O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.
Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de São Luís
(Maranhão). Maria Fabiana Lima tem
22 anos e cria conteúdo para na página @cinemafilia,
no Instagram, há dois anos. Criou esse projeto em 2019, com o objetivo de
indicar os filmes que assistia e poder compartilhar e dialogar sobre o universo
do cinema com mais pessoas. Não tem formação crítica, por isso se entende como
uma cinéfila que gosta (muito) de dar sua opinião. Atualmente, cursa o último
ano da faculdade de Direito e pretende ter formação direcionada para crítica e
marketing digital no futuro.
1) Na sua cidade,
qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da
escolha.
Geralmente, prefiro dar preferência ao Cinépolis por ter sessões mais vazias e em horários compatíveis com
minha rotina. Além disso, costumo conferir a programação de mostras e cinemas
locais, quando posso atender.
2) Qual o primeiro
filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.
Quando criança, me lembro de ter visto o filme Os Sem-Floresta (2006). Foi o primeiro
momento que me lembro de ter ido ao cinema e ter saído feliz.
3) Qual seu diretor
favorito e seu filme favorito dele?
Meu diretor favorito atual com certeza é o Linklater. Apesar de ter uma
filmografia consideravelmente pequena, filmes como Before Sunrise e Boyhood
fazem parte da minha lista de filmes favoritos. Dos mais clássicos, sou fã do Hitchcock e meu favorito é Janela Indiscreta.
4) Qual seu filme
nacional favorito e porquê?
Não tem como não ser Central
do Brasil. Pra mim, continua contemplando uma das atuações mais brilhantes
do cinema brasileiro, se não a maior, de Fernanda
Montenegro.
5) O que é ser cinéfilo
para você?
É poder contemplar o cinema com uma visão que vai além do
entretenimento, absorvendo as influências da dessa arte na vida. Tudo aquilo
que se vê nas telas.
6) Você acredita que
a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas
que entendem de cinema?
Quando falamos sobre grandes redes, acho que fica difícil
ter certeza. Muito do que se vê em cinemas que não sejam locais, são filmes de
estreia mundial, grandes distribuidoras, nas quais sabemos existir um peso
maior no valor comercial que de fato na qualidade dos filmes.
7) Algum dia as salas
de cinema vão acabar?
Espero muito que não. Os streamings ainda não substituem a
sensação única de ir ao cinema e poder dividir toda uma experiência,
compartilhando a mesma emoção com mais vários desconhecidos em uma sala. Fora
que ir ao cinema continua sendo praticamente um ritual para os cinéfilos.
8) Indique um filme
que você acha que muitos não viram mas é ótimo.
As Ondas (2019).
9) Você acha que as
salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?
Eu respondi que não em uma pesquisa feita pela rede Cinépolis sobre o assunto e, até o
momento a minha resposta continua a mesma. Não acredito que estejamos 100%
seguros ainda.
10) Como você enxerga
a qualidade do cinema brasileiro atualmente?
Eu vi muitos filmes brasileiros com uma qualidade
surpreendente nos últimos anos. Um deles foi o incrível Casa de Antiguidades do diretor João Paulo Miranda Maria. Outros que eu vi no último ano foram
produzidos no Maranhão, onde moro, e também não deixaram a desejar em
qualidade. Então, não tenho nenhuma razão para não achar que a qualidade só
está aumentando no Brasil
11) Diga o artista
brasileiro que você não perde um filme.
Fernanda Montenegro.
12) Defina cinema com
uma frase:
A contemplação de todas as artes em uma só.
13) Conte uma
história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:
Fui assistir Mãe!
em uma sessão completamente vazia, ao sair eu notei que tinha mais uma mulher
na sala. O filme completamente frenético e traumatizante fez com que nenhuma
das duas notasse a presença da outra, quando saímos nos olhamos silenciosamente
como quem diz “o que acabou de acontecer aqui????”. Foi um sentimento de trauma
mútuo e silencioso que me fez rir bastante depois.
14) Defina 'Cinderela
Baiana' em poucas palavras...
Um clássico que nunca vi.
15) Muitos diretores
de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta
precisa ser cinéfilo?
Não acho que seja imprescindível, mas vejo certa
incoerência. Como é possível trabalhar em uma indústria a qual você mal
consome? Talvez reflita bastante nas referências cinematográficas, que pela
ausência de diversidade podem acabar por deixar o trabalho do cineasta raso.
16) Qual o pior filme
que você viu na vida?
O Poço, da Netflix. Mas está empatado com Love Actually (2003). Ambos com
qualidade extremamente duvidosa.
17) Qual seu
documentário preferido?
Não tenho um preferido, mas recomendo o último que eu vi, Time (2020).
18) Você já bateu
palmas para um filme ao final de uma sessão?
Já sim! Harry Potter
e as Relíquias da Morte parte 2. Eu sou potterhead, então me emocionei
muito ao ver o último filme no cinema.
19) Qual o melhor
filme com Nicolas Cage que você viu?
Motoqueiro Fantasma,
claro! Um marco de uma geração.
20) Qual site de cinema
você mais lê pela internet?
IndieWire e Omelete, mas tenho muita curiosidade
então vou lendo todos os sites que aparecerem com notícias que me interessem.