11/05/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #412 - João Paulo Abdala


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, Guarapuava (Paraná). João Paulo Abdala tem 20 anos, ama cinema, literatura e as questões críticas que envolvem ambos. Estudante de Letras.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Minha cidade é relativamente pequena, então só temos um cinema com algumas salas no shopping.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Cidade dos Sonhos.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Agnes Varda, Os Catadores e Eu. Está disponível com legendas no facebook (por incrível que pareça) https://www.facebook.com/oscatadoreseeu

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

O Bandido da luz vermelha. A forma como o Sganzerla reconstrói o cinema, jogando na tela todo o caos brasileiro é surreal.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Assistir, estudar e se deixar fascinar pelo cinema.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Como já disse só tenho um cinema na cidade, sua programação é baseada no que o programador acha que terá mais bilheteria, independente da qualidade.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

De forma geral, não. Acredito que ainda irão sobreviver em um público de nicho.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Dangerous Encounters of the 1st Kind, do Tsui Hark. Hark expurga toda uma claustrofobia política de forma gráfica, o final é dos melhores de todos os tempos.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Nem antes nem depois, deveriam aguardar mais, mas de qualquer forma a maioria das salas já estão reabertas.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Ótima como sempre, mas com muitas jóias a serem descobertas.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Rogério Sganzerla.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Imagens em movimento que causam afeição

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Nenhuma.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Peculiar, mas tem algumas coisas engraçadas.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Precisa manter uma relação artística de alguma forma. A própria Varda tinha visto poucos filmes quando foi gravar seu primeiro longa e mentiu que conhecia Cidadão Kane, mas tinha experiência com fotografia e conseguiu impor um olhar autoral em seu filme, não somente ilustrou um roteiro.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Batismo de Sangue. A forma como o Helvécio Ratton faz as torturas da ditadura soarem risíveis é bizarro.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Como já falei de Os Catadores e Eu o segundo seria News From Home da Chantal Akerman.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Esses dias bati palmas pra Man on Fire, do Tony Scott, sozinho em casa.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Fico entre Snake Eyes e Wild At Heart.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Revista Contrabando.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Telecine Play.

 

 

 

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #411 - Bia Amorim


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de São Paulo. Bia Amorim tem 22 anos, está no último semestre do curso de cinema da FAAP, SP. Trabalha com edição de vídeos, mas seu coração é da direção de arte. Se você a encontrar de bobeira por aí, grandes chances dela estar falando sobre o Glauber Rocha ou o Ari Aster.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Gosto bastante das salas do Itaú Cultural, tanto Pompeia e Frei Caneca que oferecem uma programação mista de filmes independentes e blockbusters quanto o da Augusta que tem como foco principal o cinema independente. Por conta da proximidade da minha casa acabo frequentando mais o Cinemark do Pátio Higienópolis, que também oferece uma programação interessante com filmes legendados e não tantas salas com blockbusters.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Acredito que tenha sido Kill Bill, esse foi um filme que mudou completamente minha relação com cinema e naquele dia eu sabia que eu queria conhecer mais desse universo que oferece tantas possibilidades de expressão. Foi depois de assistir a esse filme que tomei a decisão de cursar a faculdade de cinema e até hoje ainda é um dos meus filmes favoritos.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Atualmente eu diria Ari Aster. Sempre gostei muito de filmes de terror e estou sempre em busca de bons filmes e diretores de terror, já que os blockbusters de terror insistem em uma fórmula que não funciona mais, roteiros previsíveis e técnicas muito gastas. Entretanto, Ari Aster mostrou que é possível inovar o terror, fazer terror contemporâneo e quebrar os moldes tradicionais de jumpscares, monstros, possessões e afins. Meu filme favorito dele, que é também o meu filme favorito no geral, é Midsommar, considero um dos melhores filmes já feitos.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Essa é sempre uma pergunta difícil, eu gosto muito de Vidas Secas de Nelson Pereira dos Santos e de Terra em Transe de Glauber Rocha, sou apaixonada em estudar o período do Cinema Novo. Mas eu diria que meu filme nacional favorito é a versão de 2011 de A Hora e a Vez de Augusto Matraga, que foi, junto com Kill Bill, um dos filmes que me deram o brilho nos olhos para fazer cinema. Guimarães Rosa era meu escritor favorito no período da escola e em especial o conto de Augusto Matraga, e quando vi aquela adaptação tão linda e que conseguiu trazer com tanta força a emoção do texto de Guimarães Rosa eu fiquei absolutamente encantada e queria poder fazer algo como aquilo.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Acho que ser cinéfilo é ter um interesse em cinema no geral. Acho que muitas vezes definimos o cinéfilo como aquele que assiste 3 filmes por dia todos os dias da semana, mas não acho que se limite a esse caso, principalmente nos dias de hoje em que muitas vezes é difícil encontrar um momento do dia, um tempo livre para sentar e assistir a um filme sem interrupções. Mas acredito que o cinéfilo seja essa pessoa que tem com o cinema uma relação especial, tanto num sentido afetivo mesmo, de usar o cinema como um momento de lazer, de descanso, de diversão enfim, como também uma relação de estudos, que é um pouco mais o meu caso. Querer pensar o cinema, escrever sobre cinema, ensinar sobre cinema, tudo isso faz parte de ser cinéfilo que vai além do somente assistir.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Bom, no caso do Itaú Cultural eu posso dizer com certeza que é programado por alguém que entende bastante de cinema, pois o programador Humberto Neiva é meu professor e coordenador. Agora, nos casos de redes maiores como a Cinemark e a Cinépolis, eu diria que eles entendem sim de cinema, mas o foco deles está mais em um estudo de público que vai lhes gerar maior renda do que de fato trazer filmes que estejam circulando em festivais, que sejam destaque em outros países. O objetivo é o lucro, é ter as salas cheias e para isso é necessário apostar em blockbusters.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Eu acredito, ou pelo menos gosto de acreditar, que não. É evidente que a pandemia e os streamings trazem uma onda de mudanças para todos os segmentos do audiovisual que é irreversível, essas plataformas oferecem uma comodidade que tem muitas vantagens em relação à sala de cinema, mas eu acredito que as salas de cinema conseguem competir com os streamings justamente por serem duas formas muito diferentes de se consumir o audiovisual. Os streamings têm uma significativa importância, mas acredito que as pessoas que tinham o costume de ir regularmente ao cinema não abandonarão esse hábito, principalmente em uma grande cidade como São Paulo, em que o cinema sempre foi uma das maiores formas de entretenimento.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

