24/09/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #522 - Letícia Ferrarezi


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de Jaú (São Paulo). Letícia Ferrarezi tem 34 anos. É historiadora por formação e escritora por sorte e autora do livro “Pequenos Surtos Cotidianos”. Além disso, é cinéfila e acredita que o cinema seja além da sétima, a melhor arte.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Na minha cidade só há um cinema dentro do shopping, então eu não tenho muita escolha.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Por morar em uma cidade pequena, só fui ao cinema com 15 anos de idade. O ano era 2002 e eu fui assistir Shrek. Foi a coisa mais legal do mundo, eu não queria sair mais da sala. Ali nada poderia dar errado, eu pensava. Foi bem especial.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Ingmar Bergman. É difícil escolher, mas Sonata de Outono certamente é o meu favorito.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e por quê?

“O que é isso, companheiro?”, de Bruno Barreto. Adoro a leitura de Bruno sobre qualquer coisa e dirigir um filme no contexto do Regime Militar parece fácil, mas não é. Excelente paráfrase do livro de Fernando Gabeira. A reconstrução do Brasil dos anos 70 foi incrível, a escolha de elenco é impecável. Assisti quando criança e na época achava que era ficção. Infelizmente não é...

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ser cinéfilo é olhar com os olhos do outro. Você se deixa levar pela ótica de outra pessoa na condução de uma história que poderia ser diferente se fosse dirigida por outra ou por você, por exemplo. Cinema é se despir de você, é abrir mão de pontos de vista, convicções e acabar levando consigo tudo isso de outras pessoas. O cinema faz isso de forma única, acho bem bonito.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não. E não me importo tanto com isso. Eu sou cinéfila e adoro cinema estrangeiro, clássicos da Old Hollywood, mas eu entendo que outras pessoas têm uma relação com o cinema diferente de mim. Elas apenas querem assistir à um filme e pronto. E geralmente são blockbusters, que eu também adoro ver. Hoje é muito mais fácil você acessar os filmes mais cult do que antigamente, então eu não vejo por que reclamar. A pessoa mais inclinada a conhecer melhor a sétima arte, vai pesquisar, procurar e consumir outros produtos que não só os oferecidos pelo cinema de shopping. Mas não seria ruim se tivéssemos mais filmes atendendo a diversos públicos.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acredito que não. O cinema passa pela mesma situação do mercado de livros, que seguem firmes e fortes, apesar de tudo. Pode ser que haja uma diminuição por diversos motivos, mas acabar não. Muita gente ainda precisa da mágica que acontece lá e os jovens estão conhecendo e fomentando essa magia. Uma pena ainda ser tão caro a ponto de muita gente nunca ter ido. É esse cenário que precisa mudar.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Cinema Paradiso. Uma ode à sétima arte, mas é difícil de encontrar para assistir, então conheço poucas pessoas que viram. Vale muito a pena, é emocionante.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid- 19?

Não. De jeito nenhum. Agora com a vacina, podemos usufruir do cinema mais tranquilos, mas ainda seguindo os protocolos necessários. Fique 1 ano e meio sem ir ao cinema. Foi muito difícil, pois é uma coisa que amo, mas a saúde de todos em primeiro lugar.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Eu sou uma grande fã do cinema brasileiro. A nossa linguagem é incrível, cativante, única, original, irreverente. Tivemos bons momentos no cinema como nos anos60/70 e nos anos 90. Atualmente tem muita coisa boa acontecendo e muita gente lutando dentro de um mercado com poucos recursos e valorização. Estou otimista em relação à isso e muitos filmes brasileiros terão seu papel destaque. Temos muita história para contar.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Eu não perdia nenhum do Paulo Gustavo, por exemplo. Era um cara que fazia eu ir ao cinema sem pensar, porque me identifico com o humor que ele fazia. Mas o Marco Nanini é um cara que eu assisto qualquer filme se ele estiver no elenco. Nunca me decepcionei. Versatilidade alta.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Magia.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema.

Quando morava em BH, eu ia no cinema praticamente todos os dias e acabei indo ver sozinha “Eclipse” da sala Crepúsculo. Sala de cinema pra mim sempre foi sinônimo de silencio e achei inusitados os gritos das adolescentes em toda cena que o Taylor Lautner aparecia sem camisa. Achei bizarro e na época fiquei bem incomodada. Hoje em dia eu não me importo tanto, mas ainda prefiro o silêncio.

 

14) Defina ‘Cinderela Baiana’ em poucas palavras...

Clássico brasileiro injustiçado.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo? 

Não. E acho que deve ser até melhor se não fossem. Sei disso porque sou escritora. Eu sou uma leitora voraz, mas que não se prende a muita coisa do mercado editorial. Não sei se é resistência ou natureza mesmo...na hora de criar eu me sinto mais livre, tudo soa mais original e a comparação é menor também. Acredito que o mesmo ocorra com os diretores. Mas claro, não acho válida uma alienação total.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida? 

