28/09/2020

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #108 - Josivânia Santos


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, pernambucana (de Limoeiro), estudante e autora de contos de terror. Josivânia Santos mostrou interesse pelo cinema desde muito cedo e uma grande influência foram seus tios. Adora tudo relacionado aos anos 80, acredita que foi uma época mágica. Assistindo a muitos filmes e séries, veio a vontade de escrever. Criou o @pipocaemusicaa (endereço do instagram) para poder compartilhar os seus gostos, opiniões e debater com outros cinéfilos, tudo o que há de bom na sétima arte! Segundo ela:  “O cinema é uma experiência única e que todos deveriam apreciá-lo cada vez mais!”

 


1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Bom... Eu moro em cidade pequena, então aqui não temos cinema, para termos acesso à cinema, nos deslocamos para outras cidades vizinhas.

 

2) Qual o primeiro filme que você  lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Acho que foi X-Men: Primeira Classe (2011). Foi maravilhoso, uma experiência única e muito prazerosa, completamente diferente do que é ver o filme em casa.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Nossa! Tenho tantos! Mas os mais preferidos são John Carpenter e Quentin Tarantino, eles são maravilhosos! Meu filme preferido do Carpenter é Halloween: A Noite do Terror (1978) e do Tarantino é Pulp Fiction: Tempo de Violência (1994).

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Tenho vários! Acho o cinema nacional muito competente, mas entre todos O Auto da Compadecida (2000) pra mim sempre vai ser o melhor! O filme fez parte da minha infância, via várias vezes na escola, e é aquele tipo de filme que eu posso ter visto cem vezes, se estiver passando, eu vou ver de novo. Gosto dele também porque é ambientado no meu Nordeste, os personagens são muito marcantes, é um filme bem abrasileirado, e tudo isso contribui para que a obra seja um clássico do cinema nacional.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Uma pessoa que seja amante de cinema, sétima arte, cultura pop e afins... que saiba tirar maior proveito de todos os gêneros, passar a admirar todo esse universo maravilhoso com outros olhos... Aposto que todos nós temos um grande cinéfilo dentro de si.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Eu acredito que grande maioria não! Algumas empresas estão preocupadas na questão do lucro, e deixam de fora produções que realmente valem a pena serem vistas.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Espero que não. Mas com os avanços das tecnologias, até os hábitos de ver um filme estão se tornando remotos, com várias plataformas de streamings, o cinema está decaindo um pouco em comparação há épocas atrás. Mas tomara que isso não venha a acontece, porque nada é comparado a gostosa sensação que é ver um filme no cinema.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Vi muitos filmes legais recentemente, o que vou indicar não é desconhecido, mas acredito que muitos ainda não viram que é O Farol (2019). Acho esse filme espetacular, Robert Eggers é um ótimo diretor, cara que eu sou muito fã também, Robert Pattinson está ganhando bastante destaque nos últimos anos e nesse filme ele está sensacional, uma das melhores atuações dele, e também temos o maravilhoso Willem Dafoe, o cara tá absurdo! O filme foi indicado ao Oscar na categoria de Melhor Fotografia, mas infelizmente não venceu... Contudo é um filmaço! Nota 10! Recomendo que todos vejam.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Para segurança e bem estar de todos, melhor não reabrir. Embora que algumas pessoas não respeitem a quarentena, mas cada um tem que fazer sua parte, e se isso fosse cumprido com êxito, tudo já haveria passado. Por mais que eu adore cinema, ainda não está na hora.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Eu acho que o cinema brasileiro tem muito potencial, muito mesmo, mas acaba se remetendo a espelhar-se bastante em produções de Hollywood, sem criar um selo próprio, por isso que muitas vezes algumas produções não chamam atenção nem dos próprios brasileiros. Temos muitas obras boas, de verdade, Bacurau está aí pra provar isso.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Ele é brasileiro, mas ultimamente está com muitos projetos em Hollywood, que é o Rodrigo Santoro. Acho ele um excelente ator, um orgulho para nosso país.

 

12) Defina cinema com uma frase:

“Todos deveriam apreciar”.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Quando fui ver IT: Capítulo 2 (2019) no cinema, entrei com um copão de refri, e nem tinha ido ao banheiro antes de começar. Até aí tudo bem... quando passou uns 40 minutos, fiquei com vontade de ir ao banheiro, mas ao mesmo tempo não queria para não perder nenhuma parte do filme. Resumindo... o filme era quase três horas, saí da sessão quase fazendo xixi hahaha, corri direto para o banheiro, pra no fim o filme não ser tão bom, era pra eu ter ido ao banheiro mesmo.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Não tenha palavras que definam essa pérola do cinema nacional! Hahaha.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

No meu ponto de vista sim! Mas dá sim para dirigir um filme por conhecimentos gerais sobre o tema.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Como sou muito fã de terror, vejo muitos filmes do gênero e encontro muitas bombas por aí. Mas acho que o pior que já vi até agora foi Pânico na Floresta 6 (2014). Eita que filme horrível, péssimo com todas as letras, nada nele se salva! A franquia Pânico na Floresta já não é lá essas coisas, só o primeiro que é o melhor, as continuações foram ruins, mas esse abusou da ruindade! Passe longe!

 

17) Qual seu documentário preferido?

