29/07/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #491 - Sebastião Formiga


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de João Pessoa (Paraíba). Sebastião Formiga tem 56 anos. Iniciou sua carreira em 1987 em João Pessoa. Seguiu sua formação com LUME TEATRO em cursos e oficinas de teatro de rua, palco italiano, circo tradicional, clown etc. Montando mais de vinte espetáculos como ator e outros como diretor. Atualmente roteiriza e produz filmes teatro, ministra cursos de interpretação para cinema, televisão e teatro. Participou dos longas-metragens: O SOM AO REDOR, CANTA MARIA, PROMETO UM DIA DEIXAR ESSA CIDADE, DESVIO, POR TRÁS DO CÉU, O NÓ DO DIABO e VIDA ENTRE FOLHAS. Curtas: protagonizou três filmes, O HOMEM DE BARRO, REPRESA (Prêmio de melhor ator FEST CINE pe2016) e GERONIMO.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Cine Banguê. Porque tem ótimas qualidades técnicas de exibição, conforto e uma ótima seleção de filmes, localização central e bem ambientado.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Coração de Luto - Teixeirinha.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Adoro Godard, Antonioni, os irmãos Dardenne. Mas vou de Federico Fellini - A Estrada da Vida/Noite de Cabiria. (Difícil escolher.)

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

O SOM AO REDOR. Por revelar as ruínas de um patriarcado construído às custas do suor e sangue de trabalhadores. Questionando os reais valores das pessoas ao longo da vida.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ter tempo e disponibilidade para maratonar nas leituras, produções e exibições de filmes de várias regiões. Construindo fóruns, debates e discussões em festivais, mostras, em aulas e em grupos afins.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não. Em geral são pessoas comuns que simplesmente abrem as salas e controlam vendas de ingressos e entrada e saídas. Poucos lugares são gestados por profissionais da área.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acho que num futuro próximo. Com o surgimento de novos aparelhos de exibição gigantes em casa e com as plataformas e canais de produções e exibições contribui muito com esse fim. Porem tem o lance da vida social. Onde as pessoas querem sair de casa e encontrar pessoas e viverem outras sensações. Uma redução.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Cinema Paradiso. Giuseppe Tornatore.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não! Só salas remotas. Acho que a arte é vida. Não podemos se contradizer a esse ponto.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Vivemos na eterna descontinuidade do nosso fazer cinematográfico. Tivemos 16 anos de retomada onde o país inteiro se reorganizou e produziu milhares obras fantásticas. Desenvolveu-se uma nova forma de se fazer cinema no país. Dando voz as minorias e oportunidades para todos registrarem suas histórias nos seus lugares no tempo vigente. Atualmente estamos órfãos, sem muita perspectiva de grandes obras. Sem apoio não existe cinema. Morre a história, cala os artistas.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Kleber Mendonça Filho.

 

12) Defina cinema com uma frase:

A arte transcendental da vida no tempo e no seu espaço.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Em 91, início de carreira, estávamos em cartaz com um espetáculo no Rio de Janeiro. Um dia de folga nos organizamos para irmos ao cinema ver um filme Frances remanecente do movimento Nouvelle vague. Estávamos aflitos achando que não íamos encontrar mais ingressos. Aquela correria até Botafogo. Ao chegar no cinema tinha apenas 6 pessoas. Fiquei chocado sem entender como uma cidade como o Rio de Janeiro não estava ali para ver aquele filme. A partir daí comecei a ver a realidade da arte no geral. Outro caso. Em 82 na cidade Pombal ainda existia o CINE LUX. Para entrarem no cinema só de calça comprida. Tinha rapaz afetado das ideias que ia de short e levava a calça no ombro colocava na hora de entrar e logo que saia tirava. Nesse tempo tinha o expetor com a lanterna na mão. Qualquer barulho logo ele focava e ia tomar as satisfações.

 

14) Defina ‘Cinderela Baiana’ em poucas palavras...

Não vi o filme, mas acho que tem seu real valor. Registra uma história no tempo. Nem tudo precisa ser perfeito, mas ao cruzar as linhas sociais, veremos a importância da ousadia feminina ao enfrentamento do machismo e todos os ismos que até hoje insiste em se fortalecer.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não! Conheço muitos cinéfilos que sabem tudo de cinema e nunca fizeram nada na área. Fazer cinema é um ato de discernimento técnico, afetivo e até sensorial entre uma equipe com todos estudos, planejamentos e execução.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida? 

Por Trinta Dinheiros. (abafa rsrs).

 

17) Qual seu documentário preferido?

 O Documentário sobre vida e obra de Leonardo Da Vinci.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Sim.   

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu? 

São Vários. Cidade dos Anjos.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Não tenho um específico. Vejo muito nos portais dos festivais, no Google, Filme B, Orange e outros. Luiz Zanin e Maria do Rosário.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Netflix.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #490 - Alberto Mauad


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, do Rio de Janeiro. Alberto Mauad tem 21 anos. Faz faculdade de Comunicação Social – Cinema na PUC-Rio. É cinéfilo desde cedo e cineasta. Mas também é apreciador de música, festas e não nega uma bebida ou uma resenha.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Particularmente, gosto bastante das Estações NET e o Espaço Itaú de Cinema, justamente por ser, normalmente, palco de festivais e de filmes que não se encaixam no circuito mais comercial e mainstream. Mas também sou apaixonado pelo Cine Odeon, devido a sua estrutura e importância histórica e cultural para a cidade do Rio.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Não lembro de haver uma obra cinematográfica específica, quase todo filme me apresenta uma experiência, para o bem ou para o mal, única, que não se iguala a nenhuma outra arte. No entanto, cresci assistindo os mais diversos Blockbuster possíveis, sendo o meu queridinho na época a franquia Star Wars. Além disto, acho que devo bastante da minha introdução a cinefilia quando jovem ao canal TCM, que passava sempre produções um pouco mais antigas, assim, tenho boas memórias de assistir, junto ao meu pai e minha mãe, tais filmes, que, para mim, era uma descoberta mágica.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Pergunta difícil. Cada dia é uma descoberta nova. Todavia, acho que tenho o costume de preferir os mais clássicos.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e por quê?

