26/05/2021

8 e 1/2 em 20 - Sabrina Fidalgo - Episódio #10


Esse é o '8 e 1/2 em 20', programa de entrevistas feitas por lives no Instagram do @guiadocinefilo, toda 4a, às 19:30​ hrs, com cinéfilos e profissionais que de alguma forma contribuem para o audiovisual. 


Nesse episódio, recebemos a cineasta e cinéfila Sabrina Fidalgo. 


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Crítica do filme: 'Riders of Justice'


A eterna busca sobre as razões e/ou porquês da vida. Completando cerca de 20 anos de carreira, seja como roteirista ou diretor, o cineasta dinamarquês Anders Thomas Jensen escreve e dirige um profundo drama, puxado inclusive para a psicologia, camuflado de ação. Há leveza didática para nos mostrar os problemas diversos psicológicos que os personagens possuem. Onde há o riso também há reflexão. Tem o pós luto de um militar frio que viveu mais tempo no exército do que com a própria família, estáticos e matemáticos com problemas de aceitação, bullying e traumas de violência no passado. Riders of Justice é dinâmico, vivo e pulsante. Em cena, um show de Mads Mikkelsen, Nikolaj Lie Kaas e cia.


Na trama, conhecemos o militar Markus (Mads Mikkelsen) que após prorrogar sua missão em algum lugar do mundo fica sabendo que sua esposa faleceu em um acidente dentro de um trem onde inclusive estava sua filha que sobreviveu. Aprendendo a lidar com a filha que pouco conhece por estar sempre defendendo seu pais em missões pelo planeta, seu destino acaba se unindo a de Otto (Nikolaj Lie Kaas) um matemático que busca em suas lógicas de softwares paralelos entre ocorridos e pré-disposições de ações anteriores, inclusive estava no mesmo trem que a esposa de Markus e desconfia que não fora um acidente. Assim, essas duas almas, juntamente com outros personagens vão buscar os responsáveis pelo ocorrido. Mas quem é o real responsável?


Os números não mentem. Será? Não é bem uma amizade no início formada pelo excêntrico grupo, é uma aceitação do mesmo objetivo por cada um de maneira única e não igual. Impressionante como as linhas do roteiro buscam nas lógicas matemáticas até mesmo suas aplicações de dinamismo da trama. Em duas retas paralelas acompanhamos dois homens em busca de provação para uma tragédia, as inteligentes analogias com o xadrez, ações atribuindo resultados, com todas as peças na mesa, até mesmo as profundas interpretações da fé no luto (conflito entre realidade e fantasia?). O equilíbrio entre o drama e a ação é feito de maneira muito sutil, ainda com recursos cômicos de um humor ácido e sangrento.


O lado psicológico do intensificado abalo emocional de um luto mal vivido, chega por diversas variáveis, talvez a transformação mais sentida é a de Markus, uma desconstrução sentida já nos arcos finais quando as razões lógicas, as estatísticas e as coincidências parecem de alguma forma fazer sentido para esse ser humano gelado que não expressa um sorriso durante todo o filme. Mais um trabalho muito difícil e sensacional de um dos melhores atores do planeta Mads Mikkelsen.

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25/05/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #427 - Vitor de Oliveira


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de São Paulo. Vitor de Oliveira tem 44 anos, é roteirista, escritor, professor e dramaturgo. Criador do blog “Eu prefiro melão”, um dos pioneiros a publicar textos de conteúdo próprio voltado para o universo da teledramaturgia, que deu origem ao seu primeiro livro “Eu prefiro melão – melhores momentos de um blog televisivo”. Atualmente, é um dos redatores finais do humorístico “Vai que Cola”, exibido pelo canal Multishow, onde também foi roteirista da série “A vila”.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Cine Belas Artes, pela tradição e excelente programação.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Algum filme dos Trapalhões, que eram obrigatórios nas férias escolares das crianças da minha época.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Pedro Almodóvar. Tudo sobre minha mãe.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Bye, Bye Brasil, de Cacá Diegues. Décadas depois permanece atual e necessário.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É amar cinema, assistir a muitos filmes por dia nos festivais ou simplesmente ir ao cinema numa tarde ensolarada no meio da semana.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não a maior parte, mas aqui em São Paulo tem um circuito de filmes alternativos bem bacana.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Espero que não.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

O Baile, de Ettore Scola. Uma aula de história da França do século XX contada sem diálogos. Genial!