O filme Blanco de Verano (2020), filme mexicano dirigido por Rodrigo Ruiz Patterson que esteve na última mostra internacional de cinema.

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não. Apesar do fechamento das salas impactarem em todo o cinema, mas principalmente nos setores de distribuição e exibição, acredito que as salas de cinema, fechadas, com ar-condicionado, onde ficamos sentados junto de outras pessoas geralmente por duas horas ou mais, pode ser um ambiente de contágio que não se enquadra nos serviços essenciais e que não deve ser visto como uma prioridade para reabrir. A situação da pandemia no Brasil é especialmente delicada e é preciso evitar ao máximo o contágio em ambientes não essenciais.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

O cinema brasileiro atual conta com muitos bons profissionais em todas as áreas e estão surgindo muitos cursos de formação, temos bons festivais também, mas infelizmente temos um governo que vai contra tudo isso. Acredito que com um governo que incentive a produção cultural o Brasil tem muito potencial para ter um dos melhores cinemas do mundo.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Apesar de ser uma resposta clichê, vou de Kleber Mendonça Filho, gosto muito de todos os seus filmes, principalmente Aquarius e Recife Frio e gosto muito do cinema nordestino como um todo, gosto muito de ver a forma como Kleber traz a representação do nordeste. O trabalho do som em seus filmes é sempre muito interessante.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Cinema é muito mais do que imagem em movimento.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Para ser bem sincera acho que nunca presenciei algo de muito extraordinário, mas vou comentar de quando fui assistir Jovens Titãs em ação. Eu gosto muito de animações e principalmente as animações atuais do Cartoon Network. Fui assistir Jovens Titãs em Ação em meus dois primos mais novos pois gostamos de desenhos parecidos, evidentemente que a sala estava lotada de crianças, o que me irrita um pouco, mas faz parte nesses casos. Fato é que ao longo de todo o filme eu era a única pessoa que estava dando risada naquela sala e eu fiquei muito decepcionada com o senso de humor das crianças atuais.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Não faço ideia do que seja, desculpa kkk

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Eu acho importante sim, acho que um bom diretor deve conhecer tanto o passado quanto o presente do cinema pois acredito que ajuda no processo criativo, na inovação ao definir a linguagem de um filme, como também para imitar, tentar recriar, afinal criar muitas vezes é imitar.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Tem muito filme ruim nesse mundo, é até difícil escolher só um, mas o filme Deadly Illusions da Netflix que assisti recentemente foi um dos piores. Péssimo roteiro, cheio de lacunas e pontas soltas, tinha potencial para ser um bom filme, mas acaba se perdendo por completo e ainda aborda o transtorno de identidade dissociativa de maneira bastante problemática. Gostaria de pontuar uma menção honrosa aqui, que para mim é o pior filme que já vi, mas foi um curta-metragem universitário chamado Guarda Provisória.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Santo Forte, Eduardo Coutinho.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Não que eu me lembre, mas talvez em Bacurau ou Parasita.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Sem dúvida alguma o filme Presságio (2009), coincidentemente, ou não, o ano em que a maioria dos melhores filmes foram feitos. Eu realmente acho esse filme genial e adoro o rumo esquisito que ele toma.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Mnemocine, do qual faço parte.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Netflix.

