09/12/2020

Crítica do filme: 'Arizona Nunca Mais' *Revisão*


Como ser fiel à própria natureza? Quando a distância da realidade encontra a genialidade para criticar pelas entrelinhas. Lançado no ano de 1987, dirigido por Joel Coen com roteiro do mesmo juntamente com seu irmão Ethan (dupla fantástica que sempre nos brindou com ótimos filmes), Arizona Nunca Mais faz parte daquele bolo de filmes inesquecíveis de quando Nicolas Cage escolhia bons papéis. Com um narrador presente, excêntricos personagens, um arco inicial corrido com deixas em forma de críticas a todo instante, o projeto apresenta a saga de um homem em busca de uma longe redenção quando busca ser fiel à própria natureza. No elenco, além de Cage, nomes marcantes como John Goodman, Holly Hunter e Frances McDormand.


Na trama, acompanhamos o desajustado H.I (Nicolas Cage) um homem com uma tatuagem de pica pau, descabelado com diversas passagens pela polícia que acaba se apaixonando pela policial Ed (Holly Hunter). Tentando ser uma família normal, resolvem sequestrar uma criança pois Ed não pode ter filhos. Assim, embarcam em uma louca jornada que envolve maternidade, dois bandidos amigos de H.I e uma sucessão de loucuras.


Imerso a uma insana realidade, os irmãos Coen conseguem adaptar críticas nas entrelinhas, no que fica implícito, dentro de diálogos e situações que ocorrem durante os 94 minutos de projeção. Crítica ao sistema penitenciário norte-americano, sistema de adoção, é um Pot-pourri de situações no-sense que busca explicar as origens da própria natureza dos personagens. As vezes comédia, as vezes aventura Arizona Nunca Mais é um filme de quase três décadas atrás mas que se torna atemporal em muitos momentos.