A observação para uso de entender os conflitantes sentimentos humanos. Escrito e dirigido pelo ator e cineasta Michael Cristofer, em seu quinto trabalho atrás das câmeras, O Recepcionista possui uma trama embaralhada, que mostra um jovem com síndrome de asparger em meio a uma confusa situação que envolve agressões e uma morte. O roteiro possui arcos muito mal definidos, até com referência de filmes de mistérios de décadas passadas, caminha em uma estrada de mistérios que praticamente não são revelados de forma 100% objetiva, sempre sobra dúvidas. Para criar alguma pilastra na construção da curiosidade, parece que tudo precisa ser muito confuso nesse longa-metragem que está disponível na Netflix. Vale o destaque para Tye Sheridan que interpreta o protagonista.
Na trama, conhecemos Bart (Tye Sheridan), um jovem que 20 e poucos anos que trabalha faz quase
três anos como recepcionista do turno Noite/início da madrugada, de uma rede de
hotéis da cidade onde mora. Bart tem Síndrome de Asparger e busca mais conforto
na hora do trato social observando a muitos dos que passam por ele. Ele mora
com a mãe, Ethel (Helen Hunt) em uma
grande casa de esquina que praticamente é dividida entre os dois. No quarto de
Bart vemos suas observações/obsessões, instala câmeras nos quartos de alguns
hóspedes do lugar onde trabalha e os observa, principalmente em casa. Certo
dia, uma dessas câmeras acaba presenciando um assassinato e Bart precisará convencer
o Detetive Espada (John Leguizamo)
que não teve nada haver com isso.
Há uma grande diferença entre o olhar do protagonista e como
os acontecimentos se resolvem, nesse paralelo, que devemos levar em conta as
questões emocionais do personagem, seguimos tentando entender esse
quebra-cabeça que parece faltar peças. A relação com a mãe é pouco explorada,
vemos um afastamento (talvez por medo?) acoplado a como o desenho da casa é
moldado. Buscando ser independente, Bart dirige e leva uma vida praticamente
normal em sua busca por tentar socializar de maneira mais natural a cada novo
diálogo. O conflito chega após o assassinato, onde ele de alguma forma é o que mais
sabe o que aconteceu, isso muda bastante o personagem, que entra em uma desconstrução
aliada ao conturbado novo mundo explorador do amor na figura de Andrea (Ana de
Armas), uma misteriosa hóspede que nunca sabemos se está mentindo.
São muitas portas que se abrem e poucos com as chaves certas
para abrirmos elas. Inconclusivo, repleto de teorias, é um filme com final
aberto onde cada espectador busca suas respostas nessa confusão
cinematográfica.