que muitos não viram mas é ótimo.
Sinfonia da Necrópole
de Juliana Rojas é o primeiro que me
vem a mente. Um filme divertido, inusitado, mostra como o cinema nacional pode
ser diverso e extremamente original.
9) Você acha que as
salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?
Não. Pois não temos estrutura para assegurar que todos clientes
não irão se contaminar.
10) Como você enxerga
a qualidade do cinema brasileiro atualmente?
Enxergo como algo crescente. Com a disseminação do
conhecimento das técnicas através de oficinas, cursos e universidades, a
qualidade só tem crescido. Sem contar com as novas tecnologias que propiciam a
qualquer um com um celular na mão o poder de fazer seu filme. Sendo assim o
cinema se tornou algo mais diverso e democrático, contribuindo assim para sua
maior qualidade.
11) Diga o artista
brasileiro que você não perde um filme.
Atualmente acompanho muito Irandhir Santos, na minha opinião
é um dos melhores atores da atualidade, e o Júlio Andrade que também é
magnífico. Mas quem sempre me emociona e eu não perco nada, sempre revejo muita
coisa é a Andréa Beltrão. Sua atuação é esplêndida, naqueles minutos do filme
ou seriado ela se torna o personagem, ela é aquela atriz que você acaba
conhecendo mais pelo nome da personagem, pois todos se tornam extremamente
reais para o espectador.
12) Defina cinema com
uma frase:
Cinema é a arte que em poucos minutos é capaz de mudar seu
olhar para a vida.
13) Conte uma
história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:
Não consigo lembrar de nada muito inusitado, mas algo
aconteceu comigo que achei interessante. Quando fui assistir Nasce uma Estrela (2018), no final do
filme começo a ouvir as pessoas em minha volta chorando, quando o filme
finalmente acabou e as luzes se acenderam olho para o lado, vejo uma senhora,
que seca as lágrimas e me olha com pesar, como quem procurasse consolo ou
alguém semelhante. Apenas olhei para aquela pobre senhora, dei um suspiro e a
olhei com compaixão, apesar de não ter chorado, ela sorriu como se fosse isso
que ela precisasse no momento. Mas rapidamente me levantei antes que ela
pudesse iniciar uma conversa. Sim, gostei do filme, mas não compactuei com a
maioria dos espectadores que foram as lágrimas. Dificilmente um filme me
emociona ao ponto das lágrimas, é mais fácil eu ficar com o choro preso do que
chorar de fato. Um filme que me emocionou a esse ponto foi o francês Amour (2012).
14) Defina 'Cinderela
Baiana' em poucas palavras…
Um trash-cult baiano cheio de axé que todo brasileiro
deveria assistir.
15) Muitos diretores
de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta
precisa ser cinéfilo?
Não necessariamente. Para dirigir um filme precisa-se de
técnica, e essa técnica pode ser adquirida de diversas formas, não é fator
determinante que o cineasta precise ser cinéfilo.
16) Qual o pior filme
que você viu na vida?
Não consigo lembrar ao certo o pior de toda minha vida,
foram muitos. Mas deixo aqui o último: Megatubarão.
17) Qual seu
documentário preferido?
Pergunta difícil. Mas como gosto muito de Eduardo Coutinho, escolho Jogo de Cena, pois se trata de um
documentário simples mas imersivo e emocionante.
18) Você já bateu
palmas para um filme ao final de uma sessão?
Sim. Mas nunca no circuito comercial, isso aconteceu mais em
mostras e festivais.
19) Qual o melhor
filme com Nicolas Cage que você viu?
Nossa, essa sim é uma pergunta difícil (risos). Confesso que
estou um tanto quanto desatualizada, tem alguns mais recentes que pretendo
assistir como Mandy e A cor que caiu do espaço. Acho que o
melhor filme de Nicolas é Arizona Nunca
Mais, pelo menos é o que eu gosto mais. Deixo registrado aqui meu desejo
para Nicolas Cage, que ele volte a
suas origens. Seus filmes mais antigos são os melhores.
20) Qual site de cinema
você mais lê pela internet?
Não existe um site específico. Leio de diversas fontes,
sendo minha principal as páginas do instagram que sigo, e para notícias
americanas leio a Variety e a Entertainment Weekly.
Na trama, conhecemos um casal, Yana (Ia Sukhitashvili) e David (Rati
Oneli), que moram numa cidade provinciana, no interior da Georgia, onde
ministram uma comunidade de Testemunhas de Jeová. Um dia, um incêndio criminoso
na igreja deles é causado por extremistas, a partir desse momento, a vida de Yana
se transforma radicalmente.
Uma terra sem lei, um radicalismo que embaça o óbvio.
Totalmente sozinha no forte trauma que sofre, Yana é uma guerreira solitária
que precisa enfrentar até mesmo as desconfianças do marido que não consegue se
desprender de desconexas razões religiosas para enxergar tudo que aconteceu.
Sendo coagidos por um misterioso detetive e uma polícia sem força em uma região
onde a justiça não é para todos, somos testemunhas de uma derrocada na família
de Yana.
Beginning é um
profundo drama, que busca nos seus figurativos das leis que criam sobre o
universo (que nem de longe são interpretadas da mesma maneira) os paradoxos ou
até mesmo contrapontos para nos fazer refletir sobre o óbvio, a religião, a
dor, a dúvida e o sofrimento.
