04/01/2012

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O Cinema Genial de Nicolas Winding Refn! Viva a Dinamarca! Viva o Cinema!

Rio de Janeiro, 02:42, do dia 04/01/12 - Hoje após perder o sono vim aqui humildemente fazer o que mais gosto nessa vida que é escrever sobre cinema. Vagando pela madrugada à dentro e pensando sobre o quê falar, um post no Facebook de um amigo, me deu à luz que eu precisava. As linhas abaixo demonstram o porquê que o cinema dinamarquês é sempre vivo nas memórias de nós cinéfilos.  


O dinamarquês Nicolas Winding Refn é um nome ainda um pouco conhecido pelo grande público, que freqüentam as salas de cinema de todo o mundo. Seus filmes são diferentes, possuem alma, paixão e um propósito como visão única para a violência.  Refn nasceu em Copenhagen no início da década de 70 e se mudou com menos de 10 anos para Nova York, lá viveu até antes dos 18, quando voltou para a terra natal para terminar o ensino médio.

Quando se formou, voltou à famosa cidade americana aonde tinha vivido e um episódio bastante peculiar marcou para sempre a vida desse jovem cineasta: Quando freqüentava a Academia Americana de Artes Dramáticas, Refn, simplesmente jogou uma mesa em uma parede da sala de aula e foi expulso da Academia (sinistro, né?). Após esse lamentável episódio, voltou para a Dinamarca.

Com a chance de um curta-metragem de sua autoria passar numa Tv à Cabo Local, o talento tinha sido descoberto, pouco tempo depois Nicolas Winding Refn escrevia sua obra-prima, o violento ‘Pusher’. O filme que fala sobre o submundo do crime em Copenhagen (e acabou se tornando a primeira parte de uma trilogia) ganhou fama no mundo todo e Nicolas começou a ser chamado para outros projetos. Alguns anos depois, estreou em Sundance seu novo filme ‘Medo X’, que tinha no elenco o grande ator americano John Turturro e que conta a história de um homem que por meio de visões vai chegando à solução do misterioso assassinato da esposa.

Após mais esse sucesso, em apenas dois anos conseguiu escrever, dirigir e produzir as duas seqüências para ‘Pusher’, Pusher II (2004) e Pusher 3 (2005).

Em 2008, quando os fãs já estavam carentes de sua genialidade, Refn lança o aclamado ‘Bronson’, com o até aquele momento desconhecido ator Tom Hardy. Esse filme cinéfilos, é um daqueles que vocês precisam ver, comprar e colocar na cabeceira. Na trama surreal, criada pelo genial artista dinamarquês, um homem bem ‘cabeça-quente’ assalta uma agência dos correios e é preso, sendo condenado a mais de 7 anos de prisão, mas acaba cumprindo uma pena mais de três vezes superior (e a maior parte do tempo trancado na solitária) e nessa loucura um alter-ego é criado, Charles Bronson. Reza a lenda que Tom Hardy (que veríamos depois em ‘A Origem’) teve que fazer 2.500 flexões por dia, durante cinco semanas, para fazer o papel.

Após o estrondoso sucesso de ‘Bronson’, Refn faz o seu filme mais fraco (na opinião de quem vos escreve), ‘Valhalla Rising’ (2009) (sem tradução para o português) , que tem no elenco o famoso ator conterrâneo de Nicolas, Mads Mikkelsen. A trama fala sobre um escravo mudo, cego de um olho e com força sobrenatural que tenta fugir de um grupo que o dominava. Como vocês perceberam a história não é, digamos, das mais chamativas.

Depois desse último trabalho, parte dos cinéfilos começavam a ficar desconfiados. Será que a criatividade acabou? Bem, a volta por cima não poderia ser melhor. No ano passado (2011) nosso amigo dinamarquês, agora com quase 42 anos lança o sensacional ‘Drive’. O longa que tem como protagonista Ryan Gosling (que dá um show no filme) entrou em cartaz e rapidamente alcançou ótimas críticas e saudosos comentários do grande público. Na trama, um jovem que é dublê, mecânico e à noite faz trabalhos como motorista de assaltos diversos, se aproxima de sua vizinha e começa a fazer parte de sua vida. Com a saída do marido da mesma da prisão, o personagem principal do drama tem que ajudar o rapaz (e ao mesmo tempo sua nova amiga) em um roubo que pode não sair como planejado, levando todas as conseqüências à um desfecho vingativo. Um trabalho único, que merece aplausos de pé.