Também não possuo um filme nacional favorito, mas uma obra que, ultimamente, esteve constantemente na minha cabeça é O Amuleto de Ogum (1974), do Nelson Pereira dos Santos.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Acho que basta gostar muito de cinema e estar aberto as mais diferentes experiências que o cinema pode oferecer.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

De certa forma, sim. Para realizar a programação das salas é importante que se entenda o mínimo sobre a exigência do mercado e de quais filmes se encaixariam mais na proposta do cinema.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não, a discussão sobre um possível fim do cinema é algo que perpassa toda a história, desde o seu surgimento até os dias de hoje. Sendo assim, o cinema está constantemente se reinventando e continuará a se reinventar por muito tempo ainda.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram, mas é ótimo.

No momento Não Brinque com Fogo (1980, China), do Tsui Hark.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Se eu falasse que não estaria sendo extremamente hipócrita. Visto que fui ao cinema mês passado. Contudo, é evidente a necessidade de seguir o protocolo de segurança sanitária.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

É um cinema de muitas características e artistas divergentes, o que é ótimo. Há bastante a ser explorado e descoberto.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

De cineastas atuais: Juliana Rojas e Tavinho Teixeira. Mas procuro sempre acompanhar também os trabalhos do Júlio Bressane.

 

12) Defina cinema com uma frase:

 

A fraude de mil facetas.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Nada específico, mas assistir a um documentário político com várias pessoas desconhecidas é sempre uma experiência interessante...

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Ainda não tive a oportunidade de assistir a obra prima.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Para realizar filmes precisa, no mínimo, gostar de cinema. O que o já fazem serem cinéfilos.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Contrato Vitalício. Mas não tenho certeza.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Sem Sol (1983), do Chris Marker.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Já, mas em silêncio.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Coração Selvagem (1990, David Lynch) e Olhos de Serpente (1998, Brian de Palma).

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Revista Cinética, Contrabando e Multiplot!

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Telecine Play, HBO Max, Mubi, Netflix, Amazon Prime Video e Globo Play.

 

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #489 - Adriano Jabbour


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, do Rio de Janeiro. Adriano Jabbour tem 22 anos. É Bacharel em Cinema na PUC-Rio. Foi responsável pela direção, produção e roteiro de 2 curtas metragens e, junto com outra diretora, também fez parte da direção e pela montagem. Estagiou na área de mídias sociais na rede hoteleira Arena. Atualmente está focado em um novo projeto de curta e trabalha na área de mídias sociais na área do comércio. Responsável pela página no Instagram de humor e cinema O Árabe Cinéfilo (@arabecinefilo).

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Eu costumo frequentar várias salas de cinema pelo Rio, mas a rede de cinema que eu mais frequento, facilmente posso dizer, é a rede de cinema Estação NET. Até porquê muitos festivais acontecem por lá e muitos filmes que, mesmo sendo populares, acabam indo para esses cinemas, já que outros cinemas maiores escolhem muitos poucos filmes, e escolhem só aqueles focados para grande público, ou que possam render uma grande bilheteria. Mas o Estação NET que eu vou mais é o de botafogo, até porque é perto dos bares. Sempre acabo um filme e vou pra algum bar encher a cara sozinho, ou com alguém para falar sobre o filme.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Eu fui muito ao cinema quando criança, então nunca pensei sobre isso dentro do cinema, mas quando eu comecei a ver mais filmes pela televisão. No momento que comecei a ver filmes em plataformas streaming eu tive um mix de sentimentos contraditórios, sendo eles a falta da experiência da tela grande diante meus olhos e acompanhado de outros espectadores versus eu deitado em minha cama com o filme rolando diante meus olhos em uma tela de laptop. Eu concretizei a ideia do cinema ser um lugar diferente, quando comecei a ver filmes de vários gêneros em lugares diferentes, até em celular. Depois de alguns anos descobri que o cinema é uma experiência diferente principalmente quando você vai ver um filme sozinho, que para mim é a melhor. Acho que é algo que muda para cada um ao longo tempo e também pelo interesse de experiência. Mas o primeiro filme que eu vi e pensei "Um dia preciso ver esse filme no cinema" foi Holy Motors do Leos Carax, que é meu filme favorito.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Como eu respondi na pergunta anterior, meu filme favorito é o Holy Motors, e eu amo Leos Carax. Porém, Carax não é meu diretor favorito, mesmo sendo um dos que eu mais gosto. É complicado responder qual diretor seria o meu favorito, diretora também, porque gosto de muitos e todos eles são muito bons. Mas, sou um grande fã do cinema do Kobayashi, na verdade, coloco ele até no patamar de estar na categoria "Melhores Diretores de Todos os tempos", porquê muito o que vejo nas obras dele são coisas que me marcaram bastante. Então diria Miyazaki Kobayashi, e a trilogia "The Human Condition". 