#umfilmeem30segundos #cinema #guiadocinefilo
Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de São Paulo. Humberto Neiva é cineasta, professor e
programador de salas de cinema. Com mais de 30 anos de mercado audiovisual e 25
anos na área acadêmica desenvolvendo projetos direcionados ao público
consumidor da sétima arte. Mestre em Ciências da Comunicação pela USP, Pós-Graduado em Master em Tecnologia
Educacional - FAAP, Coordenador do Curso de Cinema da Faculdade Armando Álvares
Penteado (FAAP). Desde 2000, coordena a programação do Espaço Itaú de Cinema
nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Salvador e
Curitiba. Ganhador do prêmio ED 2016 de Melhor Programador do Brasil. Criador e
apresentador do Programa Diálogos na Web
– FAAP onde já passaram personalidades como: a atriz Denise Fraga, o cantor
Zeca Baleiro e Rodrigo Teixeira, produtor do filme ganhador do Oscar 2017 Call
Me By Your Name, dividindo com o público suas histórias, sempre direcionadas
aos amantes de cinema. Crítico convidado das revistas CINEMA e Qualimetria; Curador
do Brazilian Film Series Chicago 2017, Júri nos festivais: Festival de Cinema
de Brasília 2002 e 2009, Goiânia Mostra Curtas 2012 e Fica 2018. Ganhador do
Prêmio de Melhor Filme no Festival Guarnicê de Cinema e Video com o
curta-metragem: Piccola Crônica, 1996. Atualmente desenvolve uma página no
instagram sobre cinema chamado @hcnefilos.
Obs: Grande Humberto, um dos grandes programadores de cinema
que o Brasil tem. Esse eu respeito bastante! Grande honra poder ter suas
respostas em nosso especial. Continue sendo essa cara gente boa e muito
cinéfilo, levando todo tipo de emoção aos espectadores de todo o Brasil.
1) Na sua cidade,
qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da
escolha.
As salas que mais me identifico são as do ESPAÇO ITAÚ DE CINEMA, pois são
ecléticas e não apresentam preconceito de gênero na sua programação. São
exibidos documentários, filmes europeus, "blockbusters" e claro
filmes brasileiros.
2) Qual o primeiro
filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.
Meu Pé de Laranja
Lima, de Aurélio Teixeira, a
primeira versão de 1970.
3) Qual seu diretor
favorito e seu filme favorito dele?
Meu diretor favorito é FRANÇOIS
TRUFFAUT e o filme é Os Incompreendidos.
4) Qual seu filme
nacional favorito e porquê?
Limite, de Mário Peixoto. Um filme que está a
frente do seu tempo e discute os limites da existência humana.
5) O que é ser
cinéfilo para você?
Ser cinéfilo é investigar a sétima arte com emoção e
reflexão.
6) Você acredita que
a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por
pessoas que entendem de cinema?
Os cinemas de arte são programados por pessoas que considero
bem preparados e investigativos, já alguns cinemas comerciais e populares não
vejo um conhecimento muito aprofundado da linguagem cinematográfica.
7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?
Não acredito. O hábito e a magia do cinema na tela grande é
insubstituível.
8) Indique um filme
que você acha que muitos não viram mas é ótimo.
Um filme que poucas pessoas viram e acho de uma beleza
extrema é CAFARNAUM, de Nadine Labaki.
9) Você acha que as
salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?
Sim, pois os protocolos de segurança e de higienização são
seguros.
10) Como você enxerga
a qualidade do cinema brasileiro atualmente?
O cinema brasileiro tem uma qualidade que poucas
cinematografias internacionais tem, a sua diversidade de temas e gênero. Tenho
um apreço ao nosso cinema e não devemos nada para ninguém em termos de
qualidade técnica e narrativa.
11) Diga o artista
brasileiro que você não perde um filme.
Walter Salles.
12) Defina cinema com
uma frase:
Uma janela para a emoção e reflexão.
13) Conte uma
história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:
Fiz um projeto chamado CINEMA ITINERANTE em que levava
filmes brasileiros para escolas municipais em cidades de menos de 200 mil
habitantes e me emocionei muito vendo crianças assistindo um filme pela
primeira vez em uma tela grande. Chorei muitas vezes com a felicidade dessas
crianças com essa experiência mágica.
14) Defina 'Cinderela
Baiana' em poucas palavras...
Um equívoco.
15) Muitos diretores
de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta
precisa ser cinéfilo?
Um diretor necessita ter repertório para atuar na área, não
precisa ser necessariamente um cinéfilo inveterado, mas precisa conhecer de
linguagem cinematográfica, para poder emocionar o expectador.
16) Qual o pior filme
que você viu na vida?
Cinderela Baiana.
17) Qual seu
documentário preferido?
Janela da Alma,
de João Jardim e Walter Carvalho
18) Você já bateu
palmas para um filme ao final de uma sessão?
Sim, em vários.
19) Qual o melhor
filme com Nicolas Cage que você viu?
O Senhor das Armas,
de Andrew Niccol.
20) Qual site de
cinema você mais lê pela internet?
Adoro Cinema e o
meu HCNefilos.
É impressionante como alguns filmes conseguem nos surpreender. Chegou há poucos dias à Netflix um longa-metragem sul-coreano que, a princípi...