08/04/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #360 - Athos Muniz


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Natal (Rio Grande do Norte). Athos Muniz tem 34 anos, está no mercado audiovisual desde 2005, trabalhou em emissoras de TV, produtoras de vídeo, marketing, eventos e artísticas como produtor artístico e de conteúdo (CLT/Freelancer). Iniciou na TV Ponta Negra/SBT como repórter/apresentador no ano de 2005, depois Band Natal e SIMTV (REDETV-RN). Morando na Bahia (2010-2016), trabalhou como produtor artístico, de conteúdo e platô em produções nacionais e internacionais (BYU Television - EUA). Em 2016, migrou da produção para a direção de cena. Atuou como Assistente de Direção e Diretor em Campanhas Eleitorais na Bahia, Sergipe e RN. Tem no currículo trabalhos na publicidade, programas de TV como o Rota InterTV Cabugi de Verão, afiliada da Globo (2018) e o reality show gastronômico, o Desafio dos Confeiteiros (2018 – 1a temporada) da TV Ponta Negra/SBT, além de outros produtos audiovisuais como filmes (Mais Um João/2020), série documental (Cícero/2019-2020), websérie (Bora Veranear 2020/2021), streaming, videoclipes e DVD’s.

 

1)Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha. 

A sala da minha casa. Gosto da comodidade do meu lar para assistir aquilo que me instiga tanto como lazer como estudos.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Já assisti a tantos, mas com um olhar voltado para o âmbito técnico, o filme que me despertou para esse lugar diferente foi Dogville de Lars Von Trier.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Não tenho um diretor favorito. São tantos gênios do Cinema que fica difícil escolher. Gosto de várias perspectivas e olhares, mas entre os brasileiros que me chama a atenção são Fernando Meirelles e Andrucha Waddington.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Tropa de Elite. Foi um filme que abriu uma grande discussão sobre o sistema por trás do sistema.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ser cinéfilo para mim é, antes de mais nada, estudo, trabalho e por último diversão.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Pergunta difícil, porque o mercado de multiplexes é totalmente voltado para o comercial, sendo assim, talvez o conhecimento é mais voltado para a recepção da distribuição.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acho que não, porque é um certo charme o espaço da sala de cinema. Sem contar que assistir um filme no cinema tem todo um ritual acerca daquela ação.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Difícil, mas indico Sérgio e Rosa e Momo - La Vita Danvanti a sé.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não vejo como um ambiente seguro nesse momento.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Apesar do atual governo federal que é a avesso a cultura, estamos numa escala de produções estável, principalmente, o cenário independente.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Acho que Wagner Moura.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Cinema é ver o mundo em outra perspectiva.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema.

Infelizmente, não presenciei nada fora do comum (risos).

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras…

Experimental.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Vai depender muito, eu, enquanto diretor cinematográfico, assisto filmes com uma certa frequência, mas não torno isso uma obrigação para a minha função.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Difícil resposta. Talvez, um filme que seja considerado ruim tenha motivos suficientes para ter ficado assim. Talvez, uma má condução, uma história rasa… Não gosto de julgar o processo de colegas. Cada uma sabe o que passou.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Não tenho preferências, mas Homecoming da Beyoncé é fantástico.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Já. Faço isso demais em casa (risos).

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

O melhor eu não sei, mas o Aprendiz de Feiticeiro é massa, entre tantos outros.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Adoro Cinema (adorocinema.com).

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Com 16 filmes, edição online e gratuita do ‘Assim Vivemos - Festival Internacional de Filmes sobre Deficiência’ começa dia 10 de abril


Começa neste sábado, 10, e segue até quarta-feira, 14, a edição online e gratuita do Assim Vivemos – Festival Internacional de Filmes sobre Deficiência. Serão exibidos 16 curtas, médias e longas-metragens de 11 países - 14 de eventos anteriores e dois brasileiros inéditos - e quatro debates: “Arte e Diversidade”, “Escola e Vida Independente”, “Vida Amorosa e Autonomia” e “Autismo e Neurodiversidade”. As produções têm temas diversos e que permitem a reflexão, como a busca por uma vida independente; dificuldades de comunicação de quem nasce surdo; integração através do teatro; a importância do esporte;  a dança que supera barreiras; autismos, entre outros. 


Para assistir aos filmes, basta entrar em www.assimvivemos.com.br  Até o dia 13, as produções serão disponibilizadas em duas sessões diárias: às 15h e às 17h.  Às 19h terá início o debate em link específico divulgado no site do festival. A mediação dos bate-papos será feita por Lara Pozzobon, uma das fundadoras do Assim Vivemos. Durante a quarta-feira, 14, último dia do evento, todo o conteúdo está disponível. 


Filmes e debates contarão com recursos de acessibilidade como a audiodescrição e as legendas LSE (para surdos e ensurdecidos), além interpretação em LIBRAS. Será distribuído gratuitamente por e-mail material didático com sugestões de atividades para professores e profissionais da área, inspirado nos temas retratados pelos filmes, podendo ser aplicadas tanto para alunos como para professores.


Para conferir a programação completa do Assim Vivemos, acesse: 

http://www.assimvivemos.com.br

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Festival POE de Cinema Fantástico retorna para sua 6ª edição


Em sua 6ª edição, o Festival POE de Cinema Fantástico se adapta às estruturas online com uma nova maneira de exibição de seus filmes e uma nova categoria para trazer maior diversidade ao evento. Entre os dias 21 e 30 de abril, serão exibidos 68 filmes na programação, entre produções nacionais e internacionais e mostra nacional competitiva. As grandes novidades dessa edição são a parceria com a Darkflix, maior plataforma de cinema fantástico da América Latina, e duas novas categorias: Queen Fantástico e Anima Sanja.


A nova maneira de exibição dos filmes é para além de uma necessidade na realidade atual, é também uma oportunidade de aumentar o alcance e as possibilidades do festival, que pretende incluir o formato em suas próximas edições, quem sabe seguindo em realizações híbridas, unindo virtual e presencial. A parceria com a Darkflix potencializa ainda mais o objetivo do Festival POE de Cinema Fantástico de fortalecer o cenário audiovisual, abrir novos espaços de exibição para fazedores do cinema fantástico, trazer entretenimento de qualidade e exibir filmes que muitas vezes estão fora do circuito comercial. 


