29/04/2021

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10 Curtas que você precisa conferir


Iniciando mais essa série de listas cinéfilas buscando trazer, dessa vez, uma reflexão não só para as grandes obras que listamos abaixo mas também sobre a importância do curta-metragem. Praticamente o patinho feio do circuito exibidor (mesmo existindo a Lei do Curta...), muitos curtas-metragens ganharam novo fôlego com a chegada dos streamings e a possibilidade de enfim conseguirem chegar até os olhos de todos aqueles que amam a sétima arte.


Segue abaixo os primeiros dez filmes dessa contínua lista que faremos ao longo desse ano:

 

White Eye (2020, Israel)

 

O viciado e triste olhar do preconceito. Uma bicicleta roubada. As questões burocráticas da lei. Olho branco, viciado dentro do preconceito. Em tempos onde a linha tênue do bom senso insiste em não existir. Para onde caminhará nossa humanidade? Escrito e dirigido pelo cineasta Tomer Shushan, em seu segundo curta-metragem na carreira, White Eye é o retrato de muitos países europeus onde o medo dos imigrantes é constante, tentando se estabelecer em um país onde não nasceram.

 

 

Finalista do Oscar 2021 de Melhor Curta de Ficção, o curta-metragem israelense em pouco mais de 20 minutos nos mostra um conflito quase banal que acaba se tornando uma questão legal sobre um imigrante que luta pelo bem-estar de sua família buscando ser um trabalhador honesto em um país diferente do dele, com mais oportunidades. Interpretados por Daniel Gad e Dawit Tekelaeb, dois homens, duas histórias, se cruzam em torno do roubo ou não de uma bicicleta sendo que um deles acaba acionando a polícia para uma rápida resolução. Mas será que era a melhor solução? O peso na consciência bate rapidamente quando percebe que a polícia está com o olhar viciado em relação ao outro homem.

 

 

O filme reflete dilemas sociais que vemos muito por aqui também na América Latina, sobre a ótica do resolver as coisas como adultos ou envolver a polícia e complicar tudo mais ainda? Será que as leis serão justas para todos? Aonde foi parar o bom senso da própria comunidade?

 

 

 

O Som do Tempo (2010, Brasil)

 

O mundo da mudança ao olhar da simplicidade. Vencedor de mais de duas dezenas de prêmios em festivais espalhados pelo Brasil, O Som do Tempo, é um dos primeiros curtas-metragens da carreira do excelente cineasta cearense Petrus Cariry. Em curtos dez minutos de projeção, somos testemunhas da habilidade técnica, na criação de emoções através do movimento do impacto, das imagens, buscando a reflexão de toda ou qualquer forma dentro do contexto de uma mulher mais velha vendo as transformações do pequeno pedaço de universo que vive ao longo do tempo.

 

O silêncio que não existe mais. Ao redor prédios e barulhos, o verdadeiro caos urbano das grandes cidades que não param de se expandir. Em contraponto, a vida simples, uma casinha humilde em meio a enormes estruturas, avenidas barulhentas e palavras gritadas pra todos os lados. Em até certo ponto dentro de uma forma de poesia de imagens, identificamos um olhar muito humano e honesto compreendido mais de perto por quem está no epicentro dessa mudança, olhando um mundo novo diferente do que vira até então.

 

Quase sem palavras (usando a força do ver em vez do escutar), quando chega, a música em um gran finale mostra mais detalhada a questão cultural e existencial e de alguma forma explica bastante das imagens que vemos ao longo desse trajeto, o seguir em frente em meio às transformações que não abalam em nada quem apenas quer viver de sua maneira.

 

 

Dois Estranhos (EUA, 2020)

 

Cortesia, profissionalismo e respeito. Será? Vencedor do Oscar de melhor curta-metragem em 2021, Dois Estranhos explora o eterno giro de 360 graus constante onde os paralelos entre a autoridade e o preconceito parecem dois rios que acabam se unindo gerando dor e sofrimento. Dá um aperto no peito, são cenas fortes e infelizmente muitas dessas vistas por muitos olhos nas ruas pelo mundo todo o dia, tamanho o preconceito e intolerância dos olhares brancos contra os negros. É um filme arrebatador, conversa demais com muitos dos acontecimentos viralizados sobre preconceito e violência policial nos Estados Unidos que nos trazem muito tristeza. Dirigido por Travon Free e Martin Desmond Roe. Imperdível! Disponível na Netflix.

 

 

Na trama, conhecemos um jovem trabalhador chamado Carter (Joey Bada$$), em um dia de grande alegria por ter conhecido um provável futuro amor, Perri (Zaria). Ele está voltando para casa onde está seu cachorrinho fofo o qual ama muito e até mesmo aciona via wi-fi um lança biscoitinhos para ele enquanto não chega em casa. Ainda na calçada, em frente ao prédio onde estava é abordado de maneira abrupta e desleal pelo policial branco Merk (Andrew Howard) e assim, em fração de segundos, sua vida corre sérios riscos. Acontece que um loop infinito é ativado (volta sempre ao mesmo dia e momento da tragédia) e agora o protagonista precisa encontrar alguma maneira de ter um final diferente para essa história. Mas será que existe?