E no futuro? O que podemos esperar? O próximo projeto de Refn será mais um em parceria com Ryan Gosling. ‘Only God Forgives’ (que está em Pré-produção) contará a história de um tenente da polícia e um gangster resolvendo suas diferenças em uma partida de boxe tailandês. O elenco também conta com a presença da ótima Kristin Scott Thomas

É aguardar e conferir!
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03/01/2012

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Sherlock Holmes – O Jogo das Sombras

Preparem as gargalhadas e o fôlego, o detetive mais famoso do mundo literário está de volta às telonas, para delírio de fanáticos pelas grandes histórias de mistério que o mesmo enfrenta. O longa começa a ‘200 km/h’ e não perde esse ritmo em nenhum momento. Com uma fórmula objetiva de manter tudo que deu certo no primeiro filme e utilizar da criatividade para apresentar novos elementos, o diretor inglês Guy Ritchie, conta ainda com a ótima harmonia em cena de Robert Downey Jr. e Jude Law.

As vésperas do seu casamento, o Dr. Watson se junta ao seu fiel amigo Holmes e ambos embarcam em mais uma aventura recheada de cenas de ação contra uma mente tão brilhante quanto o célebre personagem de Conan Doyle. Entre Goulash de Ouriços, lutas calculadas e experiências químicas no pobre Gladstone, Holmes e Cia rodam a Europa enfrentando o mais difícil dos inimigos, o Professor Moriarty (interpretado pelo competente Jared Harris), um matemático brilhante que deseja criar um colapso na civilização ocidental.

Aproveitando a deixa do primeiro longa, Guy Ritchie e sua câmera frenética levam o espectador para dentro do espetáculo. A sequência de ação na floresta, já no desfecho da trama, é de tirar o fôlego. O famoso diretor consegue realizar um filme ainda melhor que o primeiro.

Em ‘O Jogo das Sombras’, Downey Jr. e seu modo único de interpretação, novamente convence o público com uma atuação de se tirar o chapéu. O veterano artista Nova-Iorquino consegue explorar muito bem a maldição de Holmes, ‘a arte de observar’. Arranca risos freqüentes da platéia e rouba a cena sempre que aparece. O ator americano está chegando ao Brasil na próxima semana para participar da pré-estréia brasileira do longa, que ocorrerá em um cinema na zona sul do Rio de Janeiro.
Em relação ao roteiro, o longa deixa a desejar nas resoluções dos mistérios. Tudo é resolvido trivialmente e acaba sendo um ponto negativo nessa mega produção. Faltou uma maior interação com o público nesse aspecto.

Com um final instigante e muito engraçado, ‘Sherlock Holmes – O Jogo das Sombras’, deve agradar aos cinéfilos. O filme estréia por aqui no dia 13 de janeiro e com certeza levará um grande público para as salas de cinema de todo o Brasil.

Não deixem de conferir mais uma divertida historia do clássico personagem!


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02/01/2012

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Românticos Anônimos - Crítica de Cinema

A apresentação do sentimento mais puro que temos, para duas pessoas longe da normalidade, é feita de maneira bem recheada com açúcar, nessa simpática fita francesa. Na emocional história dirigida por Jean-Pierre Améris, que promete agradar a muitos cinéfilos, o mundo dos doces volta a ser tema de uma comédia romântica.

Uma moça com um dom de criar maravilhas de sobremesas através do chocolate e um gerente de uma fábrica com dificuldades. Duas almas perturbadas por uma série de conflitos emocionais. Como unir esses dois corações? O amor está presente em cada calda, cobertura, pedaço do filme e a maneira como chegamos até a união desse casal é a grande sacada do longa escrito por Jean-Pierre Améris e Philippe Blasband.

Uma fábrica de chocolates, que anda mal das pernas, contrata uma jovem muito simpática para ser a nova consultora de vendas. Por trás de toda essa simpatia esconde-se uma pessoa que sabe lidar pouco com as tensões da vida. Aos poucos essa nova consultora vai se relacionando, de forma bem peculiar, com o gerente da fábrica. Assim, nasce um amor onde todos se entendem e ninguém se compreende. Ambos utilizam o auxílio de terceiros para resolverem seus conflitos internos: ela é integrante dos Emotivos Anônimos e ele desabafa todos os seus traumas com seu psicólogo. O amor vai nascendo da maneira mais singela. As neuroses, por serem semelhantes, vão encurtando os obstáculos do amor.