 

 

 

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10/05/2021

2ª Mostra de Cinema Árabe Feminino apresenta mais de 40 filmes dirigidos por mulheres


Entre 19 de maio e 27 de junho, as produções cinematográficas árabes dirigidas por mulheres estarão na 2ª edição da Mostra de Cinema Árabe Feminino, que este ano será totalmente online e acessível na maior parte do mundo. Uma seleção de mais de 40 filmes de diversos formatos e gêneros - curtas, médias e longas-metragens de ficção e documentários - vai trazer à tona a multiplicidade dessas cinematografias através de filmes realizados por mulheres em países como Egito, Líbano, Palestina, Sudão, entre outros. O festival é 100% gratuito e os filmes serão exibidos virtualmente no site www.cinemaarabefeminino.com.

Alguns dos filmes da Mostra:


 


Abertura - Homenagem a Moufida Tlatli

Os Silêncios do Palácio - Moufida Tlatli


Tributo à Jocelyne Saab

Era Uma Vez Em Beirute - Jocelyne Saab

Filhos da Guerra - Jocelyne Saab

Mulheres Palestinas - Jocelyne Saab

O Navio do Exílio - Jocelyne Saab


Trilogia Beirute:

Beirute, Nunca Mais - Jocelyne Saab

Carta de Beirute - Jocelyne Saab

Beirute Minha Cidade - Jocelyne Saab

Uma Vida Suspensa - Jocelyne Saab


Homenagem a Moufida Tlatli

Os Silêncios do Palácio - Moufida Tlatli


Foco Larissa Sansour

In Vitro - Larissa Sansour, Soren Lind

No Futuro, Eles Comiam da Melhor Porcelana - Larissa Sansour, Soren Lind

Patrimônio Nacional - Larissa Sansour

Um Êxodo Espacial - Larissa Sansour


Foco Randa Maroufi

Barbès - Randa Maroufi

Portão de Ceuta - Randa Maroufi

Escritório de Espera - Randa Maroufi



Mais informações e a relação de todos os filmes no site: www.cinemaarabefeminino.com    

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Festival de Cinema Brasileiro Fantástico realiza sua primeira edição online entre 12 e 18 de maio


Horror, ficção científica e fantasia. O real maravilhoso, o estranho, o absurdo e o afrofuturismo. Gêneros e subgêneros do cinema fantástico estão contemplados no 1º Festival de Cinema Brasileiro Fantástico Online, entre os dias 12 e 18 de maio. Gratuito e online, o evento vai exibir longas e curtas-metragens divididos em três mostras: Retrospectiva, Realizadores Fluminenses e Inéditos do Brasil e promover lives, sessões comentadas e uma masterclass.


Amantes ou curiosos sobre o tema poderão assistir a 41 produções brasileiras. Durante todos os dias do festival estarão disponíveis oito longas e 32 curtas. Com exceção do filme Sol Alegria que, em exibição especial, ficará disponível por 24 horas. O longa Sol Alegria, de Tavinho Teixeira, inédito nos cinemas brasileiros, fala de um futuro distópico no qual uma família viaja pelo Brasil, sobrevivendo a uma ditadura governista. Entre os nomes do elenco, está o cantor Ney Matogrosso no papel de um toureiro.


Para assistir aos filmes, basta acessar a plataforma Darkflix/Wurlak através do site www.festivalfantastico.com. Será necessário um breve cadastro com nome, e-mail e senha para o login. Para saber mais sobre todos os filmes desse festival é só clicar no site mencionado acima.




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Pausa para uma série - O Inocente


Quando as interseções da vida surpreendem mais do que o habitual. Criado pelo roteirista e diretor espanhol Oriol Paulo, O Inocente, seriado disponível na Netflix, nos apresenta em sua primeira temporada um engenhoso roteiro que paralela duas profundas histórias refletindo pelo caminho questões sobre o perdão, a vingança, a corrupção na força policial. A questão da ótica e as estradas da vida que se encontram é feito arriscando deixar detalhes importante a todo instante mas que acaba apresentando um desfecho satisfatório com margem para mais temporadas. O elenco é ótimo, destaque para Mario Casas, Jose Coronado, Aura Garrido e Alexandra Jiménez.


