A força de um roteiro que não empolga na telona. Baseado em um dos grandes sucessos da Broadway, Em um Bairro de Nova York nos apresenta a história de luta e busca por sonhos de personagens, em sua maioria imigrantes latinos, que moram em bairro de Nova York, mais precisamente numa esquina do norte de Manhattan. Buscando fixar uma mensagem atemporal, em tempos difíceis, o mundo lutando, nos faz refletir sobre um dos grandes pilares de energia para todos que trabalham por dias melhores: O que significa um sonho para você? Criado pelo gênio dos musicais Lin-Manuel Miranda (que inclusive interpreta um personagem no filme) e baseado no livro da autora Quiara Alegría Hudes, In the Heights, no original, empolga pouco na telona muito por conta da falta de profundidade no drama de seus personagens não tão bem desenvolvidos em quase duas horas e meia de projeção.
Na trama, conhecemos Usnavi (Anthony Ramos), imigrante da República Dominicana, perto dos seus
30 anos que possui um pequeno mercadinho em Washington Heights, bairro de Nova
York (um bairro que na visão dos seus moradores, estava desaparecendo em Nova
York). Nesse mesmo bairro moram vários imigrantes latinos e personagens que
acompanhamos mais de perto, como Vanessa (Melissa
Barrera), uma jovem que busca o sonho de ser estilista mas trabalha para
pagar as contas em um salão de cabelereiro; Nina (Leslie Grace) a jovem que é o orgulho do bairro pois conseguiu
entrar na prestigiada faculdade de Stanford mas ela volta para passar as férias
no lugar onde nasceu com segredos sobre sua jornada; Benny (Corey Hawkins) um jovem que trabalha
numa empresa de táxi do pai de Nina e sonha em assumir o negócio quando o chefe
se aposentar. Esses e outros personagens passarão dias intensos quando um
apagão acontece, alguém do bairro ganha 96.000 dólares na loteria, uma querida
personagem parte e sonhos precisarão ser reconquistados.
Para quem curte os famosos musicais da Broadway com certeza
já ouviu falar de In the Heights, um
dos grandes sucessos de público da história da avenida cravada no coração da Times
Square e do seu mais aclamado autor contemporâneo Lin-Manuel Miranda, criador do também maravilhoso Hamilton (Disponível na Disney+). Daí para virar filme foi um pulo (assim
como acontecerá com o também esperado Dear
Evan Hansen). Mas aqui estamos para falar sobre essa obra como cinema. O
roteiro consegue transmitir suas mensagens, suas críticas sociais, o
desenvolvimento superficial dos personagens já nos dá uma boa ideia da realidade,
se tornando atemporal: Se a gente assistir esse filme daqui a alguns anos vamos
ver semelhanças. Mas a profundidade dos personagens, até mesmo o carisma fica
em segundo plano. Com ótimas histórias para se desenvolver, talvez por conta do
formato cinema (não podendo criar um filme de quatro horas), a narrativa se
apoia apenas sobre ótimas sequências de músicas coreografada (a essência do
gênero musical) mas que não empolga.