Um filme curto (aproximadamente 71 minutos) com ótimos diálogos que você deve assistir! 
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01/01/2012

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Precisamos Falar Sobre o Kevin - Crítica do Filme

O novo trabalho de Lynne Ramsay é um daqueles filmes que precisam ser vistos pelos amantes da sétima arte. Um relato aterrorizante sobre o relacionamento entre mãe e filho que deve figurar com algumas menções nas premiações que o sucedem.

Na história, baseada no livro Lionel Shriver, somos apresentados (logo nas primeiras cenas) à Eva Khatchadourian, aparentemente atormentada por algum acontecimento no passado. Se escondendo e muito mal tratada nas ruas por onde passa, têm sua casa toda pintada de vermelho. Conforme os minutos vão passando, começamos a interagir com determinadas fases da vida dessa mulher e aos poucos pelos olhos dessa angustiada personagem descobrimos os acontecimentos que a levaram a tal situação. A cada segundo que passa, o espectador se pergunta: O que aconteceu com a família daquela mulher?

O longa demora um pouco para acontecer, nós cinéfilos, jornalistas e estudantes da sétima arte sabemos que demora em média uns 20 minutos para o filme apresentar sua história e o espectador começar a se envolver com o que ocorre em cena. Esse atraso na relação com público pode incomodar algumas pessoas, então, para essas, peço que aguardem e dêem uma chance a essa trama.

Eva é uma solitária e amargurada mulher, luta para conseguir um emprego e não tem vida social, mora numa casa simples e aparentemente não tem família nem amigos. O motivo de viver assim vem do seu passado, da época em que foi casada com Franklin (interpretado por John C. Reilly) com quem teve duas crianças, um menino e uma menina. O filme foca basicamente no relacionamento de Eva e seu primogênito Kevin (interpretado de maneira espetacular por Ezra Miller e Jasper Newell) . É um relacionamento extremamente desgastante entre mãe e filho, desde a infância. Após tantos episódios de desentendimentos paternais a eminência não era positiva mas o desfecho dessa relação é mais perturbador do que todos imaginávamos.

Tilda Swinton tem uma atuação fabulosa e marcante. Não é de hoje que a vemos interpretar com bastante firmeza personagens carregados de emoções e com altos graus de dificuldade. Com certeza, por mais esse excelente trabalho, seu nome estará na lista das indicadas ao próximo Oscar na categoria Melhor Atriz.

Com ótimas questões levantadas, esse novo longa é mais que um simples drama, é uma chance para mais debates sobre educação entre pais e professores. O quanto de culpa uma mãe tem na educação de um filho? Essa pergunta envolve o público já em seu final e deve ser tema de muitos desses debates que vão haver.

Não deixe de conferir essa fita de quase duas horas que conta com ótimas atuações e uma história que incomoda mas precisa ser vista.
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30/12/2011

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Faça-me Feliz

‘Faça-me Feliz’ é uma comédia quase romântica que tem uma essência muito parecida com a de ‘Um Convidado Bem Trapalhão’ (clássico, do genial Blake Edwards). Escrita e dirigida por Emmanuel Mouret, que também faz o personagem principal da trama Jean-Jacques, irá agradar muitos cinéfilos nas salas de todo o Brasil.

Na trama, uma enfermeira está com a pulga atrás da orelha após ouvir a história que seu namorado lhe contara sobre um bilhete e uma tentativa de aproximação com uma outra mulher. Não agüentando a situação, resolve pedir a ele que se envolva por uma noite com essa tal mulher para fazer com que o mesmo a esqueça e não fique perdido em ilusões. Ele, um inventor autônomo bastante desajeitado, resolve seguir o plano e se mete em engraçadas situações.

O começo é muito morno e demora um pouco para o público se envolver com o que acontece em cena. O artifício da comédia, em algumas cenas até trivialmente construídas, é o caminho que a fita toma e acaba se tornando uma boa pedida para arrancar risos frenéticos da platéia. A analogia evidente com o clássico filme de Edwards (onde o eterno Pantera Cor-de-Rosa, Peter Sellers, dá um show) irá incomodar alguns loucos por cinema, principalmente, porque irão haver comparações. Não acredito que isso seja um problema insuperável, mas realmente não tem comparação, o longa de 1968 é infinitamente superior.

