20/02/2012

Crítica do filme - 'Bullhead'

O indicado ao Oscar pela Bélgica esse ano é um drama que fala sobre traumas que, de tão impactantes, modificam uma trajetória para sempre. Com grande atuação do protagonista Matthias Schoenaerts, “Bullhead” é uma grata surpresa.

Na trama, um homem que trabalha no ramo de carnes é atormentado por um trauma do passado. Sua vida não é comum, por conta de seqüelas daquele tempo. Quando uma série de eventos, o jogam de volta a refletir sobre esses anos anteriores, segredos e angústias ficam à flor da pele gerando um conflito emocional de vingança. Seu jeito reservado afeta sua relação com a família, com um biotipo avantajado, Jacky Vanmarsenille (personagem principal), faz uso de muitos medicamentos injetáveis para controlar um problema. Isso acaba consumindo o personagem de maneira descontrolada levando o longa para um desfecho trágico.

Aos poucos vamos vendo que o acaso modifica uma vida. O valor da amizade é colocada em xeque quando chega Diederik Maes (interpretado pelo ótimo Jeroen Perceval) na história. Por conta de decisões no passado, esses dois conhecidos (Diederik e Jacky) precisarão colocar todos os pingos nos ‘is’ para que o rumo de suas vidas sigam de forma correta. Mas será que o estrago já não foi feito?

O longa, que tem o roteiro assinado pelo diretor, fala também de manobras proibidas entre comerciantes de gado e fazendeiros juntamente com um veterinário. O uso de substâncias proibidas para com os animais é uma questão que o filme aborda e acaba virando um trampolim para o descontrole emocional de um homem perturbado pela infância difícil que teve.

Filme belga, escrito e dirigido por Michael R. Roskam (em seu primeiro longa metragem na carreira), “Bullhead” não vencerá o Oscar (sabemos que “A Separação” é imbatível) mas merece uma conferida pelo público cinéfilo.
Continue lendo... Crítica do filme - 'Bullhead'

19/02/2012

Crítica do filme - 'A Invenção de Hugo Cabret'

Onde moram nossos sonhos? Nem motoristas de táxis que surtam, nem policiais e bandidos infiltrados, nem lendários diretores aviadores... o homem das sobrancelhas mais famosas do cinema volta à direção de um filme feito para divertir e emocionar toda a família. A maravilhosa condução de Martin Scorsese só nos mostra, novamente, o quão genial é esse Nova-Iorquino, idolatrado pelos cinéfilos (merece o Oscar de direção do ano). Baseado no livro de Brian Selznick, “A Invenção de Hugo Cabret” é uma obra-prima que mostra muito o valor de todo tipo de filme que é feito.

Um garoto (recentemente órfão), vive nas paredes de uma estação de trem após a morte do pai e o desaparecimento do tio, que cuidava dele. Sempre fugindo do inspetor que controla a estação, acaba sendo envolvido em um mistério que abarca seu falecido pai e um comerciante dono de uma loja de brinquedos. Com a ajuda de sua nova amiga Isabelle, irá tentar desvendar esse grande enigma que passa e muito pela história da sétima arte.

O roteiro de John Logan ("Gladiador") passa uma mensagem bonita sobre as produções de antigamente, que cada um desses tem sua história e será interpretado pelo espectador cada qual à sua maneira.  É mais uma declaração de amor ao cinema que vemos nas telonas esse ano. O grande paralelo que fazemos com “O Artista” é exatamente toda a felicidade de falar sobre o que todos amam, a sétima arte. Cada filme a sua maneira envolve o público falando de épocas e sonhos que fizeram dessa arte a mais adorada de todas.

Asa Butterfield tem a responsabilidade de ser o sonhador Hugo Cabret. O pequeno artista inglês, que já havia emocionado o mundo sendo “O Menino do Pijama Listrado”, atende às expectativas e emociona o público mais uma vez.

Ben Kingsley (nosso eterno Gandhi) como Georges Méliès, muito pouco comentado (em posts lidos sobre o filme na web), está excelente no grande papel do filme. É uma espécie de protagonista às avessas. O dono de uma lojinha de brinquedos é onde se esconde um grande revolucionário quando falamos de cinema.  