Na complexa trama, conhecemos Mateo (Mario Casas), um homem que passou alguns anos preso por assassinato de um jovem em uma briga do lado de fora de uma boate. Com seu futuro incerto ele sai da prisão e busca algum recomeço ao lado do irmão em uma firma de advogado. Paralelo a sua saída acaba encontrando Olivia (Aura Garrido) por quem logo se apaixona e promete nunca lhe esconder nada. O tempo passa e as coisas começam a ficarem misteriosas quando Mateo é perseguido por quem o julga até hoje pelo ocorrido na noite em que foi preso e paralelo a isso sabemos que Olivia esconde um segredo que vai colocar esse relacionamento em cheque a todo instante. Assim, embarcamos em uma trama sangrenta cheia de misteriosos personagens, um cafetão, um policial corrupto, uma freira que esconde seu passado e uma policial que treinou a vida toda para ser detetive.


O elenco é impactante e leva o seriado nas costas quando o roteiro ameaça falhar no seu discurso. Mario Casas talvez seja o ator espanhol com mais filmes na Netflix brasileira (quem não lembra dele no ótimo e surpreendente Contratempo?), a ganhadora do Goya Aura Garrido e sua enigmática personagem, Jose Coronado (de outro seriado de sucesso na líder dos streamings, O Sucessor), a lenda do cinema espanhol, na pele de um dos vilões e a intérprete da personagem que tem a dura missão de unir as duas estradas, a excelente Alexandra Jiménez.


Mas o que mais chama a atenção nessa produção é que ao longo de quase oito horas de história, dividida em densos oito episódios vamos acompanhando o início de cada um desses pela ótica de um personagem ou pelo menos nos preenchem de informações sobre como o respectivo personagem chegou até ali. Tinha tudo pra dar errado, longe de uma tática de jogar migalhas pelo caminho para tentarmos descobrir os seus mistérios, O Inocente nos convida para as reflexões que aparecem mais bem detalhadas e nítidas no arco que envolve Mateo e sua busca por redenção e do perdão dos pais do jovem que matou anos atrás, a partir daí inclusive que parte da trama começa e termina, com um meio tumultuado por situações que levam os personagens ao limite de seus dramas e suas formas diferentes que analisar o que ocorre.

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09/05/2021

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Crítica do filme: 'Angela'


Quando há poesia sobre a eterna arte de se redescobrir. Curta-metragem de menos de 15 minutos, dirigido pela cineasta Marília Nogueira, Angela mostra de maneira bem descontraída uma ‘doutora do cotidiano’, eternamente preocupada com receitas médicas de doenças que não possui, hábitos, diagnósticos, que começa a enxergar a vida de outra ótica quando sua introspectiva reflexão é descoberta por amigas de mesma idade. Uma obsessão? Hipocondrismo descontrolado de maneira não tradicional? A redescoberta de novos prazeres na vida a partir da amizade é mostrado de maneira tão bonita, além dos paralelos com as imagens em um bom tom do tão importante movimento dentro de uma narrativa cinematográfica. Protagonista interpretada pela carismática atriz mineira Teuda Bara.


Indicado ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro - Melhor Curta-Metragem Ficção, o filme nos apresenta Angela (Teuda Bara), uma velhinha que encontra dentro de idas mentirosas a médicos um passatempo colecionável para sua parede que é preenchida semanalmente com unidades de receitas médicas sobre os mais diversos problemas, diagnósticos imaginários de doenças que nunca chegaram perto de seu corpo e mente. Quando uma amiga entra em sua casa e descobre o curioso hábito da protagonista, Angela embarca em uma jornada de novas descobertas sobre a vida.


Aquela velha questão sobre não olhar as bulas dos remédios pois você pode endoidar na questão dos porquês e dúvidas sobre a medicação encaixam bem aqui nesse recorte interessante na vida de uma quase solitária mulher e seu hobby bastante peculiar. Partindo desse princípio, esse curta que está disponível no ótimo streaming MUBI, consegue encontrar a sensibilidade nas imagens quando convoca as breves reflexões sobre caminhos da melhor idade, há uma poesia sobre a existência e os sentidos da vida que vão ser captadas rapidamente pelos corações mais abertos ao sonhar.


Se a lei do curta fosse respeitada e programadores tivessem curiosidade, faro cinéfilo e interesse, chegariam à conclusão de que esse filme conversa com boa parte do público do chamado circuito de arte. Poderia ser exibido em telas grandes pelo país.

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Crítica em Vídeo - Monstro, drama da Netflix


Nesse vídeo, Raphael Camacho analisa objetivamente o filme Monstro, drama da NETFLIX.


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A crítica completa do filme, em forma de texto, está aqui em nosso blog.