A programação nesta edição conta também com oficinas, bate-papos e apresentações online e gratuitas, e novidades nas categorias de exibição: a Queen Fantástico, filmes com protagonismo e direção de Drag Queens, e a Anima Sanja, uma mostra nacional com animações do gênero terror. A intenção é trazer maior diversidade para o Festival e aproveitar as plataformas online para compartilhar posicionamentos e maneiras de fazer cinema fantásticos diferentes à cena. 


Além da exibição de três filmes, a categoria Queen Fantástico contará com um programa especial de estreia para aprofundar o debate e estimular a visibilidade queen em papéis de protagonismo e direção no cinema fantástico. Com apresentação das Drag Queens Alexia Twister, apresentadora de Nasce uma Rainha, da Netflix e Morgana Loren,  que está no elenco de um dos filmes exibidos no Festival, o programa terá debates, entrevistas e uma sequência de shows temáticos ao vivo, incluindo uma performance de Ikaro Kadoshi, do programa Drag me as a Queen do Canal E.


Toda programação estará disponível na plataforma Darkflix (https://www.darkflix.com.br/), tanto no site quanto em seu aplicativo. 


Maiores informações nas redes sociais do Festival POE:

Facebook - @festivalpoe

Instagram - @poefestival 

YouTube - @psiquicoproducoes 

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07/04/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #359 - Alice Ripper


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, do Rio de Janeiro. Alice Ripper tem 27 anos, é estudante de Cinema e Audiovisual na UFF, e já se formou em história pela UERJ também. Gosta muito de filmes de horror, animação japonesa - tanto no cinema como os animes seriados mesmo, ama Hunter x Hunter e sofre com o hiatus eterno dele -, também é apaixonada por Cinema Argentino contemporâneo e está estudando o Nuevo Cine para sua monografia. Seu sonho é ser roteirista e diretora, escreve algumas coisas aqui e ali, e espera poder compartilhar suas histórias através do cinema.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Eu costumava frequentar muito o Cine Odeon e o Estação de Botafogo, porque tinham um catálogo mais diverso, que fugiam um pouco a só filmes blockbuster (gosto deles também, mas tem dias que dá vontade de ver outras coisas). Em Niterói, gostava do Cine Arte, que é vinculado ao Cinema UFF e oferece filmes maravilhosos em cartaz a um custo mais baixo no ingresso, mas frequentava um pouco menos por não ser moradora de Niterói.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Não me lembro exatamente o primeiro filme que pensei isso, acho que tive essa sensação com muitos filmes, tenho até dificuldade de escolher um filme favorito, mas lembro que quando assisti O segredo dos seus olhos me senti bastante impactada por tudo nele, pela narrativa, pelo elenco, pela reviravolta, pelo plano sequência… Com certeza é um dos meus favoritos e foi o filme que me levou a buscar mais filmes do Cinema Argentino para conhecer.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Não acho que eu tenha um diretor favorito, acho que tenho alguns gêneros que assisto com mais frequência e alguns diretores que tenho como referência profissional: Linklater, Gabriela Amaral Almeida, Dennison Ramalho, Juan José Campanella, Satoshi Kon… Desses diretores gosto muito de Animal Cordial, Morto Não fala, O clube da Lua, Perfect Blue...Tenho assistido muitos filmes de horror ultimamente e acho que o último que vi que me deixou maravilhada foi o primeiro filme da franquia do Alien, o Oitavo passageiro, que não é de nenhum desses diretores que citei hahaha.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Sempre gostei muito do O Auto da Compadecida, mas também colocaria Animal Cordial, Ninjas (curta-metragem) e Bacurau, acho que esses foram os filmes nacionais que vi mais de uma vez e toda vez que assisto descubro outras razões para gostar deles, seja pela construção das narrativas, seja pelas atuações maravilhosas dos elencos, ou pelas escolhas de direção...

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Acredito que existe um ar um pouco pejorativo quando se escuta alguém falando sobre ser cinéfilo, e entendo que isso vem de um lugar de sentir-se superior a outras pessoas por ter um vasto conhecimento sobre cinema, mas gosto de pensar que ser cinéfilo pode ser alguém que tenha cinema como uma paixão, um hobbie, algo que goste muito e por isso esteja sempre buscando conhecer novos filmes, novos diretores, experimentar assistir gêneros e formatos de filmes que não tenha visto antes… Acho que dá pra ser cinéfilo sem ter um ar de arrogância e superioridade também.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acredito que sim, existe uma curadoria para essa seleção de filmes em cartaz, mas também existe uma demanda por lucros que pode ser cruel com cineastas independentes e aqui no Brasil isso muitas vezes se volta contra filmes nacionais inclusive, é uma questão complexa que levanta uma discussão longa.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Prefiro acreditar que não, acho que o streaming facilita o acesso aos filmes e acaba sendo preferência pra muita gente, mas acho que a experiência de uma sala de cinema é sempre algo mágico e de uma imersão mais profunda, pelo menos espero que não acabem.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Indico o curta-metragem Ninjas do Dennison Ramalho, acho legal indicar curtas-metragens porque são um formato que não é tão consumido pelo público mais amplo, não passa nos cinemas atualmente e acaba sendo visto mais em festivais e por pessoas que trabalham com cinema e audiovisual. Esse é um curta de horror e foi o primeiro filme de horror que me fez gostar do gênero e passar a estudar sobre e conhecer outros subgêneros dentro dele. Me ajudou a vencer meu medo com cinema de horror (ainda tá num processo, na verdade, haha). Procurem conhecer plataformas de streaming que divulgam curtas, como a Cardume e a Darkflix (essa é voltada pra cinema de horror num geral).

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Algumas já reabriram, se não me engano, mas eu não me sinto muito segura para ir neste momento, acho perigoso, um sala fechada com ar condicionado, me parece um ambiente muito propício para transmissão do vírus. Ainda assim, entendo a dificuldade de quem trabalha com isso e não tem como sustentar seu negócio sem. Acho que o que deveria acontecer é um plano de governo que possa auxiliar financeiramente essas pessoas que precisam de um sustento e tem seu trabalho prejudicado por conta da pandemia, para que elas possam manter as salas de cinema, no caso, fechadas e ainda assim poderem pagar suas contas.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Penso que temos muitos cineastas incríveis com mensagens importantes em seus filmes, que trabalham muito para conseguir colocar suas produções no mundo e acho que deveríamos conhecer mais e melhor sobre nosso cinema, é muito comum ouvir que cinema brasileiro é ruim e acho isso um grande equívoco. Temos filmes para todos os gostos, de todos os gêneros esperando serem vistos e apreciados.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Gabriela Amaral Almeida.