Chloë Moretz ( a ex- Hit-Girl) é Isabelle, divide com Hugo todas as descobertas desse grande mistério. Já provara em outros trabalhos que será uma excelente atriz em breve. Sacha Baron Cohen, Christopher Lee, Emily Mortimer e  Jude Law também são parte do elenco e contribuem, cada um a sua maneira, para a riqueza da história.

Indicado a 11 Oscars, “A Invenção de Hugo Cabret” é um filme que facilmente levará você à emoção. Não deixe de conferir, afinal, todos nós temos o direito de sonhar!
Continue lendo... Crítica do filme - 'A Invenção de Hugo Cabret'

18/02/2012

Crítica do filme - 'Shame'

O que fazer para se curar de um vício que está deteriorando gradativamente a sua vida? O novo trabalho do diretor inglês Steve McQueen (“Hunger”) nos conta o drama de um homem e sua compulsão. A ótima trilha sonora assinada por Harry Escott (que fez também a trilha de “Meninama.com”) ajuda a narrar esse que é um dos grandes filmes desse primeiro semestre.

Na trama, um compulsivo sexual ao extremo (com uma promissora carreira profissional) vive dias de desespero após a chegada de sua irmã ao apartamento onde mora. Seus dias eram preenchidos com visitas a sites pornográficos, coleção de revistas com tema adulto, masturbações nas pausas do trabalho (no banheiro da empresa) e vários encontros com desconhecidas, sempre terminando em sexo ou ações desse tipo. Quando sua irmã entra na história, sua rotina é abruptamente afetada e isso gera um descontrole intenso.

Na apresentação do personagem principal já temos uma idéia do vício que ele possui, com cenas muito verdadeiras (nua e crua em alguns momentos), vamos conhecendo melhor o protagonista.

Impressiona a atuação de Michael Fassbender, passa muita tristeza nos olhos por conta desse vício que sofre. Seu personagem Brandon Sullivan é um ninfomaníaco bastante consumido por seus impulsos. O ator alemão comove e se entrega em cenas bem complexas. Infelizmente foi esquecido pela Academia (Oscar) nesse ano, merecia uma vaguinha entre os melhores atores do ano.

Carey Mulligan está fabulosa no papel de Sissy Sullivan, tem um carisma único e contagia o espectador. Quando aparece cantando um clássico do Sinatra e com uma roupa bem ao estilo Marylin Monroe, vira um dos melhores momentos da história, simplesmente espetacular. A jovem artista inglesa de 26 anos teve no ano de 2011 seu melhor ano, com duas ótimas atuações, uma nesse filme e outra em “Drive”.

Os irmãos possuem ao longo da trama diálogos intensos (às vezes violento). Um tenta ajudar o outro mas as barreiras colocadas por cada um deles são muito difíceis de serem superadas. Há muito carinho nessa relação, muitas cenas mostram isso, porém, por conta da tentativa de ajuda de ambos os lados não serem feitas com êxito a eminência de uma tragédia para uma das partes se torna concreto.

Esse longa deve chegar no Brasil com uma classificação altíssima por conta de cenas muito picantes de sexo e alguns nus frontais dos artistas. Em relação a isso, não achei vulgar nem desnecessário, foi filmado do jeito que tinha que ser. O final é bem aberto, deixando o público tirar suas próprias conclusões.

Não deixem de conferir esse grande trabalho! Será um dos 10 melhores filmes do ano!
Continue lendo... Crítica do filme - 'Shame'

Crítica do filme - 'A Beira do Abismo'

Com uma tentativa de história interessante, “A Beira do Abismo”, agradará alguns e levará a rejeição de muitos, por conta da péssima execução das idéias contidas no roteiro. O universo cinéfilo não perdoa, não adianta ter uma boa história se a execução dela não mantém o nível, vai gerar insatisfação. É exatamente o que acontece nesse filme dirigido por Asger Leth.

No elenco: Sam Worthington (“Avatar”), Elizabeth Banks (que sempre confundo com a Elisabeth Shue), Anthony Mackie, Jamie Bell ("Tintim") e as formas esculturais da atriz americana Genesis Rodriguez, além da experiência de Ed Harris. O problema do filme não é o elenco que em grande parte executa seu papel como deveria ser, o roteiro é que se torna o grande vilão da história.