A produção francesa, que foi finalizada em 2009, chegou aos nossos cinemas na última semana. É uma boa oportunidade para os cinéfilos assistirem a mais uma história divertida da terra do perfume!
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28/12/2011

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Top 10: Melhores Filmes de 2011

Bem galera, conforme faço todo ano, criei uma listinha com os ‘Top 10’ filmes que vi esse ano. Obviamente nem todos irão concordar, dirão que faltam filmes ou que alguns que estão nessa modesta lista não deveriam estar. Mas o que importa é sempre falar sobre o que mais amamos, a sétima arte! E o nosso ritual das listas é uma das partes mais legais, assim conhecemos filmes debatemos as escolhas e continuamos falando de cinema! J



Vamos à lista?

Toda Forma de Amor - Melancolia – Incêndios – Drive – Riscado - O Levante - Um Conto Chinês - A Pele que Habito - Take Shelter ( O Abrigo) - Árvore da Vida


Toda Forma de Amor
Um daqueles filmes que agradam pela sutileza de seus personagens, envoltos numa trama que mexe com a emoção a cada segundo. Sempre bom ver produções que te passam uma mensagem. O eterno aprendizado de um jovem casal, aprendendo a se amar a cada segundo é uma fórmula que dá certo em cena, além da ótima harmonia de todos que aparecem na telona.
Na historia, escrita e dirigida pelo sempre ótimo Mike Mills (‘Impulsividade’), um casal de jovens se conhece e logo surge uma paixão desse encontro. Aos poucos vamos vendo como um dos personagens chegou até ali, com os ensinamentos e o convívio do excêntrico pai gay (que saiu do armário aos 75 anos), e o namorado do mesmo. Todo essa interação, deixam lindas lições que o jovem aplica em sua vida.
Os atores interagem de maneira natural deixando a química rolar solta durante os 105 minutos de fita. Ewan McGregor faz o jovem protagonista Oliver que possui características de um homem deprimido mas que sempre tenta interagir positivamente com os que o cercam. O veterano Christopher Plummer faz Hal, o pai do protagonista, gay assumido, descobre uma doença fatal e recebe muita força de seu namorado Andy, interpretado por Goran Visnjic (ex-‘E.R’). Para completar o quadrado que dá ritmo à história, surge a carismática Anna, papel da sempre elogiada Mélanie Laurent, que se apaixona por Oliver e juntos vivem a crença e as desconfianças de um amor original, fruto de muito carinho e declarações de afeto.
Um ótimo programa para ver com alguém que você ama ao seu lado. Fez grande sucesso no Festival do RJ desse ano. Não é pra menos, com uma história boa dessas, qualquer cinéfilo abrirá um sorriso de orelha a orelha.


Melancolia

É certo que quando ele erra a gente se decepciona e perde um pouco a esperança de que ele voltará com uma outra obra-prima. Mas... quando ele acerta... não existe outra palavra para o criador do Dogma 95 do que G-E-N-I-A-L.
Em Melancolia, o abre-alas extraordinário nos leva a crer que o gênio está de volta. Aquela cena inicial é tão bem feita que você não sente uma única alma se mexer nas cadeiras dos sortudos críticos de cinema onde tive o privilégio de assistir a essa sessão.
A abordagem sempre muito sombria desse mago do cinema dinamarquês (e porque não dizer, mundial) nos mostra o caminho para uma viagem pelos cosmos e muitas vezes você, cinéfilo, se sentirá um pouco num dos trailers do novo filme do Terrence Malick, Árvore da Vida (juro que associei isso em alguns momentos da fita).
O elenco é bastante interessante. Kirsten Dunst amadureceu nas mãos desse diretor e vira uma peça importante para o quebra-cabeça sombrio de Lars Von Trier. Charlotte Gainsbourg, a outra irmã, nos leva ao extremo de nosso medo tornando a paranóia obsessiva em uma forma de analogia com contextos emocionais, isso tudo passado de maneira tão real que chega a comover em alguns momentos.Entre os coadjuvantes, ótimos nomes como John Hurt, Stellan Skarsgård, a outra Charlotte, a Rampling e Kiefer Sutherland. Esse último com seu personagem impaciente e mal-humorado (às vezes) contempla o expectador com algumas cenas cômicas durante o longa. 
O desfragmento do casamento e de todas as entrelinhas familiares é o ponto inicial de uma festa e a eminente colisão de dois planetas, um deles Melancolia. Com direito a “She” (música famosa de outro filme) com instrumentos de sopro durante uma cena e uma poderosa essência de sons, o fator musical também agrega à qualidade do filme.
Se de gênio e louco, todo mundo tem um pouco, Von Trier vai além e agrega luz à genialidade e loucura.