 

 

Um filme reflexivo, que coloca o dedo bem fundo na ferida de uma sociedade polarizada, ainda muito preconceituosa, em alguns momentos nada amistosa, onde a cor da pele vira questão de escolha de quem é bom ou mau. Two Distant Strangers, no original, usa da criatividade para mostrar diversas formas onde o preconceito se instaura tendo os mesmos personagens. Somos testemunhas oculares das várias abordagens policiais equivocadas, com o preconceito dentro da força desproporcional, na mira da metralhadora...

 

 

O desfecho é emblemático, lembra de diversos nomes de pessoas negras que tiveram suas vidas tiradas em questões muito parecidas das quais o filme aborda. Um projeto para todos nós, brancos e negros, refletirmos sobre o mundo em que vivemos e se de alguma forma podemos caminhar para uma melhora através do diálogo.

 

 

Boa Noite (Gana/Bélgica, 2020)

 

Os horrores camuflados de bondade. Um dos 15 semifinalistas ao Oscar 2021 de Melhor Curta de Ficção, Good Night (Da Yie) , co-produção Gana/Bélgica, é um filme que escancara aos nossos olhos os horrores de uma realidade, um retrato chocante de uma parte do mundo que carece de atenção. Dirigido pelo cineasta Anthony Nti, em 20 minutos somos jogados a uma história que fala sobre sonhos, impunidade e os absurdos que a vida apresenta. Um filme forte, porém necessário, para reflexão.

 

 

Na trama, conhecemos Matilda e Prince, duas crianças muito amigas que possuem em comum um grande amor pelo futebol. Certo dia, no campinho onde jogam, um estranho mas conhecido por eles estaciona o carro e os chama para irem lanchar e passear pela cidade. Só que as verdadeiras intenções desse estranho aos poucos vão sendo reveladas.

 

 

Tenso, fala sobre memórias, traumas, conversas que vão colocando dúvidas no personagem que começa a sofrer de peso na consciência, levando a trama para um desfecho que chama a atenção. Os jovens falam sobre seus sonhos, visitam o mar, falam de momentos tristes da vida, fotografia, futebol, repletos da inocência da idade e falta de maturidade para enxergar os perigos que se apresentam. Good Night (Da Yie) foi o vencedor de Melhor Filme da Competição Internacional do prestigioso Festival de Curtas de Clermont-Ferrand 2020. Um filme importante que fala as verdades sobre um mundo ainda muito cruel que muitos vivem.

 

 

O Presente (Palestina/Inglaterra, 2020)

 

Os absurdos de um presente que não esquece do passado. Vencedor do BAFTA de melhor curta-metragem de ficção e indicado ao Oscar 2021 na mesma categoria, O Presente, sendo bem objetivo, gera angústia, raiva e um enorme sentimento de tristeza com a absurda situação vivida por um pai, sua filha e uma geladeira. Bons curtas são aqueles que dentro de um recorte chamativo, conseguem expor problemas universais. Dirigido pela cineasta britânica Farah Nabulsi, esse projeto palestino faz refletir sobre a intolerância jogada na nossa cara. Esse filme gera uma indignação profunda por sabermos que os fatos aqui relatados acontecem de diversas maneiras na realidade.

 



Na trama, conhecemos Yusef (Saleh Bakri), um homem de meia idade, trabalhador, que acorda em uma manhã, após uma noite onde chegara muito tarde, com o objetivo de comprar um presente para a sua esposa já que ambos completam mais um aniversário de casamento. Assim, ele leva sua filha Yasmine (Mariam Kanj) para ir até Beitunia fazer compras e pegar o presente da esposa. Só que para ir e vir, Yusef e todos que moram naquela região da Cisjordânia precisam passar por um ponto de checagem israelense. E assim, um conflito se estabelece na ida e na volta do resgate do presente.

 

 

A falta de liberdade do ir e vir é o principal ponto de reflexão desse pequeno grande projeto. A falta de humanidade, compaixão dos soldados na ‘fronteira’ mostram as hipocrisias que comandam ações do universo da generalização em vez de olhar para o indivíduo. Sensibilidade? Isso não existe nesses lugares. Tentando se locomover por uma Cisjordânia controlada, com estradas segregadas, milhares de pessoas diariamente precisam ser ‘checadas’ perdendo princípios básicos dos seres humanos. O filme escancara verdades que poucos gostam de dizer ou até mesmo conhecem. O cinema tem esse papel: gerar reflexões para quem sabe trazer mudanças.

 

 

 

The Letter Room (EUA, 2020)

 

 

Quando o introspectivo se une ao intermediário. Um dos concorrentes ao Oscar 2021 de Curta-metragem de ficção, The Letter Room, ou a Sala de Correspondência, se formos traduzir literalmente para o nosso idioma, conta a história de alguns através do olhar curioso de um personagem que acaba sendo testemunha de relatos pessoais da família e dos presos, inclusive para os que estão no corredor da morte, após assumir o novo cargo de diretor de comunicação dos prisioneiros. Escrito e dirigido pela cineasta Elvira Lino, o projeto (com potencial de ser um longa-metragem) possui um indecifrável lado tragicômico escondido por trás da história, sentimos que há muito mais por conhecer desse curioso protagonista. Ótima interpretação do ator Oscar Isaac.