 

12) Defina cinema com uma frase:

O cinema consegue emocionar e tocar as pessoas de muitas maneiras diferentes, proporciona identificar-se com uma história de alguém que nunca vimos antes.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Acho que a mais curiosa pra mim foi quando fui assistir Anabelle com uns amigos, na época nós fomos a tarde porque uma aula nossa tinha sido cancelada e só conseguimos pegar sessão dublada, tinha um bebê chorando na sala que confundia com o bebê do filme, eu morria de medo então ficava fazendo piada do filme baixinho pro amigo do meu lado e ele irritado comigo porque não estava mais sentindo medo do filme por conta disso e a gente rindo o tempo todo. Bom, eu estava rindo de nervoso mesmo, a piada era mero mecanismo de defesa.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras…

Eu acho que vi esse filme quando era pequena e não lembro de muita coisa dele, tenho que rever para poder definir assim haha.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não necessariamente, acho que ajuda você conhecer sobre cinema e ter referências de outros filmes e direções, principalmente no gênero que você pretende trabalhar, mas sendo estudante de cinema eu não vi tantos filmes clássicos ainda e acho que isso não é um problema sério também.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Difícil… Lembro de ter me frustrado muito vendo Green book e o primeiro filme do Esquadrão Suicida.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Cabra marcado para morrer.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Já, mas não é uma coisa que faço sempre, bati palmas ao final da sessão de Bacurau no Cine Arte, mas também porque o diretor estava lá e ia falar sobre o filme ao final dela.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Adaptação e Um homem de família.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Leio bastante blogs voltados para estudo de roteiro como o Tertúlia Narrativa e writer’s room51, porque estudo roteiro e pretendo trabalhar nessa área, mas acompanho algumas páginas no instagram sobre cinema também, pra quem gosta de cinema latinoamericano, como eu, indico a página Nem Tão Cult Assim, que fala sobre diversas produções latinoamericanas, principalmente do cinema argentino.

 

 

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #358 - Dane Nazareno


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de Manaus (Amazonas). Dane Nazareno tem 42 anos, é mãe de dois filhos, casada, produtora audiovisual e cultural, artista plástica e fotógrafa.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Casarão de ideias, porque passa filmes alternativos fora do circuito comercial.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Os trapalhões no cinema que tinha no centro da cidade, não lembro o nome mas lembro de ir com minha mãe, acho que tinha sete anos.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Almodovar, Carne Trêmula.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Desmundo, ressignifica a ideia romântica da descoberta do Brasil.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É ressoar, vibrar, se identificar na obra.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Em parte sim, eu acho.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

 

Acho que não, vão se reinventar, como a fotografia, como tudo de tecnologia, transmuta, dando outras formas de adaptação de espaço e uso dela.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Um filme que me deu novo olhar para o cinema foi PI, não tem muito sentido mas tem muita poesia.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Eu acho que deveriam ter salas de cinema com campanhas mais intensas de prevenção e alternativas mais baratas para tornar as sala mais interativas, não só pra assistir mas também pra debater, oficinas, cursos, mini festivais ou mostras frequentes que também tivesse recurso com lives em you tube e midias sociais para tornar dinâmicas e atraentes as salas.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Incrível, precisamos de mais incentivos para tornar visível nesse mercado gigante que é o cinema, por exemplo, no meu estado, o Amazonas, temos muitos profissionais capacitados pra isso, o fomento deveria mais intenso pois leva o nome do estado aos festivais.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Wagner Moura.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Cinema é vida, cinema salva!

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Antes havia várias salas de cinema no centro da cidade de Manaus que pertencia ao nosso saudoso Joaquim Marinho, essas salas de cinema marcou uma geração. Lembro de uma situação no Cine Chaplin que fica na Joaquim Nabuco centro da cidade. Nunca ri tanto na minha vida em um filme policial com Clint Eastwood, um grupo fazendo muita bagunça e o lanterninha pegou um balde d'água jogou neles em plena sessão em seguida chuva de papel higiênico foi hilário.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Sobre o começo de uma carreira de um artista né.

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Acho que é um dom natural para quem trabalha ou gosta de cinema é ser cinéfilo.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Difícil descartar algum.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Qualquer um sobre OVNI.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Várias vezes até gritei.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Arizona nunca mais e A Outra Face.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

FILME B.

 

 

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06/04/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #357 - Clara Ferrer


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, do Rio de Janeiro. Clara Ferrer tem 32 anos, é formada em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal Fluminense. É diretora e roteirista. Sua coletânea de contos “Amores Monstruosos” foi contemplada pelo 1º Prêmio Rio de Literatura, e seus curtas mais recentes estão disponíveis no Canal Brasil e na plataforma Cardume.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Um dos privilégios de morar no Rio é a variedade relativamente grande de exibidores que lutam pra oferecer uma programação mais variada, que vá além dos blockbusters multimilionários que entram em cartaz ocupando oitenta por cento das salas no país. A gente tem o Grupo Estação, o Grupo Casal, as salas do Espaço Itaú, do Moreira Salles, da Caixa Cultural, do CCBB, da Cinemateca do MAM... Esses são os meus preferidos, porque essa programação mais variada é o que me atrai. Mesmo quando as poltronas têm cheiro de mofo, mesmo quando o som dos filmes de uma sala vaza para as outras. Esses cinemas compensam, pelas livrarias e os cafés que eles abrigam, pelos conhecidos que você encontra por acaso na bilheteria, e claro, sempre, pelos filmes que eles exibem, de fazer ver todo o tempo e todo o espaço no mundo.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Acho que eu tenho essa sensação desde quando fui ao cinema pela primeira vez. Eu era bem pequena, mas ainda consigo sentir o assombro de ver o príncipe da Pequena Sereia matando a bruxa com o mastro do navio. Eu ainda tenho essa cena muito bem gravada na minha mente, gigante diante dos meus olhos de dois ou três anos de idade. Mas de todos os cinemas que eu conheci, pra mim o mais sagrado era o finado Estação Paissandu, que passava filmes antigos em preto-e-branco numa tela imensa, vendia doces de passas com chocolate na bombonière (ninguém comia pipoca nos cinemas do Estação), e tinha uma locadora mágica cheia de coisas estranhas e diferentes e maravilhosas. Acho que eu e os meus pais íamos ao Paissandu como algumas famílias vão à igreja.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Impossível escolher um favorito, mas pra não te deixar sem resposta, posso falar dos que tenho visto esses dias. Recentemente eu descobri os filmes do Lee Chang-dong (Em Chamas, Poesia), e ando encantada com eles. Também andei revendo os filmes do Fellini, talvez pela necessidade de fazer o meu pequeno mundo de quarentena parecer maior e mais mágico - deles, Amarcord é o meu preferido. Os filmes da Agnès Varda são outros que eu sempre gosto de revisitar - eles são tão imensamente humanos e delicados - e os da Céline Sciamma talvez sejam os contemporâneos que eu aguardo com mais ansiedade. A Jane Campion é outra que eu sigo com atenção - eu gostaria muito que ela fizesse mais filmes.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