Na trama, um homem se hospeda em um hotel (estrategicamente posicionado) abre a janela e ameaça se suicidar. Criada a confusão, a polícia é chamada. Assim começa um jogo de descobertas (de ambas as partes) que nos levam ao passado desse homem para enfim tentarmos acertar as respostas das lacunas em aberto. Porque será que aquele homem está nessa situação?

Algo que também não deu certo durante a história foram as piadinhas bobas do personagem Joey Cassidy (irmão do protagonista). Sem graça nenhuma, desenvolve uma certa antipatia de parte do público, tem diálogos chatos e insignificantes com a namorada.

A lógica da história, lembra muito um filme que será lançado no Brasil em breve chamado “A Tentação” (“The Ledge”). Esse sim, muito interessante. Já em seu final, o longa começa a ter cenas de ação intensas ao melhor estilo James Bond (aquelas mentiradas todas). A fita não precisava disso para se aproximar do espectador.

O nome do filme em português equivale ao sentimento cinéfilo pós-exibição.  O filme é ruim? Tá na Beira do Abismo de ser!
Continue lendo... Crítica do filme - 'A Beira do Abismo'

17/02/2012

Crítica do filme - 'Anjos da Noite - O Despertar'

Muito aguardado pelos fãs da trilogia, o quarto filme da saga “Anjos da Noite” chega aos nossos cinemas no dia  02 de março. A história fraca e a busca pela melhor tomada nos belos olhos azuis de Kate Beckinsale não ajudam muito a fita dirigida pelos suecos Måns Mårlind e Björn Stein.

Na trama, uma guerreira vampira consegue se libertar de uma organização mal intencionada após 12 anos em cativeiro gelado. No lugar do único homem que amou ela encontra uma menina com os olhos dele. De volta à vida, tem que se preparar para uma guerra entre espécies e mais tarde ainda fica sabendo que tem uma filha que não é exatamente somente uma vampira.

A atriz inglesa Kate Beckinsale (que interpretou Ava Gardner em “O Aviador”)  tem a difícil missão de ser a protagonista desse duelo entre lobisomens e vampiros. Com a roupa preta bem justa a beleza da artista é bastante explorada. Sua personagem Selene é uma lutadora exterminadora de inimigos, para vocês terem uma idéia, numa cena provoca uma fratura exposta com apenas um movimento. As pistolas duplas (utensílios bastante utilizados durante as batalhas) lembram a famosa Lara Croft.

A breve introdução, sobre a história dos outros filmes da saga, ajuda o espectador a situar-se melhor com o que acontece em cena. Então, respondendo a pergunta de vocês: Não precisa ver todos os outros três filmes para assistir a esse (mas, é sempre bom né?).

O filme é o irmão gêmeo bivitelino de “Resident Evil”. Analisando: futuro cheio de não-seres humanos, potencial bélico aos montes, protagonistas lindas e corajosas, dezenas de baixas de guerra pelo caminho, roteiros confusos e direções contestáveis. São ou não são iguaizinhos?

Baseado na história de Len Wiseman, o pensamento nerd paira no ar, esse longa daria um ótimo jogo para qualquer console de última geração.

Em seu desfecho, fica evidente uma enorme deixa para um quinto filme.

Vá conferir caso seja fã da nova mamãe vampira da praça.



Continue lendo... Crítica do filme - 'Anjos da Noite - O Despertar'

16/02/2012

,

Crítica do filme - 'Tão Forte e Tão Perto'

Existe alguma chave que ajuda a curar o sofrimento? Com essa pergunta pendurada no pescoço somos guiados por um jovem em uma busca emocionante, onde entendemos melhor vários estágios de uma perda muito sentida por uma família de classe média americana. Baseado no livro de Jonathan Safran Foer, “Tão Forte e Tão Perto”, emociona e mostra que não podemos mudar o impossível, mas podemos tentar.

Na trama, um menino de nove anos de idade encontra uma chave misteriosa (com um nome no verso do envelope) deixada para trás pelo seu pai (interpretado por Tom Hanks), que morreu no World Trade Center, em 11 de setembro de 2001. Com o objeto e o nome de quem precisa achar nas mãos, arma um plano para encontrar o que aquela chave abre. A história demora um pouco para chamar a atenção do público. O longa ganha muito mais sentido com a entrada do personagem de Max von Sydow (que foi indicado ao Oscar desse ano por esse papel) à trama. Nesse momento, a relação neto x avô é mostrada com medidas cirúrgicas de emoção. O ator sueco de 83 anos, a La Dujardin, não fala e conquista o público e os críticos.