Meu documentário preferido é Pronto-Socorro: Histórias de Emergência que acompanha os médicos e enfermeiros que trabalham no pronto-socorro e junto com eles presenciamos os mais bizarros e aleatórios casos que aparecem no hospital.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Sim! Costumo muito fazer isso, principalmente quando vi Bohemian Rhapsody, aplaudindo e chorando.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Quando criança eu adorava Motoqueiro Fantasma haha, mas o melhor filme com o Cage pra mim é o A Outra Face (1997), gostei bastante de vê-lo com o John Travolta.

 

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27/09/2020

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #107 - Marden Machado




O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Curitiba. Jornalista desde o início da década de 80, Marden Machado é comentarista de cinema do programa Light News, da Transamérica Light FM, bem como das rádios CBN Curitiba e CBN Londrina. É um dos curadores do Cine Passeio, em Curitiba, e é autor de quatro livros Cinemarden - Um Guia (Possível) de Filmes, lançados pela Editora Arte e Letra. Comenta um filme por dia em seu site: www.cinemarden.com.br e tem um canal no YouTube: http://www.youtube.com/cinemarden.

 


1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Cine Passeio. E não é pelo fato de eu ser um dos curadores da programação. O Cine Passeio é um espaço totalmente voltado para o cinema oferecendo cursos, oficinas, masterclasses e sessões de formação de plateia.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Foi o Fabuloso Doutor Dolittle, a versão original de 1967. Este filme me fez acreditar que existia um outro mundo além da tela.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Meu diretor favorito é Alfred Hitchcock e meu filme favorito dele é Um Corpo Que Cai.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e por quê?

Cabra Marcado Para Morrer, de Eduardo Coutinho. Além do verdadeiro desafio que foi finalizar o filme, sua história é um retrato preciso do Brasil.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É amar o cinema com todas as forças.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Nem todas. Infelizmente, boa parte das salas segue a dinâmica dos lançamentos e não possui uma curadoria que pense a programação de maneira orgânica.

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Espero que não. Acredito que não.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Cafarnaum, da diretora libanesa Nadine Labaki.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Estou na torcida para que sim.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Cada vez melhor.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

São tantos: Aly Muritiba, Anna Muylaert, Fernando Meirelles, Gabriel Mascaro, Jorge Furtado, Karim Aïnouz, Kleber Mendonça Filho, Marcelo Gomes, Petra Costa, Sandra Kogut.

 

12) Defina cinema com uma frase.

Cinema torna nossa vida suportável.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Numa sessão de O Som ao Redor, antes de o filme começar alguém estava tirando um som na sala. Era o músico Hermeto Pascoal.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Estrelando... Carla Perez.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não necessariamente. Mas se for, ajuda bastante.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Highlander II – A Ressurreição.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Cabra Marcado Para Morrer.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Muitas vezes. 

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Meu filme favorito com Nicolas Cage é A Outra Face (Face Off), de John Woo.

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Crítica do filme: 'The Day After i’m Gone'


O que fazer quando se deparar com a idade da ingratidão? Existe mesmo essa questão? As desgraças da distância na comunicação entre pais e filhos é o tema central do longa-metragem de Israel The Day After i’m Gone. Selecionado para o Festival de Berlim em 2019, usa com eficácia as pausas reflexivas do protagonista para dizer muito sobre relacionamentos. Direto e reto, o filme desde seu primeiro arco se torna uma batalha difícil de um pai em busca de entender melhor sua filha. É uma desconstrução (e depois construção) bastante comovente. Belo trabalho do cineasta israelense Nimrod Eldar (debutante em longas-metragens), que dirige e assina o roteiro desse filme.

Na trama, conhecemos o cirurgião veterinário Yoram (Menashe Noy), um homem de meia idade, sério e comprometido com seu trabalho. Quando sua filha Roni (Zohar Meidan) tenta o suicídio, ele precisa buscar ajuda aonde pode para voltar a ter diálogos com ela. Tentando ouvir todos que giram ao seu redor, Yoram embarca em uma viagem de autoconhecimento, quebrando paradigmas existentes em suas geladas e magoadas emoções.


Nada melhor define (com direito a cena inicial e perto do desfecho) esse trabalho como uma investigação, sobe a tal da roda gigante das emoções. Diálogos profundos sobre a vida, emoções, mostrando um recorte na relação de pai x filha. Há uma grande busca pela interseção, algum ponto onde os dois se encontram para poderem desenvolver. É emocionante de uma maneira bem profunda e quieta a busca desse atormentado pai. Mesmo oscilando em um ritmo muito estático, quase dizendo ao espectador onde são seus momentos para reflexão, The Day After i’m Gone é um filme que todo o psicólogo e psiquiatra deveria assistir para até mesmo debater sobre esse importante tema. Um bom primeiro filme do debutante Nimrod Eldar.

 

 

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26/09/2020

Crítica do filme: 'I See You'




A solidão e os sentimentos. Eu sempre digo que curtas e médias metragens precisam ser rápidos no gatilho quando pensamos em atenção em prender o espectador. O curta-metragem japonês I See You, dirigido pelo trio de cineastas Ryo Sato, Ayana Tashiro e Masafumi Uemur, que utiliza técnicas de animação, acaba caindo nesse problema. Demora pra ganhar ritmo, com cortes muito secos, como se não conseguisse deixar o espectador processar o raciocínio sobre o que viu. Outro fator que incomoda é que há um uso não tão bem feito do conceito das cores para abordar o imaginável dentro da trama. Um fato positivo, é uma curta sequência onde vemos uma referência ao clássico Poltergeist.