De novo, impossível escolher, então fica como dica o último filme nacional que eu vi: No Coração do Mundo, de Maurílio Martins e Gabriel Martins. Como tudo que a galera da Filmes de Plástico faz, foi uma delícia de assistir. Destaque para a Selma de Grace Passô e todas as outras personagens femininas, que são, pra mim, todas absolutamente fabulosas e o ponto alto do filme.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É sentir que você pertence aos filmes, e que eles pertencem a você. Infelizmente, pra muitas pessoas - incluindo várias que estudam e trabalham com cinema – a cinefilia ainda é um espaço de opressão e exclusão. Existe todo um movimento que luta para mudar isso, mas as forças que persistem contra ele ainda são grandes, cheias de desconfiança e má-vontade e velhos preconceitos. Pra quem se interessa pelo assunto, recomendo muito a tradução e a discussão que a Revista Cinética promoveu ao redor do texto “Por uma nova cinefilia”, de Girish Shambu: http://revistacinetica.com.br/nova/traducao-de-por-uma-nova-cinefilia-girish- shambu/

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Eu já trabalhei com distribuição, tive a oportunidade de conhecer de perto o trabalho dos programadores, e acho importante lembrar que, no fim, eles são funcionários de empresas, que devem trabalhar de acordo com as diretrizes e os interesses dessas empresas. Você pode amar de paixão o cinema brasileiro independente, mas se você trabalha para um cinema de shopping, vai ser difícil emplacar um filme desses nas suas salas, né? O que eu quero dizer é que os problemas de programação que a gente tem vão muito além da vontade dos programadores. São problemas de formação de público, de acesso, de divulgação, da relação que os próprios realizadores brasileiros constroem com a sua audiência, e muitas outras questões profundamente entranhadas na historia do nosso cinema, com soluções imensamente complicadas, se existentes.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acabar, não. Mas acho que elas vão mudar, como já mudaram tantas vezes ao longo da história do cinema.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

O português A Metamorfose dos Pássaros, da Catarina Vasconcelos. Ele estreou no ano passado em Berlim, e já passou em alguns festivais brasileiros como o Olhar de Cinema e o Panorama Coisa de Cinema. É um filme de submergir, íntimo e único e imenso, todo feito de imagens inacreditavelmente poderosas que guiam a gente através de uma história que é tanto sobre uma família quanto sobre um país, ou um olhar, ou uma vida.

Outra indicação é o Beginning, da Dea Kulumbegashvili, que está disponível no MUBI. No primeiro plano do filme ele já se revela absolutamente excepcional, e segue assim por cada segundo de todas as suas duas horas de duração, sem nunca deslizar ou afrouxar.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Se isso fosse possível dentro dos protocolos de segurança desenvolvidos por quem entende do assunto, e viável economicamente, seria maravilhoso. Mas esse é um grande “se”.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Acho que existem muitos cinemas dentro do cinema brasileiro, e que isso é uma coisa boa, especialmente porque todos eles me parecem estar conseguindo alcançar o que se propõem, dentro das suas particularidades e com muito esforço, em condições muito distantes das ideais. Pessoalmente, o meu desejo é ver essa diversificação se expandir ainda mais, possibilitando o surgimento de novas vozes, visões, e jeitos de fazer cinema.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

A dupla Ary Rosa e Glenda Nicácio. Pra mim, eles são os cineastas brasileiros mais revolucionários do momento. Desde o primeiro filme deles, Café Com Canela, eles já realizaram outros três longas (Ilha, Até O Fim e Voltei!). Quatro filmes em cinco anos, cada um mais único, destemido, necessário e profundamente humano que o outro.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Cinema é a expressão máxima do nosso desejo de capturar todos os efêmeros pedaços da realidade que nos são importantes pra poder guardar, compartilhar e eternizar.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Uma vez a Caixa Cultural organizou uma mostra sobre o maravilhoso Jiří Menzel, e adivinha quem tava na sessão de Trens Estreitamente Vigiados que eu fui ver? Ele mesmo, em carne e osso e com o sorriso de um menino de oito anos de idade. O melhor de tudo foi quando um dos membros da equipe da mostra apareceu pra fazer a apresentação. Ele colocou o Jiří lá na frente da sala, diante de todo mundo, parou ao lado dele e começou a ler uma longa lista com todos os prêmios e realizações e grandes feitos do diretor. E aí, do nada, o Jiří arranca a lista da mão dele, enfia no bolso, e solta uma risadinha de criança travessa.

Acho que essa situação foi o maior exemplo que eu já presenciei de uma pessoa ser exatamente quem você espera que ela seja pelos filmes dela, e olha que eu já estive numa sessão de debate pós-filme com a Isabelle Huppert. Que foi, bem... Exatamente como você esperaria, pelos filmes dela.

 

14) Defina ‘Cinderela Baiana’ em poucas palavras...

Um filme onde crianças dançando axé à beira da estrada são a solução proposta para o problema do trabalho infantil. Ou seja, um verdadeiro conto de fadas brasileiro.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo? 

Não, mas parece meio estranho não ser, né? Não só pela importância de ter referências e um profundo conhecimento do cinema para o trabalho, mas também porque cinema é expressão, e expressão é troca, e se você faz filmes, mas não tem interesse em outros, você não tá trocando.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida? 

Pra mim, o que pode existir de pior no cinema é a preguiça. É ter todos os recursos no mundo pra investir no novo, no diferente, no inesperado, e se limitar a continuar fazendo o que já foi feito um milhão de vezes, de maneira cada vez mais irrelevante, banal e sem sentido. Nesse sentido, nada me deixa mais triste do que ver coisas como os remakes das animações da Disney, os desastres da DC ou o último episódio da saga Star Wars. Ao contrário de artistas que às vezes entregam obras falhas por falta de experiência, dinheiro, tempo ou outros recursos, esses caras não têm desculpa alguma além de um profundo desamor e indiferença pelo cinema.