Oskar caminha pela cidade, tem pânico dos transportes públicos (fator que foi agravado após o terrorismo nas torres gêmeas), chama o dia 11/9 como “Pior Dia”. Cada vez mais distante da família que lhe resta, quase se perde em uma busca incansável onde cada pessoa se torna um número numa equação gigante e aos poucos vemos que as histórias dos outros, se tornam a história dele. A interpretação do ator Thomas Horn é espetacular, comove e passa uma verdade impressionante. Atua como gente grande. Com um instrumento sonoro nas mãos, uma chave no pescoço e um mapa da cidade, seu personagem Oskar, parte rumo à uma expedição que mudará sua vida e a de muitos a sua volta.

A relação mãe x filho é completamente abalada, o menino era muito mais próximo ao pai. Sandra Bullock está muito bem no papel da sofrida Linda Schell, sem medo de errar arrisco dizendo que é a melhor atuação dela no cinema. Aos poucos, vamos descobrindo mais sobre o impacto daquele dia terrível; às vezes sob a ótica de Oskar, em um ótimo momento vemos como os olhos da mãe viram aquela sensação horrível de perda.

A culpa, fator não percebido antes pelo público, aparece na história já em seu desfecho emocionando a todos com uma cena no trigésimo andar de um prédio.

O filme conta com uma ótima direção de Stephen Daldry ("Billy Elliot”,"As Horas","O Leitor") e uma trilha fabulosa (mais uma) de Alexandre Desplat, o qual, chamarei carinhosamente de novo John Williams.

Já estão com os lenços preparados? Vocês vão precisar deles quando o dia 24 de fevereiro chegar e você correr para a porta do cinema mais próximo para conferir esse bom filme que concorre ao Oscar desse ano, na categoria principal.

Não perca tempo! Dê uma chance a essa história!
Continue lendo... Crítica do filme - 'Tão Forte e Tão Perto'

15/02/2012

Crítica do filme - 'White Irish Drinkers'

Um filme muito interessante que surpreende pela carga emocional envolvida nessa história de dois irmãos que moram no mesmo lugar mas vivem uma realidade completamente diferente uma da outra.  Escrito e dirigido por John Gray (que já dirigiu alguns episódios do seriado ‘Ghost Whisperer’), ‘Irlandeses Bêbados’ é uma grata surpresa.

Na trama, que acontece no Brooklyn em meados da década de 70, dois irmãos buscam uma maneira de sair do bairro em que vivem e ser alguém na vida. Danny (papel de Geoffrey Wigdor) é um impulsivo marginal que vive de pequenos delitos, já Brian (interpretado por Nick Thurston) é um sonhador que tem na arte do desenho sua válvula de escape para a violência que enfrenta em casa nas mãos do pai.  Quando ficam sabendo de uma apresentação dos Rolling Stones num teatro local resolvem fazer um pacto para roubar o local na noite de um concerto.

O longa analisa a situação de uma complexa família no Brooklyn em algumas décadas atrás. O sofrimento dos filhos, a incapacidade de ação da mãe (muito bem interpretada pela atriz Karen Allen), o genioso e nada amoroso pai, as dificuldades de morar em um lugar sem grandes oportunidades, a luta pelo primeiro amor, a busca de chances em outro lugar. Cada personagem contribui bastante para que o filme ganhe contornos dramáticos já em seu final.

As menções à uma época passada (quando os irmãos eram menores) ajudam a entender todo aquele sentimento que às vezes parece se perder nas atitudes de uma dessas partes. É uma daquelas fitas ideais para que gosta do gênero drama. Não há muitas surpresas ao longo da trajetória dos protagonistas, fica um pouco eminente o desfecho por conta do caminho seguido pelos personagens ao longo da história.
Gosta de emoção e personagens envolventes? Dê uma chance a esse filme!
Continue lendo... Crítica do filme - 'White Irish Drinkers'

14/02/2012

David Fincher - De Clipes musicais à idolatria no mundo do cinema

Um do mais aclamados diretores americanos começou sua carreira em uma empresa de George Lucas (ILM) e teve experiências em vídeos de publicidade e clipes para artistas, como Aerosmith e Madonna, antes de dirigir seu primeiro longa metragem.