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

O Pagador de Promessas. Mesmo eu sendo um estudante de cinema apaixonado pela filmografia e trabalho completo do Nelson Pereira dos Santos, que coloco na mesma categoria do citado Kobayashi, sempre que penso em um filme brasileiro que eu vi e fiquei espantado de uma forma arrebatadora foi O Pagador de Promessas. Você me pergunta o porquê, sendo honesto que eu tenho tanto interesse por essa resposta assim como você, nem eu sei porque gostei tanto desse filme.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Eu sempre vi a ideia do "cinéfilo" quase como uma piada, tanto que fiz a página no Instagram "O Árabe Cinéfilo" para brincar de forma esportiva cinéfilos, estudantes de cinema, entre outros. Porquê pra mim, ser cinéfilo, ser um ser humano que vê todos os filmes de todos os gêneros e em alta quantidade é estranho para mim. Porquê, dando um exemplo meu, tem filmes que as vezes eu olho para o cartaz, ou vejo o trailer, e simplesmente penso: "não vou ver esse filme, só a capa me parece uma bosta, e a vida é muito curta para ficar perdendo tempo com filme ruim." Claro que eu já quebrei muito minha cara com isso, porém é algo que sempre penso antes de ver um filme. Porque sempre penso na ideia, que claramente qualquer pessoa que gosta de cinema e estuda cinema pode pensar, "poderia ter visto um filme melhor, aproveitado melhor meu tempo". Seria hipocrisia da minha parte dizer que não sou um reflexo de uma sociedade digital que busca aproveitar sempre o tempo que tem da melhor forma possível, a ideia de perder meu tempo é extremamente amedrontadora.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Eu prefiro não falar dos responsáveis das programações de cinema, pelo simples motivo de que as vezes eles podem não ser necessariamente os únicos que apontam o que deve passar ou não no estabelecimento. Existe muita coisa além de nosso conhecimento sobre esse assunto e sobre quem realmente decide o que vai para a sala de tal cinema ou não, algo que, se eu não tenho noção do tamanho de todo esse caminho, faz eu escolher o silêncio mesmo e assumir minha ignorância sobre um assunto cuidadoso como esse quando se envolvem postos de trabalho, e pessoas que as vezes não tem a escolha se não obedecer.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Se o teatro não acabou, por que o cinema acabaria?

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Vou indicar um filme brasileiro que sou apaixonado, feito pela diretora Anita Rocha da Silveira, Mate-me Por Favor de 2015. Esse filme é um filme que considero obrigatório quando se trata de cinema nacional. Até hoje quando converso sobre cinema nacional ele é um dos primeiros que me vem a cabeça.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não, porém apoio a ideia do estado apoiar redes de cinema com espaços ao ar livre e que tenham o distanciamento de uma pessoa para outra. Além de ser uma nova experiência para aqueles que nunca viram um filme em tela de cinema ao ar livre, consigo enxergar uma forma de fazer sustento aos trabalhadores da área e ajudar economicamente esse setor que é um dos mais afetados pela pandemia.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

A qualidade do cinema brasileiro independente é algo que bate muitas produções internacionais. Acredito que se o Brasil investisse mais na área audiovisual, poderíamos ser um dos maiores produtores em quesito de qualidade e de produção. Temos muitos profissionais dentro da área, eles estão sem oportunidade, e isso é algo que só piorou com o novo governo.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Gabriel Mascaro e Claudio Assis. Sempre que penso em fazer um roteiro novo, lembro dos filmes do Assis. Seus filmes tem algo muito hipnotizante que eu não sei dizer muito bem oque é. A loucura dentro das suas obras, e no que vi em 2019 do Mascaro, Divino Amor, é algo que as vezes sinto falta faz algum tempo. Não só no Brasil, como no cinema estrangeiro também.

 

12) Defina cinema com uma frase:

 

A diferença do cinema para a vida é uma tela que divide o espectador preso em mundo finito, vendo um mundo infinito na sua frente.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Eu só tive uma, e na verdade foi mais sensorial. Eu estava vendo o filme Um Lindo dia Na Vizinhança em uma seção no Espaço Itaú de Cinema em Botafogo. E estava acontecendo algo fora da sala, como uma gritaria, e dava para ouvir, já que o filme no momento estava bem silencioso. E todo mundo da sala começou a ficar assustado com o que estava acontecendo e não estavam vendo. Quando o filme acabou, todos saíram rapidamente para ver o que aconteceu, descobrimos que um homem cometeu um ato racista contra um homem negro que estava esperando a próxima seção começar, causando uma gritaria bem na porta da seção que eu estava. Foi algo impactante até pelo fato de que o filme citado, é um filme considerado "tranquilo", e resultou em uma grande tensão geral até saber o que realmente aconteceu. E mesmo sabendo, a maioria saiu mal depois do filme, porque qualquer ser humano com o mínimo de decência sairia mal por saber que uma pessoa, pela sua própria cor, não pode ter paz nem na porra de um cinema. Complicado ...

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Na lista de filmes que não terminei...