Na trama, conhecemos uma faxineira que é enviada por um comprador até uma casa supostamente mal-assombrada para limpá-la já que a casa ficou um longo tempo sem ninguém morando nela. Mas logo nos primeiros dias, a protagonista percebe que há alguém de outro mundo por ali.


Um pontapé que fica óbvio ao assistir o filme é que a não é bem feita a construção da protagonista. Um oásis no meio do sonolento roteiro, onde há uma trilha sonora importante para a narrativa encontrada pelo trio de cineastas, é quando encontra a questão das memórias para entender o contexto, mas já é tarde demais, já perdeu a atenção de muitos espectadores. Fora que de assombração é mesmo somente a falta de criatividade, já que o projeto é muito mais um drama do que terror/suspense.

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Crítica do filme: '1996'


Reviver os misteriosos OVNIS de varginha. Selecionado para o ótimo festival Rock Horror Film Festival de 2020, o média/curta-metragem brasileiro, 1996, roteirizado e dirigido pelo cineasta mineiro Rodrigo Brandão é um filme que navega em um Found Footage bastante criativo para dar luz ao seu recorte aterrorizante sobre duas amigas que resolvem cortar caminho pela cidade de varginha e veem suas vidas tomarem rumos inesperados. Em 15 minutos, Brandão consegue prender a atenção do público dessa trajetória toda filmada, ótimo uso da linguagem.

Na rápida história, acompanhamos Bia (Léa Nogueira) e Luisa (Yuly Amaral), duas inseparáveis amigas da faculdade que resolvem ir se divertir longe da cidade delas. A bordo de um Volkswagen antigo com placa de São Lorenço, Luisa resolve filmar a viagem toda com uma câmera que acabara de ganhar de presente. Quando Bia resolve pegar um desvio para fugir do trânsito, acaba indo parar na cidade de varginha onde o pneu do carro onde elas estão fura. Depois de algumas horas sem ver uma alma, encontram um homem que as ajuda mas logo um enorme barulho de coisa caindo gera curiosidade e os três vão lá ver o que é.

O uso do Found Footage (que é uma técnica de filmagem encontrada no rentável filme A Bruxa de Blair e outros sucessos de bilheteria) é bastante acertada, o filme ganha um ritmo importante e prende o espectador. Sem muitos efeitos especiais, o uso da criatividade nessas horas é a melhor ferramenta, inclusive, muito bem utilizada nesse filme. O Brasil precisa produzir mais filmes de terror, temos talento de sobra.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #106 - Vitor Stefano


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de São Paulo. Vitor Stefano é pai do Caetano e da Lorena. Eclético como os filmes de Kubrick, dramático como Almodóvar e confuso como Lynch. Um grande apaixonado por cinema criador do blog (https://sessoesdecinema.blogspot.com/) e Instagram Sessões de Cinema (https://www.instagram.com/sessoesdecinema/). Busca em seus textos e pensamentos cinéfilos uma análise crítica, ácida e filosófica sobre a 7ª arte, do contemporâneo ao clássico.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

As programações que mais gosto são as salas do Belas Artes e a programação do Itaú Cinemas. É onde consigo encontrar filmes do chamado circuito alternativo e numa região central da cidade.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

A graça do cinema me faz relembrar o antigo Geraldão no bairro da Penha. Ele era daqueles cinemas gigantescos, em salas pomposas. Não consigo me recordar o primeiro, mas um dos primeiros foi Street Fighter com meus 9 anos.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Vou responder Almodóvar por ele ter feito meu filme preferido, Fale com Ela.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Escolher um é covardia. Meu favorito talvez seja Cidade de Deus, mas vou citar o último que me marcou e pra mim é o melhor da última década: O Lobo Atrás da Porta. Tem todos os elementos que me deixam presos e imersos. Atuações brilhantes, uma história forte e marcante, conexão com a vida cotidiana, deixa pontas e dúvidas para buscarmos nosso julgamento pelos retratados. É um filmaço!

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Não se furtar a ver tudo, sem filtros, sem limites e gostar disso, fazer disso um hobbie.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Os cinemas são negócios e eles conhecem de ganhar dinheiro. Acredito que mais do que entender o cinema é que o público entende de cinema. O cinema é uma arte e quando falamos das salas falamos de empregos, investimento e lucro.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acredito que acabar não vão. Acredito que vão passar a ser em certo momento mais escassas principalmente pelo acesso fácil por streaming. Eles ocupam lugares gigantes em shoppings que tem aluguéis caros. Pensando como negócio não vejo em longo prazo como viáveis exceto para os grandes lançamentos.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Seu público é cinéfilo e é difícil indicar algo assim, mas vou citar um dos primeiros filmes que vi no cinema e me fez abrir minha mente além do que via antes que foi O Escafandro e a Borboleta.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Acredito que não. Na verdade, entendo que somente as atividades essências deveriam abrir. Mas como tudo já abriu, entendo que possam abrir seguindo as regras de distanciamento.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

O cinema brasileiro é dos melhores do mundo. Sem dúvida alguma. Desde a retomada temos uma diversidade tão grande quanto o próprio Brasil. De Central do Brasil a A Vida Invisível há uma centena de filmes de qualidade genial entre documentários, das animações que vem crescendo, do cinema pernambucano, de roteiros engenhosos. Sou suspeito. Amo o cinema nacional.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Sou fã de Caio Blat.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Duas horas pra entrar num outro mundo.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Ao final de A Pele que Habito um homem vestido como um eremita subiu na poltrona e gritou: isso é uma comédia e deu risadas macabras por um tempão. As pessoas ao redor de entreolhavam entre o riso e a vergonha alheia.