T.O.C da Tatá Werneck. Eu já vi muito filme ruim, mas esse contempla tudo o que há de pior numa produção cinematográfica. Cinderela Baiana ainda garante boas risadas por ser muito trash, mas esse nem isso. Gosto da Tatá, mas esse filme foi um tiro no pé, para mim nada se salva.

 

17) Qual seu documentário preferido? 

Como historiadora eu já vi muitos documentários e preciso dizer que os streamings têm feito um ótimo trabalho em relação à isso. Não tenho um favorito, mas gostei muito de Generation Wealth, da fotógrafa Lauren Greenfield. Conta a relação das pessoas com dinheiro, luxo, sexo e fama nos E.U.A, especialmente em Los Angeles.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão? 

Não, nunca!

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu? 

Cidade dos Anjos é um filme muito importante para mim. Fez parte da minha infância e por incrível que pareça eu assisto com olhar de criança e não consigo criticar, então é o melhor para mim.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

São muitos. Ultimamente o IMDB e Rotten se transformaram em vício, mesmo diante das polêmicas. Aqui no Brasil sigo muitos como o Omelete, Adoro Cinema e CinePOP.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Prime Video, Disney Plus e Netflix, embora muita coisa tenha saído de catálogo. Para assistir a Old Hollywood, eu indico o Cinema Livre focado apenas nesses filmes. É bem legal.

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22/09/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #521 - Damares Liduvino


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de São Sebastião (São Paulo). Damares Liduvino tem 42 anos e paulistana de coração. É Psicanalista e Administradora de imóveis de temporada. Mora em São Sebastião, litoral norte de São Paulo, há 8 meses. Apaixonada por cinema francês, acredita que na tela há uma relação de espelho, onde entende que o indivíduo nunca sai o mesmo do cinema, sempre deixa algo lá e leva algo de lá. Ama praia, picnic e cozinhar para os amigos.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Não tem cinema na minha cidade. Quando morava em São Paulo o Belas Artes (por puro apego emocional rs) e Espaço Itaú de Cinema.

 

2) Qual o primeiro filme que você  lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

A branca de neve, do começo dos anos 80.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Almodóvar - A pele em que habito.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

O contador de história. Obra injustiçada, não teve o sucesso que merecia. Me identifiquei com a luta da professora e sua causa.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É ter no cinema mais que entretenimento, uma relação de cura ao ver na tela suas dores e conflitos.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Por viver em uma cidade pequena, atualmente só há em sua maioria filmes americanos e dublados. Quando vou a São Paulo aproveito para curtir o circuito alternativo de Augusta.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Jamais. Não é sobre ver filmes, é sobre experiências.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Mais que especiais, O ciclo da Vida, A papisa Joana.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Excelente e em ascensão.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Wagner Moura.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Quem olha pra fora sonha

Quem olha pra dentro acorda

Jung

O cinema nós faz olhar pra dentro...

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Filme do ex presidente uruguayo Pepe Mujica, Uma noite de 12 anos, ao final, houve gritos de #elenao #lulalivre. O filme do Tim o cinema todo cantando no final foi muito emocionante.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Coragem.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não, ele precisa ter uma inspiração e conseguir colocar ela na tela o que está na sua cabeça.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Muito difícil lembrar nome de filme ruim. Aqueles filmes que parece que acabou o dinheiro e resolveram terminar o filme do naaaaada.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Gosto muito de Czar sobre a revolução russa

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Muitas vezes, que horas ela volta em pé inclusive!

Parasita aos gritos e assovios.

Vi na estreia antes de ele sair do circuito alternativo e ganhar o Oscar.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

A outra face (óbvio).

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Adoro cinema, pra ver programação

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Netflix e Amazon.

 

 

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8 e 1/2 em 20 - Conrado Heoli - Episódio #26


Esse é o '8 e 1/2 em 20', programa de entrevistas feitas por lives no Instagram do @guiadocinefilo, toda 4a, às 19:30​ hrs, com cinéfilos e profissionais que de alguma forma contribuem para o audiovisual.

Nesse episódio, recebemos o pesquisador e cinéfilo Conrado Heoli. Não esqueçam de deixar um like nesse vídeo. :)
Não esqueçam de se inscreverem nesse canal. :)


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20/09/2021

Crítica do filme: 'Kate'


A luta pela existência. Em seu segundo longa-metragem como diretor o cineasta francês Cedric Nicolas-Troyan apresenta ao público uma história cheia de adrenalina e com arcos em pélagos de uma protagonista que luta por sua vida sem deixar de cair nas inconsequências do pouco que sabe sobre as verdades que giram ao seu redor. O roteiro possui alguns pequenos problemas quando buscamos entender as origens da protagonista mas a ação embutida, a real proposta do filme, consegue bons momentos. Protagonizado pela atriz norte-americana Mary Elizabeth Winstead, o filme está disponível na Netflix.