 

 

Na trama, conhecemos o boa praça e simpático agente penitenciário Richard (Oscar Isaac), um ser solitário que vive de ir ao trabalho e voltar pra casa, tendo apenas a companhia de seu cachorro. A fim de se desenvolver profissionalmente, se inscreve para outras funções na penitenciária que trabalha, por mais que tenha um ótimo relacionamento com os outros guardas, a chefe do local e os presos. Assim caba indo para no setor de comunicação da prisão, onde precisa escanear e analisar possíveis irregularidades nas mensagens externas que chegam para os que estão presos. Mas ele acaba se envolvendo mais do que devia e assim acaba embarcando nas soluções de duas questões para dois prisioneiros.

 

 

Há um composto interessante ligado ao desejo e as emoções que o guarda acaba sentindo, não consegue fugir das diversas reflexões daquelas palavras espalhadas nas mensagens. Precisa ir atrás das resoluções daquela história, como se fosse um intermediador, um fato que acaba se conectando com seu perfil introspectivo de pouco contato com o mundo lá fora. O personagem em cima é longe de ser caricato detalhista, inclusive controla a alimentação através de um bloquinho de papel preenchido com as calorias diárias ingeridas, talvez uma ideia que teve a partir de alguma referência que viu nas dezenas de horas que fica de frente para a televisão quando não está trabalhando.

 

 

Em cerca de 30 minutos, ficamos refletindo muito sobre a personalidade e as ações tomadas, certas ou erradas, pelo personagem, gerando a curiosidade de querer conhecer mais sobre a história dessa alma introvertida e as prováveis sinucas que se envolve a partir da curiosidade.

 

 

Hair Love (EUA, 2019)

 

O amor por nossos filhos nos fazem ser fortes em qualquer situação. Vencedor do prêmio de melhor curta de animação no Oscar 2020, Hair Love mostra tanto amor em 7 minutos que os ensinamentos se prolongam para nossas vidas. Produzido, escrito e dirigido pela ex-atleta da NFL Matthew A. Cherry, o filme conta um pequeno retrato na vida de um pai e uma filha pequena e a tentativa do primeiro em pentear o cabelo da filha pela primeira vez.

 

 

Simples e profundo como todo bom curta deve ser. A difícil missão de um pai em fazer um belo penteado no lindo cabelo de sua filha, nos leva em uma jornada linda em analogias para nossa realidade, principalmente quando entendemos no finalzinho desse belo trabalho o porquê daquela missão ser tão importante sem ser cumprida por esse super pai. A mamãe da jovenzinha está em uma luta contra doença no hospital e o corte especial é para ela ir toda linda encontrar a mamãe.

 

 

Nessas horas é que vemos o exemplo e pensamos em muitos outros super papais. Tendo apenas um vídeo gravado pela mãe da menina como único auxílio na tentativa de ser bem-sucedido, o poder da animação entra como uma rajada de criatividade metafórica simbolizando aquela simples luta como algo tão importante que vira algo inspirador nossos corações. Belíssimo curta.

 

 

Irmã (China, 2019)

As memórias que não existiram mas que também nunca se foram. Usando a técnica de stop-motion, a animação chinesa dirigido pela cineasta Siqi Song, transforma uma frustração em uma grande carta poética em forma de animação. Irmã, em seus curtos minutos, fala muito sobre o sentimento das famílias chinesas que viveram dentro dos 30 anos da política de apenas um filho. Selecionado pelo Festival de Sundance ano passado e um dos cinco indicados ao Oscar na categoria melhor curta de animação em 2020, o filme é um relato importante sobre um fato que afetou milhares de pessoas no país mais populoso do planeta.

 

 

Em 08 minutinhos, ambientado na década de 90, somos envolvidos em um pequeno retrato que vai do imaginário a realidade. Conhecemos um jovem que relata sua convivência com sua irmãzinha, muitas situações que acontecem com a chegada da nova integrante da família, só que descobrimos que essa irmã nunca existiu pois a família do protagonista não poderia ter mais de um filho por conta de uma política de 30 anos das autoridades chinesas.

 

 

Lançada pelo governo chinês no fim da década de 1970, essa lei que é pano de fundo dessa história, consistia numa lei segundo a qual ficava proibido, a qualquer casal, ter mais de um filho (em outubro de 2013, o governo chinês aboliu essa lei). Fato esse que deixou vários filhos únicos sem a possibilidade de dividir sua vida com um irmão ou irmã. O curta navega nessa vertente e usa a imaginação do pensar como forma de homenagem a todos que não puderam ter um irmãozinho durante todo esse período na China. O cinema é isso, uma maneira de refletir sobre nossas épocas: passado, presente ou futuro.