 

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Pau que nasce torto, nunca se endireita...

 

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não acho que seja uma premissa. Há muita gente que é apenas profissional. Mas é difícil essa constatação pois faz parte do estudo e de crescimento ver muitos filmes, estudar, analisar.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Caraca... difícil escolher um. Vou citar o pior desse ano: 365 DNI.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Tem tanta coisa nesse gênero que amo. Vou ficar com Santiago do João Moreira Salles. É de um lirismo quase ficcional acompanhar a história desse personagem tão peculiar.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Só em pré estreias. Mas mentalmente eu bato sempre...

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Fico entre Adaptação e O Sol de Cada Manhã.

 

 

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Crítica do filme: 'Seremos Ouvidas'


O cinema tem esse poder de fazer por exemplo a comunidade surda se sentir orgulhosa e representada com uma obra que rompe fronteiras das mais diversas que podemos imaginar. Segundo filme da cineasta Larissa Nepomuceno, Seremos Ouvidas mostra um pequeno recorte do movimento feminista surdo. Informativo e interessante para todos os públicos, o estudo da diretora foi amplo e bastante certeiro, assistiu muito filmes sobre surdez ou pessoas surdas e não perde o quadro, com as mãos e os troncos sempre visíveis para as pessoas surdas quando assistirem poderem entender o filme por completo.

Ao longo do filme, de 15 minutos, conhecemos três corajosas mulheres surdas. Conhecemos Gabriela, 28 anos, feminista, negra, mãe de dois filhos, trabalha com palestra sobre violências contra a mulher. Após estar sofrendo e amparada pela família, resolveu pesquisar sobre o machismo através de sessões de terapia e passou a entender melhor o tema e resolveu ajudar a outras mulheres que vivem ou viveram o mesmo drama. Também conhecemos Celma, psicológica, que atendeu vários pacientes surdos que explica de maneira bem simples que é preciso mostrar o sofrimento para se identificar. Tem também Klicia, de João Pessoa, professora de literatura surda. Cordelista, faz poesias sobe cultura nordestina. Ela já foi assediada duas vezes, e numa dessas perguntou como que iriam acreditar nela já que não existem meios de comunicação que façam o atendimento de maneira clara e detalhada de denúncias para pessoas surdas. Quando uma mulher que não é surda liga para denunciar um abuso ela consegue se comunicar facilmente e procurar proteção. E as mulheres surdas? Como vão agir se passarem por abusos? Klicia sugere um aplicativo para ajudar as mulheres surdas nessas horas.


Passando pelo movimento feminista de surdas e a violência que muitas mulheres sofrem, outra forte questão levantada e uma das conclusões que chegamos quando assistimos aos relatos é a de que há muita pouco informação sobre a comunidade surda. Falta acessibilidade, palestras e bom senso. Um filme importante, curto, mas que levanta ótimos debates.

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25/09/2020

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #105 - Nane Lessa


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

Nossa convidada de hoje é cinéfila, do Rio de Janeiro. Leidiane Lessa, mais conhecida como Nane Lessa, é psicóloga e arte educadora. A arte sempre teve papel fundamental e afetivo na sua história. Possui vários momentos da infância marcados pelos filmes que assistia com sua mãe. Há algum tempo, assiste pelo menos 200 filmes por ano. Como seus amigos sempre a procuravam em busca de indicações, daí veio a ideia de criar um Instagram com dicas de filmes o @umtakeumfilme (instagram.com/umtakeumfilme).

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Eu amo o Cinema Estação! Tem os filmes mais alternativos e com diretores menos conhecidos. Ainda conta com uma livraria! O ambiente e decoração são acolhedores. Torcendo para que sobreviva a pandemia!

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Réquiem para um sonho. Apesar de não ter assistido no cinema, foi um marco para mim.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Muito difícil responder essa pergunta. Um dos preferidos. Wes Anderson! O filme: Grande Hotel Budapeste! Ou Christopher Nolan! Interestelar.

 

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Bacurau, apesar de amar Cidade de Deus, também! Mas Bacurau é um acontecimento socioantropológico! É moderno, crítico, real, com um roteiro impecável!

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É ter a vida, pensamentos e ideias, transformados por meio de filmes! É aprender através deles!

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não!

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Espero que não!

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Alabama Monroe.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Levando em consideração que quase tudo já abriu, acho que sim.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Acredito que o cinema nacional vem evoluindo aos poucos! Os últimos anos foram importantes. O cinema do Kleber Mendonça Filho é importantíssimo e tem muita qualidade.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Admito que nenhum ator, apesar de admirar o trabalho do Selton Mello, Irandhir Santos e Jesuíta Barbosa. Não perco nenhum filme do Kleber Mendonça Filho.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Tudo pra mim!

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Uma mulher tendo crise de riso, em momentos aleatórios, na pré-estreia de Vingadores, umas 2h da manhã!

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Nunca vi, mas deve ser um espetáculo! Hahahaha.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não acho que precise, mas acredito que, para se fazer um bom filme, você precisa já ter assistido muitos filmes, ser cinéfilo. Claro que existem pessoas foram da curva, que conseguem ser bons diretores sem serem cinéfilos, mas no meu mundo ideal, todos seriam cinéfilos!

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

SPF-18.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Last Breath.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

SIM!

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

60 segundos.