Na trama, acompanhamos a saga de Kate (Mary Elizabeth Winstead) uma assassina orfã que acaba sendo envenenada e assim precisa concluir o serviço que deixou incompleto o que acaba a levando ao encontro de uma vítima de um antigo serviço seu. Lutando contra o tempo e usando todas as habilidades que conseguiu nos severos treinamentos com Varrick (Woody Harrelson), seu mentor, ela precisará fazer escolhas difíceis em busca de uma humanidade quase perdida em todas suas ações até aqui.


Quase todo filme de ação que acaba entrando na pretensão de também ser um drama profundo acaba gerando encruzilhadas, labirintos sem saída, onde o público, em meio a toda a carga de adrenalina que é proposto acaba ficando confuso sobre os porquês. Isso acontece, obviamente, se você quiser refletir sobre tudo que se passa ao longo dos 105 minutos de projeção de Kate, ambientado no oriente e que une fórmulas de outros filmes dentro de um respiro original nos atos moralmente questionáveis da anti-heróina muito bem interpretada por Winstead.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #520 - Emilson Linhares


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Campos dos Goytacazes (Rio de Janeiro). Emilson Linhares tem 30 anos. É arquiteto por formação e fotógrafo por amor, além de trabalhar com edição de vídeos, pois essa é uma arte que o aproxima do cinema, de certa forma. É amante da sétima arte desde o primeiro dia que pisou num cinema, que foi para assistir O Rei Leão. Possui um perfil no Twitter e Instagram, o @estreiaquinta, onde gosta de falar e dar dicas de filmes e séries. Na sua cidade participa de um pequeno clube de cinema onde assistem filmes quinzenalmente e se reúnem (agora on-line) para comentar e trocar ideias. Vive cinema o máximo que pode.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

O Kinoplex na minha cidade oferece os melhores filmes, quase todos os indicados na temporada de premiações, tem sempre variedade.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Com Jurassic Park, definitivamente, eu pude ver como o cinema nos transporta a diversos lugares e épocas diferentes. Apesar do primeiro filme que eu vi no cinema ter sido O Rei Leão, mas eu amei este antes de amar o cinema, e com Jurassic Park foi diferente.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Steven Spielberg, e Jurassic Park, esse último já devia ser esperado pela resposta anterior né haha. Steven Spielberg se tornou meu diretor favorito após eu conhecer o primeiro longa do Jurassic Park, e me encantar por todas as ficções e tramas dirigidos por ele.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

 

Central do Brasil. Pra mim a direção, roteiro, e legado desse filme são de suma importância pra nossa cultura e história do cinema brasileiro. Mas devo admitir que Fernanda Montenegro contribuiu para que este se torne o meu filme nacional preferido.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É uma definição complicada, pois acho que cinéfilo pode ser desde o simples casual  ‘gostar de filmes no filme de semana’, até o ato de envolver-se de maneira profundada com a sétima arte, estudando, acompanhando lançamentos de festivais, participar de pequenas ou grandes produções. Tecnicamente, acho que qualquer contribuição para o cinema te torna um cinéfilo.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Na minha cidade são duas redes de cinema. A rede do Kinoplex meio que sim, eles se preocupam com a programação e não apenas com os filmes mais populares.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não acredito nisso nem a longo prazo. Minha preocupação é apenas cidades que possuem apenas uma ou duas salas de cinema começarem a perder público, e fechar por conta disso. Já em cidades grandes eu não vejo isso como uma possibilidade.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Meu Pai / Whiplash / Another Round … era só um né?

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não. Porém, a vacina já é uma realidade com eficácia comprovada, por tanto, vacinados, sim!!

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Acho que tem um nível bem elevado de qualidade, porém pouco valorizado por aqui. Ano após ano nossos filmes concorrem e/ou são exibidos nos principais festivais de cinema do mundo, mas a maioria nem chega nas nossas salas de cinema, não são transmitidos na tv aberta, e ficamos com aquela impressão de que cinema brasileiro só produz comédia. O que não  é um problema a comédia em si, porém, não temos só isso.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Tecnicamente eu acabo perdendo filme da maioria dos meus artistas preferidos haha. Mas sem dúvidas a Fernanda Montenegro é a que mais me motiva a ver os filmes dela, no Brasil.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Sonhos que se tornam realidade, realidade que nos faz crescer em sociedade e refletir sobre nós mesmos.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema.

Um pedido de casamento, goteira, e um pilar no meio da sala que tapava parcialmente a tela. Triste.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Ai, vergonha alheia.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Acho que o fato dele se pré-dispor a dirigir um filme já torna ele um cinéfilo. Eu acho que a coisa toda gira em torno do seu envolvimento com a sétima arte, e não com quantos filmes você viu no mês, etc e tal.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Puts, tem muitos. A maioria são com a Milla Jovovich.