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Sim, se cumprir todos os protocolos de segurança.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Muito boa. Viver de cinema atualmente no Brasil é um ato heroico.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Betty Faria. E diretora, Laís Bodansky.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Pessoas de mentira nos contando histórias de verdade.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Bete Mendes sentou do meu lado e me ofereceu pipoca. Que honra! (risos).

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Singular.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Amar o que se faz é sempre bom.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Já esqueci.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Maria Bethânia - música é perfume, de Georges Gachot.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Sim, muitas vezes. Nos festivais de cinema isso acontece. Lembro que a premiére de Pequena Miss Sunshine foi ovacionada e com muitos aplausos ainda durante o filme.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Peggy Sue, seu passado a espera. Nem é dos mais badalados, mas bate forte em minha memória afetiva.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Adoro cinema.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Netflix.

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Crítica do filme: 'O Mundo de Gloria'


Nas dificuldades que conhecemos a dura realidade que nos atinge. Buscando ser sincrônico com a realidade de muitos, O Mundo de Gloria explora a questão do trabalho na França, as oportunidades, as escolhas, uma curta visão sobre dificuldades no empreendimento, também abre um grande holofote para questões e dramas familiares. Indicado ao Leão de Ouro em Veneza no ano de 2019, escrito e dirigido pelo cineasta francês (nascido em Marselha) Robert Guédiguian, o drama busca ser um retrato comovente sobre como é viver nos limites de uma sociedade capitalista e com chances para poucos.


Na trama, conhecemos uma família que começa e buscar sentido em seus problemas após o nascimento de Gloria. A esforçada avó que tem que pegar mais de um turno no trabalho como faxineira de grandes empresas, tem o avô da recém-nascida, que esteve preso por duas décadas após uma situação mal compreendida, A sobrevivência em tempos tão complicados chega também no contexto dos jovens pais de Gloria, a mãe é vendedora de uma loja de artigos femininos, o pai é motorista de Uber. Há também a tia e suas impressões muitas vezes cruéis sobre a irmã, que mesmo criadas juntas possuem distanciamento na forma de pensar. A interseção chega com as dificuldades de cada integrante dessa família e seus subsequentes problemas financeiros que afetam a todos de alguma forma.


Ambientado em uma Marselha nos tempos atuais, Guédiguian, como em outros filmes de sua autoria, busca um olhar mais detalhado sobre as condições sociais e financeiras de famílias em busca de dias melhores. A partir disso, várias situações nos levam a reflexões variadas conforme são feitas as escolhas dos amargurados personagens. Mesmo na superfície em muitas questões, como por exemplo fazer ou não fazer greve no trabalho, as razões em um embate sobre o risco de ser demitido e o justo aumento de mais direitos para o trabalhador são válidos para nos fazer ecoar em nosso pensar sobre esses tempos tão complicados para muitos não só nos países da Europa camuflados de potência econômica.


Vencedor do prêmio de Melhor Atriz no Festival de Veneza de dois anos atrás (Ariane Ascaride), O Mundo de Gloria mesmo sendo visto como vários recortes reverberando dentro do universo trabalhista secundário (mão de obra não muito qualificada) consegue retratar a beirada do caos emocional de uma família limitada de dentro pra fora e de fora para dentro. Não há margem para perfeição na luta diária de cada dia.  

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8 e 1/2 em 20 - Bruno Giacobbo - Episódio #9


Esse é o '8 e 1/2 em 20', programa de entrevistas feitas por lives no Instagram do @guiadocinefilo, toda 4a, às 19:30​ hrs, com cinéfilos e profissionais que de alguma forma contribuem para o audiovisual. 


Nesse episódio, recebemos o historiador e crítico de cinema Bruno Giacobbo. 


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24/05/2021

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Pausa para uma série: 'Undercover' (Operação Ecstasy)


Partindo de uma operação policial (baseada em fatos reais), um enorme e complexo ramo dramático inextricável, ao longo dos dez episódios da primeira temporada do seriado belga-holandês Undercover, ou Operação Ecstasy no Brasil, é criado seguindo o caminho de outras boas produções do gênero mas sempre tentando ter sua identidade e reflexões próprias. Disponível na Netflix, consegue colocar uma carga bem densa na profundidade que atinge nos fazendo a todo tempo perguntas sobre quais são os limites mesmo você estando do lado certo da lei. Interessantíssimo seriado que até ganhou um filme Spin-off chamado Ferry (o vilão desse seriado), também disponível na líder dos streamings.