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Viva o cinema!
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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #410 - Aninha MP


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de Recife (Pernambuco). Ana Maria Pereira, tem 38 anos, é Historiadora pela FFPNM/UPE, Graduada em Cultura Pernambucana pela FAFIRE e Estudante De Cinema UFPE. Publicou o Livro “O Vermelho na Tarde” em conjunto com a escritora Maria Pereira de Albuquerque (2004). Teve os contos “Carne de Sol” e “Farofa” publicados no Suplemento Cultural do Diário Oficial do Estado de Pernambuco (2008). Foi fundadora e produtora do Nós Pós. Realizou a execução de uma série de vídeos vinculados na internet, em conjunto com Elefante Branco Produções, intitulado Impressões, material de divulgação para o lançamento do Livro “Os Mortos Não Comem Açúcar” de Alexandre Furtado. É produtora cultural do Dama de Copas Produção em Artes. No disco Rua Canção de autoria da Banda Mexidinho, compôs a letra de Devoção com melodia de Olivia Fancello, o disco será lançado este ano, com incentivo da FUNDARPE.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Desde que comecei a entender cinema com seriedade, aos 15 anos, a sala da Fundação Joaquim Nabuco é e tem sido a sala lugar de quem viu os filmes alternativos ao cinema comercial que invadiam os shoppings depois do fim dos cinema do centro da cidade e dos cinemas de bairro.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

As aventuras do Barão de Münchausen, ainda no Veneza um dos cinemas do centro da cidade que não existe mais.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Nossa! Difícil... sou muito eclética mas tenho uma queda por sangue e violência, então vamos dizer que Tarantino e seria Bastardos Inglórios, mas nessa sequência também gosto de um pastiche, então Robert Rodrigues e Eli Roth. Mas preciso dizer, esse é apenas um recorte de mim. Poderia ser Almodóvar com quase todos os filmes. Ou David Fincher com quase tudo também, inclusive a série Mindhunter.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Não Por Acaso de Phellipe Barcisnki. algo que talvez nunca tenha sido escolhido, mas explico. Fala sobre eventos sincrônicos, casualidades, o que seria diferença caso tomássemos diferentes caminhos na vida de uma forma muito interessante. Me lembra Os Amante do Circulo Polar de Julio Meden filme que também me marcou muito pelo mesmo motivo.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

“Filia” indica doença, algo incontrolável e também prejudicial. Acho que a relação que tenho com o cinema , hoje é mais saudável, mas já tive um desequilíbrio que não era interessante. Agora estou em guerra com a “filia” em relação ao formato seriado que também não é de agora, alguns consideram o formato cinema outros não, mas tenho visto obras maravilhosas, principalmente as minisséries. Amo Ryan Murphy e Brandon Falchuk por exemplo. “Hollywood” é uma obra de arte, assim como “Ratched”.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

A maioria dos cinemas não está preocupado com o que vai se exibido. A exibição é meramente mercadológica, mas os pequenos cinemas os alternativos , os cineclubes, esses sim.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acredito que não. O Poder de distribuição e exibição para filmes de grande impacto financeiro, os blockbusters, é praticamente indestrutível. Os grandes estúdios sempre existirão e cada vez mais fusões ocorrerão tornado até as produções restritas a poucas produtoras e estúdios.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

”Coisas Belas e Sujas” Diretor: Stephen Frears/ Roteiro: Steven Knight

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

No Brasil,não. Somos o epicentro da doença no mundo e a população não parece perceber o que isso significa.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Com bons olhos. Desde Central do Brasil, final dos anos 90, temos entendido que existem formas diversas de contar histórias. O cinema pernambucano, por exemplo, entrou por uma vertente interessante, mas tênue. Um cinema casual, onde não há muito começo meio e fim de um enredo, ao exemplo de Boi Neon, ou O Som ao Redor. São situações que em nada parece querer nos levar à um clímax ou ao um desfecho. No entanto experiências do cinema brasileiro como O Animal Cordial me agradam bastante, pela acidez, dureza, frieza; dirigido por uma mulher.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Puxando a bola pra meu campo: Irandhir Santos.

 

12) Defina cinema com uma frase:

“...para ser lesada em meus direitos autorais.”

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

As primeira vez que vi uma manifestação de extrema alegria de todo o cinema com uma cena antes mesmo de o filme acabar. Quando as personagens saem juntas do banheiro da escola no sueco Fuking Amal (1998) de Lukas Moodysson, todos bateram palmas e assobiaram, alguns de pé. Cinema da Fundação Joaquim Nabuco.

 

14) Defina ‘Cinderela Baiana’ em poucas palavras...

Se existe é porque tem quem veja!

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não. Mas precisa ser aberto para ver bastante coisa, do mesmo modo que um bom escritor precisa ler. Caso mão queira ser medíocre.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Claro que tem coisa muito pior, mas eu nunca havia saído de um cinema no meio de um filme: Hedwig: Rock, Amor e Traição. E não tenho problemas com musicais muito menos com o Rock. 

 

17) Qual seu documentário preferido?

Gosto muito de “Um Lugar ao Sol” de Gabriel Mascaro e “Jogo de Cena” de Eduardo Coutinho

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Como disse já bati até durante! Porém é mais costumeiro acontecer em festivais onde os autores estão presentes.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

16mm (porque gosto muito do gênero) mas podia ser qualquer outro ator no lugar dele.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Cinemateca Brasileira, Críticos e Revista Rebeca.

