Festival de bundas, chá verde e infidelidade da turma que
comanda o ‘boi’
Reunindo dois ótimos atores franceses, uma boa direção e um
roteiro com altos e baixos, “Os Infiéis” estreou no circuito nacional
nessa última sexta-feira (07). Dirigido por Emmanuelle Bercot, Fred Cavayé, Alexandre Courtès, Jean Dujardin,
Michel Hazanavicius, Jan Kounen,Eric Lartigau,Gilles Lellouche o longa é
dividido em muitas partes (esquetes), como se fossem pequenos pedaços, que
giram ao redor (em relação à temática) da trama que começa e termina o filme.
Mesmo parecendo confuso à primeira vista, a produção é muito interessante tendo
partes brilhantes e outras nem tanto assim. Jean
Dujardin e Gilles Lellouche
interpretam cinco personagens cada um, os dois estão excelentes em cada um
desses, risos e mais risos chegaram até o cinéfilo muito facilmente.
Na trama conhecemos diversos personagens que estão em dívida
amorosa com suas parceiras por serem infiéis. Tem a dupla de amigos que pegam
várias mulheres em uma simples balada e com um sonho de ir pra Las Vegas curtir
a vida, tem o masoquista que gosta de velhinhas, tem o ‘educadinho’ que não
consegue se segurar e trai sua mulher o tempo todo, tem o dentista que pega uma
ninfeta mas não consegue acompanhar a geração dela, entre tantos outros.
O filme tem um ritmo que vai se modificando ao longo da fita.
Mistura histórias de flagras, discussões sobre traição e o pesar da consciência
que volta e meia paira sobre a cabeça de alguns personagens. O grande mérito é
abordar as diversas maneiras de traição de forma simples, objetiva e muito
engraçada. As sequências das reuniões dos ‘traidores anônimos’ é riso na certa
(Guillaume Canet, marido de Marion Cotillard, está espetacular na
pele do hilário Thibault)! A trilha sonora também merece destaque, consegue ter
um espaço marcante no meio dos risos e dramas que o longa aborda, méritos para Pino D'Angiò e Evgueni Galperine.
O show mesmo vai para os 10 personagens interpretados pela
dupla dinâmica do cinema francês Jean
Dujardin e Gilles Lellouche. Cenas
hilárias e muito bem dirigidas são vistas em cada uma dessas sequencias. O
entrosamento dos dois é algo que impressiona, fator muito visto no teatro,
quando os atores estão sempre trabalhando à longo prazo.
Como em toda comédia tem seus exageros, como o momento ‘Mel
Gibson’ e um festival de bundas que aparecem sem nenhuma necessidade. O fato de
ser muito ‘cortado’ atrapalha um pouco o andamento do filme, é como se fosse
perder pontos naquela categoria de votação das escolas de samba, evolução. Mas
nada que atrapalhe a diversão do espectador.
Quer se divertir? Não perca tempo, corra para o cinema e
veja essa agradável película francesa!