Fincher começou a pensar em filmes aos oito anos de idade, frequentemente brincava com a câmera de seus pais. Na década de 80 viu o clássico "Star Wars - O Império Contra Ataca" e foi essa experiência que o fez olhar de outra maneira para a sétima arte, ajudando-o a encontrar a sua própria maneira de fazer cinema. A partir daí, dirigir grandes produções estava se tornando eminente. Antes dos 20 anos já estava empregado na "Industrial Light and Magic - ILM" de George Lucas, onde ficou vários anos. Deixou a ILM para fazer publicidade e depois vídeo clipes musicais, seis desses trabalhos chegaram ao Top 100 da MTV, em eleição dos 100 melhores do século.

Indicado ao Oscar na categoria ‘melhor diretor’ duas vezes ('A Rede Social' e 'O Curioso Caso de Benjamin Button', venceu pelo primeiro), David Fincher tem nove trabalhos dentro do cinema que iremos analisar brevemente nas linhas de abaixo.


1992 - Alien 3

Talvez o seu pior trabalho. Como era início de carreira, créditos são dados a ele. O filme é bem abaixo de outros da franquia e definitivamente Fincher não deveria ter escolhido fazer esse longa.

1995 - Seven - Os Sete Crimes Capitais (Se7en)

Em 1995, David Fincher começaria a marcar seu nome na história do cinema com a história de dois detetives que investigam um assassino psicopata que deixa pistas através dos pecados capitais. Com um elenco sensacional (Brad Pitt, Morgan Freeman, Kevin Spacey, entre outros), 'Seven' foi um grande sucesso de público e crítica elevando o diretor de patamar.

1997 - Vidas em Jogo (The Game)

Após o sucesso com 'Seven', David Fincher aceitou a direção do longa 'The Game' que teve Michael Douglas no papel principal. Na história, o milionário Nicholas Van Orton (Douglas) recebe um estranho presente de aniversário do rebelde irmão (Sean Penn), um jogo que consome sua vida aos poucos. É um filme de mistério que foi lançado no Brasil no começo do ano de 1999. Não é um dos trabalhos preferidos dos fãs do competente diretor.
  

1999 - Clube da Luta (Fight Club)

Um dos filmes mais marcantes da história do cinema teve direção desse genial diretor. “Clube da Luta” foi uma adaptação do romance de Chuck Palahniuk que conta a história de um empregado de escritório, que sofre de insônia, e um vendedor de sabão que constroem uma organização global, um clube da luta, onde pessoas brigam violentamente. Edward Norton e Brad Pitt fazem uma dupla explosiva e completamente fenomenal.

Curiosamente, após ser lançado, "Clube da Luta" foi muito criticado pelos especialistas o quê levou para o fracasso de bilheteria nos Estados Unidos. No entanto, muitos críticos e espectadores mais tarde mudaram suas opiniões e o filme aparece em muitos "Melhores do Ano”e logo se desenvolveu um culto de seguidores mundo á fora. Curiosidades à parte, Fincher dirige com maestria e merecia o Oscar já por esse trabalho. Sem dúvidas, o melhor de sua filmografia.

2002 - O Quarto do Pânico (Panic Room)

Seu primeiro trabalho no século XXI foi "O Quarto do Pânico". Dirigindo a vencedora do Oscar Jodie Foster, a (na época) pequena Kristen Stewart e o também vencedor do Oscar Forest Whitaker, Fincher foi muito elogiado por esse trabalho. Na história uma mulher e sua filha se trancam dentro de um quarto ultra-protegido após sua casa ser invadida por ladrões. O Thriller fez bastante sucesso nas bilheterias em todo o mundo.

2006 - Zodiáco (Zodiac)
Seu sexto longa-metragem é baseado em uma investigação real sobre um serial killer que agiu nos EUA durante o final da década de 1960. Fincher dirigiu nesse filme bons nomes do cinema americano, como: Robert Downey Jr., Jake Gyllenhaal e Mark Ruffalo. É um dos filmes mais elogiados da filmografia de Fincher, pelos cinéfilos.