Incêndios

Pega um roteiro bem elaborado + várias colheres de emoções + 30 minutos finais eletrizantes e surpreendentes == Incêndios (que pra mim, poderia ter facilmente levado o Oscar 2011 de melhor filme estrangeiro, por mais que eu ame a Suzanne Bier).
Essa produção canadense tem um começo muito lento e bastante confuso, com muitas partes perdidas que só se tornam trunfo se você prestar a atenção e ter fé de que o filme vai ficar muito bom e você vai precisar dessas primeiras informações para entendê-lo.
Na trama, uma matemática (detalhe eu gostei muito) e seu irmão gêmeo, recebem instruções da mãe, recém falecida, para procurar seu pai(que eles pensavam estar morto) e um outro irmão(que eles nem sabiam que existiam). Após uma breve hesitação, começa-se uma busca, em outro país, atrás desses entes.
O filme mostra os horrores da guerra e do meio pra frente você já não consegue mais tirar os olhos da tela com tantos acontecimentos bombásticos. O final é sensacional deixando todo o cinema em um burburinho sadio até o aparecimento dos primeiros créditos.


Drive

Dois jovens talentos do cinema + um roteiro construído de forma peculiar fugindo de muitos clichês que poderia encontrar pelo caminho + uma direção quase que impecável é, sem dúvidas, a grande fórmula de sucesso do tão esperado filme Drive, que fora baseado no livro homônimo de James Sallis.
Muita gente diz que ator bom não precisa nem falar muito durante a fita, tem que mostrar com ações e entendimento de sua personagem contando aquela história de maneira única e demonstrar que outra pessoa não se sairia tão bem quanto, no papel. Ryan Gosling é um artista diferenciado. A cada nova produção que faz parte, consegue dar um foco diferente a cada personagem. Um jovem gênio na arte de interpretar. Em Drive, Gosling tem cenas memoráveis, como no ato inicial, onde seu personagem fica mais de 9 minutos sem soltar uma palavra e mesmo assim é espetacular sua atuação!
Na trama, um jovem que é dublê, mecânico e à noite faz trabalhos como motorista de assaltos diversos, se aproxima de sua vizinha e começa a fazer parte de sua vida. Com a saída do marido da mesma da prisão, o personagem principal do drama tem que ajudar o rapaz (e ao mesmo tempo sua nova amiga) em um roubo que pode não sair como planejado, levando todas as conseqüências à um desfecho vingativo.
Carey Mulligan cada vez mais se consolida como uma das grandes jovens atrizes do mundo do cinema. Uma especialista em longas dramáticos (apesar que, eu tenho a certeza que ela se encaixa em qualquer tipo de produção), despontou no filme Educação para o estrelato. Nesse novo trabalho interpreta Irene uma jovem mãe que teve que criar o filho sozinha por conta da prisão do pai da criança. Sua personagem vai se construindo ao longo da trama e tem ótimas cenas ao lado do Driver.
Não perca essa boa produção comandada por Nicolas Winding Refn (que já havia dirigido o ótimo filme Bronson) que promete lotar as salas de cinema no mundo todo. Ótimo filme!