Na trama, acompanhamos a saga ao longo de meses dos agentes infiltrados de uma parceria entre a polícia Belga e holandesa, Bob (Tom Waes) e Kim (Anna Drijver). Eles se passam por namorados próximos a um dos chefões do tráfico no local Ferry Bouman (Frank Lammers) que é casado com Danielle (Elise Schaap). Lutando para manterem suas identidades em sigilo total, passam por diversas situações complicadas ao longo desse tempo levando-os a uma série de inconsequências sempre na linha tênue entre razão e emoção.


Violento e intenso. Undercover, como todo projeto ligado à agentes infiltrados não esquece de nenhum elemento de sua dinâmica: traíras, relacionamentos proibidos, assassinatos, violência, decisões difíceis, sacrifícios, amizade... Consegue seu diferencial dentro dos intensos dramas não só dos dois policiais infiltrados mas também do poderoso vilão da trama e sua esposa, o primeiro um homem repleto de mistérios e ações inesperadas que usa e abusa de suas emoções ligados à uma razão quase que escondida camuflada na violência que sempre deixa pelo caminho, a segunda uma coadjuvante importante que dentro de seus desejos secretos começa a influenciar decisões dentro do que assistimos, se tornando peça chave para o intenso desfecho (o episódio final, mesmo que bem objetivo, beira ao brilhantismo).


Para quem curtiu Família Soprano, esse é um prato cheio. A segunda temporada inclusive já está disponível na Netflix.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #426 - Lou Cardoso


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de Porto Alegre (Rio Grande do Sul). Lou Cardoso tem 30 anos é jornalista. Também formada em Produção Audiovisual e pós-graduada em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia, todos pela PUCRS. É redatora e repórter no Correio do Povo. Trabalha editando e produzindo matérias para o site do jornal e para o blog Correio Feminino. Tem um blog com resenhas de filmes, chamado Cine Looou, desde 2014. Além desta página, também escreve sobre cinema, séries e cultura pop no perfil @cinelooou no Instagram.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Gosto muito da Cinemateca Capitólio, um dos poucos cinemas de rua de Porto Alegre, que traz uma programação diferenciada, tanto com sessões de lançamentos de filmes vindos de festivais quanto com especiais temáticos.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Fale Com Ela, de Pedro Almodóvar. Foi o primeiro filme dele que assisti, logo após conhecê-lo (não pessoalmente hehe) quando eu fazia faculdade de cinema. Pensei que precisava mais desse sentimento, que tu menciona, que "cinema é um lugar diferente", pois foi o filme que mais diferente que assisti até então.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Tudo Sobre Minha Mãe, de Pedro Almodóvar.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Sinfonia da Necrópole, de Juliana Rojas. Porque é um musical brasileiro, que fala sobre amor, vida e morte de um jeito tão especial, tão querido e tão respeitoso, que é difícil não se sentir tocado por isto. É difícil não se sentir vivo depois de assistí-lo.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Para mim é amar o cinema. Você pode não ter assistido o maior número de filmes, dos grandes diretores, os maiores clássicos de todos os tempos, ou até mesmo os lançamentos, mas se você sente que o cinema tem um significado importante na sua vida, para mim, você já é um cinéfilo.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feita por pessoas que entendem de cinema?

Acredito que sim, pois até os cinemas de shopping, onde há uma seleção muito mais comercial, também existe um conhecimento em cima disso, onde deve existir uma boa combinação entre horários e filmes para este setor. Os de cinemas de rua, os que mais fogem dos "hypes", também devem entender mais quem é o seu público para fazer a sua programação, assim como devem pesquisar sobre os seus concorrentes dentro deste segmento. 

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Difícil. Eu enxergo que o número de salas de cinema pode diminuir e se tornar cada vez mais enxutos, menos acessíveis, e, consequentemente, os ingressos devem ficar mais caros, por exemplo. Mas acabar, pelo menos nos próximos 50 anos (chutando), acho difícil. A pandemia provou que existe essa vontade de assistir filmes fora de casa, em uma sala e tela maior. Ir ao cinema não deixou de ser um evento.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

O Animal Cordial, de Gabriela Amaral Almeida. Eu não sou muito fã de suspense e de terror, mas o cinema nacional dá um banho neste gênero. E os últimos lançamentos, e este filme, provam isso. 

