Vencedor do primeiro prêmio conquistado por uma produção da
Netflix no Oscar, o excelente documentário Ícaro
traz a tona um caso que afeta de maneira geral a integridade de órgãos de
proteção ao doping pelo mundo. Dirigido pelo ciclista amador Bryan Fogel, o
projeto é um grande experimento sobre o uso de substâncias proibidas em grandes
eventos esportivos, principalmente, o maior de todos eles, as olimpíadas.
Na trama, acompanhamos a trajetória de Bryan Fogel, um
amante do ciclismo, fã (ou ex-fã) de Lance Armstrong que resolve investigar por
si mesmo um dos casos mais elaborados de doping da história, ocorrido na
Rússia. Assim, consegue o contato do bioquímico Grigory Rodchenkov, um dos
chefes do controle russo de doping. Assim, assistimos por meio de declarações
polêmicas e muitas provas apresentadas que o programa russo usava drogas desde
da década de 60 para melhorar o desempenho dos seus atletas, e o pior de tudo,
sempre com o aval do presidente, Vladimir Putin.
De um simples experimento para tentar tirar a prova real se
realmente algumas substâncias aumentam o desempenho dos atletas, o projeto se
transforma em um grande thriller documentário principalmente quando o cerco das
autoridades mundiais, principalmente a WADA, se fecha em torno dos russos. Antes
consultor, do experimento que Fogel fez, Rodchenkov se torna pessoa não grata
na Rússia e precisa fugir para os Estados Unidos em busca de proteção, pois seu
depoimento para as autoridades é de supra importância para o melhor
esclarecimento dos detalhes de todo o planejamento ilegal dos russos em
diversas competições e de diversas modalidades esportivas ao longo dos anos.
A força das documentações e argumentos obtidos por Fogel e
sua equipe, foram usados como argumentos para o veto da delegação Russa em
muitas competições, inclusive nas olímpiadas que aconteceram aqui no RJ.