05/09/2013

Crítica do filme: 'Jobs'

Com muita desconfiança após seu lançamento em outros países, o aguardado longa de Joshua Michael Stern (do irritante Promessas de um Cara de Pau), Jobs, chega ao Brasil nesta sexta-feira (06). O longa aborda seus pensamentos sobre ter um diploma universitário, sua dificuldade no começo de carreira de trabalhar em equipe, sua primeira grande chance na matriz da famosa empresa de jogos Atari e todas as confusões que enfrentou ao longo do tempo com sua famosa empresa, a Apple.

Desde seu início, Jobs tem o objetivo de transformar Steve em um Deus genial. A desconstrução do personagem feita ao longo do filme é muito bem feita tornando essa grande mente vulnerável, principalmente quando olhamos para os conflitos pessoais que o mesmo enfrenta. O homem que gostava de andar descalço e que não conseguia ver um futuro sem mainframes e plataformas tinha um emocional conturbado.

O filme relata com muita coerência e aos moldes cinematográficos o perfeccionismo que Steve Jobs lapidava todos os seus revolucionários projetos. Durante a década de 70 – período de aprovação mundial do trabalho de Jobs – o futuro criador da Apple fazia o que ninguém achava que era possível. Seus discursos memoráveis sempre com uma leve cutucada no seu rival Bill Gates e na poderosa IBM ganham grande destaque ao longo da projeção. Uma das melhores cenas no filme mostra exatamente como era difícil o relacionamento entre os dois grandes gênios da informática, quando Jobs faz uma ligação polêmica à Gates para tirar satisfação sobre uma cópia de um software.

Ashton Kutcher – que para se preparar para o papel, seguiu uma dieta só de fruta, similar à dieta de Jobs. - passa no teste, convence com sua determinação e o seu controle contra eventuais exageros cênicos, principalmente na fase inicial adulta de Jobs. Suas cenas de discussões com John Sculley (interpretado pelo sumido Matthew Modine), que foi vice-presidente e presidente da PepsiCo, antes de se tornar CEO da Apple, eram recheadas de elementos que poderiam deixar o filme maçante mas o roteiro de Matt Whiteley (em seu primeiro trabalho no cinema)  adéqua perfeitamente aos moldes do cinema tornando cada cena dessas grandes destaques dentro da trama.

A trilha sonora tem papel importante dentro da história. Consegue criar uma atmosfera aos sentimentos jogados na tela e cria um grande ritmo às sequências, principalmente no início do filme. As pessoas sairão das salas de cinema com uma visão diferente sobre Steve Jobs. Haverá uma dúvida se ele é um gênio, um vilão ou os dois. Não deixe de conferir o homem que era o começo e o fim do seu próprio mundo.