08/01/2014

Palpites para o Globo de Ouro 2014



Estão chegando aquelas cerimônias que os cinéfilos de todo o planeta mais aguardam, onde se definem entre variados prêmios, os melhores trabalhos do ano ligados à cinema. Como não poderíamos deixar de comentar e palpitar, segue o que achamos que acontecerá na próxima festa do primeiro dos grandes prêmios, o Globo de Ouro que ocorre no próximo domingo (12):



Melhor Filme (drama)

12 Years a Slave
Capitão Phillips
Gravidade
Philomena
Rush - No Limite da Emoção

Essa é uma categoria praticamente já vencida por um dos melhores filmes do ano, 12 Years a Slave. Gravidade e Rush - No Limite da Emoção correm muito por fora, apesar de serem dois belíssimos trabalhos.

Vencedor: 12 Years a Slave


Melhor filme (musical / comédia)

Trapaça
Ela
Inside Llewyn Davis
Nebraska
O Lobo de Wall Street

São 5 interessantes e elogiados trabalhos. Mas pelo que dizem lá fora, é uma disputa entre Ela e Trapaça. O filme de Alexander Payne, Nebraska, corre por fora e também não seria nenhum absurdo se levasse o globo de ouro nesta categoria.

Vencedor: Trapaça


Melhor Ator (drama)

Chiwetel Ejiofor - 12 Years a Slave
Idris Elba - Mandela: Long Walk to Freedom
Tom Hanks - Capitão Phillips
Matthew McConaughey - Dallas Buyers Club
Robert Redford - All is Lost

São cinco ótimos trabalhos. Idris Elba consegue dar  a sua cara para o personagem Mandela, que já fora de Morgan Freeman em outro filme, mostrando personalidade e presença em cena. Tom Hanks emociona a todos naqueles 10 minutos finais de Capitão Phillips. Matthew McConaughey e Robert Redford vem sendo muito elogiados pelo mundo à fora. Mas não te como Chiwetel Ejiofor não levar esse merecido prêmio, atuação brilhante.

Vencedor: Chiwetel Ejiofor



Melhor Atriz (drama)

Cate Blanchett - Blue Jasmine
Sandra Bullock – Gravidade
Judy Dench – Philomena
Emma Thompson - Walt nos Bastidores de Mary Poppins
Kate Winslet - Refém da Paixão

Impossível a Cate Blanchett não ganhar, ela é o filme Blue Jasmine. Por mais que a Sandra Bullock tenha uma torcida gigante pela sua ótima atuação em Gravidade.

Vencedor: Cate Blanchett


Melhor Ator (musical / comédia)

Christian Bale – Trapaça
Bruce Dern – Nebraska
Leonardo Dicaprio - O Lobo de Wall Street
Oscar Isaac - Inside Llewyn Davis
Joaquin Phoenix – Ela


Com poderosas atuações desses cinco indicados, essa categoria se torna um grande ponto de interrogação. Mesmo quem vencer, terá pouquíssima chance de levar o Oscar mesmo que seja (e deve ser) indicado. O vencedor da Palma de Ouro de Cannes, Bruce Dern tem ligeira vantagem sobre os outros concorrentes.

Vencedor: Bruce Dern


Melhor Atriz (musical / comédia)

Amy Adams – Trapaça
Julie Delph - Antes da Meia-Noite
Greta Gerwig - Frances Ha
Julia Louis-Dreyfus - À Procura do Amor
Meryl Streep - Álbum de Família
Uma categoria que tem a Meryl Streep fica complicado para as outras concorrentes. Porém, neste ano ela não é a favorita. Como mero palpite, acredito que a disputa está entre Greta Gerwig e Julia Louis-Dreyfus, tendendo mais para a primeira.

Vencedora: Greta Gerwig

Melhor Ator Coadjuvante

Barkhad Abdi – Capitão Phillips
Daniel Bruhl – Rush - No Limite da Emoção
Bradley Cooper – Trapaça
Michael Fassbender – 12 Years a Slave
Jared Leto – Dallas Buyers Club

Mesmo com o excelente primeiro trabalho do agora ator Barkhad Abdi e com a atuação maravilhosa de Daniel Bruhl em Rush, fica muito difícil esse prêmio não cair nas mãos do Michael Fassbender que faz um trabalho excepcional em  12 Years a Slave.

Vencedor: Michael Fassbender


Melhor Atriz Coadjuvante

Sally Hawkins - Blue Jasmine
Jennifer Lawrence – Trapaça
Lupita Nyong'o - 12 Years a Slave
Julia Roberts - Álbum de Família
June Squibb – Nebraska

Talvez, a categoria mais equilibrada do Globo de Ouro deste ano. Lupita Nyong'o, Julia Roberts e a grande surpresa June Squibb disputam a estatueta. Por alguns mínimos detalhes, muitos destes hilários, vou chutar que June Squibb possa levar esse troféu pelo seu belo trabalho em Nebraska.