 

Memorável (França, 2019)

 

Pintar com os dedos invoca o homem primitivo que há entre nós. Indicado ao Oscar de Melhor curta de animação em 2020, o projeto francês Memorável fala sobre as nuâncias da nossa mente em momentos chaves de nossa vida. Na surreal que a vida presente os prega, um pintor e sua esposa precisam conviver com as mudanças oriundas do tempo mas sem deixar de acessar memórias que não há como serem esquecidas. Um belo curta. Pena que os cinemas brasileiros não exibem curtas antes dos longas em seu circuito exibidor (o capitalismo em exagero chega mais forte pela ótica do lucro dos chatos e inúmeros comerciais antes das histórias), tem tanto curta bom por aí...como esse.

 

 

12 minutos de muitas emoções onde o coração pulsa mais forte nessa singela história sobre as memórias de alguém ainda vivo.  Há poesia nos respingos das tintas do artista, há muita metáfora nas explicações sobre os nós que nossa mente submete, tudo isso é tratado com muita delicadeza e uma trilha sonora instrumental que chega bem forte aos nossos corações. 

 

 

Escrito e dirigido pelo cineasta francês Bruno Collet, Mémorable, no original, nos puxa para refletirmos sobre a arte de amar igual muitas vezes. Importante os detalhes à força da arte, pelo seu precioso protagonista e suas novas descobertas de uma vida recheada de boas memórias.  

 

 

Aprendendo a Andar de Skate em uma Zona de Guerra (Se Você For uma Menina) – (Inglaterra, 2019)

 

O que é coragem? Porque é importante ter coragem? Vencedor do Oscar de melhor curta metragem anos atrás, Aprendendo a Andar de Skate em uma Zona de Guerra (Se Você For uma Menina), passa pelos períodos das estações, usados como pequenos arcos para o desenvolvimento da narrativa, entendemos melhor um projeto inovador para meninas de origem muito pobre com famílias conservadoras. Em um planeta que preza pelo egoísmo e a falta de reflexão sobre o outro, os olhos do mundo devem estar atentos a esse belo trabalho da cineasta Carol Dysinger.

 

 

Em um país devastado pela guerra de décadas, onde o básico ler e escrever ainda é um grande desafio, principalmente para as mulheres, sempre estando em perigo nas ruas, sem segurança, um pequeno oásis acontece em Kabul, no Afeganistão, com a criação de um projeto chamado Skateistão que associa aulas para meninas carentes e aulas de skate. Toda uma equipe de pessoas com enorme coração é vista fazendo seu trabalho com toda dedicação. Desde a professora que prefere não mostrar o rosto, até a jovem instrutora de skate, além da assistente social que tem como uma de suas funções recrutar novas jovens que se encaixem no perfil do projeto.

 

 

Vivendo com o dia a dia intenso, ajudando nas tarefas de casa e o medo da violência diária, as pequenas guerreiras não desistem dos seus sonhos, nem de seu livre arbítrio do pensar e praticar esse esporte muito popular que as leva para outros lugares durante aquelas horas que praticam. Em busca de um futuro melhor, percebemos no arco final que os sonhos começam a brotar e isso é algo que ninguém tira delas, jamais.

 

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #397 - Nádia Farias


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de Belém (Pará). Nádia Farias tem 25 anos, é estudante de Psicologia, dona da página @filmesdebollywood.br (no Instagram) que fala principalmente acerca do cinema indiano, mas também mostra um pouco sobre o universo da Índia na tentativa de mostrar seus encantos e desfazer preconceitos.  

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Bom, eu nem tenho uma sala preferida de cinema, sempre procuro pelo horário mais confortável e a disponibilidade de salas com os filmes legendados.

 

2) Qual o primeiro filme que você  lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Foi em 2013 (faz tempo né?), quando assisti Somos tão Jovens, que retrata a história do Renato Russo desde a adolescência até a formação da Legião Urbana. as pessoas naquela sessão, inclusive eu, cantavam todas as músicas e quando surgiu a cena final que foi o primeiro show da Legião no circo voador (RJ),  as pessoas amaram e cantávamos como se estivéssemos em um show deles, foi lindo demais.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Não tenho um diretor preferido, ou pelo menos não consigo pensar em apenas um, mas posso falar sobre dois que gosto bastante.

O primeiro é o Ashutosh Gowariker, e o meu filme preferido é Lagaan (2001), que fala sobre uma aldeia que se levanta contra o exército britânico que governa aquela localidade.  Esse filme foi uma virada na forma de contar histórias no cinema indiano. E o outro diretor é o Rajkumar Hirani, que nas maiorias dos títulos de seus filmes, brinca com palavras ditas ofensivas para contar grandes histórias com profundas reflexões.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

O Auto da Compadecida.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Seria alguém que gosta de assistir filmes e aproveita cada um. Compartilha suas visões com os outros e se diverte com isso.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece  possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acredito que a programação do cinema segue o gosta da maioria, o que agrada naquele momento e assim, fazer lucros.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Eu espero que não, pois ir ao cinema é uma experiência única.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Indico Jojo Rabbit.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não mesmo. A proteção é mais importante.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Não tenho como opinar devidamente, já que não acompanho os filmes brasileiros atuais.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Wagner Moura.