 

17) Qual seu documentário preferido?

 

Apesar de não ver tantos documentários, vou citar o da Petra Costa Democracia em Vertigem, que é muito bom!

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Sim, mas baixo, pra não pagar mico sozinho.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Eu devo dizer Cidade dos Anjos, mas não sou um grande fã do Nicolas Cage. Não me matem.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Omelete atualmente tem sido o mais completo, mas também acompanho muito o SpoilerMovies, que apesar do nome, não tem nada de spoiler, ele fala muito sobre premiações e festivais de cinema.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Telecine e Mubi são os melhores streamings par
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Crítica do filme: 'Cry Macho'


As decisões de um final de vida. Chegou aos cinemas nesse meio de setembro esse que pode ser um dos últimos trabalhos das telonas Clint Eastwood que completou 91 anos no último mês de maio. Buscando a emoção em contraponto à ação, segue firme e objetivo em investigar ‘o nada a perder’ ou mesmo os últimos atos de um personagem no terço final de sua vida, fato que se torna um bonito paralelo quando pensamos nesse ator e diretor que nos brindou ao longo dos anos com personagens e filmes marcantes que nunca saíram de nossa memória. Nem tão profundo e crítico como outros mas com uma carga de emoção e romantismo na medida certa Cry Macho pode ser uma das últimas vezes que veremos o Sr. Eastwood numa tela enorme.


Na trama, conhecemos Mike Milo (Clint Eastwood) um ex-vencedor de rodeios nos Estados Unidos, criador de cavalos, que passa seus últimos dias sem muitas pretensões e de quebra ainda lutando contra uma já sentida solidão, sem nenhum preenchimento em sua volta. Certo dia, acaba se tornando a única solução de um pai que quer seu filho de volta e para isso Milo precisará atravessar a fronteira do México e ir em busca do jovem que está em uma situação complicada que envolve sua mãe.


O roteiro é guiado por um ritmo de bolero, leve, e nas entrelinhas que chega ao seu ápice em uma cena emblemática já no clímax do filme. Há uma deferência em todos os cantos, seja na maneira de resolver os problemas que aparecem na frente do personagem, seja nas próprias atitudes do protagonista que basicamente ou em meio a suas expressões nostálgicas (referências inclusive à outros personagens de Clint), seja nos diálogos profundos sobre ser um homem bom, partindo do ponto da imperfeição, em meio ao caos. Mesmo se perdendo aos poucos buscando encontrar sua profundidade o projeto emociona a todos que tem uma pequena noção de quem é o Sr. Clint Eastwood e todo seu amor pelo seu trabalho de anos nas telonas de todo o mundo.



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17/09/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #519 - Raiane Ferreira


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de Fortaleza (Ceará). Raiane Ferreira tem 28 anos. Realizadora, montadora e pesquisadora. Graduada em Cinema e Audiovisual pela Universidade de Fortaleza desde 2015. Foi componente do Júri Jovem da 26ª edição do Cine Ceará. Dirigiu o documentário Amor com cheiro de naftalina e Náusea que participou da mostra CinEma da Unifor em 2017, e da Mostra Cine Bodó 2016 em Manaus e Mostra Bons Ventos XII Curta Canoa 2017. E seu mais atual trabalho é o curta A Fome que Devora o Coração (2020), projeto composto por equipe 100% feminina e que compôs a seleção oficial de festivais internacionais, nacionais e regionais. É a criadora do canal do Youtube Uma Mulher Com Uma Câmera, que busca refletir sobre as mulheres no cinema, tanto frente à câmera quanto atrás dela. Atualmente compõe o grupo de críticos de cinema da Associação Cearense de Críticos de Cinema.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

O Cinema do Dragão. Lá possui boas salas de cinema com qualidade de imagem e som, e a programação foge dos padrões das salas de Shopping, valorizando também a produção nacional e local.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

O primeiro filme que me deu um “estalo” para a potência do cinema foi O Livro de Cabeceira de Peter Greenaway. Na época eu tinha 16 anos e uma tia havia alugado este filme e gostou muito dele, e ela me emprestando o DVD para que eu assistisse. Eu lembro que não entendi muito bem o filme, pois as obras de Greenaway são muito densas, mas eu fiquei impressionada com a história do filme e com a experimentação que as imagens traziam.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Minha diretora favorita é a Agnès Varda, e o filme que me encanta é Os catadores e eu, pois nele a diretora coloca na tela sua percepção do mundo, sua inventividade, sua sensibilidade, tudo isso transborda na sua forma de fazer cinema.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

O filme nacional que eu mais gosto é O bandido da luz vermelha de Rogério Sganzerla, pois é um filme que tem muito a contar, cada vez que assisto eu percebo coisas novas, e é um filme singular de um diretor que respirava cinema.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

A meu ver, ser cinéfilo está além de gostar de assistir filmes, é ser curioso, se permitir descobrir novas cinematografias, conhecer as obras de diretores e conhecer novos realizadores, e também é gostar de refletir sobre o cinema e apreciar a sétima arte e sua capacidade de nos afetar.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feita por pessoas que entendem de cinema?

