Apesar de partir de uma premissa aparentemente frágil — uma mãe solteira que descobre nunca ter tido um irmão — o longa holandês Sombras do Passado ultrapassa as camadas superficiais dos conflitos para nos conduzir a um drama intenso, marcado por uma reviravolta surpreendente. Embora exija um pouco de paciência no início, o filme aos poucos conquista o espectador.
Sob a direção de Diederik
Van Rooijen, a obra combina elementos de thriller jurídico com descobertas
comoventes, mantendo o suspense sempre presente. Além disso, aborda temas
profundos e relevantes, como autismo, maternidade, bullying e as complexas
surpresas que permeiam os laços familiares.
Iris (Angela Schijf)
é uma advogada e mãe de um filho autista que, inesperadamente, descobre a
existência de um irmão (Fedja van Huêt)
até então desconhecido — e, para sua surpresa, ele está preso, acusado de
assassinato. Movida pela urgência de entender essa história, ela se lança em
uma corrida contra o tempo, desvendando segredos profundos ligados ao crime e,
sobretudo, à sua própria família.
Com o autismo como tema central, acompanhamos duas gerações
de mães e suas distintas percepções sobre o assunto. Nesse cenário, a narrativa
mergulha no suspense, onde cada nova descoberta da protagonista revela uma peça
fundamental de um complexo tabuleiro emocional, marcado pelas consequências dos
atos do passado. No embate entre presente e passado, dilemas e surpresas surgem
constantemente, mantendo a tensão viva. A excelente fotografia intensifica e
reflete essas emoções profundas, potencializando ainda mais a experiência do
espectador.
Uma das grandes sacadas deste filme é direcionar a trama
para um plot twist totalmente inesperado, sem oferecer nenhuma pista
antecipada. Prepare-se para ficar de queixo caído! É aquele tipo de obra que
merece sua atenção até os últimos segundos, pois a surpresa está garantida.
Embora apresente momentos que beiram clichês já conhecidos, a história se
mantém firme graças às atuações sólidas e a um roteiro habilidoso na dosagem
dos mistérios.
Perdido no catálogo do Prime Video, esse longa-metragem de
2013 é atemporal! Vale a pena dar uma conferida!