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a Covid-19?

Olha, vou falar sobre uma perspectiva da onde eu moro, em Porto Alegre. Apenas agora estamos tendo uma liberação para reabertura de lugares culturais, como cinemas e museus. Então, eu não vejo problema em dar este sinal verde, visto que os cinemas não são lugares que lotam com facilidade, como acontece quase todos os dias em bares e lugares comerciais. E nestes tempos de pandemia, com fiscalização e receio das pessoas de saírem, acho muito difícil que os cinemas voltem a ter salas cheias. O que acontecia antigamente apenas em lançamentos de filmes de super-heróis. Se tiver cinco pessoas para uma sessão hoje, ainda vai ser muito. Então sim, o ideal seria termos uma vacina antes de tudo, mas enquanto não há vacina para todos, acredito que os cinemas deveriam ter autorização para reabir como qualquer outro estabelecimento, se assim desejarem. 

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Altíssima. Até antes da pandemia, estava percebendo uma boa safra, com cada vez mais novos cineastas surgindo, e com histórias cada vez mais amplas, representativas, diferentes e reais, assim como os filmes mais comerciais, os ditos da Globo Filmes, estavam cada vez mais marcando o seu território. Acho que é cada vez mais necessário ter estes dois lados da moeda, especialmente no Brasil.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Kleber Mendonça Filho e Sônia Braga me deixaram mal acostumada. .

 

12) Defina cinema com uma frase:

"Eu não sei nada da vida, a não ser pelo cinema". Roubei essa frase de alguém famoso, mas não vou lembrar de quem era.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Eu sou terrível com histórias, pois tenho uma memória fraca. É que nem diz o meme: "Ai gabi, só quem viveu, sabe".

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

OBRA PRIMA DO CINEMA BRASILEIRO

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não necessariamente. Ele tendo visto um filme na vida, e estudando as técnicas, os planos, ter um objetivo, além de óbvio, seguir um roteiro, se sai bem.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Já vi muitos terríveis, mas Mulher-Maravilha 1984 mudou o conceito de horrível para mim, como diria Marcelo Dourado e seu meme em alguma edição do Big Brother Brasil.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Cássia, documentário sobre a cantora brasileira, que faleceu em 2001, de Paulo Henrique Fontenelle.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão? 

Apenas quando ia em alguma sessão de lançamento com equipe ou quando fui ao Festival de Cinema de Gramado, que daí é algo corriqueiro. Mas espontaneamente assim, não.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Feitiço da Lua, com a Cher.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Para notícias e críticas, acesso bastante o AdoroCinema.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Tenho assistido mais filmes pelo Prime Video e Globoplay.

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23/05/2021

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Crítica do filme: 'Adieu les cons'


É pra rir? É pra se emocionar? É para ficar irritado? Vencedor da última edição do Cesar (o Oscar Francês), Adieu les cons busca conquistar o público dentro de uma lógica mirabolante e de difícil compreensão, usa recursos cômicos exagerados sempre querendo chamar a atenção o que atrapalha demais a interação principalmente nas frustradas tentativas do drama evoluir. Análises psicológicas baseada nos achismos do cotidiano de protagonistas com pouca profundidade transforma esse longa-metragem, protagonizado por uma das musas do cinema europeu contemporâneo, a belga Virginie Efira e pelo francês Albert Dupontel. Esse último ainda dirige e roteiriza esse sonolento filme que pouco agrada.


Na trama, conhecemos Suze (Virginie Efira) uma cabelereira que passou dos 40 anos e acaba enfrentando uma grande encruzilhada quando é diagnosticada com uma doença complicada de cura. Mais de 30 anos atrás ela abandonou seu único filho por não ter condição de cuidar dele. Assim, resolve partir em uma aventura em busca de informações sobre a criança. Para tal, acaba esbarrando sua trajetória com o do analista de sistemas Cuchas (Albert Dupontel), um homem tímido que está prestes a ser passado para trás em seu trabalho por o considerarem velho, ele se encontra perdido dentro de seu universo de interação limitada aos algoritmos, inclusive tenta suicídio de maneira imbecil. Essas duas almas partem para a inconsequência tentando buscar alguma saída para seus dramas.