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Acredito que o cineasta não precisa ser cinéfilo, mas acredito que todos precisam de uma boa base cinematográfica pelo menos. E principalmente, precisam ler. Leitura, cultura e filmes em geral é necessário para trabalhar com cinema, além de que é importante até para formação de qualquer ser humano. Se você tem acesso a cultura, aproveite o máximo. Infelizmente, é um privilégio para poucos, até para comprar um livro em formato digital está caro atualmente.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Não gosto de muitos filmes, mas só um filme me irritou a ponto de me deixar irritado, que foi Das Tripas Coração, da Ana Carolina. É um filme super cultuado, e entendo a galera que o ama, mas eu achei esse filme ruim de uma forma que eu tirei alguns dias para voltar a ver filme de novo. Além do fato de que sou um cara que sou muito focado no som dos filmes, porque também já trabalhei na área de direção de som e também com trilha, sou músico, e o som desse filme é gritaria o tempo todo, e eu gosto de sentir a imagem e o som em conjunto. E o filme é toda hora gente gritando, um dos motivos de eu também não ter gostado muito do Massacre da Serra Elétrica, o excesso de som alto no filme me distancia muito da obra, parece que o filme é aquela pessoa que esta no seu lado falando alto, e você decide sair de lado dessa pessoa para poder ter paz. No meu caso, simplesmente pausei o filme e disse nunca mais. Pelo menos Massacre da Serra Elétrica eu vi completo, e até o utilizei para minha monografia, mas Das Tripas Coração é um filme que posso facilmente dizer que é um dos piores filmes que já vi na vida, se não o pior.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Documentário não sei, mas documentarista é, facilmente, o Eduardo Coutinho. Esse homem não tem um filme ruim.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Bati palma em poucas seções, mas a que eu bati palma e que sai do cinema tão feliz de ter visto um filme tão bom, foi O Retrato de Uma Jovem Em Chamas. Eu me arrepio sempre quando lembro do final dele, e falo com convicção de ele ser um dos melhores filmes já feitos na última década.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Eu amo Senhor das Armas, porém, sou um grande amante de terror lovecraftiano. A Cor que Caiu do Espaço de 2019.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Eu não costumo ler na internet sobre cinema, Eu busco livros físicos que falem sobre o assunto e os compro. E se eu for ler no computador, são algumas teses ligadas ao assunto que baixo e leio. Mas eu não tenho costume de acompanhar site nenhum para nada. Geralmente, gosto mais de ver vídeos falando sobre cinema e de vários lugares diferentes, porque além de eu ter acesso ao conteúdo, eu noto como eles trabalham a ideia de falar sobre o assunto em formato de vídeo, então gosto de ver montagem, efeitos, linguagem. Acho mais interessante que ficar acompanhando sites.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

 

Eu utilizo muito o Stremio, sou um homem a favor dos torrents, até porque ficar pagando não sei quantas plataformas e muitas delas não ter o que realmente estou querendo ver me faz pensar mesmo que não vale muito a pena. Eu pago apenas a Netflix e Amazon para acompanhar as novidades no mercado audiovisual sendo serie e filme, mas mesmo assim, utilizo delas muito pouco. Youtube também, até porque um acervo enorme de filmes nacionais se encontra lá e com qualidade boa. Então para mim esses canais valem mais a pena, até academicamente dizendo.

 

 

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28/07/2021

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Crítica do filme: 'Três Estranhos Idênticos'


E se você soubesse que tem um irmão? E ainda mais: gêmeo? O que você faria? Um dos documentários mais polêmicos disponíveis na plataforma líder dos streamings, a Netflix, Três Estranhos Idênticos nos mostra os absurdos de uma história que se fosse mentira já seria mirabolante imagina então o choque dela ser real. Por meio de memórias, documentos e depoimentos, vamos acompanhando a surpresa de três irmãos gêmeos adotados por lares diferentes que nunca sabiam da existência um do outro e acabam enfrentando uma jornada ainda mais profunda e surpreendente para saber o que aconteceu.


Nesse curioso documentário dirigido por Tim Wardle, acompanhamos a saga de Eddy Galland, David Kellman e Robert Shafran, três jovens que perto de iniciar sua fase adulta, já na época de faculdade, descobrem que são irmãos, e gêmeos! Essa inacreditável história foi muito divulgada na época do ocorrido, inclusive com matérias jornalísticas, a mídia falava dos irmãos para todo lado. Eles até foram a grandes programas de sucesso da época. Mas a questão não é só essa! Aos poucos e indo mais a fundo nessa história, os irmãos descobrem que foram adotados separadamente, cada um para uma família de classes sociais diferentes, com o intuito de pesquisa liderada por cientista. Somos testemunhas dos desenrolares dessa história traumática e quase inacreditável.


Buscando ir atrás de todo o tempo que ficaram separados, os irmãos, a partir do momento em que souberem da existência um do outro, não se desgrudavam. Até participação em filme fizeram. Talvez no passo mais audacioso, empreenderam, abriram um restaurante em Nova Iorque. Mas aos poucos foram se afastando. O documentário também aborda a reação e conclusões das famílias de cada um dos três.


O circo midiático em torno dessa história é muito bem detalhado com as participações dos irmãos em diversos shows de televisão de grande sucesso. Mas isso é apenas um paralelo para se chegar no outro clímax que o projeto nos mostra que é a descoberta da experiência feita por um cientista que ainda é secreta em partes não divulgadas pela empresa que conhece o fato. O filme é bem impactante nesse momento já no seu desfecho. Vale a pena conferir esse documentário!

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Programa #40 Guia do Cinéfilo - Marden Machado


Episódio #40 do meu programa de entrevistas na TV Caeté, Programa Guia do Cinéfilo.

Nesse episódio entrevisto o crítico de cinema Marden Machado.
O Programa Guia do Cinéfilo acontece toda terça-feira, ao vivo, no canal da TV Caeté no youtube.


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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #488 - Bruno Perillo


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.


Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de São Paulo. Bruno Perillo tem 51 anos. Formado em 1994, começou sua carreira profissional em 1995, ao ingressar no Grupo Tapa. Atuou lá em várias montagens teatrais, dentre elas: A Serpente (de Nelson Rodrigues), Moço em Estado de Sítio (de Oduvaldo Vianna Filho), Ivanov (de Anton Tcheckhov), Rasto Atrás (de Jorge Andrade), Vestido de Noiva (de Nelson Rodrigues) e Morte e Vida Severina (de João Cabral de Melo Neto). Em 2000, numa co-produção Tapa/Folias d’Arte, ingressou no Grupo Folias d’Arte para a montagem de Happy End (de Bertolt Brecht) e lá atuou em uma série de montagens sob a direção de Marco Antônio Rodrigues. Atuou em O Último Concerto Para Vivaldi (de Dan Rosseto), As Duas Mortes de Roger Casement (de Domingos Nunez), Credores (de August Strindberg) e Dançando em Lúnassa (de Brian Friel), Fortaleza (de Flavio Goldman), Ópera do Malandro (de Chico Buarque) e Absinto (de Luciana Carnieli), com os diretores Nelson Baskerville, Domingos Nunez, Heitor Goldflus, Kleber Montanheiro, Cassio Scapin, Dan Rosseto. Em cinema, atuou em diversos curtas, e longas-metragens como Salve Geral (de Sergio Rezende), Onde Andará Dulce Veiga (de Guilherme de Almeida Prado), Último Chá (de David Kullock), Amparo e Mario Wallace Simonsen (de Ricardo P. Silva), A Felicidade de Margô (de Mauricio Eça).

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Reserva Cultural, que traz uma programação diferenciada, com muitos filmes europeus e asiáticos.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Derzu Uzala, de Akira Kurosawa.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

São dois! Ingmar Bergman, muitos filmes dele, em especial Persona. David Lynch, Cidade dos Sonhos.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Muitos. Recentemente, Boi Neon e Bacurau.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É ir ao cinema ao menos 1 vez por semana, sempre. Na sala, ao vivo.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

A maioria dos grandes cinemas preocupa-se mais com as grandes bilheterias.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não! Porque os cinéfilos não acabarão.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

O Cidadão Ilustre, longa argentino, em cartaz na Netflix. Nomadland é incrível também, mas este ganhou o Oscar.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não devem abrir antes da vacinação em massa.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Vejo ótimos filmes sendo produzidos – apesar de inúmeras dificuldades, da pandemia à terrível destruição cultural feita pelo atual governo.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Kléber Mendonça Filho.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Cinema é viver a utopia, é fotografar a beleza e o caos.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Numa sessão de 2001, Uma Odisseia no Espaço, no extinto cinema Gemini 1 em São Paulo, vi o filme completamente sozinho.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Não assisti...

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Creio que assistir a filmes é uma escola importantíssima pra qualquer cineasta. Dá referências e repertório.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Não consigo me lembrar, rs, mesmo ruim é bom ter ido ao cinema.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Fahrenheit – 11 de setembro, do Michael Moore.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Sim, em muitas pré-estreias.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Coração Selvagem, do David Lynch.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

AdoroCinema.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Netflix.

 

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Crítica do filme: 'Cinderela Baiana'


Filme que começa torto, nunca se endireita. No mesmo ano em que Titanic conquistava tudo que era prêmio no Oscar, que talvez o melhor filme já feito aqui no Brasil era lançado nos cinemas (Central do Brasil), ano que o nosso país escolhia Sheila Mello como a nova loira do Tchan (vencendo 3.500 candidatas), chegava ao mercado audiovisual brasileiro um dos projetos que mais ficaria na lembrança de todos que tiveram a oportunidade de o assistir: Cinderela Baiana. Dirigido por Conrado Sanchez, produzido por Antonio Polo Galante, e protagonizado pela dançarina Carla Perez o filme é uma tentativa de musical dentro de um contexto dramático mostrando a história de vida sofrida de Carla, a protagonista, que vê seu mundo mudar quando é escolhida para ser dançarina de um grande show de um caricato empresário.


A protagonista teve uma infância sofrida, seus pais se esforçavam em trabalhos que não pagavam quase nada e muitas vezes não tinham dinheiro para alimentar a filha. A mãe Maria (Juliana Calil) e a jovem Carla inclusive iam até a beira da estrada em busca de algumas moedas jogadas por caminhoneiros que passavam pelo lugar. O pai de Carla, Gomes ((Armindo Bião) acaba conseguindo um emprego em Salvador em um escritório de contabilidade a partir da ajuda de um amigo onde trabalhava com jardinagem só que paralelo a isso sua esposa falece por um problema no pulmão. Assim, somente pai e filha embarcam para uma viagem que iria mudar suas vidas.


A ingenuidade da protagonista é facilmente detectada mesmo em uma atuação sofrível de Carla Perez. O projeto busca criar mensagens, colocar pontos para reflexão, mas completamente sem noção de qualquer técnica minimamente interessante pensando cinematograficamente. Passa rapidamente pela questão da fé, sobre a cena cultural baiana. Há uma tentativa de crítica social, abordando o preconceito mesmo que em cenas toscas, muito mal interpretadas e dirigidas. Parece que não se leva a sério, nem quando busca sentido para a amizade da personagem principal com os amigos dos tempos de Alagados (Bairro pobre de salvador localizado na Península de Itapagipe e instalado numa região de manguezal). Um desses amigos, Chico, é interpretado pelo ator Lázaro Ramos em um de seus primeiros trabalhos no cinema.