Riscado

Qual o tamanho do seu amor por sua profissão? No filme ‘RISCADO’, essa pergunta é declamada e respondida de maneira muito viva e emocionante. A trajetória de Bianca (interpretada de maneira intensa e expressiva pela excelente Karine Teles) pelos palcos da vida sem perder a esperança e sempre mostrando todo seu amor e paixão pelo ato de atuar é a base da trama de Gustavo Pizzi.
O vermelho predomina durante todo o longa e nos leva a um viagem de amor, sonhos, esforço e decepção. Acho muito legal o uso desse tom e suas almas, que caem muito bem na fita. Essa cor, para mim, reflete à paixão e o simples ato de sonhar. Conectou em mim dessa forma.
Quando a história bate na idéia do “sonhar” (a realização ou não desses), me senti conversando com minha mulher Renata sobre os textos de Jung. Esse “sonhar”, no longa, é tratado de maneira nua e crua.
Durante o filme vemos cenas que mostram um grande preconceito em relação à profissão cênica. Mostra também a dificuldade de se manter(financeiramente falando) na mesma. Ao mesmo tempo, é visível, uma certa esperança parece brotar em cada uma das cenas.
A protagonista (e também uma das mãos que assina o roteiro) Karine Teles tem uma atuação que espanta, te leva pra dentro de cena. Comove, sonha e sente dor junto com o espectador. Percorre todas as personagens (Marlyn Monroe, Betty Page, Carmem Miranda) em uma só. Adorei conhecer melhor essa talentosa atriz.
Muito me orgulha vir aqui e falar bem do nosso cinema. Queria que todas as vezes fosse assim.
Não risque esse filme da sua listinha de “Quero ver no cinema esse ano”.  Recomendo.


O Levante

Eram pouco mais que 19:00 horas, no primeiro domingo do Festival do Rio de Cinema. Vestindo uma camisa roxa e com um discurso emocionado, o diretor Raphael Aguinaga comove a platéia antes do filme começar. Suas palavras interagem tão bem que torcíamos para que o longa tivesse ao menos metade dessa qualidade. Após a sessão, a certeza dessa co-produção Brasil-Argentina ser a grande surpresa do festival não restava dúvidas.
Um grupo de idosos, que vivem em um asilo, fica sabendo que a Igreja Católica clonou Jesus, ao mesmo tempo, que é substituída a enfermeira que cuida deles. Assim a história avança em cinco partes: Uma Notícia Espetacular, Um Acontecimento Desafortunado, A Terceira Casa de Marte, Operação Voo da Águia e O Apocalipse.
O filme é muito rico em detalhes e aos poucos vamos sendo apresentados aos simpáticos protagonistas. Dolores, uma das simpáticas personagens é sensacional, dominando as partes cômicas da trama. O dia-a-dia de um lar para terceira idade é mostrada de forma inteligente, original e muito engraçada. Os contornos na vida dos idosos são feitos com muitas conversas, que rendem ótimos diálogos durante a produção. A divisão em subtítulos ao decorrer da trama melhora a percepção do espectador para com a história.
Ambientado na argentina, O Levante é basicamente Hermano, porém com muitos toques brasileiros. O longa tem cenas emblemáticas, como: a do tango, muito bem conduzida pela câmera inquieta de Aguinaga.
Um sentido à vida é a busca constante, às vezes inconsciente, desses cidadãos abandonados e que se sustentam na amizade.  A empolgação do público é a prova da incrível simpatia que o longa transpira da telona até poltrona mais próxima. Certamente agradará muitos cinéfilos.  A mensagem que o primeiro longa metragem de Raphael Aguinaga deixa é a de que sempre brotará uma esperança dentro de nós.
Se emocione, divirta-se e surpreende-se! O Levante é garantia de qualidade! Até agora é a grande surpresa do festival!


Um Conto Chinês

Cuidado, vaca caindo do céu! Tal imagem surpreende a platéia já no início da nova fita de um dos grandes atores do cinema latino e mundial, o argentino Ricardo Darín.
Muito mal-humorado e recluso, o personagem a quem Darín dá vida foi combatente na Guerra das Malvinas, atualmente é dono de uma loja de ferragens e possui hobbys esquisitos, como: contar quantos pregos vem dentro de uma caixa e pegar uma cadeira de praia para reclinar-se ao acompanhar aviões pousando e decolando.
Um dia, ajuda um homem recém chegado da China (que não fala sequer uma palavra em espanhol) a encontrar o tio - seu único parente vivo. Os dois tentam se comunicar por sinais, fato que deixa o personagem de Darín muitas vezes furioso e, em alguns momentos, chamam o entregador de comida chinesa para auxiliá-los na tradução. Aos poucos vamos descobrindo um pouco sobre a vida desse argentino rabugento, que perdeu a mãe muito cedo e o pai com 19 anos, brilhantemente interpretado pelo grande astro hermano.
Em suma, Um Conto Chinês é uma história de duas pessoas, que às vezes parecem uma só, de diferentes culturas: um com um objetivo definido e o outro nem tanto. O longa é muito bem feito e passa uma mensagem positiva sobre os pilares da amizade. Muito interessante o final, pois acopla o início do filme e as excentricidades do personagem principal, surpreendendo o público.
Ricardo Darín e Ignacio Huang formam uma grande dupla nas telonas. Em atuações brilhantes, cada um a sua maneira, conseguem uma fórmula mágica de carismaticamente atrair o público.
Não percam mais essa grande obra do cinema latino. Lembrando que o filme é sucesso de público e crítica na Argentina, onde já teve mais de 1 milhão de espectadores.
Com certeza, um dos melhores longas do ano! Diversão garantida!