Sobre essa inconsequência, ela é a base desse projeto que busca na excentricidade abrir os olhos para as entrelinhas de forma desordenada e confusa deixando a mensagem incompleta a todo instante. Os aspectos psicológicos entram em campo quando percebemos uma jornada sem volta para ações e reações mas não há a profundidade necessária para termos um entendimento completo sobre o que estamos assistindo, parece um show de horrores com objetivo de fazer gerar risos a partir dos problemas.  

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Crítica em vídeo: 'Trópico Fantasma'


Nesse vídeo, Raphael Camacho analisa objetivamente o filme Trópico Fantasma. 


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A crítica completa do filme, em forma de texto, está em nosso blog.


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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #425 - Caru Alves


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de São Paulo. Caru Alves tem 41 anos, é diretora, roteirista e produtora. Formada em História pela USP (Universidade de São Paulo), desde 2008 vem realizando documentários para TV, curtas e longas de ficção, além de séries documentais e ficcionais. A realizadora é também membro do Coletivo Vermelha, um grupo de profissionais mulheres do audiovisual de São Paulo, e do Coletivo casadalapa, composto por artistas de rua, designers, e profissionais do cinema. Seu segundo longa-metragem de ficção, Meu nome é Bagdá (2020) ganhou o Grand Prix de melhor filme da Mostra Generation 14plus do 71º Festival Internacional de Berlim.  Atualmente desenvolve o roteiro de seu terceiro longa-metragem Corações Solitários e foi selecionada para fazer parte do Master escénicas e cultural visual do Museu Reina Sofia em parceria com a Universidade Castilla-la Mancha, em Madrid, Espanha.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Em relação à programação meu cinema favorito são as salas do Espaço Itaú. Eu acho que tem uma variedade de filmes muito grande, e ao mesmo tempo bem cuidada, e por isso posso ir para o cinema sem planejar o que vou ver, pois sempre vai ter ao menos um filme que gostaria de ver.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Janela Indiscreta, de Alfred Hitchcock. Quando eu tinha 7 anos minha mãe alugou Bambi para mim e Janela Indiscreta para ela. Eu acabei vendo o filme de Hitchcock e mudou minha vida e a partir de aí parei de ver somente filmes para crianças.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Eu adoro Kids, de Larry Clark.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Um Céu de Estrelas, de Tata Amaral. Acho um filmaço, feito com muito sangue nos olhos.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Não conseguir ficar mais de 2 dias sem ver um filme.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feita por pessoas que entendem de cinema?

A maior parte não, já que a maior parte das salas de cinema é composta por esses multiplex onde entram somente filmes que já fizeram sucesso em outros países ou filmes nacionais com potencial para fazer grandes bilheterias. Me parece um critério muito mais comercial que criativo.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Eu acho muito difícil, pois ir ao cinema é uma experiência tecnológica e compartilhada que não se pode substituir pela sala de uma casa.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Cafarnaum, de Nadine Labaki é um filme que deveria ser visto por muitas pessoas.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Eu acho que garantir um limite de capacidade que permita o distanciamento entre as pessoas nas salas, e garantir que todos utilizem máscara dentro dos cinemas poderia fazer com que os cinemas voltassem antes da vacinação massiva no país. O ideal seria que tivéssemos um governo federal que desse condições para que os estabelecimentos comerciais pudessem estar fechados - e pagando seus funcionários - em períodos onde o contágio esteja alto, mas sabemos que pelo contrário, o governo presidido por jair Bolsonaro é omisso e, mais que isso, é ativo na manutenção da alta de contágios por coronavírus no Brasil, levando milhões de brasileiros à morte.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Eu acho que com as políticas públicas construídas pelos governos anteriores o cinema brasileiro estava adquirindo uma maior diversidade e uma qualidade reconhecida internacionalmente. Mas essa ascensão foi interrompida pelos governos Temer e Bolsonaro.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Bom, nunca perco os filmes de Laís Bodanzky, Anna Muylaert, Julian Roja, Marco Dutra, Kleber Mendonça...

 

12) Defina cinema com uma frase:

Putz... não saberia fazê-lo.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Eu adoro ir ao cinema do Centro Cultural São Paulo, pois sempre tem alguém que vai para lá para dormir, e eu acho muito legal a ideia de ter um cinema que é tão barato e acessível que um escolhe ir para poder dormir tranquilamente.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Um desastre fascinante.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Eu acho que para dirigir um filme uma diretora ou um diretor tem que dirigir um filme.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

São tantos... mas eu lembro de ter ficado muito irritada com o filme Evita e saí no meio. Mas não sei se me irritaria novamente com o filme, vi faz muito tempo.