Se formos considerar que há mais cinemas de Shopping que preservam uma lógica de atuação mais comercial, e voltada pro mercado, a maioria das programação neste caso, não necessariamente passam por pessoas que entendem de cinema para além da lógica dos filmes de "estreia do próximo final de semana". Ou seja, este pensamento comercial dificilmente reflete sobre questões como formação de público, por exemplo. E as demandas que eles atendem estão mais relacionadas ao que o mercado impõe. Por isso que existe a problemática da divisão desigual dos filmes que ocupam as salas.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Primeiro a gente tem de entender o que compreendemos por sala de cinema hoje. Sala de cinema é só a sala no campo do espaço físico? Ou ela borra esses limites e ecoa para outros modos de estarmos em um determinado lugar na partilha da experiência com o fílmico? Se pensarmos na sala de cinema como dispositivo composto de um espaço físico com determinadas características, talvez ela não acabe, mas se ressignifique, como ocorreu ao longo do tempo. E hoje dá para perceber estas mudanças, observando as sessões ao ar livre, ou formações de cineclubes, por exemplo.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Eu diria que o filme A Ascensão da diretora Soviética Larisa Shepitko é uma obra primorosa que poucas pessoas assistiram justamente por não conhecerem o trabalho da diretora. Diria que este é um dos filmes de guerra mais incríveis que assisti até então.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

No caso do Brasil foi até razoável pois começou a abrir após a vacinação começar. Pelo menos aqui na cidade de Fortaleza as salas abriram alguns meses atrás e com medidas de segurança que ajudam nesta nova dinâmica que a pandemia veio trazer.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Nós temos um cinema bastante amplo e rico de pensamentos, mas acho que em termos de forma fílmica, algumas cinematografias se destacam mais que outras pela sua característica inventiva da narrativa, como os filmes do André Novais, Kleber Mendonça, Sabrina Fidalgo e Anna Muylaert.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Se for para falar de uma artista que eu gosto muito e aprecio o trabalho é a Fernanda Montenegro com certeza.

 

12) Defina cinema com uma frase:

O cinema é um gerador de afetos que transforma o ser humano através da imagem em movimento e do som.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema.

Eu lembro que fui com uma amiga assistir um filme no cinema, e como a sessão terminou cedo resolvemos assistir um filme de terror que estava em cartaz. E quando estava na cena clímax, com a tenção de que algo poderia vir a acontecer, a luz do cinema apaga de repente e todos gritam. Todos ficaram sem entender o que havia acontecido. Na verdade houve um apagão na cidade toda, mas que durou por pouco tempo, e o filme voltou logo a rodar.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras…

Cinderela Baiana é uma reprodução de clichês e ideologias errôneas que só reforça a imagem sexualizada da mulher no cinema brasileiro.

 

15) Muitos diretores de cinema  não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não necessariamente. Acho que o diretor precisa entender a linguagem e usá-la para contar o que deseja contar.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Tive a horrível experiência de assistir Sharknado com uns amigos. É de fato um péssimo filme, mas pelo menos sabemos que ele é um filme ruim que não leva a sério nem a si mesmo.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Um dos documentários que mais gosto é Baraka (1992), dirigido por Ron Fricke.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão? 

Sim, recentemente lembro de ter batido palmas quando vi Parasita no cinema. Uma obra prima.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Coração Selvagem (1990) do David Lynch com certeza.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Eu sempre leio as críticas do Papo de cinema (https://www.papodecinema.com.br/) e também a do Um filme ou dois (https://danielsa510.wixsite.com/umfilmeoudois).

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Ultimamente estou acompanhando conteúdos das plataformas Netflix, Amazon Prime e Mubi.

 

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16/09/2021

Programa #50 Guia do Cinéfilo - Adailton Medeiros


Episódio #50 do meu programa de entrevistas na TV Caeté, Programa Guia do Cinéfilo.

Nesse episódio entrevisto o empreendedor cultural e diretor do Ponto Cine Adailton Medeiros.
O Programa Guia do Cinéfilo acontece toda terça-feira, ao vivo, no canal da TV Caeté no youtube.

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Crítica do filme: 'Escape Room'


Um xadrez mortal? Um experimento? Pegando carona em filmes como o percursor do gênero Jogos Mortais, ou até mesmo a saga Premonição, Escape Room, dirigido por Adam Robitel nos mostra indivíduos em situações extremas precisando urgentemente encontrar saídas em charadas encontradas pelo caminho. O clima de tensão, ponto alto do projeto, é muito bem definido deixando a curiosidade tomar conta de nossas mentes enquanto vamos aos poucos tentando também decifrar alguns quebra cabeças através do passado dos integrantes do jogo. Filme pipoca que encontra seu público já construído por outros filmes. Está disponível no catálogo da Amazon Prime.