 

17) Qual seu documentário preferido? 

Dos que eu vi recentemente, acho que o que mais me tocou foi O Desaparecimento da Minha Mãe, de Beniamino Barrese. A tensão entre o filho obcecado em capturar a figura da mãe, e a mãe - ionicamente, uma ex-modelo - que detesta ser transformada em imagem foi de encontro a muitas das reflexões pessoais que me consomem, como artista e como mulher. Os melhores documentários são aqueles que têm personagens inesquecíveis, e a Benedetta Barzini definitivamente é uma dessas.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?   

Claro! Acho que a última delas foi numa sessão de pré-estreia de Bacurau. Suspeito que, se deixassem, estaríamos todos aplaudindo até agora.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu? 

Eu amo essa pergunta, e odeio que essa é a minha resposta, mas aí vai uma confissão: eu não consigo assistir ao Nicolas Cage. Pra mim, ele tem o que quer que seja o exato oposto de carisma - olhar pra ele por muito tempo me deixa constrangida. Perdão, Nicolas Cage. Pelo menos você tem nada menos que duas ilhas nas Bahamas pra te consolar.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Os meus hábitos de leitura online são meio aleatórios e meandrantes. Mas geralmente eu acompanho a cobertura de festivais internacionais por sites como Variety e Vulture, e depois vou atrás de críticas e mais informações sobre os filmes que me interessam pelo Rotten Tomatoes. Ou então me perco em pesquisas infinitas pelo Google. Ultimamente, também tenho me sentido muito inspirada a ver filmes através do trabalho da revista Verberenas, que eu indico muitíssimo.

Continue lendo... E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #357 - Clara Ferrer

05/04/2021

Podcast #6 - Guia do Cinéfilo - 05.04.2021


Olá pessoal! No programa de hoje, falamos sobre:


- Filmes que vi (Rebirth, O Presente, O Céu de Suely (Review), Quando um Homem Volta pra Casa, Meu Pai)


- Séries que vi (Quem Matou Sara?)


- Programa Guia do Cinéfilo da Semana 


- Programa 8 e 1/2 em 20 da Semana


Até a próxima 2a!


Viva o cinema!










 

Continue lendo... Podcast #6 - Guia do Cinéfilo - 05.04.2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #356 - Vinícius Fracchetta


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

NOSSO ENTREVISTADO DE HOJE É CINÉFILO, DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (SP). VINÍCIUS FRACCHETTA É PRODUTOR AUDIOVISUAL COM 10 ANOS DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA TV E DO CINEMA. PARTICIPOU DE PRODUÇÕES COMO 'ULTRAJE A RIGOR' (DOCUMENTÁRIO) E 'DEMOCRACIA E VERTIGEM' (DOCUMENTÁRIO). PASSOU POR EMISSORAS COMO JOVEM PAN E UOL, COBRINDO FATOS IMPORTANTES COMO A COPA DO MUNDO DO BRASIL E O IMPEACHMENT DA PRESIDENTA DILMA ROUSSEFF. ATUALMENTE TEM ATUADO NA PRODUÇÃO DE PROJETOS CULTURAIS EM SAO JOSÉ DOS CAMPOS, COMO O CINECLUBE ONLINE 'CINE DEBATE' E TAMBÉM PARTICIPA DE INICIATIVAS POPULARES COMO COMO O 'ICINE - FORUM DE CINEMA DO INTERIOR DE SÃO PAULO' E ESTÁ NA COMISSÃO FIXA DO PROJETO DE IMPLEMENTAÇÃO DO 'POLO AUDIOVISUAL DO VALE DO PARAÍBA - VALE AUDIOVISUAL'.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

EM SJC TEMOS POUCAS SALAS ALTERNATIVAS, O QUE ME ENCANTARIA UM POUCO MAIS. MAS DENTRO DAS COMERCIAIS, GOSTO MUITO DO KINOPLEX, QUE TEM UMA INFRAESTRUTURA DE PONTA, COM SOM E IMAGENS DE PRIMEIRA.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

ENTREI NA ÁREA DE AUDIOVISUAL POR MEIO DO ENCANTAMENTO PELA TV. SEMPRE GOSTEI DE CINEMA, MAS MEU INTERESSE PELA PROFISSÃO FOI PELOS 'TV SHOWS'. LEMBRO QUE O DOCUMENTÁRIO ILHA DAS FLORES ME MOSTROU QUE PODERIA ALIAR CRÍTICA E ARTE EM UM SÓ CONTEÚDO E AÍ FUI ESTUDAR MAIS CINEMA...

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

EXISTEM MUITOS DIRETORES QUE GOSTO, CADA UM EM SEU ESTILO. NÃO CONSIGO SEPARAR APENAS UM, MAS O FILME QUE NÃO CANSO DE ASSISTIR É MATCH POINT (WOODY ALLEN), MAS SEMPRE REVEJO VICKY CRISTINA BARCELONA, DO WOODY TAMBÉM.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

EU PODERIA COLOCAR UM FILME POR DÉCADA, PQ AMO FILME NACIONAL, MAS VOU ESCOLHER COMO FAVORITO CIDADE DE DEUS.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

PUXA, CINÉFILO É AQUELE(A) QUE SENTE PRAZER EM ASSISTIR FILME, SEJA NO SOFÁ DA SALA OU NOS CINEMAS, QUE SE PERMITE A ENTRAR NAS HISTÓRIAS E DEPOIS QUE O FILME TERMINA CONTINUA TRABALHANDO NA MENTE TUDO QUE VIU E SENTIU.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece  possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

CARA, ENTENDEM PELO MENOS DE MERCADO, POIS CINEMA É UM INVESTIMENTO CARO, ENTÃO QUEM ESTÁ ALI NA CURADORIA PRECISA ESTAR ATENTO AO QUE VAI DAR SUCESSO OU NÃO. MAS NÃO HÁ DÚVIDAS QUE ÀS VEZES O OLHAR SE LIMITA ÀS GRANDES PRODUÇÕES INTERNACIONAIS, VISTO OS FILMES DE SUPER HERÓIS QUE SÃO PREDADORES, DOMINAM TUDO QUANDO CHEGAM.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

 ESPERO QUE NÃO.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

RECOMENDO QUE ASSISTAM LA NIÑA SANTA, DE LUCRECIA MARTEL.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

INFELIZMENTE NÃO... VAMOS NOS RESGUARDAR E DEPOIS VIVER TUDO QUE É POSSÍVEL!

