21/10/2020

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #141 - Lílian Maróstica


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de Jaú. Lílian Maróstica é amante da música, do cinema, das linguagens. Beatlemaníaca, família, sensível, chocólatra. Antes de tudo, professora. Por opção e coração. Graduada em Letras e Pedagogia, pós-graduada em Ética, Valores e Cidadania na Escola pela Universidade de São Paulo. Professora de Língua Inglesa desde 2006. Atua, no momento, como Professora Coordenadora de Língua Estrangeira Moderna do Núcleo Pedagógico da Diretoria de Ensino de Jaú/SP. Queria ser cineasta, virou professora, que é quase a mesma coisa: pode educar, explorar e mostrar o mundo, contar histórias, fazer sorrir, fazer chorar, fazer sonhar, descobrir talentos. E ainda tem uma vantagem: receber, bem de pertinho, o amor dos seus alunos.

 

1)  Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Logo de cara, um assunto que me deixa tããão triste. As duas únicas salas de cinema em minha cidade ficam em um shopping, e são dominadas por blockbusters. Nada especialmente contra eles, mas seria ótimo ter opções de escolha. Acabo indo em cinemas de cidades vizinhas, também em shoppings, mas com mais opções de filmes em cartaz.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

O Sexto Sentido, do Shyamalan.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Buster Keaton, A General. Mas ô perguntinha difícil, hein? São muitos amores.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Amor fiel, amor verdadeiro por nosso cinema. Vou citar São Paulo Sociedade Anônima (1965), do Luís Sérgio Person. Vi há uns 6 anos, nunca revi e até hoje me pego pensando nele.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Quando aparece o sintoma do sentir-se incompleto quando não vê um filme há dias, o diagnóstico não pode ser outro: cinéfilo!

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Definitivamente não!

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

 

Embora os serviços de streaming estejam crescendo a cada dia, o que é bem legal, não acredito no fim das salas de cinema. Tem a coisa da magia, né? Dizem que a experiência pode mudar quando se vê um filme em uma sala de cinema. E eu concordo.

 

 8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Tangerinas, do Zaza Urushadze.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não, não. A saudade é grande, mas precisamos ter responsabilidade nesse momento tão único, tão difícil. Principalmente, em um país em que nada é levado muito a sério, rs.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

O cinema brasileiro é uma pérola que, infelizmente, muitos ainda não descobriram, ou só conhecem a superfície. Talento e ideia a gente tem de monte! Mas falta apoio, falta incentivo, falta visibilidade.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Selton Mello.

 

12)  Defina cinema com uma frase:

Cinema é descobrir-se.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema.

O ensaio fotográfico pré-casamento foi em uma sala de cinema, com pipoca voando pelos ares, pose nos corredores e a sala só pra gente!

 

14)  Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Clássico cult brasileiro, puro em sua essência e bem subestimado. Embora eu nunca tenha visto.

 

15)  Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não vejo como uma obrigatoriedade. É claro que diretores estudam cinema e filmes podem ser aulas, mas não vejo o academicismo, por assim dizer, não sei se é a palavra ideal para este contexto, peça chave para dirigir bons filmes. A inspiração pode vir de muitas fontes... 

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Vou citar Malévola. Não suporto a ideia da personagem ser tão boazinha.

 

17) Qual seu documentário preferido?

As Canções, do Coutinho e Dear Zachary: a Letter to a Son About His Father, do Kurt Kuenne. Muito doloridos, ambos me atingem, de maneiras diferentes, com flecha certeira no coração.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Após Aquarius, contagiada pelas palmas dos colegas, pelo grito do marido preso na garganta, esgotados com a situação política do país.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Acho que O Sol de Cada Manhã. Preciso me aprofundar no quesito Nic Cage.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Cineplayers. Mas leio de um tudo, inclusive comentários aleatórios de gente que não conheço no Filmow, rs