O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.
Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, nascido em Aracajú
(Sergipe) mas reside atualmente em Brasília. Bruno Overbeck se formou em Cinema na UFS em Sergipe e está no
caminho de se formar em arquitetura em Brasília. Amante nato do cinema, defende
que a leitura é mais importante do que qualquer outra coisa, este foi o fator
principal para criação da OverCine
em 9 de fevereiro de 2020, leitura e mais leitura. Segundo ele, cinema é
subjetividade no mais alto nível, a diferença está nos argumentos apresentados,
apenas isso. Procura trazer na sua página diversos pontos de vistas baseados em
seus conhecimentos adquiridos pelos anos. De acordo com ele, ninguém é dono da
verdade, todos temos o direito de pensar diferente do outro, Cinema é
humanidade. Cinema não precisa ser chato, a fórmula perfeita seria todos
alinharem uma boa leitura de crítica logo após um belo filme.
1) Na sua cidade,
qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da
escolha.
Moro no centro de Brasília, há pelo menos 4 Shoppings no
raio de 8km que possuem salas bacanas de cinema, porém prefiro o Shopping Pier
21, pelo fato de ser menos movimentado e a qualidade das salas serem
excelentes, ah, é Cinemark. Adoro
outro Shopping chamado Casa Park, pois lá apresentam filmes Cult, que são
raramente expostos nas salas mais populares, inclusive queria uma expansão
maior de tais filmes para o público. Um exemplo claro, foi o Farol de Robert Eggers, em 20 cinemas de Brasília foi exibido em apenas um..
chega a ser medonho.
2) Qual o primeiro
filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.
Eu tinha por volta de 6 anos quando meus pais me levaram
para assistir Harry Potter e a Pedra
Filosofal, acho que depois dessa experiência, tudo teve um novo sentido
nessa relação de ir ao cinema.
3) Qual seu diretor
favorito e seu filme favorito dele?
Difícil demais, mas vou citar 2 para desencargo de
consciência. Damien Chazelle com o
estupendo Whiplash e Hitchcock com o atemporal, Um Corpo que Cai.
4) Qual seu filme
nacional favorito e porquê?
É quase impossível escolher só um, tenho grande afeição por Cidade de Deus e O Som ao Redor. O primeiro me impacta pela maneira como foi
abordado o crime e seu impacto destrutivo na mente dos que não possuem outra
opção na vida e o segundo pelo tato impecável e célere do KMF.
5) O que é ser
cinéfilo para você?
O termo se tornou banal, infelizmente. Mas se fosse para
definir tal termo, penso que o mais apropriado seria: Ser cinéfilo é enxergar
todas as subjetividades possíveis de tal obra mesclando com um olhar profundo
para descobrir que o cinema vai além de tiros, bombas e efeitos visuais.
6) Você acredita que
a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por
pessoas que entendem de cinema?
Claramente, Não!
7) Algum dia as salas
de cinema vão acabar?
Penso que não, há muita demanda, só saber tirar proveito
disso. Não dá para comparar a experiência de um cinema com o nosso sofá. É
mágico estar cara a cara com a telona.
8) Indique um filme
que você acha que muitos não viram mas é ótimo.
Sangue Negro de PTA e o Grande Ditador de Chaplin.
9) Você acha que as
salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?
É um tema delicado, penso que se autorizaram bares e
restaurantes, o cinema pode sim ser autorizado. Não faz sentido autorizar
aglomeração em certos pontos e em outros não. Deviam fechar tudo, mas não é
assim que funciona né?
10) Como você enxerga
a qualidade do cinema brasileiro atualmente?
O nosso cinema é rico de cultura, possui exímios diretores e
excelentes atores. Precisamos de mais investimentos graúdos porque qualidade e
empenho temos de sobra.
11) Diga o artista
brasileiro que você não perde um filme.
São muitos, mas adoro o Wagner
Moura e a Sônia Braga, onde tem
trabalho dos 2, eu dou um jeito de ver o quanto antes.
12) Defina cinema com
uma frase:
Cinema não se trata apenas de arte, é vida!
13) Conte uma
história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:
Quando menor, por volta de meus 11 anos, entrei atrasado em
sessão com meus amigos para assistir Harry
Potter 4, entramos desesperados, sentamos e ficamos vendo as cenas de ação
do torneio Tribruxo, foram uns 10 minutos sem diálogos no filme, quando teve o
primeiro diálogo, percebendo que a sessão era legendada, gritamos e perguntamos
o porque disso?! Levamos inúmeras vaias pois descobrimos que erramos a sala,
foi triste.
14) Defina 'Cinderela
Baiana' em poucas palavras...
Era melhor ter visto o filme do Jacaré ! Vergonha alheia seria
um elogio, é deprimente e mentalmente radioativo.
15) Muitos diretores
de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta
precisa ser cinéfilo?
Penso que não. É uma escolha, temos que julgar o trabalho
feito, e não escolhas pessoais. A leitura é muito mais importante do que você
assistir 4 filmes por dia, mas se você aliar as duas coisas, aí fica
sensacional!
16) Qual o pior filme
que você viu na vida?
Nossa, no cinema? Acho que After e um filme da Xuxa que eu não lembro o nome.
17) Qual seu
documentário preferido?
Não guardo muitos na memória, mas de supetão, eu fiquei bem
impactado com Bem vindo à Chechênia e
For Sama.
18) Você já bateu
palmas para um filme ao final de uma sessão?
Sim!
19) Qual o melhor
filme com Nicolas Cage que você viu?
A Outra Face e Mandy.
20) Qual site de cinema
você mais lê pela internet?
Sempre acompanhei o Omelete.