 

10) Como voc]ê enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

A QUALIDADE ESTA CADA VEZ MELHOR, MUITOS DIRETORES E ROTEIRISTAS NOVOS, PESSOAL DA TÉCNICA DA NOVA GERAÇÃO, MUITA GENTE COMPETENTE, FALTA UMA POLÍTICA DE INCENTIVO DO MESMO NÍVEL.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

DOS ATUAIS, ME APAIXONEI PELO KMF, DESDE RECIFE FRIO E DESDE ENTÃO NÃO PAREI DE ACOMPANHAR.

 

12) Defina cinema com uma frase:

HIPNOSE DO PRAZER, RS.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

 

UMA APRESENTADORA DE TV SENTADA ATRÁS DE MIM, O QUE MAIS CHAMOU A ATENÇÃO É QUE ELA PREFERIU SAIR ANTES DO FINAL DO FILME PARA NINGUÉM PARA-LA NO CORREDOR, RSRS.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

CLÁSSICO FUNDAMENTAL PARA ANÁLISES RS.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

SUAS REFERÊNCIAS SERÃO MENORES E POR CONSEQUÊNCIA TALVEZ PROPONHA MENOS NOVIDADES. ASSISTIR FILME É MUITO IMPORTANTE PARA DIRIGIR.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

EU ASSISTO MUITA COISA RUIM, MAS NÃO ME IMPORTO. FINAL DE NOITE TERROR TRASH É ÓTIMO PARA MIM.

 

17) Qual seu documentário preferido?

ILHA DAS FLORES.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

VÁRIAS VEZES.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

POR QUE NICOLAS CAGE? HAHA.... BOM, O SENHOR DAS ARMAS E CORAÇÃO SELVAGEM.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

GOSTAVA MUITO DE ACOMPANHAR UM SITE DE DOWNLOADS DE FILMES ALTERNATIVOS DO URSO, MAS FOI DERRUBADO, EM RAZÃO DA PIRATARIA.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #355 - Mateus Meireles


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Porto Alegre (Rio Grande do Sul). Mateus Meireles tem 28 anos, é historiador e cursa Produção Audiovisual na Uniritter em Porto Alegre (RS). Com seus colegas está formando um coletivo de produção independente. Interessado por assistência de direção e continuidade em sets de filmagem, também ensaia seus primeiros passos como roteirista e diretor.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Minha sala favorita em Porto Alegre é a Cinemateca Capitólio, porque desde as reformas e reinauguração é a que possui a melhor estrutura dentro do circuito de salas que passam filmes nacionais, filmes independentes, experimentais, etc. Eventos importantes do audiovisual são sediados lá, além de ser muito bonita.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Acho que o primeiro filme que abriu minha cabeça para o potencial do cinema de brincar com a linguagem e contar histórias de maneiras diferentes, não se prendendo a este ou àquele formato, foi Cidade dos Sonhos, de David Lynch. Foi um que vi e pensei: “Então dá para fazer isso também!”

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Se tiver que escolher só um, para levar para uma ilha deserta, tem que ser José Mojica Marins (o Zé do Caixão) e seu filme À Meia-Noite Levarei sua Alma, por mostrar que se você quer fazer um filme, você junta uma galera e faz, simplesmente.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Isso vive mudando para mim, mas ainda é Estômago, de Marcos Jorge.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É amar o cinema, em todos os gêneros, formas, origens e tamanhos.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acredito que as grandes salas, aquelas que vendem muitos ingressos, passam filmes escolhidos por pessoas que sabem quais são os produtos que dão dinheiro. Isso não necessariamente quer dizer que conhecem profundamente outros tipos de cinema, ou que se importam com ele com a mesma sensibilidade de um curador de festival independente (que também precisa ganhar seu dinheiro). Existem mercados e mercados.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

A experiência de assistir a um filme em casa parece ter ganhado preferência, mas as salas de cinema mais sofisticadas ainda têm vantagens tecnológicas que fisgam as pessoas pelo sensorial, e porque cinema é um evento compartilhado. É gostoso ir ao cinema, pesquisas de consumo feitas com jovens mostram que será prioridade depois que passar a pandemia de Covid-19. No longo prazo? Talvez o cinema fique num lugar similar ao do livro impresso frente aos e-books: podemos contar com o acesso digital, mas por razões culturais sempre haverá pessoas que preferem a sala física. O tempo vai dizer.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Não sei se muitos não viram, mas acho que todos deveriam ver Últimas Conversas. Foi o último filme de Eduardo Coutinho.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Nosso cinema é um mundo, tem todo tipo de coisa inteligente, diferente sendo feita por aí. Não à toa Netflix, Amazon e outros grandes estão de olho no nosso mercado espectador, o brasileiro tem uma cabeça boa para cinema, para conteúdo audiovisual, o que essas empresas fazem com streaming não deixa de ser cinema sob outras formas. Mas o cinema brasileiro está sob ataque pelos mesmos que atacam a cultura brasileira. Ancine parada, fundos parados, incentivos estrangulados. O gargalo cada vez mais apertado para profissionais menores e estreantes. Então, fico preocupado. Não sei como vai ser. Não existe nação sem cinema. Dá para viver sem contar histórias?

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Rodrigo Aragão, mas também estou de olho no que Hilton Lacerda e Gabriela Amaral Almeida estão fazendo.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Os sonhos da gente num espelho.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Final do último Harry Potter. Sala grande. Acendem as luzes, um maluco grita “O HARRY NÃO MORREU!”. Se alguém ainda não tinha entendido, ele deixou explicado...

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Inesquecível. Mas sabe que outra pérola da Retomada merece ser lembrada? Zoando na TV.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Acho brabo um diretor não gostar de cinema. Mas todos têm seu repertório, suas referências. Cada diretor bebe de um cinema no qual ele se reconhece mais. Partir daquilo que se conhece e colocar a própria cara no seu filme parece ser o caminho para se expressar.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Dificilmente vi algo tão ruim desde o remake de Robocop pelo José Padilha.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Doméstica, do Gabriel Mascaro.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Sim, na estreia de Bacurau.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

A Outra Face. Você não sabe quando o Nicolas Cage é o John Travolta e quando o Nicolas Cage é só o Nicolas Cage.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Papo de Cinema.

