09/01/2014

Crítica do filme: 'À Procura do Amor'



Escrito e dirigido pela cineasta norte-americana Nicole Holofcener, À Procura do Amor é um filme de romance maduro e bastante sensível. O excelente roteiro consegue captar todos os detalhes que o público precisa para se familiarizar com a trama. Além disso, há um entrosamento fabuloso entre os artistas em cena. Julia Louis-Dreyfus e James Gandolfini merecem todos os elogios do mundo. Esse último deixa para seus milhares de fãs uma linda interpretação nessa espécie de despedida do fantástico mundo do cinema.

Nesse drama sentimental, por vezes, bastante profundo, acompanhamos a massagista e mãe solteira Eva (Julia Louis-Dreyfus). Solitária e tendo uma rotina intensa de trabalho, nunca consegue um tempo para se dedicar a uma chance de um novo amor. Certo dia, em uma festa, conhece a poetisa Marianne (Catherine Keener) e logo vira amiga e massagista da mesma. O problema é que na mesma festa ela conhece Albert (James Gandolfini), ex-marido de Marianne e logo se apaixona por ele. Sem saber direito como lidar com essa situação, entra em um grande conflito existencial, muito porque a personagem passar a escutar as histórias do seu atual namorado na visão da ex-mulher dele.

Quando a idade chega, as chances de viver uma linda história de amor fica cada vez mais rara. A protagonista entre nesse furacão emocional e incrivelmente apresenta uma imaturidade incomum, tomando uma série de atitudes equivocadas. A personagem principal é muito bem construída por Julia Louis-Dreyfus. Insegura, infeliz, gosta de tricotar e possui uma amizade maternal com a melhor amiga da filha.  Seus altos e baixos são vistos com os olhos atentos do público que percebe as desconstruções de personalidade ao longo da fita.

Os personagens secundários são muito bem aproveitados na história. O núcleo da amiga da protagonista (interpretada pelo sempre excelente Toni Collette), a terapeuta Sarah e as discussões com seu marido são ótimas. O conflito que esses enfrentam com a empregada também merece destaque, engraçado e quase incompreensível.

Esse, é um daqueles trabalhos que de tão sensível, passamos a torcer pelos personagens. Mesmo com as dores do passado, o medo de seguir e confiar no outro novamente, aos poucos a sabedoria e a experiência vão virando antídotos para curar aos que se machucaram. Sentados nos degraus de uma simples casa no subúrbio, confidências, carinhos, risos e esperança deixam o espectador decidir qual será o final dessa história.