 

17) Qual seu documentário preferido?

 

Nossa, são tantos que é muito difícil escolher um. Mas eu amo Daguerreotypes, de Agnès Varda.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

De uma sessão comercial? Não muitas vezes. Em festivais de cinema, muitas vezes.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

hahahaha, o "senhor caretas"? Bom, eu adoro Arizona nunca mais, dos irmãos Coen. Mas eu me divirto vendo qualquer filme dele, ele faz umas caretas muito engraçadas.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Putz, não leio muito nenhum site em geral....

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22/05/2021

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Crítica do filme: 'Alice e o Prefeito'


Os devaneios do caminhante solitário. Um político cansado, que não consegue mais pensar. Uma jovem que volta à França depois de alguns anos e vai trabalhar nos bastidores da política mesmo não tendo nenhuma experiência dessas antes. Escrito e dirigido pelo cineasta parisiense Nicolas Pariser, Alice e o Prefeito, que chega aos cinemas dia 27 de maio, transforma os maçantes e embaralhados temas da política em crônicas sociais com paralelos utópicos e o entendimento das razões práticas surgindo muitas vezes através de grandes pensamentos desse e de outros séculos.


Na trama, conhecemos Alice (Anaïs Demoustier), uma jovem formada em letras que consegue um emprego na prefeitura de Lyon. Recrutada para uma vaga inexistente e logo em seguida recrutada para outra, acaba sendo uma das pessoas mais próximas do prefeito Paul Théraneau (Fabrice Luchini) sendo responsável em pouco tempo por pautas importantes como discursos dele. Assim, somos testemunhas de debates com argumentações didáticas sobre esquerda, direita, progressistas, socialistas, dentro dos bastidores tumultuados e sempre exigentes da prefeitura dessa grande cidade francesa.


A experiência na política acaba fazendo a protagonista entrar em certo colapso emocional passando a ter mais dificuldades para achar o sentido de como chegou até ali. Crise existencial? Sim, o filme toca nesse tema a todo instante seja na ótica do experiente e já perto da aposentadoria prefeito, seja na da jovem fera em filosofia de 30 anos, com sua visão de fora, não acostumada às práticas políticas. E falando nesses extremos de visões sobre a vida por conta da distância das gerações, o roteiro é sublime em conseguir achar os pontos de interseção e transformá-los em agradáveis diálogos, alguns até mesmo esclarecedores sobre situações políticas europeias atuais. Temas como a modéstia (o mais objetivo contraponto do senso comum da arrogância) e a filosofia como terapia são colocados aos nossos olhos, além de inúmeras definições sobre o que seria uma ideia.


Os contornos desenvolvidos dentro de paralelos elevam a qualidade desse longa-metragem, ganhador do prêmio de Melhor Atriz na última edição do Oscar Francês (o Cesar). Dentro disso, um interessante paralelo com a arte é exibido em forma de debates sobre a literatura de clássicos, pinturas, na ópera até mesmo nas reflexões sobre a perda do crédito local que afeta formas civilizadas de vida. Um filme que poderia ser bem chato se torna uma leve e grande aula sobre a existência.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #424 - Luciana Campos


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de Itajubá (Minas Gerais). Luciana Campos cursa o último período de artes visuais. Cinema pra ela é sentimento e não um simples gostar.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Minha cidade é pequena é não dispõe de muitas escolhas.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

A Invenção de Hugo Cabret. Gostei, pois, se passar em uma estação de trem, remete a cena do filme A Chegada do Trem na Estação. A fotografia é linda, o visual, e tem Salvador Dali como personagem.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Federico Fellini - Doce Vida.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Deus e o Diabo na Terra do Sol, abre as portas para o cinema novo, divisor de águas.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É um sentir ainda mais forte que gostar.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não, atendem demanda de mercado, bilheteria e não qualidade.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Nunca, cinema é a mais bela arte .

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Tempos Modernos, há músicas e ruídos, embora ainda não exista fala.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Por segurança, esperar a vacina.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Embora o momento não seja favorável,  sou otimista quanto ao futuro

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Matheus Nachtergaele.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Fábrica de sonhos.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

O filme era tão ruim que dormi.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Não deveriam ter perdido tempo.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Relativo, o principal é o feeling.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Godzilla.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Cabra Marcado para Morrer.

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Nunca.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

O Senhor das Armas.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Cineplayers.

 

 

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