 

 

 

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08/05/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #409 - Túlio de Melo


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Palmas (Tocantis). Túlio de Melo tem 35 anos, é filósofo e cineasta-documentarista, professor e pesquisador no campo da filosofia do cinema. É formado em filosofia, onde desenvolveu uma pesquisa no campo da filosofia do cinema para educação. Mestrando, desenvolvendo uma pesquisa no campo do cinema documentário. Cineasta- documentarista diretor e roteirista do longa Performance do Real e do curta Zé onça, relatos de uma memória.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Cine Cultura. É um cinema que fica em um espaço cultural da cidade. A minha preferência é porque esse cinema abre espaço para um formato de exibição e debate, mostra cinema estudantil e exibe alguns filmes que normalmente os cinemas comerciais não exibem.

 

2) Qual o primeiro filme que você  lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

A sociedade do espetáculo – um filme de 1973 de Guy Debord – um filme que utiliza da linguagem do cinema para reproduzir a sua crítica à sociedade. “O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediada por imagens.” (DEBORD, A sociedade do espetáculo, p.14, 1997). Esse filme é a reprodução da obra escrita de Guy Debord dirigido por ele mesmo. A utilização da linguagem cinematográfica como ferramenta de crítica e de reflexão à sociedade.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

São vários. Eduardo Coutinho - Edifício máster de 2002.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

São vários também, em especial documentários. Vou fazer uma citação de um documentário atual. Estou me guardando para quando o carnal chegar, um longa lá de Pernambuco de Marcelo Gomes, 2019.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Aquele que utiliza do cinema como ferramenta de reflexão.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Os que eu conheço acredito que sim.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acredito que não. A experiência de ver um filme em uma sala de cinema é única. O que pode acontecer futuramente, ou não, é uma modificação do formato das salas de cinema.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

O meu documentário longa-metragem, Performance do Real.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

No caso já temos a vacina. Porém, sou contra a reabertura das salas de cinema, acredito que a vida e a saúde das pessoas estão sempre em primeiro lugar. Nesse momento o cinema se reinventa com exibição de filmes num formato digital.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Eu sou apaixonado pelo cinema brasileiro, na verdade eu prefiro valorizar a nossa arte o nosso cinema em qualquer tipo de situação, principalmente no atual momento de desmonte do cinema nacional. É obvio que devemos apreciar e conhecer todo tipo cinema, porém, o cinema brasileiro é a nossa identidade, é a forma que os nossos artistas se expressam à frente da nossa cultura e das nossas possibilidades. Como eu sou fã do cinema brasileiro, eu acho que a qualidade do cinema nacional é boa tendo em vista que não há grandes investimentos. No atual momento, estamos vivendo um certo retrocesso do cinema nacional por conta da pandemia e das questões políticas do atual governo, porém, o cinema brasileiro resistirá.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Eu gosto muito de ver inúmeras obras de cineastas documentaristas. Eu sempre fui fã das obras de Eduardo Coutinho.

 

12) Defina cinema com uma frase:

A arte em imagem-movimento.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Antes da pandemia, eu fui assistir ao filme Bacurau e percebi um comportamento completamente diferente do que normalmente as pessoas agem no cinema. Eu acho interessante destacar essa história porque eu pude observar várias questões que deveriam acontecer com mais frequências, como as salas de cinema lotadas para assistir a um filme brasileiro. O mais interessante era a vibração das pessoas durante algumas cenas, as pessoas vibravam, gritavam e batiam palmas em determinadas cenas ao longo do filme. As pessoas comentavam como se estivesse em casa assistindo um filme com os amigos, foi uma exibição completamente inusitada e positiva.

 

14) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Ao meu ver, uma das principais características dos cinéfilos é a capacidade de pensar e refletir sobre o cinema em diversos aspectos. Eu acho interessante a fala de Julio Cabrera que diz que o cinema pensa e dar-se-á pensar. Desse modo, é extremamente necessário que os cineastas sejam cinéfilos e que produzam imagens que sejam capazes de desenvolver a capacidade de pensar e refletir sobre uma determinada história. Por um outro lado, eu acredito também, que existe sim a possibilidade de um cineasta produzir uma boa obra de forma inconsciente, aquele cineasta que produziu um grande filme sem um direcionamento à produção de imagens que possibilite à uma questão crítica ou uma questão filosófica sobre a imagem.

 

15) Qual o pior filme que você viu na vida? 

Essa pergunta é a mais difícil, é muito complicado definir/classificar uma obra como ruim. Por mais que exista uma obra que não me agrada, eu acho que ela tem o seu valor, o trabalho independente do resultado deve ser sempre considerado.

 

16) Qual seu documentário preferido? 

