A responsabilidade de todos é o único caminho para a
sobrevivência. Dirigido pelo cineasta Greg McLean (do interessante O Experimento Belko), Jungle conta uma quase inacreditável
história, baseada em fatos reais, de jovens aventureiros e seus dramas quando
enfrentam dificuldades na inexplorável selva boliviana. No papel do
protagonista, o famoso Harry Potter Daniel Radcliffe, esforçado no papel, que a
cada novo trabalho tenta se desprender do eterno bruxinho que fez milhares de fãs
mundo a fora.
Baseado no livro Jungle:
A Harrowing True Story of Survival, Jungle
conta a história do israelense Yossi Ghinsberg (Daniel Radcliffe,), um
jovem que resolve largar por um tempo os estudos e se aventurar na exploração
de novos lugares e cultura ao redor do mundo. Assim, chega à Bolívia décadas
atrás e lá conhece o fotógrafo Kevin (Alex Russell) e o jovem professor Marcus
(Joel Jackson). Uma grande amizade começa a se iniciar e após Yossi cruzar com
Karl (Thomas Kretschmann, que vemos também no excelente Taeksi Woonjunsa – A Taxi Driver), um aventureiro experiente que os
convence a adentrar uma parte da floresta boliviana pouco explorada mas que
reserva diversos riscos para o grupo. Ao longo de todo o complicado trajeto,
aos poucos, vamos vendo que os amigos precisarão de muita força de vontade para
saírem vivos desse lugar.
O filme explora o lado dos instintos da sobrevivência que
todos nós possuímos. Longe de ser a melhor história sobre redenções ou coisa
parecida, Jungle se sustenta pelas
escolhas que os personagens tomam, mesclando imaturidade e ansiedade em busca
de um objetivo ilusório que mais os deixam em perigo do que trazem alguma
satisfação. O primeiro arco é bastante corrido, sabemos pouco do protagonista e
todos os encontros com o restante do elenco acontece de maneira instantânea,
parece que se conhecem faz anos. Essa correria na história é exatamente para
chegar no seu clímax, as dificuldades e desencontros misturados com decisões
vitais que acontecem em um lugar isolado em uma época que nem celular tinha (o filme
é ambientado em décadas atrás).
Radcliffe se esforça para passar ao espectador todas as
angústias e dores que o seu personagem sofre ao longo desses dias calamitosos
lutando para sobreviver. Os clichês o perseguem a todo instante, há bons e
sonolentos momentos, nesse último, principalmente quando metáforas de ilusão
começam a surgir de maneira constante na mente de Yossi. Ao longo das quase
duas horas de projeção, é preciso termos também um instinto cinéfilo de
sobrevivência para que nossos olhos não pisquem ou que o sono não venha.