As defesas contra o medo em mundo de vulnerabilidades emocionais. Chegou ao catálogo da HBO MAX um filme que traz à tona um assunto complexo e cheio de camadas - debates sobre o indivíduo, o coletivo e o comportamento em contextos sociais. Até aí, tudo interessante, mas a narrativa se joga em clichês, transformando bons debates em um foco na birra de uma adolescente mimada, que se deixa levar por ideias malucas de uma seita. A Seita parte de uma premissa promissora, mas se transforma em um desfile de desperdícios.
Ben (Eric Bana) é
um psicólogo social e professor, com feridas no passado, que vai morar na
Alemanha após o divórcio. Uma série de acontecimentos estranhos começam a
acontecer na sua nova cidade, provavelmente ligados a uma seita comandada pela
enigmática Hilma (Sophie Rois). Ao
mesmo tempo, sua filha Mazzy (Sadie Sink)
chega dos EUA para passar um tempo com ele e logo é alvo dos responsáveis pelos
acontecimentos macabros na cidade.
Escrito e dirigido pela cineasta britânica Jordan Scott, o projeto busca, em um
primeiro momento, explorar o estado de vulnerabilidade – algo que se mostra
atual e capaz de gerar boas reflexões. O problema é que, mesmo desenvolvendo
bem os personagens no começo do arco dramático do protagonista, se perde ao
acelerar rumo ao clímax, introduzindo um plot twist pouco convincente. Esse
fator faz o trem descarrilhar por completo, se distanciando totalmente do
discurso. Debates que poderiam ser interessantes sobre o indivíduo e o coletivo
acabam se diluindo em um suspense desencontrado.
O roteiro é pouco consistente, com brechas inalcançáveis
(cheio de lacunas), e tentar apresentar de forma corrida respostas para tudo
que surge em cena. De personagens pouco explorados até um desfecho entediante, a
obra produzida por Ridley Scott acaba sendo mais um daqueles filmes frustrantes
que buscam explorar a sociologia de forma embaralhada e, muitas vezes, sem
sentido. Faltou muito para que se tornasse um suspense convincente.