Mensageira da boa sorte? Reunião de clássicos dos primórdios do axé? Cinderela Baiana, pode ser entendido (ou melhor, não entendido) de várias formas. Um dos filmes brasileiros com menor nota no IMDB, o mais famoso filme trash feito no nosso país, não passa de uma tentativa de musical com música alta e pessoas dançando aleatoriamente.

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27/07/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #487 - Isabela Madeira


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de Santos (São Paulo). Isabela Madeira tem 22 anos. É formada em Jornalismo e pós-graduanda em Mídias Sociais. Em 2016 criou seu blog Vírgula, Ponto: (https://virgulaepontofinal.wordpress.com/). Em 2019 começou a produzir conteúdo no Instagram @virgula_pontofinal também. De 2018 a 2019 foi redatora no Cinema com Rapadura (pode conferir seus textos aqui: https://cinemacomrapadura.com.br/author/isabelapmadeira/). É apaixonada por terror e inclusive dedicou seu TCC ao gênero! No seu Insta faz listas de filmes e indicações, e no blog faz críticas de filmes e escreve textos sobre cinema.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Em relação à programação, é a Cine Arte Posto 4. A sala é uma iniciativa da Secretaria de Cultura de Santos, e traz produções alternativas, independentes, de diversos países e também documentários. É o único cinema da cidade onde a programação não é composta apenas por blockbusters, então sempre consigo descobrir filmes novos e interessantes lá.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Quando eu tinha uns 7 ou 8 anos, assisti Piratas do Caribe: O Baú da Morte no cinema, e me lembro de ser a primeira vez que “entendi” um filme como uma produção, com pessoas interpretando personagens, um responsável por trás da câmera, e foi o que despertou minha curiosidade pelo cinema.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Meu diretor favorito é o Tim Burton, e meu filme favorito dele é Ed Wood. Cresci vendo os filmes dele, e são obras que funcionam tanto para crianças, quanto para adultos. Sempre me encantei com os mundos que ele cria.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

O Contador de Histórias de Luiz Villaça. É uma biografia bem difícil de se assistir, ainda mais sabendo que é a realidade de muitas crianças no país. Mas acredito que o filme soube tratar tudo com sensibilidade.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Eu sinto que vai além de ser um hobby. Consigo encaixar o cinema a todo momento na minha vida, e sempre existem filmes bons que ainda não conheço. É como se eu sempre pudesse descobrir um mundo novo, histórias novas, sem fim.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Eu acredito que a programação é feita para atingir o maior público possível. Tenho certeza que eles gostariam de trazer filmes mais diversos, porém eles também têm o dilema de precisar pagar as contas. Infelizmente, a maioria das pessoas não quer pagar ingresso num filme que eles possam desgostar, é mais fácil assistir a uma franquia com personagens já conhecidos.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Nunca. Mesmo que sobrem poucas, sempre teremos gente resistindo, e gente disposta a apoiar.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Um Cadáver Para Sobreviver. Nunca vi um filme igual a este, é uma experiência.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não tenho uma resposta exata. Os cinemas, principalmente os poucos de rua que restam, sofreram um impacto financeiro muito grande, mas ao mesmo tempo o Brasil ainda está numa situação delicada em relação à doença. Aos que precisam reabrir, só espero que façam de tudo para acomodar as medidas de proteção, e que os frequentadores as respeitem.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Acredito que o público esteja começando a “aceitar” mais o cinema brasileiro. A Netflix tem investido bastante em produções jovens e populares, e temos filmes que vêm recebendo reconhecimento internacional, como Bacurau. Sinto que ainda existe um preconceito interno com nosso cinema, mas também vejo um aumento nas pessoas que o defendem.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Gabriel Mascaro.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Uma forma de viver mil vidas em uma.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Em uma sessão de A Chegada, assim que o filme terminou, a sala inteira começou a conversar suas teorias sobre a trama. Nunca tinha experienciado uma sala inteira de desconhecidos se juntando e falando tão fervorosamente sobre uma história, com os créditos ainda rolando na tela.

 

14) Defina ‘Cinderela Baiana’ em poucas palavras...

Representa o Brasil mais que futebol e samba!

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo? 

Dirigir um filme qualquer um com um mínimo de técnica consegue. Dirigir uma obra, com um mundo próprio, um propósito, emoções... precisa-se de um cinéfilo para entender o outro.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida? 

Daniel Farrands fez dois filmes bem infelizes que, além de mal feitos, desrespeitam as vítimas dos assassinatos Tate-LaBianca e Brown-Goldman.

 

17) Qual seu documentário preferido? 

Como Little Monster de longa data, é Gaga: Five Foot Two. Gosto muito de documentários que exploram a vida de músicos, mas esse em específico vai além, mostrando o lado mais humano e vulnerável de Lady Gaga. É impossível assistir e não admirá-la como pessoa e artista.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão? 

Diversas vezes. Quando a sala está cheia e o pessoal inteiro está imerso no filme, sempre termina em aplauso.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu? 

A Lenda do Tesouro Perdido. Não consigo pensar num ator melhor para interpretar alguém que rouba a Declaração da Independência dos Estados Unidos.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Jovem Nerd, Omelete e Cinema com Rapadura. Não é site, mas acompanho a Luisa Clasen (Lully de Verdade) há muitos anos.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes? 

Acho que é um empate entre Prime Video e Telecine Play.