2008 - O Curioso caso de Benjamin Button (The Curious Case of Benjamin Button)

Com uma trama que lembra muito o clássico filme de Robert Zemeckis, "Forrest Gump", só que de trás pra frente, Fincher teve bastante trabalho para contar a história de Benjamin Button, um homem que nasce com oitenta e poucos anos e rejuvenesce a cada dia que passa. O filme é baseado em um conto de F.Scott Fitzgerald e estrelado por Brad Pitt e Cate Blanchett. O diretor foi indicado ao seu primeiro Oscar por esse bom trabalho.


2010 - A Rede Social (The Social Network)

O assunto do momento (o avanço das redes sociais no planeta) foi mais um desafio encarado pelo diretor de 49 anos. Contando a história do site mais famoso do mundo, o Facebook, Fincher chegou ao seu merecido Oscar de melhor diretor. O roteiro (assinado pelo genial Aaron Sorkin), repleta de detalhes, foi adaptado do livro de Ben Mezrich. O filme gerou algumas críticas negativas mas em geral agradou muitos cinéfilos. O Oscar recebido foi mais pelo conjunto da obra, já que, nem de longe esse é o melhor trabalho de David Fincher na direção de um longa.


2011 - Millenium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres (The Girl with the Dragon Tattoo)

Após grandes feitos no cinema, Fincher resolve fazer algo bastante arriscado: um remake do clássico filme sueco "Os Homens que não amavam as Mulheres". Foi arriscado porque a versão original é sensacional e seria muito difícil o filme chegar ao mesmo nível, porém, Fincher é Fincher. Para dar certo essa nova adaptação, a personagem enigmática e nada comum Lisbeth Salander deveria ser interpretada por uma atriz que se entregasse de corpo e alma no papel, a escolhida foi a grata surpresa Rooney Mara (que deu um verdadeiro show em cena). Com mais esse grande sucesso, David Fincher é um dos diretores mais queridos pelos cinéfilos que sempre aguardam com ansiedade seus futuros trabalhos.  


Abaixo a Coletiva de Imprensa (Legendada) de MILLENNIUM: OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES , na Suécia.





E aí, concordam com as análises? Gostam do Fincher? Comentem! J
Continue lendo... David Fincher - De Clipes musicais à idolatria no mundo do cinema

13/02/2012

Porque Um Sonho de Liberdade é o filme favorito de muitos cinéfilos?

Não é de hoje que quando perguntamos a alguém (principalmente pela internet) uma dica de filme imperdível a resposta é: ‘Um Sonho de Liberdade’.  Com notas altíssimas nos principais sites de cinema de todo o mundo, esse filme de Frank Darabont (baseado na história de Stephen king: Rita Hayworth and Shawshank Redemption) diverte, emociona e tem uma química inexplicável com cada espectador que estaciona em uma cadeira durante 142 minutos para acompanhar a trama.

Todos os filmes sempre geram comentários que se divergem e cada cinéfilo defende o seu ponto de vista, às vezes de maneira calorosa, mas logo contornado pelos amigos (isso ocorre muito nas redes sociais).  No caso desse, isso não ocorre. Não conheço uma pessoa até hoje que não tenha gostado desse longa estrelado por Tim Robbins. É uma unanimidade quase que absoluta, alvo apenas de recordações maravilhosas vistas nos posts desse quando publicado em alguma revista, na televisão, na internet...

Os personagens cativantes são um dos grandes trunfos do filme. Poderia falar de todos os personagens que tanto amamos, porém, para o post ficar com uma quantidade adequada de caracteres ao amigo leitor apenas os principais serão brevemente comentados.

Tim Robbins é o protagonista Andy Dufresne, um banqueiro que é acusado de ter assassinado a esposa infiel e o amante dela. Condenado à prisão perpétua, conhece a dor e o sofrimento buscando forças nas amizades que faz nessa prisão e principalmente não perdendo o sonho de liberdade. Uma poderosa atuação desse grande ator.

Morgan Freeman é Ellis Boyd Redding (ou ‘Red’, como preferirem), um presidiário boa praça que praticamente domina o ‘mercado’ dentro do presídio. É um dos poucos que realmente assume a culpa por estar naquela situação, tem sua vida completamente mudada com a chegada de Dufresne à prisão. Uma maravilhosa amizade é criada levando a um desfecho que emociona demais.