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Crítica do filme: 'Travessia'


O olhar para o passado através das imagens que falam muito pelas entrelinhas. Uma das coisas mais legais nos diversos festivais de cinema online que nasceram a partir da fase reclusa de nós seres humanos (sem salas de cinema principalmente) na batalha diária contra a covid-19 é a possibilidade de chegar ao público diversos longas, curtas, médias-metragens que, entre outros fatores, por conta da dinâmica acelerada de nossas vidas, acabam não tendo a chance de exibição nas tantas janelas que existem. Em Travessia, curta-metragem, com cerca de cinco minutos de projeção, a diretora baiana Safira Moreira consegue um dinamismo e conteúdo louvável para mostrar as entrelinhas nas fotografias que garimpa de mulheres negras nas feiras de antiguidades espalhadas pelo Brasil. Um filme simples, rápido mas que nos faz refletir bastante.

Uma foto conseguida na feira da Glória no RJ, comprada por um real, se torna o pontapé inicial dessa jornada que não deixa de ser um retrato comovente e verdadeiro, um espetáculo intimista mas que fala de tantos para muitos. Com trechos do impactante poema Vozes Mulheres de Conceição Evaristo e uma pequena passagem da música Juana de Mayra Andrade o filme pode ser refletido com um pequeno recorte sociológico sobre, principalmente a estigmatização da representação do negro. O projeto foi exibido na abertura do Festival Internacional de Cinema de Rotterdam 2019. Tem link do filme completo no youtube, procurem, vale a pena conferir.

 

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24/09/2020

Crítica do filme: 'An American Pickle'


A comédia como forma de análise superficial sobre as dinâmicas mundanas. Não é de hoje que Seth Rogen procura trabalhos onde a comédia camufla críticas sociais que não são profundas mas que deixam lacunas interessantes quando enxergamos as analogias e ou entrelinhas daquilo que quer ser dito. Em An American Pickle, produzido por Seth e o tendo como protagonista, encontramos vários tipos de situações lógicas em relação a interpessoalidade, mídias sociais e trabalho na ótica inusitada de um homem que parou no tempo e retornou cem anos depois. Debutando em longas-metragens, Brandon Trost assina a direção.

Na trama, baseada numa história de Simon Rich (que assina o roteiro do filme) conhecemos Herschel Greenbaum (Seth Rogen) um imigrante que vai para os Estados Unidos em busca de oportunidades e acaba indo trabalhar em uma fábrica de picles até se envolver em um acidente que o deixa preso em um reservatório de picles durante cem anos. Quando acorda, de maneira bastante inusitada, acaba sendo levado aos cuidados de seu único parente vivo Ben Greenbaum (também Seth Rogen), seu bisneto. Juntos, tentarão se entender em um mundo cheio de oportunidades mas totalmente novo para Herschel.

O exercício quase estrambótico de An American Pickle tem bons momentos que nos levam a reflexões mesmo que a dose ácida da comédia de Rogen acabe desviando aos poucos o foco do pensar. Aborda temas como tecnologia, redes sociais, opinião pública, família, trabalho, política de imigração... há uma certa crítica em todo o percurso dos personagens. Os arcos são bem arrumados, de certo ponto até corridos, mas nada que atrapalhe o ritmo. Pode ser que alguns se incomodem com alguns diálogos repletos de palavras ao vento feitas para rir, mas esse riso do absurdo quase sempre é camuflado por uma entrelinha interessante de analisar.

Navegando nos gêneros, como comédia funciona na maior parte do tempo, como stand up de Rogen nem tanto, como drama é uma boa comédia.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #104 - Rodrigo Abreu Teixeira


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

Nosso entrevistado de hoje é um grande cinéfilo, carioca. Um dos melhores produtores da atualidade de todo o mundo. Rodrigo Abreu Teixeira em 2006 lançou a RT FEATURES e o primeiro filme lançado? O ótimo O Cheiro do Ralo, adaptação dirigida por Heitor Dhalia baseado no romance de Lourenço Mutarelli. Um outro exemplo de um de seus ótimos projetos, produziu em 2017 o filme aclamado pela crítica Me chame Pelo Seu Nome, dirigido por Luca Guadagnino e vencedor do Oscar de melhor roteiro adaptado. Com um olhar cirúrgico nas escolhas que faz, esse carioca quase paulista que viaja muito pelo mundo e até produz filme do Brad Pitt (Ad Astra dirigido pelo James Gray) é uma grande enciclopédia cinéfila.


Obs: Grande Rodrigão. Nunca nos vimos pessoalmente, sempre fui seu fã à distância. Uma pena você não poder ter ido mais ao Cine Joia Copacabana, onde eu fui programador por anos, para tomarmos um café e falarmos sem tempo no relógio sobre os filmes e esse mundo mágico da sétima arte. Para todos nós que amamos cinema, falar sobre essa arte é a ação mais legal que existe ainda mais com outro grande cinéfilo. Nós cinéfilos somos orgulhosos de ter alguém como você fazendo tanto sucesso no mundo audiovisual mundial. Um dia tomaremos um café aí pelo mundo!   

 


1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Tenho duas favoritas. Como viajo muito, vou citá-las: Quad e Meteograph em NY (especializadas em bom cinema) e o Reserva Cultural em São Paulo.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Amadeus de Milos Forman.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Vou citar 3:

John Ford - Vinhas da Ira,

CoppolaO Poderoso Chefão 1 e 2.

Scorsese - Rei da Comédia e Os Bons Companheiros.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Pixote - acho uma obra prima, um grande filme, mexeu muito comigo quando o vi jovem, e quando entendi o que era São Paulo.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É a minha vida.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não necessariamente.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não acredito, de maneira nenhuma.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

The Setup de Robert Wise (vi recente) e Fat City (John Houston).