Na trama, conhecemos um grupo de pessoas que recebem um cubo e uma mensagem, decifrando-o ganham a chance de lutar por 10.000 dólares e acabam se reunindo em um prédio meio afastado da cidade de Chicago. Lá começam a perceber que o jogo em si na verdade é uma grande batalha entre a vida e a morte, assim precisarão contar uns com os outros para irem decifrando enigmas complicados que os fazem passar ‘fase’, ou melhor que salas mortais.


Pensando na ação e deixando qualquer tipo de complemento mais profundo sobre o passado dos personagens em segundo plano, Escape Room é o típico filme feito para divertir os amantes de filmes de suspense que misturam o terror e o lado complicado psicológico deixando margens bem extensas para surpresas pelo caminho. A fórmula é batida, tem muitos clichês mas consegue de alguma forma ter algum sentido principalmente dentro das inconsequências ligadas à situação vivida pelos personagens.


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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #518 - Thamiris Claudino


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de São Paulo. Thamiris Claudino tem 28 anos. É Estudante de Administração de Empresas, fã da melhor série de comédia já produzida neste planeta, intitulada de: The Office, apaixonada por drama e terror psicológico e dona do cachorrinho mais lindo, Tobias. Fala sobre o universo da sétima arte de uma forma mais descontraída lá no @tameindica .

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Gosto muito do PlayArte Splendor por ter uma programação diversa, que vai além dos filmes mais blockbusters. Acho democrático!

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

O primeiro filme que vi no cinema foi Simão, o Fantasma Trapalhão, lá em 1998 (meu Deus, tô me sentindo tão velha). Lembro da baby Thami ter amado a experiência de ver um filme numa tela enorme e com uma acústica tão boa. Mas acho que o filme que me fez pensar nas infinitas possibilidades que o cinema é capaz de explorar foi 127 Horas. Acho que pelo fato de ter sido baseado numa história real e na atuação incrível do James Franco.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Gosto bastante do David Fincher e seus thrillers. Mas o filme que fez minha cabeça explodir foi aquele filme que a primeira regra é não falar sobre! Clube da Luta, pra mim, é o trabalho mais original desse diretor, que conseguiu deixar a história do livro (que também é maravilhosa, por sinal) ainda melhor com aquele final.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Central do Brasil tem um lugar especial no meu coração. Conseguiu transmitir de forma delicada e com maestria o retrato de um Brasil que todos sabemos que existe, mas que é tão difícil de encarar. O filme é delicado e fiel ao mostrar o país da pobreza e do analfabetismo, mas ao mesmo tempo tão caloroso em sentimentos. Fernanda Montenegro com certeza merecia aquele Oscar!

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É não só quem ama e consome tudo o que faz parte do universo que envolve a sétima arte, mas que também não se prende somente nos filmes mais cults e consegue explorar todos os gêneros possíveis, se apegando ao que de fato, gosta de consumir. Tá tudo bem assistir uma farofada de vez em quando.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acredito que a maioria dos cinemas, como toda empresa, precisa de lucro e não há como negar como é difícil para um filme mais independente concorrer com um mais popular, na venda de ingressos. Então as salas de cinema acabam optando em dar lugar para esses filmes. O que é um tanto quanto triste.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acredito que não. O cinema é imersivo, e as pessoas gostam disto. As sensações e as percepções dos filmes que assistimos em uma sala de cinema são diferentes de quando estamos na sala da nossa casa, cheios de distrações e aparelhos tecnológicos não tão bons, como os das telonas.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Cafarnaum. Um filme libanês dirigido pela talentosa Nadine Labaki, que retrata a vida de um garoto que vive em extrema pobreza, tendo sua infância negligenciada pelos pais e pela sociedade. É um filme tão real que por muitas vezes me fez sentir que estava assistindo um documentário. As atuações são excelentes.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Agora que a vacinação já está avançando bastante, acredito que a população se sente mais segura para retornar. Se as salas continuarem a cumprir todos os protocolos, acho que deveriam continuar abertas sim.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Bacurau e Pacarrete (ambos de 2019) estão aí para provar a qualidade da produção dos filmes brasileiros atualmente. Apesar de Bacurau ter ganho uma proporção gigantesca, essa não é a realidade da maioria dos filmes realmente bons que o Brasil produz, que acabam perdendo lugar de destaque para os filmes mais blockbusters. Mas isso não anula essas produções que não conseguem o destaque que merecem e que mesmo assim brilham nos festivais de cinema e nas premiações.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Wagner Moura e Alice Braga.