Vencedor: June Squibb


Melhor diretor

Alfonso Cuaron – Gravidade
Paul Greengrass - Capitão Phillips
Steve McQueen - 12 Years a Slave
Alexander Payne – Nebraska
David O. Russell – Trapaça

Ta aí uma categoria extremamente difícil de indicar um vencedor. Os cinco trabalhos são ótimos e qualquer um desses pode levar o prêmio. Talvez pela inovação Cuaron seja o favorito de muitos cinéfilos. Payne chega para agradar aos cults. Mas Steve McQueen consegue detalhar de maneira impressionante  história do seu maravilhoso filme.

Vencedor: Steve McQueen


Melhor Filme Estrangeiro

Azul é a Cor Mais Quente (França)
A Grande Beleza (Itália)
A Caça (Dinamarca)
O Passado (Irã)
Vidas ao Vento (Japão)

5 belos trabalhos. Mesmo Azul é a Cor Mais Quente sendo um dos maiores trabalhos deste ano, é impossível esse prêmio (assim como o Oscar) não ir para a Dinamarca. A Caça é o melhor filme do ano disparado. Nesse caso, não tem pra ninguém.

Vencedor: A Caça


Melhor Animação
Os Croods
Meu Malvado Favorito 2
Frozen - Uma Aventura Congelante

3 Ótimas aventuras usando a técnica de animação. Quem vencer o prêmio terá sido feito justiça. Talvez, pelo fato de de uma animação extremamente inteligente e muito divertida, Os Croods podem levar desta vez.

Vencedor: Os Croods
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06/01/2014

Crítica do filme: '12 Anos de Escravidão'



Um dos grandes favoritos para conquistar muitas estatuetas do Oscar na próxima cerimônia da maior festa do cinema é um filme brilhantemente dirigido, com atuações primorosas e uma história que vai comover você por inteiro. 12 Anos de Escravidão, terceiro longa-metragem de Steve McQueen, e baseado na história real escrita por seu protagonista Solomon Northup, passa perto de ser uma obra-prima e deve agradar todo aquele que bate no peito e diz que adora filmes como Ben-Hur e Um Sonho de Liberdade.

12 Anos de Escravidão conta a incrível história real da luta de um homem para sobreviver e enfim encontrar sua liberdade. O longa é ambientado antes da Guerra Civil dos Estados Unidos, e assim conhecemos o protagonista Salomão Northup (Chiwetel Ejiofor), um homem negro e livre do norte de Nova York. Certo dia, após aceitar trabalhar em Washignton, é raptado e vendido como escravo. A partir desse fato, sua vida entra em declínio e passa a viver situações humilhantes, cruéis, assim como gentilezas inesperadas de algumas pessoas que o tem como escravo. Tentando se manter o mais racional possível, o protagonista procura a sobrevivência diária em busca de sua liberdade tirada.

A atuação do ator britânico Chiwetel Ejiofor é uma das maiores interpretações dos últimos anos. Na pele do impactante protagonista, o artista de 36 anos chega ao ápice de sua carreira, deixando qualquer esperança de outro ator ganhar o Oscar se perder desde as primeiras cenas sem diálogos, onde o olhar diz mais que mil palavras, até as últimas quando nascem do destino uma chance de ter sua tão sonhada esperança de volta.

Preocupado com os mínimos detalhes, para o espectador poder acompanhar mais de perto essa comovente história, o diretor britânico Steve McQueen executa um trabalho inaudito. Em todas as cenas, somos reféns do drama do personagem e, comovidos com toda aquela humilhação, torcemos para um desfecho no mínimo digno para esse corajoso ser humano.     Em breve, esse cineasta (com nome de astro hollywoodiano) será o diretor preferido de muitos cinéfilos. Merece não só uma indicação ao Oscar mas levar muitos outros prêmios por esse belo trabalho.

Depois dos excelentes trabalhos em Hunger e Shame, o ótimo ator alemão Michael Fassbender volta a fazer uma dobradinha de sucesso com McQueen. Com um semblante duro e ações de tamanha insânia, Fassbender rouba a cena em muitos momentos e assim, como todos vão perceber, tem muitas chances de ter a estatueta mais cobiçada pelos artistas de cinema em sua estante, concorrendo na categoria de Melhor Ator Coadjuvante na próxima cerimônia do Oscar.

