A bravura não está no lutar uma guerra, está no significado
da defesa da palavra honra. O novo filme de guerra protagonizado por Brad Pitt,
Corações de Ferro, é um trabalho que
se justifica e tem seu máximo valor nas ótimas atuações que vemos em meio a um
caos de cenas sangrentas que já vimos em diversos outros filmes do gênero.
Escrito e dirigido pelo cineasta David Ayer, o longa metragem busca ser
diferente de outros trabalhos que exploram a grande guerra mundial mas acaba
sendo mais do mesmo.
Na trama, conhecemos o grupo de batalha liderado pelo
sargento Don Collier (Pitt). Nesse grupo, estão o religioso Bible (Shia
Lebouf), o esquentadinho Grady Travis (Jon Bernthal), o inteligente Gordo
(Michael Peña). Já perto do fim da batalha mais sangrenta que a humanidade já
viu, o pequeno batalhão é chamado para invadir cidades alemãs que ainda não
haviam se rendido, ao mesmo tempo e para ajudar nesse objetivo, ganham o ‘reforço’
do datilógrafo Normam (Logan Lerman) que acaba sendo introduzido aos horrores
da guerra pelo enfurecido líder do grupo.
Corações de Ferro
é um filme atípico de guerra, não empolga pela história, resolve focar nas
trincheiras sangrentas mas convence um pouco o público por suas atuações. Os
personagens recebem uma entrega invejável de seus respectivos intérpretes,
transformando pequenas e curtas sequências dentro de um tanque em diálogos
intensos e provocantes. Basicamente: os atores levam o filme nas costas.
Fora as boas atuações, muito pouco é visto para deixar o
espectador grudado com os olhos na tela. É mais fácil o público ser acordado a
cada momento de sono pelo som alto da granada que estoura em muitos momentos.
As cenas de guerra, os sofrimentos, as dúvidas, as incertezas, os atos de
bravura, o herói, o definir o conceito de amizade e honra, são elementos que
não são inovadores. Parece que estamos vendo fragmentos de vários outros
filmes. Muito pouco para “Fury” (o nome original deste trabalho, ser posto em
debate em uma rodinha cinéfila.