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Eu não reabriria.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Excelente fase.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Karim Ainouz, Walter Salles e Carolina Jabor.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Amor.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema

Assistindo a Romeo e Julieta de Baz Luhrmann no cinema antigo do Shopping Iguatemi uma turma de meninas começou a cantar durante toda a sessão pópópópópó até na hora que a julieta morre, nesse momento a sala Inteira do cinema se levanta e expulsa elas da sala. Tiveram que sair escoltadas.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Sem comentários.

 

15) Você é um dos maiores produtores brasileiros. Com que artistas gostaria de trabalhar nos futuros projetos que ainda não conseguiu?

Não tem um especifico. São tantos.

 

16) A pandemia destroçou o universo cinematográfico nesse ano. Daqui a quanto tempo você acha que o audiovisual brasileiro vai conseguir se reerguer?

Temos potencial para que seja muito em breve mas vai ser feito um esforço.

 

17) Qual pior filme que você viu na vida?

Essa é sacanagem, não tenho um, são vários.

 

18) Qual o cinema mais lindo do mundo que você teve a oportunidade de conhecer?

Eu amo Palais de Cannes.

 

19) Que dica você daria para a nova geração que se interessa por cinema e gostaria de trabalhar em algum ramo da sétima arte nacional?

Persistência.

 

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #103 - Miguel Vasconcellos


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.


Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo e formado em cinema e jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Miguel Vasconcellos foi assistente de som em diversos curtas-metragens da universidade, como Laura e Luís e O Metro Quadrado. Foi editor e redator do site Cinebook, especializado em livros de cinema.  Produziu e fez curadoria em diversos projetos da Secretaria de Educação de Niterói como Cine Escola e Cine EJA e também em cineclubes do Núcleo de Produção Digital de Niterói (NPD). Atualmente produz e faz curadoria em diversos cineclubes e mostras de cinema do Núcleo de Cineclubes de Niterói (NuCiNi).


1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

O Cine Arte UFF, que une uma ótima programação, sala confortável, ótima imagem e som, e ingresso barato.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Dersu Uzala, de Akira Kurosawa.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

David Cronenberg e A Mosca.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Tem tantos filmes nacionais clássicos maravilhosos que amo como Limite, O Bandido da Luz Vermelha, Noite Vazia, O Pagador de Promessas, mas um que revi recentemente e que não envelheceu nada é Bye Bye Brasil, de Cacá Diegues. Inclusive ele é certamente influência para diversos diretores da geração 2000.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É sempre procurar conhecer novos filmes e descobrir filmes antigos. Tem até uma denominação que gosto de usar: "arqueólogo cinematográfico".

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acredito que os cinemas de arte têm pessoas que entendem e tem paixão pelo cinema, ao contrário dos que montam a programação em cinemas de shopping, programando filmes muito comerciais e que visam o lucro.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acho e espero que não. 

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Weekend, do diretor Andrew Haigh. É um filme LGBT, mas que deveria ser assistido por todos porque o tema é universal: fala de um relacionamento amoroso e o fim dele.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Acredito que não é viável economicamente abrir agora pois grande parte da renda dos cinemas é com a bomboniére. E realmente não dá para tirar a máscara em um ambiente fechado para consumir pipoca. A solução temporária são os drive-ins.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Excepcionalmente boa. Essa nova geração de cineastas é muito talentosa e nunca se fez tantos filmes brasileiros com qualidade numa geração de cineastas.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Nenhum. Rs. Eu vou primeiramente pelo roteiro e história do filme, e/ou diretor.

 

12) Defina cinema com uma frase:

 

"Cinema é a fraude mais bonita do mundo" (Jean-Luc Godard)

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Não dá pra contar aqui não. Rs

 

14) Defina Cinderela Baiana em poucas palavras...

Não tenho como definir porque nunca vi.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Era para ser a condição primordial, né? Mas realmente se esperar o quê? Vários estudantes de cinema nem assistem filmes regularmente.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Alguns em festivais de cinema.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Cabra Marcado Para Morrer, de Eduardo Coutinho.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Sim, poucas vezes, geralmente em festivais de cinema. O último que bati palmas foi Bacurau.  

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Coração Selvagem, de David Lynch.

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23/09/2020

Crítica do filme: 'A Vida Extraordinária de David Copperfield'


A vida e sua trajetória: o que para alguns pode parecer até um conto de fadas! Não se engane, não tem nada de ilusionismo nas próximas palavras. Baseado no livro de Charles Dickens chamado David Copperfield, publicado em meados de 1850, The Personal History Of David Copperfield, dirigido pelo cineasta escocês Armando Iannucci (A Morte de Stalin) é antes de mais nada uma metáfora muito inteligente por trás de toda a luta de classes diferentes, em um período antigo onde o mundo buscava seu desenvolvimento. Repleto de personagens excêntricos (lembra até certo ponto a obra-prima de Tim Burton, Peixe Grande e Suas Maravilhosas Histórias), com uma direção de arte impecável, a saga de David é muito dinâmica, não dá tempo para piscar. Há também um desfile de artistas competentes que formam um conjunto harmônico de grandes atuações.