Warden Norton, o temido diretor da penitenciária é interpretado por Bob Gunton. As crueldades aplicadas pelo mesmo desenvolvem em todos nós um grito de revolta. Em uma das cenas mais marcantes do filme tem uma escrita de um quadro de seu gabinete mudada para “O Senhor TE julgarás antes que pensa.”

Clancy Brown interpreta o impiedoso Capitão Hadley. Dono de altos comandos dentro daquele lugar, fica muito feliz com a assessoria financeira recebida do novo preso. Participa de uma ótima cena onde cervejas são distribuídas aos voluntários para um trabalho.

 ‘Um Sonho de Liberdade’ foi indicado à sete Oscars e absurdamente não levou um único sequer. Uma das grandes injustiças da gloriosa festa do cinema. Essa afirmativa vai de encontro aqueles que não gostam ou não acreditam nessas premiações. Realmente uma mancha na história da festa em questão.

Você que já viu aposto que sempre quer rever. Você que não viu, não perca tempo! A pior parte de ‘Um Sonho de Liberdade’ é quando os créditos finais sobem, em meio aquela cena em Zihuatanejo. 
Continue lendo... Porque Um Sonho de Liberdade é o filme favorito de muitos cinéfilos?

11/02/2012

,

Crítica do filme - 'O Artista'

Desde os primeiros minutos, o Oscar de melhor filme e melhor ator (desse ano) já tem fortes concorrentes. Com o objetivo de falar da trajetória dos artistas em meio ao mundo (mudo) do cinema, na década de 20, o diretor francês Michel Hazanavicius consegue reunir elementos maravilhosos que transformam ‘O Artista’ em um dos melhores filmes do ano.

Em uma época onde o cinema era mudo e as calorosas plateias lotavam as enormes salas, conhecemos um astro do gênero, que entra em crise, após a migração de todas as produções para o ‘novo’ cinema falado. Não desistindo de fazer o cinema mudo (sua grande paixão), George Valentin começa a dirigir, roteirizar e protagonizar seus próprios filmes, levando-o ao limite. Pouco tempo antes da decadência conhece uma linda mulher que, naquela época, começava uma carreira como atriz e acaba se tornando um grande amor, além de responsável pelo declínio do cinema que tanto ama.

A alegria e a leveza dos personagens em cena contagiam o público.

Jean Dujardin é o tão falado ‘Artista’, vai de mosqueteiro à Zorro em instantes! Não precisou pronunciar muitas palavras para ser um forte candidato ao prêmio máximo do cinema. Faz parte de um daqueles filmes que terão cenas preferidas e estarão em fóruns, com cinéfilos discutindo sobre ele durante décadas. Desculpem a profecia: Dujardin vencerá o Oscar, ou melhor (para não bancar o Nostradamus), Dujardin merece levar o grande prêmio. Seu personagem alegra, comove e demonstra toda a versatilidade do ator francês de 39 anos.

O papel da grande figura feminina fica na responsabilidade de Bérénice Bejo. Jovem, bonita e falante todos amam Peppy Miller. É a grande responsável pela virada na trama e tem cenas de sapateado nostálgicas com o protagonista.

Sempre bom rever Malcolm Mcdowell em cena (nosso eterno Alex de ‘Laranja Mecânica’). John Goodman também aparece no filme e faz o engraçado chefão das produções de cinema da época, James Cromwell também da o ar de sua graça na pele do motorista inseparável do personagem principal.

O cachorrinho, fiel amigo do artista, da um show à parte. O publico se diverte o tempo todo com as estripulias dele.

Entre ascensões e declínios uma grande declaração de amor ao cinema é visto na telona. A trilha sonora tem papel importante na fita, é praticamente um personagem coadjuvante escondido em meio o preto e branco da tela, emociona e comove o espectador. Mesmo sem falar uma palavra a simpatia de todos os personagens é impressionante.

Vá ao cinema, você merece ver essa história. Já viu? É pra ver mais uma vez? Com Prazer! J

Continue lendo... Crítica do filme - 'O Artista'

10/02/2012

,

Sim, Jim Carrey sabe fazer filmes de drama!

