Sue Johanson, Dr. Jairo Bauer, até mesmo antes de Babi falar
de sexo nos meios de comunicação, Steven Soderbergh brindou os cinéfilos com um drama que se propõe a
ser um grande divã sexual, “Sexo,
Mentiras e Videotape”. As desilusões além dos jogos emocionais contidos em
um relacionamento que só existe no papel é o estopim para uma série de
descobertas, atrações, sexo, muitas mentiras e inúmeros videotapes.
Na trama, conhecemos John Mullany (Peter Gallagher) e Ann Bishop Mullany (Andie MacDowell) um casal que está à beira do caos, muito por conta
da vida sexual inexistente. John é um advogado, com um ‘ar poderoso’ que trai a
mulher com a própria cunhada, Cynthia. Essa última, vive suas excentricidades
onde sempre fica claro a necessidade de ser melhor que a irmã. Para o triângulo
virar um quadrado, faltava um elemento. A chegada de um antigo amigo de John (Graham,
interpretado por James Spader) abala
as estruturas do que sobrara desses relacionamentos, uma atração contagiante
vai tomando conta do ambiente, deixando Ann completamente envolvida com esse
misterioso homem.
A personagem mais intrigante da história é Ann. Declarações
que indicam uma frigidez são meramente especulações de seu furioso e infeliz
marido. Começamos mesmo a entender a
personagem quando ela se encontra primeira vez com Graham. Ali começa o
jogo de sedução que definitivamente consegue tirar aquela mulher da mesmice. A
disputa com a irmã que antes era impossível agora se torna desleal tamanho o
envolvimento de Ann com o novo personagem.
As construções dos ótimos diálogos dão consistência à trama.
Sempre é muito complicado falar de sexo no cinema. Steven Soderbergh merece todo o crédito, pois, seu roteiro (sim,
ele também assina o filme) é acima de tudo, inteligente e atemporal. As sequências
de depoimentos no videotape são ótimas e entregam ao público um pouco de cada uma
das pessoas que passam pela fita.
Intenso, provocante e com ar de genial. Não deixem de conferir
essa atemporal obra de Steven Soderbergh.