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26/07/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #486 - Nicholas Correa


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Belo Horizonte (Minas Gerais). Nicholas Correa tem 21 anos. É graduando em Cinema e Audiovisual pela PUC Minas, crítico para o portal Plano Aberto, com uma participação em um episódio do Podcast Cinema em Transe.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Dois lugares que me marcaram muito: o Cinema Usiminas Belas Artes e o Cine Humberto Mauro. O Belas Artes eu gosto particularmente pela programação que contempla filmes com um apelo menos comercial, é um lugar que eu posso assistir um filme do Hong Sang-Soo por exemplo. O Cine Humberto Mauro é uma sala que possui um trabalho de curadoria excelente, com mostras e festivais que marcaram a minha trajetória, assim como a trajetória de muita gente. A minha relação afetiva com esses dois espaços não é diferente da cinefilia belorizontina, tenho muito apreço por eles.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

É difícil pensar em uma sessão específica, minha relação com o cinema começou bem cedo e não foi nas salas, foi nos DVDs. Lembro que ver Titanic ainda criança foi algo bem marcante. Mas se eu tiver que apontar uma das sessões que mais ficou na memória nesse início de cinefilia foi uma exibição de O Circo do Chaplin em que fui com minha família.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Eu não tenho um diretor favorito, tem alguns que me chamam mais atenção por um determinado momento. Nesses tempos eu tenho pensado bastante no James Benning, dele eu gosto especialmente de Landscape Suicide.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Eu simplesmente amo o Sem Essa, Aranha do Rogério Sganzerla. A liberdade, a desfaçatez, o atrevimento, tudo nesse filme é muito inspirador.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Diria que é muita coisa. É ter paixão pelos filmes, claro, mas também é ter disposição, curiosidade, inquietações e também saber que, como tudo na vida, quanto mais você se aprofunda em uma questão, mais você se dá conta de que ainda tem muito o que ver e aprender. Ser cinéfilo é apreciar uma coisa inesgotável.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

De uma certa maneira, sim. Acredito que a maior parte das salas, os multiplex de shopping, tem uma programação feita por pessoas que conhecem o cinema mais por uma parte mercadológica do que qualquer outra coisa. Essas pessoas não são ignorantes a respeito do cinema, mas não imagino que elas vão tratar dos filmes de um ponto de vista estético, sociológico ou cultural, elas vão seguir uma lógica de mercado antes de mais nada. Elas conhecem o cinema tendo em mente o que “funciona” e o que “não funciona”. Mas claro, existem curadores e programadores que se preocupam com questões que estão além do mercado e é um trabalho que precisa ser cada vez mais valorizado.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não. A sala de cinema pode perder espaço diante do streaming ou de outras mídias, mas acabar totalmente acho muito improvável. Além do mais, somos seres sociais, nós gostamos de aglomerar em vários tipos de arena, jogos de futebol, shows de música, espetáculos de teatro, de dança, etc. Enfim, não acho que vamos deixar de ir ao cinema.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Por algum motivo insondável quase ninguém fala do The Last Wave do Peter Weir, filme fantástico.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não, os cinemas deveriam esperar até a situação ser controlada. Eu não tenho o mesmo conhecimento de um infectologista e eu sei que as salas estão tomando alguns cuidados, controlando o ambiente e tal, mas acho que ainda existe um risco, principalmente em se tratando de um espaço fechado.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Não gosto de fazer generalizações e é difícil bater o martelo sobre o momento atual, mas uma coisa dá para ter certeza, o cinema brasileiro é muito rico. Só nessa última década o que teve de filmes excelentes vindo tanto de cineastas veteranos quanto de uma geração relativamente mais recente é impressionante. Para citar alguns dos filmes que eu mais gostei: Luz nos Trópicos (Paula Gaitán), Já Visto, Jamais Visto (Andrea Tonacci), Beduíno (Júlio Bressane), Vaga Carne (Grace Passô, Ricardo Alves Jr), Sinfonia da Necrópole (Juliana Rojas, Marco Dutra), República (Grace Passô), No Coração do Mundo (Gabriel Martins, Maurilio Martins), Sertânia (Geraldo Sarno).

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Gosto muito da Grace Passô. Ela não só está em vários filmes que eu gosto nesses últimos anos do cinema brasileiro como também dirigiu alguns.

 

12) Defina cinema com uma frase:

A rigor seria: “Um conjunto de imagens que tem uma duração própria”. Mas eu falo essa frase sob o risco de me arrepender depois. Essa é a pergunta mais difícil, porque o cinema, como toda a arte, é um conceito fluido, dinâmico e que não deve nada a coisa nenhuma. A gente pode se surpreender com ele.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Minha vida na sala de cinema infelizmente não é muito movimentada, mas me lembro de uma sessão de Era Uma Vez em Tóquio em que um sujeito muito bêbado entrou na sala durante os créditos iniciais. Ele fez um ou dois comentários com a voz toda troncha, até que alguém no fundo pediu para ele se aquietar e esse sujeito deu uma resposta engraçadinha. Não me lembro mais dessa resposta, mas ela rendeu umas risadas minhas e do restante da sala.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Venho aqui diante do povo brasileiro pedir perdão, não assisti Cinderela Baiana.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não, ele só precisa ser sincero no que faz.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Antigamente eu costumava odiar certos filmes, mas hoje em dia eu tento enxergar filmes ruins de uma maneira mais fria mesmo, sem ressentimentos. Mas se eu tenho que apontar um que foi inesquecível, esse filme é O Cozinheiro, o Ladrão, sua Mulher e o Amante.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Uma História do Vento do Joris Ivens e da Marceline Loridan. É um documentário que mescla elementos ficcionais também. Definir os limites do documentário e da ficção é uma dessas coisas que, quanto mais você tenta, mais você se frustra. Alguns dos melhores documentários exploram essa tensão.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Eu normalmente bato palmas quando algum dos realizadores está presente na sessão, mas fora isso não costumo bater palmas.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Do meu querido Nicolas Cage eu gosto muito do Face Off.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Não vou saber te dizer qual site eu mais leio. Além dos textos dos meus colegas no Plano Aberto eu gosto muito de revistas e portais como Contrabando, Multiplot!, Cinética, À Pala de Walsh. Também acompanho o blog Vestido sem Costura que faz um trabalho fantástico com a tradução de vários textos de críticos mundo afora incluindo alguns clássicos como os textos de Serge Daney. Um site que também leio bastante, mas que já está inativo há um bom tempo, é o da revista Contracampo. Como também é o caso de muita gente que eu conheço, essa revista foi fundamental na minha formação cinéfila.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Eu também não vou saber te dizer qual streaming eu mais consumo. Assisto filmes não só pela Mubi e pela Netflix como também pelo Youtube, espaços como UbuWeb, Lux Moving Image, Light Cone e sites de cinematecas. Só que recentemente com a pandemia eu tenho focado mais em acompanhar festivais e mostras online, nesses eventos é possível encontrar filmes que são pouco vistos e pouco debatidos. As mostras e festivais também impõem limites de tempo para acessar os filmes, então eu dou prioridade para eles.

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25/07/2021

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Crítica do filme: 'Por Amor ou por Dinheiro' (Review dos anos 90)


O charme das comédias românticas hollywoodianas da década de 90. Dirigido pelo cineasta Barry Sonnenfeld e lançado nos cinemas de todo o mundo em 1993, Por Amor ou por Dinheiro aborda de maneira leve a ambição, encostando na ganância, ou pelo menos no universo do dinheiro fácil. Há muita leveza na apresentação dessas reflexões. Basicamente  porque o princípio básico das ações do protagonista chega por conta da alma sonhadora dele e na hora do conflito, grande clímax, precisa fazer suas escolhas entre o racional e as emoções. Simpática fita dos anos 90 que nos mostra como não fazem mais filmes como antigamente.


Na trama, conhecemos Doug (Michael J. Fox) um jovem concierge, ambicioso, que conhece a tudo e a todos do hotel em que trabalha. Ele economiza tudo que ganha com um único objetivo: conseguir abrir o seu próprio hotel. Desde muito tempo é apaixonado por uma jovem chamado Andy (Gabrielle Anwar) que trabalha em uma loja e canta profissionalmente em uma boate toda semana. Quando Doug consegue um acordo com um poderoso da região, acaba descobrindo que Andy é amante dele, deixando o protagonista em uma série de conflitos que envolvem em muitas partes o seu coração.


Quase um clássico da nostálgica Sessão da Tarde, Por Amor ou por Dinheiro de maneira doce, delicada, puxado para comédia, nos faz embarcar uma saga, superficial mas bastante reflexiva sobre as escolhas que fazemos em nossas vidas quando acontece o conflito que envolve sentimentos e objetivos de vida. Esse é um daqueles projetos que nos fazem esquecer do caótico universo da realidade e embarcar em uma história, nem tão longe assim da realidade mas que possui um carisma contagiante.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #485 - Pedro Cadore


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, do Rio de Janeiro. Pedro Cadore tem 30 anos. É diretor de teatro e cinema. Seus últimos trabalhos são o musical "Belchior: Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro" e o longa-metragem "B.O.".

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Os cinemas do Estação, preferencialmente os de Botafogo (RJ). É um cinema que abraça o cinema nacional.

 

2) Qual o primeiro filme que você  lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Toy Story.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Kleber Mendonça Filho - Som Ao Redor / Paul Thomas Anderson - Boogie Nights.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Som Ao Redor, porque o diretor Kleber Mendonça Filho mudou o cinema brasileiro em termos de linguagem e dramaturgia

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Mergulhar em diferentes filmografias.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

 

Não, por pessoas que pensam em dinheiro. E que de alguma forma é justo, porque eles tem que pagar uma alta conta no fim do mês.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Jamais.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Vidas em Jogo (The Game) - David Fincher.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Já reabriram, né? hahaha... Mas, infelizmente, eu só vou ao cinema quando me sentir totalmente protegido.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Eu amo cinema brasileiro mais que tudo. Acho que nós temos alguns diretores e diretoras muito interessantes no cenário atual.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Pra não repetir o Kleber, fico com a Laís Bodanzky.

 

12) Defina cinema com uma frase:

A arte de construir sonhos "verdadeiros".

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Quando eu era bem pequeno fui ver Mortal Kombat e no meio do filme acabou a luz no cinema. Saí puto e nunca mais voltei naquele estabelecimento.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Top... (nem sei o que é, vou pesquisar no google hahahaha)

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Que vida triste esses diretores tem hahaha... Acho no mínimo esquisito, assim como o nutrólogo que se empanturra de Mc Donald's.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Pela decepção de ter ganho o Oscar: Green Book.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Escolha difícil... hahaha... Mas vou ficar com o Para Onde Voam as Feiticeiras que vi há pouco e é apaixonante.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Não...

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Coração Selvagem - David Lynch.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Não leio muito, mas entro bastante no IMDB.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Atualmente, a HBO MAX tem vencido aqui em casa.

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