Um curta que já estou quase estreando. Zé onça, relatos de uma memória. Eu tenho um carinho especial por esse doc porque ele conta a história do meu pai.

 

17) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão? 

Sim, várias vezes, quase sempre.  

 

18) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu? 

Já assistir vários, mas confesso que não me recordo de uma atuação específica que tenha me marcado. A minha ligação com cinema é mais forte no campo do cine- documentário.

 

19) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Pensamento cinema.

 

20) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Originou. Um streaming que o meu doc-longa está.

 

 

 

 

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Crítica em vídeo - O Informante, drama da Netflix


Nesse vídeo, Raphael Camacho analisa objetivamente o filme O Informante, drama da NETFLIX.


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A crítica completa do filme, em forma de texto, está aqui em nosso blog.


Viva o cinema!




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07/05/2021

Crítica do filme: 'Monstro'


O que você vê quando olha pra mim? Baseado no livro homônimo do escritor Walter Dean Myers, lançado no final da década de 90, Monstro é o retrato de uma sociedade que acusa sem pensar, que julga pela cor, acaba com sonhos, definindo destinos de maneira cruel. Um filme de tribunal com um protagonista (interpretado pelo excelente Kelvin Harrison Jr, que inclusive fará B.B King no novo filme de Baz Luhrmann ainda sem título) em grande destaque que busca em sua narrativa impactante, sensível, refletir toda a emoção, sentimentos que transbordam dentro de seu drama. Primeiro longa-metragem de Anthony Mandler.


Na trama, conhecemos Steve Harmon (Kelvin Harrison Jr.), um jovem e sonhador de 17 anos que está prestes a completar o último ano de escola e ir para a faculdade. Cinéfilo, sonha em ser diretor de cinema e estuda em uma das melhores escolas públicas dos Estados Unidos. Mas toda sua vida futura fica com um ponto de interrogação quando é acusado de ter participado de um assalto a uma mercearia onde uma pessoa foi assassinada. Assim, vamos vendo a narrativa sob a ótica de Steve sobre tudo que aconteceu até o dia de seu julgamento.


O estilo da narrativa chama bastante a atenção, em formato de crônica pessoal para o protagonista, uma declamação de todo um recorte de vida, sua trajetória até chegar ao banco dos réus, somos testemunhas de opiniões, olhares, julgamentos, por meio de fotos também, todo o universo que cerca esse jovem acusado de participar de um crime que não cometeu. O seu criativo expressar artístico é a veia unificadora de toda a narrativa muito bem filmada pelas lentes de Mandler. Sua relação com a família é bastante intensa, principalmente com o pai (interpretado por Jeffrey Wright) talvez pelo seu ponto de vista ser tão enigmático, não dá pra saber se ele acha o filho culpado ou inocente. A mãe católica (a ganhadora do Oscar Jennifer Hudson) não aparece muito. Outra relação importante pra trama é com a advogada (interpretada pela ótima Jennifer Ehle), talvez a única que acredita no réu logo de primeira se tornando peça chave para o desfecho.


Será que nossa sociedade está finalmente preparada para conseguir refletir sobre um filme importante como esse? Abordando muito mais do que os tremores e arrepios vividos por um jovem negro acusado de maneira desleal, o projeto expõe toda a ótica que muitos possuem sobre o tribunal, as regras da lei e seus personagens. Profundo em seus diálogos, impactantes em seus exemplos, lançado em 2018 no Festival de Sundance, Monster, no original, chegou à Netflix nessa semana.

 

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Crítica do filme: 'Sem Remorso'


Cinema ou vídeo game? Lançado dias atrás no Streaming da Amazon, Sem Remorso, baseado em uma obra do conhecido historiador e escritor Tom Clacy (aficionado por enredos que envolvem espionagem antes ou depois da Guerra Fria), busca ser um profundo drama ligado à vingança mas não rompe as barreiras do superficial, talvez por querer preencher a todo instante a ação envolta por arcos emocionais do seu protagonista interpretado pelo bom ator Michael B. Jordan. Há tantos filmes feitos na eterna e parece até inesquecível batalha entre Rússia e Estados Unidos que para buscar algum diferencial dentro desse contexto, um filme precisa chegar com algum tipo de originalidade que infelizmente não encontramos aqui. Os arcos parecem definidos como se fossem fases de um enredo de vídeo game em 1ª pessoa, daqueles onde os coadjuvantes não existem e o único objetivo é saber como o personagem sairá vivo de enrascadas explosivas, diplomáticas.


Na trama, conhecemos John Kelly (Michael B. Jordan) um dos melhores soldados do exército norte-americano que durante uma missão turbulenta que envolveu confronto com mercenários russos volta para casa e tem seu mundo virado do avesso quando assassinam sua esposa que estava grávida e também outros soldados que participaram da tal missão. Buscando vingança a todo instante, parte rumo a entender os motivos dos ataques através do contato da CIA Robert Ritter (Jamie Bell), do Secretário de Governo Clay (Guy Pearce), contando também com a ajuda da amiga e chefe de sua ex-equipe a capitã Greer (Jodie Turner-Smith).