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04/04/2021

Crítica do filme: 'Run'


As descobertas que mudam para sempre nossa maneira de enxergar tudo que entendemos sobre o mundo. Com um clima de tensão lá nas alturas mas sem grandes momentos de clímax, o que para um filme de suspense pode ser muito distante da fórmula certeira, Run mostra as descobertas de uma jovem em relação a única pessoa que praticamente tem contato, sua mãe. O roteiro navega na superfície para explicações mais profundas sobre os porquês das lacunas que aparecem. Sarah Paulson e Kiera Allen são as protagonistas e interpretam com muita inteligência suas complexas personagens. O filme é escrito e dirigido pelo cineasta Aneesh Chaganty (o roteiro também teve a ajuda de Sev Ohanian).


Na trama, conhecemos a jovem Chloe (Kiera Allen), uma estudante do último ano do high school mas que tem aulas em casa já que possui uma vida limitada, repleta de doenças. Quem cuida dela faz 17 anos é a sua mãe, a enigmática Diane (Sarah Paulson). Certo dia, algumas situações levam Chloe a descobertas aterrorizantes sobre as verdades que acontecem na sua casa.


Não há muita originalidade na história, algo parecido já fora visto em outros filmes em outros anos. As atuações são o grande destaque e que realmente prendem a atenção por conta da dinâmica mudança emocional que mãe e filha passam ao longo dos 90 minutos de projeção. Há um destaque para um conflito interno repleto de dúvidas da jovem estudante mas com a certeza que de algo não está normal. Dentro dessa perspectiva é interessante para o público caminhar nas descobertas sobre os segredos da trama pela ótica dela. Run pode agradar parte do público mas nem de longe se destaca como o primeiro filme de Chaganty, Buscando...

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Crítica do filme: 'Rebirth'


Em uma casa que não conhecemos, qual porta devemos abrir? Filmes sobre experimentos sociais buscam suas originalidades no peculiar, nas relações, nas ações precipitadas de um frágil protagonista. Tudo isso é visto em Rebirth, dirigido pelo cineasta Karl Mueller, lançado no ano de 2016 e disponível na Netflix. Com um confuso roteiro que se perde na sua extensa criatividade, a cada porta aberta pelo protagonista não sentimos ações de inconsequência apenas o desespero em querer sair onde se meteu. É muito mais puxado para o terror do que propriamente dito para uma reflexão sobre imersão na monotonia. O complicado é definir quem fica mais confuso, o espectador ou o protagonista.  


Na trama, conhecemos um coordenador de redes sociais de um banco chamado Kyle (Fran Kranz), um homem entediado por sua rotina sem muitos prazeres, diferente de outros tempos como pro exemplo na época da faculdade. Um dia, reencontra o antigo amigo dos tempos de estudo Zack (Adam Goldberg) que o propõe um fim de semana longe de qualquer tristeza e para voltarem aos velhos tempos de alegrias. Só que Kyle acaba indo parar em uma espécie de seita motivacional e agora terá que enfrentar as excentricidades do lugar.


Você olha para se mesmo e só enxerga a mesmice. A premissa é interessante, como cinema passa longe de ser. Desafios. Sem rédeas. Sem regras. Sem líderes. O personagem principal parece que está preso dentro de um vídeo game ou um tabuleiro, a cada sala que passa, uma dinâmica diferente, que vão do prazer sensual até gritos e violência verbal. Rebirth é mais assustador nessa ótica, do imprevisível, o suspense é banal, não gera interesse, é mais um filme de ação, uma fuga de um lugar que não gostou. Há outros filmes mais interessantes com a temática Experimentos Sociais.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #354 - Ellen Victória


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é de Belo Horizonte (Minas Gerais). Ellen Victória tem 23 anos, recém formada em cinema pela PUC. Sempre amou cinema, não apenas como uma forma de expressão da arte mas também como uma forma de interação entre as pessoas, tanto entre as que produzem quanto as que assistem. Mora com seus pais e sua irmã mais nova numa região mais simplória de Belo Horizonte desde que nasceu, deve tudo a eles. Atualmente está desempregada e passa seu tempo fazendo ilustrações digitais, assistindo a doramas (séries coreanas) e mandando currículos.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Para ser sincera, apesar de sempre ter tido contato com o cinema, eu só fui pela primeira vez em uma sala de cinema fora de um shopping quando eu já estava na faculdade. Quando criança sempre fui ao cinema com a minha família nos shoppings na região perto da minha casa. Em BH os cinemas de rua mais conhecidos ficam no centro da cidade, um lugar que passei a frequentar mais sozinha depois de atingir a idade adulta. Eu já fui no cinema Humberto Mauro e no Belas Artes, as duas vezes por influência dos meus amigos e da faculdade, que aliás era de cinema por isso a ida aos cinemas de rua. Mesmo tendo ido poucas vezes, se eu tivesse que escolher, escolheria o cine Humberto Mauro tanto pelo espaço que é bem aconchegante, dentro e fora da sala, ainda mais por ser perto do parque municipal, e também porque a primeira vez que fui lá estava tendo uma programação gratuita dos filmes do Estúdio japonês, Ghibli, meu favorito.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Bem, se eu for parar pensar, não há um filme que me fez pensar assim. Desde pequena eu assisto filmes, eu cresci assistindo os filmes da Disney. Por influência dos meus pais eu cresci nesse mundo do cinema, tanto é que a maioria de nossas conversas incluem falas de filmes. Eu não sei quando eu passei a pensar seriamente sobre cinema, porque ele sempre fez parte da minha vida, não sei quando decidi estudar cinema, eu só sei que sem ele, eu não seria quem eu sou hoje.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Não sou muito de ter diretor favorito, mas se fosse pra escolher, o diretor que mais gosto dos filmes e já tem um bom tempo é o japonês Hayao Miyazaki, fundador do Estúdio Ghibli e meu filme favorito dele poderia dizer que é “Howl no Ugoku Shiro”, em português “ Castelo Animado” de 2004, mas confesso que amo todos os filmes desse estúdio.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

O Auto da Compadecida. É um clássico nacional e da sessão da tarde. Acredito que seja meu favorito porque foi o primeiro filme brasileiro que gostei de assistir. Mas há vários outros que gostei bastante como Cidade de Deus, Tropa de Elite, A vida invisível, Hoje eu quero voltar sozinho, alguns regionais como Temporada ou No coração do mundo e um dos últimos a fazer sucesso Bacurau. Todos e muito mais, obras primas do cinema brasileiro.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Pra mim é o fato de alguém amar o cinema como um todo, e ter curiosidade sobre tudo que o forma, desde a pré-produção, o porquê e como o filme foi criado, até a exibição e as críticas recebidas pelo filme(s).

