09/02/2021

Crítica do filme: 'King of Peking'


Educar é aprender. Colocando em um liquidificador uma singela homenagem ao mundo mágico do cinema e abordando as curiosas saídas que um pai consegue encontrar para ter a guarda de seu filho, King of Peking, dirigido pelo cineasta australiano Sam Voutas é cômico e reflexivo. Sem ser tão profundo mas deixando à margem uma dezena de pontos para pensarmos sobre, se divide em duas vertentes que é a da relação entre pai e filho e as dificuldades do pai na busca de alguma saída para seus problemas aproveitando o início do que podemos chamar de entretenimento doméstico na década de 90 na China.


Nessa co-produção China, EUA e Austrália, acompanhamos a saga de Wong Pai (Jun Zhao) e Wong Filho (Wang Naixun) em busca de diversão e felicidade através das confusas ideias do primeiro. Wong Pai é projecionista e sem ter muito trabalho em um país repleto de crises, consegue um trabalho como zelador de um enorme cinema e logo em seguida tem a ‘brilhante’ ideia de piratear os filmes que são exibidos nas telonas através de gravações clandestinas espalhadas pela sala de cinema.


Exibido no Festival de Tribeca em 2017, King of Peking é quase uma mistura de alguns filmes dos Trapalhões com a fita norte-americana Rebobine, Por favor, só que consegue buscar sua luz própria no embate educacional causado pela situação do pai e toda a problemática sobre a guarda do filho. De longe, o ponto de vista mais interessante dentro do às vezes confuso roteiro.


Não é um filme para se emocionar e sim de riso fácil. Jogando os paradoxos da inconsequência para o lado cômico, o filme acaba perdendo pausas dramáticas importantes que somente os mais observadores conseguirão chegar ao ponto de reflexão.