“Devemos construir diques de coragem para conter a correnteza do medo.” Essa frase do influente Martin Luther King elucida bem todas as características deste homem chamado Salomão Northup. Cativante, capaz de inspirar. Excruciante, capaz de gerar indignação. Fabuloso, capaz de tornar esse trabalho um dos retratos mais verdadeiros e cruéis sobre uma época repugnante da história mundial. Vocês não podem deixar de conferir, um filme inesquecível. Bravo!
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Crítica do filme: 'Fruitvale Station: A Última Parada'



Em seu primeiro longa-metragem, o cineasta californiano Ryan Coogler surpreende o mundo do cinema com um poderoso drama baseado em fatos reais que gera indignação e calafrios do início ao fim. Fruitvale Station: A Última Parada é aquele tipo de filme que faz o espectador não conseguir desgrudar os olhos da telona. A impactante trama não deixa de ser uma bandeira contra a violência policial e o despreparo da segurança, que ainda ocorre em muitas grandes cidades ao redor do planeta.

O vencedor do importante prêmio Um Certo Olhar, no último Festival de Cannes, conta a história de Oscar, um rapaz de 22 anos que busca redenção em sua vida. Demitido do seu honesto emprego, busca forças na sua carinhosa família para não voltar ao mundo das drogas. Mesmo com o passado triste batendo em sua porta muitas vezes, Oscar possui um desejo gigante de ser um melhor pai e um parceiro melhor para sua namorada. No dia 31 de dezembro de 2008, ele e sua família serão protagonistas de uma das cenas mais chocantes, dramáticas e absurdas da história da polícia norte-americana.

Fruitvale Station: A Última Parada é um filme independente. Partindo desse ponto, já sabemos que a força cênica precisa funcionar, exatamente para conseguir criar toda a atmosfera de sofrimento que a trama pede. A vencedora do Oscar Octavia Spencer domina o filme com sua sofrida, controlada e bastante racional personagem. Aos olhos dessa mãe em desespero por dentro mas controlada por fora, o público se sente, cada minuto que passa, mais próximo desta trágica história.

O projeto como um todo, pode ser visto como uma grande crítica às injustiças do destino, ao despreparo de policiais e ao preconceito que ainda cisma em sobreviver nesse mundo. Ao causar indignação do público, ou para todos que não conheciam essa história, o diretor consegue que a mensagem seja passada de forma muito objetiva nas telonas. Fruitvale Station: A Última Parada é um filme que pode e deve ser usado em salas de aula, principalmente em disciplinas ligadas à sociologia e direito. Essa é, sem dúvidas, uma fita que todo cinéfilo precisa conferir.

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02/01/2014

Crítica do filme: 'Breathe In'



As músicas mais bonitas são aquelas que chegam ao coração de alguém que nos entende. Depois de conquistar plateias no mundo todo com o tênue romance Loucamente Apaixonados, o cineasta californiano Drake Doremus dirige e assina o roteiro da atraente fita Breathe In. Falando sobre a redescoberta da arte do viver em meio a um caos familiar derivado das conseqüências de atos naturais e impensáveis, o drama possui um enredo envolvente que vai conquistar o público do primeiro ao último minuto de fita.

Na história, passada em uma pequena cidade de Nova Iorque, conhecemos a família de classe média do professor de música Keith (Guy Pearce). Aparentemente, são três pessoas que são felizes e conseguiram se acertar na vida depois de enfrentar certas dificuldades financeiras no passado. Certo dia, Sophia (Felicity Jones), uma estudante estrangeira chega de Londres para fazer intercâmbio e se hospeda na casa da família, despertando em Keith uma vida em que tenha, de fato, vontade de fazer as coisas.

A profundidade em que chegam os personagens quando são atingidos por novas perspectivas é visto nas telas com uma verdade tocante. A trama gira toda em cima de Keith que teve uma vida cheia de alegria interrompida muito cedo por conta da gestação de sua namorada e atual mulher. Um certo complexo de juventude paira pela cabeça dele com a chegada da linda Sophia. Qualquer lembrança sobre como era mais divertida sua vida vivendo de música e na cidade grande, é motivo para um isolamento instantâneo que só Sophia parece entender.

Uma relação madura e carinhosa de desejo entre homem e mulher (e também pela arte que conhecem) vai dominando os dois personagens. Um encontra no outro um porto seguro. O jeito que se olham, aquele brilho no olhar, a maneira como sentem e se identificam com a música levam essas duas almas a um relacionamento de respeito, desejo, confiança e carinho, por mais que o restante dos envolvidos (mais precisamente a filha imatura e a passiva mulher de Keith) sofram as conseqüências desses atos.

Selecionado no Festival de Sundance em 2013, Breathe In é um daqueles trabalhos em que a força dos personagens faz a riqueza da história. As melancolias, os dramas, as situações constrangedoras são passadas ao público de maneira muito verdadeira. Os últimos 20 minutos de fita são cheios de momentos intensos, dramáticos, surpreendentes e avassaladores. Vocês não podem perder esse ótimo filme, afinal, quem nunca buscou novos sentidos para sua vida?
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