Desde seu nascimento e dentro de uma narrativa/cronologia corrida, com um ar de filme épico, em The Personal History Of David Copperfield, conhecemos David Copperfield (Dev Patel), um jovem que após sua amorosa mãe Clara (Morfydd Clark) se casar novamente é expulso de casa pelo novo padrasto Murdstone (Darren Boyd) e enviado aos cuidados do malandro Mr Micawber (Peter Capaldi). A partir daí, sua vida muda radicalmente e ele cresce em busca de seu quase evidente sonho de contar suas inimagináveis histórias para os que querem ouvir, assim entende melhor o mundo em que vive, faz amizades, encontra a inveja mas também descobre o amor.


A vida é uma trajetória fantástica para quem assim a quiser e tiver coragem de se arriscar nela. Colocando todo um contexto sociológico importante (posso até dizer que algumas situações quase atemporal) como plano de fundo, a saga de David é daquelas que beiram ao mirabolante. Iannucci consegue dar algum sentido ao clichê do lema ‘desastre ao triunfo’ colocando uma lupa sobre as classes e suas linhas distantes, além de dar uma sutileza e sensibilidade aos ótimos e peculiares personagens que vão chegando aos montes durante todas as passagens da vida do personagem título. Um belo trabalho, pra você enxergar muita coisa pelas entrelinhas.

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Crônicas de um Cinéfilo Solitário #2 - Meses sem cinema, uma lacuna insubstituível


Quando começou essa fase louca de nossas vidas em 2020, acredito, que ninguém esperava um impacto tão grande em nosso cotidiano. Uns estão conseguindo se recriar como pessoas, outros piorando como ser humano...alguns nem aí. Nenhum cinéfilo pensou algum dia que todas as salas de cinema do planeta fechariam suas portas por conta de uma epidemia que só fora visto algo parecido naqueles filmes tensos de infecções generalizadas ou até mesmo nos filmes de zumbis que sempre aparecem ano após ano. Algumas pessoas enlouqueceram ao ponto de virarem corajosos guerreiros virtuais apontando dedos e não respeitando a opinião dos outros. A indústria cinematográfica em completo caos, somado, aqui no Brasil, a um governo que parece ter riscado cinema ou qualquer arte de suas prioridades. Ah! Mas tem os streamings, mas é a mesma coisa? Tudo muito confuso, tenso e cheio de discordâncias. Mas aqui vamos tentar falar um pouquinho daquele sentimento gostoso de sentar em uma sala de cinema e ver um filme e o que quanto isso faz falta em nossos dias tão nublados.

Qual o impacto para alguém que ama estar em uma sala de cinema muito por conta do seu impacto calmante? O que fazer sem sua dose certeira de um certo oásis em meio caos diário de nossas rotinas repletas de emoções? Não dá pra descrever! Anos 90 sem a banda Raça Negra, Nicolas Cage sem filmes ruins, a banda Roupa Nova sem fazer parte de trilha de novelas... estar sem cinema hoje é tão enlouquecedor quanto pensar nesses paralelos verdadeiros. Para os mais intensos cinéfilos, a falta das salas de cinema está fazendo muito mal. Bravuras políticas, invejosas, ou não, nunca vistas em suas realidades antes aparecem pelos meios perigosos e as vezes sombrios das redes sociais onde se tornou nessa pandemia em um imenso faroeste onde atiram frases soltas sem remetentes tentando mirar quem veste a carapuça para assim se começar brigas que poderiam nem se iniciar caso o respeito pela opinião do outro fosse respeitada. A verdade nesses casos, é que esses valentes da internet que transmitem gostar e entender mais de cinema do que os outros são na verdade pessoas tristes que sentem falta de sua forma de sonhar, a tela enorme de um cinema. Ali, numa sala de cinema, a cada interpretação que faz do que acontece na tela, vira um reflexo do pensar, acalma, isso acaba sendo um antídoto contra babaquices em uma zona virtual. Sem o antídoto, já viram né...vira loucura. Mas o cinema é democrático, até gente chata pode gostar dele.


Me solidarizo com os profissionais audiovisuais que estão sem trabalhar, ou que vivem de alguma forma dessa indústria que entrou em um quebra-cabeça complicado de resolver. Ver seu ganha pão acabar de uma hora para outra é angustiante. Mesmo sabendo que muitos da alta gerência, que tomarão decisões sobre reaberturas e tal, passam longe de gostar de assistir a um filme numa sala de cinema. Anos atrás, quando entrei nessa indústria cinematográfica com a força e vontade de um amante da sétima arte em mudar toda uma dinâmica, percebi logo que são poucos os que entendem e amam cinema a ponto de quererem mudanças profundas em uma indústria dominada por grandes empresas. Alguns dos que amam cinema realmente e trabalham nessa indústria, tem medo de represálias por expressarem opiniões ou quererem mudanças, isso ficou óbvio com o desespero, a meu ver precipitado, no movimento dos exibidores em abrirem as salas de cinema, com venda de comida, em um mundo ainda sem vacina.  


E os streamings? Netflix, Amazon, Mubi ou qualquer outra ótima ferramenta dos novos tempos NUNCA irão substituir assistir a um filme em uma sala de cinema. Seja ela qual for e do tamanho que for. A mágica existe dentro do cinema, os filmes são feitos pensando em serem exibidos naquela imensa tela (mesmo poucos conseguindo a façanha). Os streamings são complementos, janelas secundárias que uma corrente que vem crescendo rapidamente luta para torná-la muito competitiva com a sala de cinema o que de fato deve acontecer em breve, fator que vai reduzir demais as salas que temos.


