21/10/2020

Crítica do filme: 'The Wind Phone'


Se você amaldiçoar ondas em um oceano o vento pode amaldiçoar de volta? O simbolismo na hora complicada de lidar com a saudade de quem se foi. Baseado em fatos reais, The Wind Phone, curta-metragem escrito e dirigido pela cineasta Kristen Gerweck é profundo, emblemático. São 12 minutinhos das mais variadas emoções em uma espécie de confessionário ao ar livre de uma cidade que sofreu muito com uma tragédia anos atrás. Lindo filme que merece ser visto. Nessas horas é que perguntamos: porque será que não exibem curtas-metragens antes dos longas-metragens em nosso país ein?!


Em março de 2011, mais de 16.000 vidas foram perdidas no pior terremoto ou Tsunami da história do Japão. Uma cabine telefônica em Otsuchi (cidade japonesa localizada na província de Iwate) é visitada por milhares de sobreviventes. Detalhe: não há linha. Desabafos, busca por perdão, segredos nunca revelados, o poder desse simbolismo do dividir com alguém que não está mais por aqui é muito bem detalhado em cada uma das emocionantes conversas que somos testemunhas.


Daria para ser feito um longa-metragem sobre? Com toda certeza. Mas nesse pequeno recorte dessa inusitada e porque não dizer bonita situação, o sentimento transborda. The Wind Phone consegue em um pouco mais de dez minutos o que muito filme badalado não consegue em 90.