 

12) Defina cinema com uma frase:

A segunda casa em várias casas.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Nunca presenciei nada inusitado.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Nunca tinha ouvido falar, então fui pesquisar para saber do que se tratava e me arrependi, não recomendo a pesquisa.

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Acredito que não. O principal é gostar do trabalho que faz e se sentir bem com ele.  

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Até hoje nunca superei o fato de ter perdido duas horas da minha vida assistindo Antes só que mal casado com Ben Stiller.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Absorvendo o Tabu. É um documentário indiano que retrata os preconceitos sobre a menstruação e como isso afeta a vida das mulheres.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Já, quando assisti Somos tão jovens.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Não sei se é o melhor, porém é o único que gosto: Cidade dos Anjos.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

No momento não tenho acompanhado site algum. 

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Crítica do filme: 'O Homem que Vendeu sua Pele'


Quais os limites da arte? Existe? Quais os limites do ego humano? Existe? Indicado ao Oscar na categoria de Melhor filme estrangeiro pela Tunísia, ficando entre os cinco finalistas inclusive, O Homem que Vendeu sua Pele, escrito e dirigido pela cineasta tunisiana Kaouther Ben Hania, faz paralelos com a realidade, sobre a liberdade, criando brechas importantes para falar de um assunto muito importante: dos refugiados. É o segundo trabalho da diretora em um longa-metragem de ficção.


Na trama, conhecemos Sam (Yahya Mahayni), um homem apaixonado que após uma exposição de alegria ao lado do amor de sua vida (mas essa já com casamento pronto com outro homem) em um trem acaba tendo que entrar em rota de fuga de seu país (Síria) e acaba indo para o Líbano. Chegando lá consegue alguns bicos e acaba conhecendo Jeffrey Godefroi (Koen De Bouw) um artista Belga que ao lado de sua assistente Soraya (Monica Bellucci) que  propõe ao protagonista um contrato para ‘ceder’ as costas dele para se tornar uma obra de arte. Assim, precisando do dinheiro e querendo chegar na Europa (onde está o amor de sua vida) Sam resolve aceitar e acaba virando praticamente uma peça de museu o que gera conflitos e revolta de seus parentes e de toda a comunidade de ativistas de direitos humanos.


Há um grande tom de crítica bem evidente em todo o andamento da narrativa que foca nas escolhas do protagonista mas tende ao lado do amor com grandes arcos sobre a relação conturbada dele com a mulher de sua vida o que acaba deixando um pouco confusa as subtramas sobre direitos humanos.  O próprio personagem principal é bastante confuso não se desprende de tentar reconquistar seu amor e embarca em uma jornada quase inconsequente onde precisa medir na balança seu papel em um grande contexto social mundial que muitas vezes para ele passa batido, não interessando encontrar alguma solução para isso, entrando em modo conformista, acomodado.


Kaouther Ben Hania executa um bom trabalho na direção. Mesmo com o roteiro tendo altos e baixos, O Homem que Vendeu sua Pele levanta questionamentos importantes gerando ondas de reflexão e abrindo os olhos de todos que conseguem alcançar nas entrelinhas as mensagens que o filme carrega.




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28/04/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #396 - Hanna Queiroz


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de São Paulo. Hannah Queiroz tem 22 anos, é produtora criativa e assistente de direção (1ª AD). Trabalha como freelancer desde que se formei em jornalismo, também escreve roteiros e edita vídeos para a internet como forma de viver. Tem muitos projetos, muitas ideias e muita determinação e persistência no audiovisual! Produziu o documentário A Dança Além da Estética, que foi seu TCC, é AD no @caspcoletivo e foi assist. de produção de publicidades do Santander e da Seara.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Petra Belas Artes e Cine Sala! Eu amo a programação do Belas Artes porque oferece filmes premiados e estrangeiros que eu amo! Mas o espaço do Cine Sala é o meu preferido, pena que lá a programação é mais enxuta

 

2) Qual o primeiro filme que você  lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

A primeira vez eu não consigo me lembrar, pois cresci em uma cidade pequena, sem cinema, então eu via quando ia para a cidade mais próxima com shopping. A primeira vez que fui no Cine Sala foi bem marcante pra mim, vi Jojo Habbit e o espaço e ambientação do local tornaram a experiência muito mais agradável e impactante.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Kubrick, O Iluminado, meu filme preferido da vida! Um clássico do suspense.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

A Vida Invisível, atuação, roteiro, fotografia e direção incríveis! Muito muito impactante e forte.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Gostar de diversidade e variedade na hora de assistir um bom filme! Captar a sensibilidade do diretor e entender as diferentes nuances da história.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

 

Não, cinemas de shopping acredito que não, vão pelo calendário/comercial. Agora cinema de rua sim!

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não!!

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Ponte Aérea, é um filme nacional que tem na Netflix e é muito fofinho e divertido, indico pra quem acha que cinema nacional não pode ser maravilhoso.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Olha, acredito que seguindo os protocolos de segurança, distanciamento e limite de sala reduzido, creio que seria favorável para que os cinemas de rua não fechem de vez com a crise. Agora os cinemas comerciais e de shopping, só com vacina! (pois eles têm grana e sempre lota mais por ser em shopping).