Uma coisa que incomoda bastante é a falta de preenchimento de tempo de tela para as subtramas dos coadjuvantes, super necessária dentro de enredos que buscam ser dinâmicos, explosivos, com alta carga de emoções mas que existem motivações por trás. Em falar nas linhas do roteiro, em muitos momentos parece corrido como se informações necessárias para o entendimento completo dos porquês e razões ficassem abandonados pelo caminho buscando com isso compor seus clímaxs apenas com tiro, porrada e bomba.


Quando esquece a parte dramática e parte para somente a ação, o filme acaba se desenvolvendo melhor e devolve nossa atenção (para quem ainda não dormiu). Há boas coreografias nas cenas de luta, buscamos assim entender melhor o personagem que tem apenas um único objetivo que é executar sua vingança custe ao que custar (já vimos muitos filmes assim não?). Muita ação e pouca história, um vídeo game filmado.

 

 

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #408 - Giovane da Rocha


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Natal (Rio Grande do Norte). Geovane da Rocha tem 48 anos. Começou sua carreira em televisão como repórter cinematográfico na rede SBT em Joinville/SC, após um ano no final de 1997 trabalhou na RBS TV (filiada da Rede Globo), também em Joinville/SC. Em 1999 foi para Brasília onde trabalho na TV Brasília (Correio Brasiliense) e na TV Globo Brasilia e Globo News/DF. No ano de 2002 foi para o Rio Grande do Sul para atuar como dir. de fotografia em filmes publicitários, além de projetos em documentários, video-clipe e cinema (curtas-metragens).

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Não tenho preferências por Salas, sigo as salas pela programação. (nem sempre interessantes).

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Menino da Porteira (1976 – dir. Jeremias Moreira). Esse foi o primeiro filme que assisti no cinema, eu tinha 5 anos de idade (acompanhado do meu pai que sempre foi apaixonado por cinema).

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

São vários que eu tenho como referências para meu trabalho, (vamos citar um). Dir. Claudio Assis. Filme: O Baixo das Bestas (2007).

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Cidade de Deus. Porque foi um “divisor de águas” do cinema Brasileiro na volta da conquista do interesse da massa, (povo/plateia) pela arte do cinema brasileiro.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Cinéfilo é você conseguir definir os “lugares” de cada profissional dentro de um filme. Arte, figurino, trilha, locação, cenário, luz, fotografia e cena..

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

A maioria 80% são por pessoas que querem ganhar dinheiro.


7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não.. não sinto que isso aconteça, muita “magia” você estar numa sala de cinema e isso jamais vai acabar...

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Ilha das Flores (Jorge FurtadoCasa de Cinema de Porto Alegre).

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não.. ambiente fechado é muito complica ainda...

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

A qualidade técnica e dos profissionais do cinema Brasileiro esta igual ao resto do mundo. A qualidade da narrativa imagética dos filme é que esta esta sendo levada pelo público que consome. "percebeu” que o cinema brasileiro tinha plateia para comédias - (vamos fazer comédias) A grande massa do público não quer ir pro cinema para pensar, mas sim para “absorver” uma história/narrativa, (bandido/mocinho/malvado/princesa) no final o mocinho fico com a princesa. Infelizmente nós não estamos sendo alfabetizados para interpretar arte.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Claudio Assis.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Narrativa Imagética

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Não tenho uma história específica.. srrsrs. Grande parte do público Brasileiro não sabe o significado de uma sala de cinema, pensam que é mesma coisa que a sala da sua casa..

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Tive que ir pro Google saber o que era...

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Definição de Cinéfilo: O gosto pelo cinema e o interesse demonstrado por tudo aquilo que se relaciona com a sétima arte. Não precisa dizer mais nada.... Srsrrrsrrsrss.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Essa pergunta é bem interessante; A sétima arte é construída de muitas artes, dizer que esse ou aquele filme é o pior eu estou colocando todos os profissionais da sétima arte numa vala comum, não acho justo... Claro que um roteiro ruim ele contamina tudo que tem de bom num filme. Então vou deixar essa pergunta sem resposta especifica.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Cabra Marcado Para Morrer (Eduardo Coutinho).

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Sim, várias vezes, como já Chorei em muitos outros filmes ....kkkkkkkk

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Porque Nicolas Cage? Kkkkkk. O Senhor das Armas (Faz pensar sobre o abuso do poder).

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Não tenho um específico, um pouco de cada conforme meu tempo e interesses pela notícia...

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Netflix, PrimeVideo e youtube.

 

Continue lendo... E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #408 - Giovane da Rocha

06/05/2021