 

12) Defina cinema com uma frase:

A maior e mais linda possibilidade de enxergar outros mundos.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Quando meu sapato caiu na fileira da frente e eu tive que assistir o filme todo descalça, torcendo pra pessoa da frente não perceber que havia um sapato aleatório debaixo da poltrona dela. No final deu tudo certo e aprendi sobre a importância do cuidado ao retirar os sapatos na sala de cinema.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Surto coletivo.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Acredito que sim, né?! Como toda profissão, é preciso ter conhecimento, bagagem, referências... Mas não acho que só ser cinéfilo basta, a criatividade e o olhar diferenciado e crítico com certeza devem se fazer presentes.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Com certeza foi Chernobyl, um filme de 2012. É totalmente previsível, atuações péssimas, roteiro super preguiçoso e um final que fiquei desacreditada de tão ruim.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Crip Camp: Revolução pela Inclusão. Um documentário lindo, tocante e super necessário que fala sobre a luta pelos direitos das pessoas com deficiências.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

E teve alguém que não bateu palmas pra Vingadores: Ultimato no cinema? Eu nem sou tão fã assim de filmes de super heróis, mas reconheço o feito que a Marvel conseguiu fazer nessa sequência de filmes que aconteceu durante vários anos. 

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Não costumo assistir muitos filmes com ele, mas gostei do Cidade dos Anjos.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Adoro Cinema.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

HBO Max, Prime Video e Apple TV+.

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15/09/2021

Crítica do filme: 'Comando Delta'


Nunca deixe um homem para trás. Lançado em 1986 e dirigido pelo cineasta israelense Menahem Golan, o primeiro filme da trilogia Comando Delta conta a saga de um grupo de elite do exército norte-americano que precisa resolver uma situação complicada envolvendo questões políticas e reféns em um avião, tudo isso em questões de horas. À frente do grupo o experiente Coronel Nick (Lee Marvin) e o Capitão Scott Mccoy (Chuck Norris) que enfrentarão esse enorme desafio que levará a equipe ao limite emocional.


Na trama, Nick e Mccoy lideram o Comando Delta, um esquadrão de Elite norte-americano somente chamado para situações extremas. Quando um avião indo para Roma e Nova Iorque com mais de 140 passageiros é sequestrado por extremistas e forçado a fazer uma parada em Beirute no Líbano, a Equipe Delta é chamada para resgatar os reféns. Toda a situação acaba virando um circo midiático onde os terroristas tem planos terríveis para alguns reféns de origem Judaica.


O projeto é mais um daquela leva de filmes onde os heróis são bem definidos, praticamente imbatíveis e os vilões extremistas ligados às causas que de alguma forma conversam com o panorama político social da época. De alguma forma, a temática se torna atemporal já que os conflitos mundiais entre alguns povos estão ainda longe de alguma solução de pacificação. Os super poderes dessa época eram as engenhosas máquinas e equipamentos que a equipe Delta usava, um avanço tecnológico para uma época que ainda estava longe de saber o que era internet e todas as mudanças significativas que mudaram o mundo tempos mais tarde.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #517 - Lela Lenz


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de Fortaleza (Ceará). Lela Lenz tem 26 anos. Graduada em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal do Ceará (2017). Possui pós-graduação MBA em Direção de Arte para Propaganda, TV e Vídeo pela Universidade Estácio de Sá (2020). Atualmente é mestranda do programa de pós-graduação em Cinema e Audiovisual da Universidade Federal Fluminense. Exerceu o cargo de professora substituta do Curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Ceará na área de Som/Realização entre 2018 e 2020.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Eu cresci no Rio de Janeiro, em Santa Teresa. É impossível lembrar da minha infância sem falar sobre o Cine Santa. Por um preço muito acessível a gente tinha acesso a uma programação variada e a produções de diversos locais do mundo, dentro de uma proposta que abrange tanto cinema comercial, quanto cinema independente e que valoriza muito o cinema brasileiro.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Por incrível que pareça, e para ser bem sincera, acho que foi o filme do Pokémon (risos). Eu tinha em torno de 5 anos e assisti em uma sala de cinema. Lembro que estava comendo pipoca e tomando refrigerante de laranja. É a minha primeira lembrança de estar dentro do cinema e me encantar com a experiência imersiva proporcionada pelo filme e pelo ambiente.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Pergunta difícil (risos). Não consigo responder essa!

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

O longa de animação O Menino e o Mundo, do diretor Alê Abreu. Sou apaixonada pelo som do filme. Acho que é muito bonito como a narrativa é conduzida pela sonoridade e levanta várias questões importantes a partir de uma perspectiva infantil.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É ser amante do cinema, pelo menos em alguns dos aspectos que ele representa.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acho que todo mundo que consome cinema tem a sua visão sobre o assunto e entende da sua forma os aspectos que considera importantes em uma obra. Mas acredito que quanto mais diversificada a programação oferecida, melhor, pois isso amplia as oportunidades de acesso a outras propostas cinematográficas.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Eu realmente espero que não. Mas acredito que talvez passem por momentos em que vão precisar se reinventar, como ocorreu na pandemia.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo. 