 

10) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Caio Blat hahahahaha eu amo os filmes nacionais com ele.

 

11) Defina cinema com uma frase:

Viajar o mundo sem sair da cadeira.

 

12) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema.

Olha, agora não me lembro de nenhuma, sempre foram muito tranquilas minhas idas ao cinema.

 

13) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Tentativa frustrada hahahaha.

 

14) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Acredito que baseado na minha percepção de cinéfilo, sim, porque consumir diferentes tipos de filme é fundamental para ter referências e se destacar do óbvio.

 

15) Qual o pior filme que você viu na vida?

Doutor Sono nem consegui terminar.

 

16) Qual seu documentário preferido?

O que eu fiz! https://www.youtube.com/watch?v=etonJUqTDeE&t=3s

 

17) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão? 

Já, algum iraniano da Mostra Internacional de Cinema que vi no Itaú Cultural, mas não me lembro qual.

 

18) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Vendo aqui, não assisti muitos filmes com ele, sorry.

 

19) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Persona: https://personaunesp.com.br/

 

20) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Netflix.

Continue lendo... E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #396 - Hanna Queiroz

27/04/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #395 - George Miguel


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Sorocaba (São Paulo). George Miguel tem 27 anos, é formado em comércio exterior, porém trabalha com gestão de energia e meio ambiente. O cinema sempre foi sua paixão desde criança e durante a pandemia criou um instagram para compartilhar os filmes que assistia. Também criou um desafio pessoal de assistir pelo menos 100 filmes durante um ano. Durante essa aventura, seu amor pelo cinema só cresceu e hoje ele busca se especializar ainda mais nesse universo.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Cinépolis devido à grande variedade dos filmes exibidos, qualidade dos equipamentos, salas confortáveis. 

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Ah são tantos filmes mas um que me pegou foi A Forma da Água, foi uma grande experiência ter visto esse filme no cinema e também 1917, trouxe uma grandiosidade a mais ao filme que já é sensacional.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Meu diretor favorito é o espanhol Pedro Almodóvar, ele ganhou esse espaço por causa da sua excentricidade, cada filme é uma surpresa! O meu filme favorito dele é A Pele que Habito.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Bacurau, por quebrar todas as barreiras do cinema nacional trazendo um filme tão inovador, que envolve suspense, ficção científica e drama.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É ter o cinema como paixão, não só assistir um filme como forma de entretenimento mas entrar de cabeça dentro do universo cinematográfico.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece  possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não, a maioria dos cinemas seguem o que a massa gosta, o que é mais lucrativo. São poucos os cinemas que seguem uma temática exclusiva e não tão comercial. De fato, esses cinemas são apenas encontrados em grandes cidades.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Eu acredito que não pois o cinema além de ser uma arte, é também um grande mercado no qual circula muito dinheiro e é também uma grande parte da economia.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Greenbook.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Pra mim cinema em si é um lugar um tanto quanto perigoso para a transmissão do vírus por ser um lugar fechado, alguns com pouca ventilação. Acredito que só me sentirei seguro para ir ao cinema após ser vacinado.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

O cinema nacional tem inovado nos últimos anos e trazido filmes muito bom como Bacurau, A vida invisível... O estereótipo do cinema nacional é que só temos filmes de comédia, porém isso tem mudado. Ainda assim acredito que devemos valorizar mais o que é feito no Brasil pois ainda consumimos muito filmes que são feitos nos Estados Unidos.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Wagner Moura, ele é meu artista brasileiro favorito.

 

12) Defina cinema com uma frase:

O cinema é uma arte na qual todos os nossos sentidos são explorados.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Não me lembro de alguma história inusitada, somente das vezes que pessoas ficam bravas por outras estarem usando o celular ou falando haha.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Um clássico atemporal haha.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Acredito que sim pois um bom diretor sabe captar de melhor o que outros utilizaram e assim pode desenvolver melhores técnicas.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Alguma coisa sobre a invasão das baratas, sempre passava na TV e não sei porque perdi meu tempo vendo aquilo.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Honeyland.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Não mas muitos filmes mereceram palmas.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Hummm, não me recordo de ter visto algum filme com ele (vergonha!).

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Omelete.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Netflix.

Continue lendo... E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #395 - George Miguel

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #394 - Isaac Huna


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, natural da Argentina e radicado no Brasil desde 1987. Isaac Huna é desenhista, roteirista, editor de revistas, produtor de conteúdo de entretenimento para as plataformas, TV, cinema e online. Idealizador e organizador do Festival de Cinema de Jaraguá do Sul - SC. Criador do canal onlive independente: youtube.com/framelatino . Seu trabalho nacionalmente mais conhecido: criador do personagem infantil Turma da Xuxinha (xuxa 1996).

 

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Só vejo filmes online.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Cinema está naturalmente sumindo. Não lembro.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Tenho vários. Acho que quase ninguém pode ter um só́ favorito.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Não tenho favoritos.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Cinéfilo não só vê cinema hoje em dia.  Veja também TV, e outras mídias. O público é online hoje e daqui para frente.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

 

Depende do ponto de vista comercial. Só é programado o que da bilheteria.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Já estava acabando antes da pandemia. E o caminho. Só o público tradicional, que está morrendo naturalmente, gosta ainda de cinema...

