10/02/2022

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Crítica do filme: 'Finch'


A exposição ao que não é previsível. Com referências a Isaac Asimov, ao filme do início da década de 70 Corrida Silenciosa (Silent Running), Finch é um road movie de um homem em sua solidão num planeta desabitado e seus experimentos robóticos com adição de inteligência artificial. Produzido por Robert Zemeckis (diretor de Forrest Gump), o projeto possui uma narrativa lenta e demasiadamente explicativa nos detalhes o que atrapalha o andamento da história já que muitas coisas que aparecem são auto explicativas e poderiam ser entendidas como algo implícito não só sobre as ações mas também sobre o contexto geral. Se focarmos na relação inusitada de pai e filho que se estabelece o filme cresce em reflexões. Escrito pela dupla Craig Luck e Ivor Powell, dois debutantes em roteiros para longas-metragens, esse é o segundo longa-metragem da carreira do cineasta britânico Miguel Sapochnik.


Na trama, ambientada em uma Terra pós apocalíptica, acompanhamos o engenheiro Finch (Tom Hanks) que conseguiu sobreviver ao caos radioativo que se tornou caminhar pelo nosso planeta se refugiando na empresa onde ele trabalhava. Lá mora com ele seu cachorro, o grande amor de sua vida. Finch não está bem de saúde, pelo visto parece que a radiação a que foi exposto sempre que ia buscar comida ou algum elemento vital foi alta demais fazendo com que ele comece a construir um novo robô e o faça ensinar sobre o ser humano. O plano é fazer o robô cuidar do seu cachorro caso seja preciso. Assim, Finch e companhia embarcam em uma jornada rumo a lugar mais seguro.


Como fazer para sobreviver em um planeta cheio de problemas e sem saber se existem outros sobreviventes? A rotina acaba sendo algo importante para Finch. Disciplinado, bate o cartão do ponto da empresa como se fosse mais um dia de trabalho, organiza seu tempo para o estudo e assim conhecimento da situação em que vive, e, principalmente o que precisa fazer para sobreviver em um recorte onde a vegetação, comida, alimentos, quase não existem mais.


Uma relação de pai e filho é estabelecida, um homem e um robô. Os dilemas, os aprendizados e de alguma forma vemos como um acaba ajudando o outro nesse jornada quase sem esperança rumo a um destino incerto em um planeta devastado talvez até mesmo pela ação do homem.


Finch, em meio à poeira, fumaça, radiação, dramas e conflitos deixa sua marca de emoção quando pensamos que a vida nunca deve ser vivida sem alguma esperança, seja no mundo que for.