O curta-metragem de animação Guaxuma, da brasileira Nara Normande. É um filme muito bonito.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Sou muito grata por já termos vacinas contra a covid-19. Acredito que ainda é cedo para dizer como as coisas vão ser daqui pra frente, se a pandemia vai de fato estar controlada ou não, mas o que é certo é que precisamos seguir tomando todos os cuidados possíveis.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Acho que estamos cada vez mais tendo acesso a um cinema descentralizado e isso é ótimo! Pois enriquece, e muito, o cinema brasileiro. Hoje existem universidades no Brasil inteiro que oferecem cursos de cinema, o que estimula a produção audiovisual nas mais diversas regiões do país. Claro que ainda temos um longo caminho a percorrer para garantir o acesso amplo da população a esses filmes, mas pequenos passos já têm sido dados nessa direção.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Não perco as produções do diretor Halder Gomes!

 

12) Defina cinema com uma frase:

Cinema é cultura, arte, história, informação e entretenimento.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Quando meu irmão era bebê, minha mãe de vez em quando o colocava para dormir com músicas dos Rolling Stones. Já grandinhos, fomos assistir a um documentário sobre a banda no cinema e meu irmão pegou no sono. Essa foi uma situação inédita, pois ele nunca dorme em filmes.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Nunca assisti! Só ouvi falar mesmo...

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Se considerar o conceito popular do que é ser cinéfilo, acho que não! Conheço excelentes diretores que não são. Entretanto, acho que é saudável e importante que diretores sejam amantes de cinema, pelo menos em algum aspecto, seja na produção, ou no próprio ato de assistir filmes prontos, porque realizar uma obra dá trabalho e demanda um bom tempo das nossas vidas (risos), precisa valer a pena e fazer sentido.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Particularmente não me sinto confortável em classificar filmes como "ruins". Acho que existem gostos, escolas, linguagens e estéticas diferentes! Normalmente, ao longo da vida, e a partir das nossas experiências, temos o olhar treinado para aceitar bem, ou não, certo tipo de filme, isso não significa que ele seja melhor ou pior. Inclusive, existem relatos de vários filmes antigos que quando lançados foram considerados péssimos e um fracasso e hoje, quando revisitados, são considerados verdadeiras obras primas. Tudo na vida é complexo, né?

 

17) Qual seu documentário preferido?

Gosto do documentário A Imagem que Falta, por Rithy Panh.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Não que eu me lembre (risos), mas muitos com certeza mereciam!

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Vish, não sei dizer.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Consumo mais blogs e páginas do instagram, gosto de conteúdos técnicos de produção cinematográfica e de páginas que indiquem filmes.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Esse mês está sendo a Netflix, mas varia.

 

 

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14/09/2021

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Crítica do filme: 'O Vôo do Dragão'


Garra de tigre, cauda de dragão, gancho, golpe forte. Ambientado em Roma no início da década de 70, O Vôo do Dragão, penúltimo longa-metragem da carreira do astro de ação Bruce Lee que nesse projeto atua, roteiriza e dirige, é um filme de comédia disfarçado de ação que marca a estreia de Chuck Norris nos cinemas (a primeira e única vez em que o imbatível ator de filmes de ação interpretou um vilão nos cinemas). Só em bilheteria, o filme faturou cerca de 130 milhões de dólares no mundo todo, estrondosa soma numérica para a época.


Na trama, conhecemos Tang Lung (Bruce Lee) um jovem de família humilde de Hong Kong que é chamado por sua prima Chen Ching Hua (Nora Miao) para ajudar seu tio Wang (Chung-Hsin Huang) em algumas questões sobre o restaurante da família, perto da falência, onde inclusive os funcionários, nos fundos do estabelecimento, treinam caratê. O lugar é sempre invadido por gangues locais o que impossibilita o lucro por parte da família. Assim, Tang Lung será a principal força contra esses rebeldes.


O filme toca em temas variados através de seu simples roteiro. Aborda questões dos imigrantes orientais na Europa, não podemos dizer que é atemporal nesse sentido pois muita coisa mudou desde a década de 70 pra cá, também há o choque cultural bem na superfície, logo no início principalmente com a questão da ida ao restaurante (outro, sem ser o da família) onde o protagonista vai logo em sua chegada, depois também encosta nas questões sobre tradições mas tudo no fundo acaba sendo algum tipo de background para gerar as famosas cenas de lutas lembradas até hoje por todos que amam artes marciais.


A garra e a vontade, a verdade na expressão. Água com açúcar em muitos momentos, conforme já mencionado, o filme não deixa de ser também uma comédia. Por mais que seja marcado como um dos grandes filmes de ação (lembrado principalmente pelas coreografias das lutas) da história do cinema, há um ar leve e bastante descontraído aproximando todo tipo de público de sua história.

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