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

O meu curta experimental, no técnico e momento pandêmico,  e nada parecido no mundo ainda: dirigido por 8 diretores e de 6 estados. Agora, vai virar um seriado, dada sua ótima repercussão. ENTES PARALELOS.

 

Link: https://www.youtube.com/watch?v=sD52i0y7UoU&t=1534s

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Tudo tem que ser de forma gradativa e conforme a evolução dos fatos.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Está melhorando , mas ainda tem que evoluir muito..e isso vai depender da criatividade e planejamentos comerciais dos futuros realizadores.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Não tenho favorito.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Viaje a muitos mundos.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema.

Nenhuma.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Oportunista, sem criatividade.

 

15) Muitos diretores de cinema  não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Talento é talento. Olha o Tarantino.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Tem muitos...

 

17) Qual seu documentário preferido?

Não tenho.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Já...

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

São alguns...não tenho preferência..

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Não tenho preferidos...

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Podcast Guia do Cinéfilo #8 - 26.04.2021

 


Olá a todos! Nesse podcast falaremos sobre os seguintes temas:


- Filmes que vi (Passageiro Acidental, Dois Estranhos, Professor Polvo)

- Sobre o Programa Guia do Cinéfilo da Semana 

- Sobre o Programa 8 e 1/2 em 20 da Semana

- Tribunal Cinéfilo

- Vencedores do Oscar


Semana que vem tem mais podcast! Toda 2a!



Continue lendo... Podcast Guia do Cinéfilo #8 - 26.04.2021

26/04/2021

Crítica do filme: 'Passageiro Acidental'


As linhas tênues entre a razão e a esperança. Disponível no catálogo da Netflix, Passageiro Acidental é um filme cheio de portas para serem abertas dentro de escolhas que partem de uma hipótese muito remota (uma surpresinha não vista por ninguém após a decolagem de uma nave que vai pra marte) mas acaba se transformando em um grande e quase filosófico jogo de argumentos onde podemos fazer paralelos com questões existenciais, filósofos e pensadores de todas as épocas. O filme é dirigido pelo brasileiro Joe Penna em seu segundo longa-metragem e conta com ótimo elenco.


Na trama, conhecemos um trio tripulante selecionados para uma expedição que vai para uma longa viagem até marte. Eles são: Zoe (Anna Kendrick), uma jovem médica formada em Yale, o biológo formado em harvard David (Daniel Dae Kim) e a comandante da nave Marina Bernett (Toni Collette). Na decolagem tudo ok, só que algum tempo depois, de maneira bem inusitada eles percebem que não estão sozinhos pois um homem chamado Michael (Shamier Anderson) é encontrado em um dos painéis da nave. Assim, tendo que entender os porquês precisarão tomar decisões muito complicadas pois a nave é para uma viagem longa e só tem como três pessoas sobreviveram todo o percurso.


Mesmo dentro de um grande dilema, o fator epicentro do filme, há tempo também para ótimas cenas de ação misturadas com um suspense tenso. É uma bela direção do diretor brasileiro. O roteiro é muito bem detalhista, por ser sobre pessoas diferentes que precisam entrar em consenso sobre o que fazer nessa situação imposta pelo destino, começamos a perceber um grande ensaio no duelo razões vs emoções, mesmo não sabendo muito sobre os personagens entendemos perfeitamente as origens e explicações dos seus pensamentos. É quase um jogo de rpg onde você precisa tomar decisões importantes a todo instante defendendo (ou não) um personagem de acordo com o que acredita que faria naquela situação.


Disponível na Netflix, Passageiro Acidental fora lançado sem muito marketing, definitivamente acaba preenchendo a categoria de ótimos filmes desse streaming. E não deixem de conferir o outro filme de Joe Penna, seu primeiro longa-metragem, chamado Ártico onde o artista principal é o fenomenal Mads Mikkelsen.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #393 - Gabriel Brito