Com toda essa loucura espalhada para qualquer pensamento que tenhamos, inclusive pra mim, escrevendo esse texto às quatro da manhã após acordar de um pesadelo que mais parecia um filme, uma coisa é certa: seja chato, valente das redes sociais, gente boa, coração bom, coração triste e outras combinações de emoções que você tenha ou possa futuramente ter, nós cinéfilos, estamos todos nos sentindo presos, olhando para uma ampola cheia de ajustes nas regras sociais, higiênicas e médicas, contando os minutos para nos encontrarmos com nosso refúgio mais próximo do sonhar. Mesmo cheios de propagandas insuportáveis, que inclusive cortam as possibilidades de serem exibidos curtas antes dos filmes (era lei isso não?), mesmo com algumas programações feitas por pessoas que não conseguem adequar cinema de qualidade com o capitalismo necessário e insistem na robótica de abocanhar o mercado sem qualidade e nenhum pingo de criatividade, uma sala de cinema sempre será o nosso lugar preferido. Seja ela qual for.    

 

 

 

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #102 - Cadu Moura


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.


Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, escritor, roteirista e crítico de cinema. Cadu Moura é autor de dois livros - Descobrir Filmes - Um Guia de Filmes Pouco Lembrados de Grandes Diretores (2018) e Guia dos Mochileiros do Cinema - os melhores filmes sobre qualquer assunto” (2020), além de colecionador de filmes em DVD e blu-ray, com acervo de mais de 2 mil filmes.

 


1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Estação Botafogo, pois foi lá que eu realmente comecei a abrir minha mente para cinemas para além do circuito hollywoodiano que ocupa a maioria de nossas salas.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Mesmo não sendo uma das minhas primeiras experiências no cinema, acho que ver Cabo do Medo com meu pai no saudoso Condor Copacabana foi a primeira vez que deu um estalo e entendi o papel da sala na minha experiência. Tinha dez anos e provavelmente aquele foi o primeiro “filme adulto” que vi no cinema (mas antes já tinha visto outros filmes do perfil sempre com meu pai, via VHS).

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

É a pergunta que o cinéfilo mais sofre para responder, e sou dos que acham que esse nome muda sempre. Então digo que, atualmente, meu cineasta predileto é o Robert Altman, e meu filme preferido dele seja Nashville.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Eles Não Usam Black-Tie, do Leon Hirszman. Pela temática política da conjuntura, e como isso se relaciona na relação de pai e filho, um tema recorrente para mim por motivos sentimentais.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Parece genérico, mas acredito que seja gostar de cinema. Mas gostar mesmo, de tudo, sem dividir, questionar gostos adversos ou colocar seu gosto intocável para opiniões alheias. Até porque o cinema cresce muito com os debates, como qualquer outro braço da cultura, e gostar de cinema para mim inclui aceitar essa diversidade e ter maleabilidade para acessar tudo.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Sim, porém acredito que as prioridades na programação não passam por curadoria e sim por retorno comercial, e o próprio mercado da forma que é regulado e organizado justifica isso.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não, mas com certeza será algo muito nichado. Por diversos motivos acho que as novas gerações cada vez menos associarão o cinema a uma experiência bacana de entretenimento ou cultura. Pelo que a tecnologia oferece a eles, e pelo nível de concentração que eles não possuem e não são estimulados a ter, formando uma geração meio disléxica, pouco interessada em conteúdo e mais em atrativos sensoriais mesmo que vazios.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Vou indicar o mais recente que vi, para me facilitar: Walker – Uma Aventura na Nicarágua (1987), de Alex Cox (mesmo diretor de Sid e Nancy e Repo Man). Uma verdadeira aula de comédia sobre o imperialismo norte-americano e como o discurso liberal serve de ponte para regimes autoritários.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

De jeito nenhum. A razão vem sempre antes da paixão.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Enquanto as políticas de sustentabilidade vigoraram, estava ótima. Dava gosto ver tanta diversidade de cinemas no nosso país, com o regionalismo bem presente e orgulhoso de si. O cinema nordestino contemporâneo nos lembrou que a origem do Cinema Novo veio de lá também, a população cinéfila é sem memória assim como o povo brasileiro em geral.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Já foi o Beto Brant, mas atualmente está sendo o Cláudio Assis.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Vamos de Welles: “O cinema é um fluxo constante de sonhos”

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Foi na cabine de imprensa do ótimo filme canadense Antologia da Cidade Fantasma, onde no início do último ato a tela começou a ser tomada por uma tela verde que ia ocupando a tela até não conseguirmos mais ver nada do filme, e aí do nada o nosso colega e amigo Mario Abbade levantou e se dirigiu à sala de projeção e literalmente pegou o problema nas mãos e resolveu, voltando o filme ao ponto que começamos a perder a imagem e ver da forma apropriada. Acho que foi minha única experiência de autogestão numa sala de cinema.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Cinema popular.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Acho uma importante qualidade para incrementar sua visão e criatividade através de boas referências, às vezes pouco conhecidas e que seu filme pode ser um veículo de aprofundamento ao espectador. Para mim não existe um bom contador de histórias que não conheça várias boas histórias, referencial é tudo na busca pela evolução.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Essa resposta é tão difícil quanto escolher o melhor, então vou citar um péssimo filme visto recentemente: Incendiário (2008).

 

17) Qual seu documentário preferido?

Cabra Marcado Para Morrer (1984), de Eduardo Coutinho.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Apenas mentalmente. 

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Coração Selvagem (1990), de David Lynch.

Continue lendo... E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #102 - Cadu Moura