Diretamente de Ontario, nossa pauta de hoje: James Eugene Carrey, ou apenas Jim Carrey. Filho de uma dona de casa e um contador (que era músico de Jazz nas horas vagas), Carrey cresceu junto de sua família no Canadá. Interessou-se pela comédia desde cedo e sua habilidade em fazer os outros rirem levou professores do seu colégio a lhe concederem alguns minutos antes do fim do dia de aulas para ele fazer rápidas encenações cômicas para os seus colegas. Assim, anos mais tarde perto dos anos 80, Jim começou a fazer stand-up comedy de maneira profissional, e tempo depois, a grande porta para a fama estava aberta.

Trabalhou em inúmeras produções gigantescas, como: O Máscara (Chuck Russell), Desventuras em Série (Brad Silberling), O Mentiroso (Tom Shadyac), Todo Poderoso (Tom Shadyac), As Loucuras de Dick & Jane (Dean Parisot), Ace Ventura - Um Detetive Diferente (Tom Shadyac), O Grinch (Ron Howard), isso só para citar alguns dos meus favoritos do gênero comédia.

O lado comediante do artista canadense todo mundo conhece... mas...e o lado dramático?

Jim Carrey já se aventurou em outros gêneros (fora à comédia) algumas vezes e tirando o péssimo filme ‘Número 23’ se destacou em todas as outras produções levando o público e crítica a baterem palmas para seu talento.

Abaixo, uma curta análise sobre quatro produções do gênero Drama que o carismático ator participou.

O Mundo de Andy (Milos Forman)
Dirigido por um mito do cinema, o checo Milos Forman (‘Um Estranho no Ninho’), nosso comediante favorito deu um show na pele Andy Kaufman, famoso humorista de épocas antigas, da terra do Tio Sam.  Nessa excelente biografia, Jim Carrey tem uma atuação magistral que emociona e faz o espectador querer ver o filme outras vezes.

Cine Majestic (Frank Darabont)
Filme um pouco contestado pelo público cinéfilo, é um daqueles famosos casos “Ou amo ou odeio”. Fico com o primeiro lado desse caso. Essa história é uma grande onda de louvor à sétima arte. No papel de um roteirista perseguido (na década de 50) que perde a memória após um acidente e recomeça a vida (com a identidade de outro) redescobre a magia do cinema ao iniciar a reforma da sala da cidade e preparando-a para sua nova estreia. É um dos filmes mais emocionantes do artista canadense que tanto gostamos. Nesse trabalho, conta com uma direção muito competente de Frank Darabont (‘Um Sonho de Liberdade’).



O Show de Truman (Peter Weir)
Fita de 1998, dirigida por Peter Weir e escrita por Andrew Niccol, acabou se tornando um sinal de alerta à ascensão dos reality shows na mídia. Muito usado em salas de aula mundo à fora, esse filme demonstrou todo o talento e carisma de Jim Carrey em cena. Ele diverte, briga e emociona transformando esse num dos trabalhos mais elogiados do canadense.
O personagem principal Truman Burbank (Carrey) passa uma vida inteira em frente às câmeras e não sabe, a descoberta do verdadeiro mundo nos levam a um final maravilhoso que emociona só de lembrar. Segunda melhor atuação na carreira.

Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças (Michel Gondry)
Com os passos dados na direção do gênero drama ficando cada vez maiores, era certo que algum dia a grande atuação da carreira desse genial ator estava próxima. No ano de 2004, Jim Carrey foi chamado para atuar ao lado de uma das melhores atrizes do mundo (Kate Winslet) e juntos fizeram um filme que está na memória de qualquer alma da galáxia que adora cinema, ‘Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças’. Joel e Clementine vivem uma história de fracasso amoroso da forma mais esquisita que alguém podia contar, talvez por isso, a fórmula tenha dado tão certo. Clementine e Joel podem ter tentando esquecer um ao outro com aquele tratamento louco de memória mas nós cinéfilos jamais esqueceremos desse maravilhoso longa dirigido por Michel Gondry, onde, Jim Carrey crava de vez seu nome na galeria dos grandes atores de comédia, ou drama...

E aí, gostaram da explicação? Concordam ou não? Comentem! J

Continue lendo... Sim, Jim Carrey sabe fazer filmes de drama!