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Belém (Pará). Gabriel Brito tem 24 anos. Um pseudocinéfilo que está despertando seu amor pelo cinema durante a quarentena. Às vezes recomenda filmes e séries.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Geralmente as salas que tenho maior preferência são as salas que tem o melhor “enquadramento” (isso na minha cabeça hahaha), em relação a distância e altura à tela, onde fico melhor posicionado, e a agradeço mentalmente quando o filme que queria assistir bate com o número da sala que já curto.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Homem Aranha, da trilogia do Sam Raimi, lembro do o quanto tudo foi mágico, todas as sensações que o filme me trouxe, não só pelo fato de ser criança mas perceber naquele momento que só teria essas experiências naquele lugar, tanto que ainda fui umas 3x assistir com outros parentes e se tiver mais oportunidades, com certeza teria ido kkkkkkk.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Pergunta extremamente difícil mas vou optar pelo Denis Villeneuve, por conta que a partir do momento que tive contato com a “A Chegada” (inclusive meu filme preferido dele), tive o insight/curiosidade de procurar entender tudo que cerca um filme, a linguagem cinematográfica e etc, além que quando vi toda a sua cinematografia, tive que a vontade de criar o meu perfil no Instagram.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Acho que não tem como ser outro, Cidade de Deus é o meu favorito, é um grande marco brasileiro e internacional dentro do cinema, lembro de ler sobre o quanto sua violência assustou a “gringa” especializada, tem uma montagem impactante mesmo, como poucas vezes vi em outros filmes, passam uma verdade sobre uma realidade, até então, pouco conhecida. Um excelente filme, e quem ainda não viu, tá perdendo tempo.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Outra pergunta difícil kkkkk mas creio que seja aquele simpatize, curta, sinta, se envolva ou que simplesmente ame tudo o que cerque o cinema e suas facetas e possibilidades, mantendo sempre uma regularidade e expandindo sua visão e crítica sobre o que foi visto. Pode ser que não necessite se ater tanto pela quantidade de filmes vistos, mas sim pela qualidade, apesar que eu, particularmente, acho necessário conhecer o que não é de melhor qualidade (e isso você só consegue perceber assistindo/exercitando bastante) mas isso não é regra e nem se aplica sempre.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acredito que não, pra mim, as programações são feitas por quem entende de comércio, pois, pela quantidade de filmes dublados e em horários de maior fluxo de pessoas priorizam sempre a renda (não que estejam, que fique claro kkkkk e é o que acontece na minha cidade), e acabo às vezes optando por cinemas alternativos (fugindo dos shopping’s), que conseguem trazer melhores opções nas melhores condições.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Creio que não, talvez o fluxo diminua consideravelmente, talvez possa ficar perto de acabar mas bagagem e relevância que ele carrega consigo, consiga prevalecer. Espero eu.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Vou indicar um nacional, Bingo: O Rei Das Manhãs, excelente filme, com excelentes atuações e bom roteiro. Pouquíssimo comentado, gostaria que fosse mais valorizado.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Creio que não seja o momento mais adequado para reaberturas, por muitos fatores mas principalmente por conta que as empresas nem sempre podem por em prioridade a segurança do cliente (não generalizando mas infelizmente não é a realidade de grande parte do país), então, por mais que eu quisesse tudo de volta o quanto antes..

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Ele vem em uma certa crescente que surpreende e empolga, temos os exemplos mais famosos atualmente de filmes como Bacurau e os documentários Babenco e Emicida: AmarElo, que tiveram seu reconhecimento, e dão um novo ar as produções nacionais que já tem novas produções impulsionada pelos streaming’s, cinema alternativo e etc, tudo isso contribuindo para um aumento de demanda e a qualidade, consequentemente, aumenta. Acredito eu.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Wagner Moura e Selton Melo.

 

12) Defina cinema com uma frase:

É o domínio de das outras artes, sem fórmulas ou regras, que simplesmente é capaz de se conecta e transmitir ideias, pensamentos, visões capazes de transformar e sensibilizar o indivíduo de formas inimagináveis.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Não seria tanto uma história inusitada e sim engraçada kkkkk eu estava com meus irmãos assistindo “Extraordinário”, e já estava nas cenas finais do filme, e junto todo aquele momento de emoção, estávamos todos comovidos e ouvimos alguém chorar ao lado, discretamente olhamos pra ver quem era. Vimos um homem, todo meio “bruto”, meio que enxugando as lágrimas e quando ele percebeu que estávamos olhando, tentou disfarçar e soltou “Car@&$, filme triste mesmo” e soltando mais uns palavrões junto. Saímos do cinema rindo bastante kkkkk.

 

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Hahahahah “um marco atemporal”.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Utilizando um pouco da minha “definição” sobre o que é ser cinéfilo, acho que não tem como você medir capacidade de ninguém utilizando parâmetros, por exemplo, quantidade de filmes assistidos, ou se você se encaixa em definição de cinéfilo ou não, creio que se você tem uma visão, ou até uma certa aptidão e vontade, mesmo não havendo formação profissional, não há fronteiras que lhe impeça de fazer/atuar em um filme, haverá outros empecilhos, isso é inegável, mas com força de vontade, por exemplo, Paul Thomas Anderson e vários outros artistas, conseguiram seu lugar ao sol com muito esforço e dedicação.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Foram vários hein? Kkkkkk creio que mais me causou revolta, parei antes da metade do filme foi aquele “remake” do Baywatch com o Zach Efron, nossa, horrível mesmo.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Citizenfour (Direção de Laura Poitras).

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Sim sim, não é algo que eu tenha costume de fazer, na verdade é até raro mas se de alguma forma o filme me empolgue MUITO e sinta vontade, não ligo muito e bato palmas mesmo kkkkkkk.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Vi pouquíssimos filmes com ele, ficarei devendo uma resposta melhor mas dentro os que eu assisti, o melhor seria Motoqueiro Fantasma.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

IMDB, Rotten Tomatoes e Adoro Cinema.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Creio que devo assistir mais Netflix, HBO e Amazon.

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