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Os cinemas de rua, que podemos dizer está mais ligado com filmes independentes, filmes de arte ou cult que ouvimos falar, acredito que sim, mas cinemas de shopping por ter filmes mais ligados ao entretenimento ao público, não acho que apenas pessoas que entendem de cinema são responsáveis pela programação.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Com certeza não. Apesar de os streamings estarem vindo com força nos últimos anos, ainda mais agora com a pandemia, onde todos assistem filmes e séries na própria TV sem nenhum tipo de esforço, acredito que as salas de cinema por estarem ligadas a algo cultural e talvez até ritual, sendo um lugar onde as pessoas marcam de se encontrar e interagem entre si, o que acaba sendo um evento, além de tudo ser também um lugar onde a emoção e relação público e filme é muito mais intensa. Isso não pode ser substituído tão facilmente, pelo menos é o que acredito.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Nos últimos 3, 4 anos, eu tenho estado muito ligada ao cinema sul coreano, e descobri, sinceramente, um baú de tesouro que acredito que muitas pessoas nunca nem sonham em encontrar. Eu poderia indicar alguns clássicos como “Eu vi o Diabo”, “Memórias de um assassino", “Sra Vingança” ou até “Parasita” que aliás são todos maravilhosos, mas gostaria de indicar um que me tocou mais intimamente por causa da narrativa simplista, melancólica e quase parada, e também pela ousadia da história inserida num contexto conservador que era e ainda é a Coréia do Sul, estou falando de “April Snow” 2005 do diretor Hur Jin Ho, estrelando uma das minhas atrizes favoritas Son Ye Jin. Um melodrama sobre traição, solidão e esperança.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Absolutamente não. Apesar de sentir muita falta, o certo agora é proteger a sua saúde e consequentemente de todas as pessoas. Por ser um lugar fechado e que suporta grande quantidade de pessoas, acaba sendo um lugar muito propício e perigoso nesse momento.

Dias melhores virão, e o tempo que passamos juntos numa sala de cinema irão retornar, mas para isso devemos seguir com os nossos deveres para proteger a todos agora.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Desde sua origem, o cinema brasileiro sempre foi muito bem criticado, tanto dentro como fora do país. Atualmente isso ainda é verdade, mas o cinema popular, o de entretenimento, camufla isso, e a influência do cinema estrangeiro ainda é grande no país, tanto na produção como na exibição nas salas de cinema. Não que o cinema de entretenimento seja terrível, digo isso porque eu sou uma pessoa que não gostava do cinema brasileiro por achar que só tinha besteirol, mas que amava (ainda amo) os filmes da Marvel, mas o “cinema arte ou cinema independente”, como costumava dizer na faculdade, deve ser garimpado, como em vários outros países, e é senso comum que os filmes com as melhores qualidades saem desse nicho. Mas isso também depende do ponto de vista.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Como eu disse mais cedo, antes de entrar na faculdade eu não era fã de filmes brasileiros, por pura ignorância confesso, mas depois de conhecer mais sobre esse nicho, pode se dizer que a Filmes de Plástico, uma produtora de contagem, foi a que eu mais assisti aos filmes.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Contador maestral de histórias, um olho mágico.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Não que seja uma história inusitada, mas é algo que lembramos sempre que estamos juntos na família. Já faz uns 11 anos, e acho que foi uma das primeiras vezes que fui ao cinema, bem, pelo menos da que eu me lembro. Enfim, era férias de fim de ano e juntamos os primos todos pra ir num cinema bem pequeno num shopping que até já fechou aqui perto de casa, o filme era Enrolados, 2010. Tem uma parte no final do filme que a Rapunzel chora sobre o corpo do parceiro José Bizerra e uma das lágrimas que caiu, forma uma flor de luz linda sobre ele e justamente nessa parte, meu priminho que na época tinha 4 ou 5 anos, fala bem alto pra todos ouvirem “O choro dela!” com uma vozinha super fofa! Não é brincadeira, mas todos na sala riram da reação dele, e foi um riso como se pensassem “Meu Deus, que fofura!”. Eu gosto muito dessa história porque lembro da sensação boa desse momento, por ser uma sala bem pequena, e por isso poucas pessoas, quando todos riram parecia que estávamos todos numa sala vendo tv numa reunião de família.

 

14) Defina Cinderela Baiana em poucas palavras…

Não assisti ainda… foi mal ahaha.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Bem, acredito eu que, a vontade de ser cineasta, a vontade de querer contar uma história através do cinema, a pessoa deve ter sido influenciada e impulsionada pelos filmes que assistiu. Meu professor costumava dizer que a gente aprende a fazer cinema vendo cinema, não há maneira melhor de aprender na minha opinião, não concorda? Então sim, pra mim, um cineasta que queira dirigir um filme tem que ser, mas nem que um pouco, cinéfilo.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Já me deparei com muitos filmes ruins, mas o que me vem à cabeça agora é Deuses do Egito, 2016. Nem terminei de assistir.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Eu amo documentários, já cheguei a pensar, e ainda penso que se eu não conseguir trabalhar com filmes de ficção, gostaria então de trabalhar com filmes documentários. Não consigo escolher um, mas o último que assisti e gostei bastante foi o Street Food Asia da Netflix. Eu gosto bastante de ver vídeos de comida artesanal, e esse documentário além de ter uma fotografia incrível, a narrativa também é muito boa.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Sim. Bem que acho que muitos diriam que foi um filme super aclamado pela crítica de filmes de arte, mas na verdade foi um filme muito popular do cinema de entretenimento: Vingadores Ultimato. Como eu disse antes, gosto bastante dos filmes da Marvel. Acredito que teve outros mas como esse foi um dos últimos filmes que vi no cinema, infelizmente não me lembro de outro.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Não assisti todos os filmes dele, mas dos que eu assisti o que mais gostei foi Presságio.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Pode-se dizer que o Adoro Cinema, as críticas são ótimas.

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