A Pele que Habito

Após o excelente Abraços Partidos (2009), o cineasta espanhol Pedro Almodóvar volta com brilhantismo, para delírio dos cinéfilos de plantão, com o longa A Pele que Habito. Tudo é cirurgicamente bem feito, um trabalho quase impecável do famoso diretor.
Na trama, um médico cirurgião adota, única e exclusivamente, a vingança como forma de vida após a morte de sua filha. Seu objetivo, é vingar-se do estuprador da mesma. A maneira que as peças se encaixam, até a sua conclusão, transformam o filme numa obra assustadoramente brilhante.
O roteiro é dinâmico, com aquele famoso vai-e-vem na linha temporal (clássico em alguns filmes do diretor espanhol) o quê ajuda o espectador a não desgrudar os olhos da telona. O detalhamento das cenas é algo esplêndido. As partes de interação entre os personagens, via câmera de circuito interno, praticamente nos transportam pra dentro da história. Há, também, presença marcante de muitas cores, como todo filme do gênio que dirige a trama. A beleza do corpo, muitas vezes é passada com a câmera, às vezes lenta, mostrando a sutileza contrapondo qualquer outro sentido.
Almodóvar nos presenteia com esse notável trabalho e demonstra mais do que tudo, o objeto de obsessão da sua vida, o cinema. Sua produção, inspirada no livro Tarântula (do autor francês Thierry Jonquet), é uma prova de admiração à sétima arte.
O drama, com pitadas de suspense, é recheado de boas atuações.
Antonio Banderas tem um desempenho admirável, chega a impressionar em alguns momentos. Seu personagem é um dos mais difíceis da produção. Impressionante como o marido da atriz Melanie Griffith sempre chega ao seu máximo, quando é dirigido por Almodóvar.
Marisa Paredes, a eterna musa de Pedro Almodóvar, faz o papel da intrigante Marilia e tem ótimos diálogos com o personagem de Banderas, Robert Ledgard, seu chefe. A veterana atriz espanhola deve marcar presença na première do longa (que abre o Festival de Cinema do Rio de Janeiro 2011) no Cine Odéon, na noite da próxima quinta-feira(06 de outubro).
Blanca Suárez aparece pouco, dando vida à filha do personagem principal, mas tem um papel impactante na história. Era preciso uma dotada artista para essa função, pois muito da tensão do filme gira em torno do acontecido em suas cenas. Blanca foi a escolha certa, ótima como Norma. Jan Cornet interpreta Vicente, a princípio é um coadjuvante qualquer, até que as reviravoltas da narrativa desmentem essa afirmação.
Completando o quinteto que dá sentido a história, a beleza e o talento de Elena Anaya (atriz espanhola que atuou em produções como Fale com Ela e Alatriste). O foco estava todo nela, no começo o espectador busca entender sua personagem, Vera, mas aos poucos vamos descobrindo enigmas inimagináveis sobre a mesma. Um desempenho louvável desse formidável talento da terra das touradas.
A música “Preciso Amar”, que é cantada magistralmente no longa, é belíssima. Fazendo com que cinéfilos e adoradores da mesma, torçam para o lançamento breve do cd da trilha sonora da produção.
Sem mais, corram para o cinema!


Take Shelter ( O Abrigo)

Uma das grandes surpresas do Festival de Cannes nesse ano, Take Shelter, é intrigante e deixa o espectador comprometido com os acontecimentos. Não sabemos se o que se sucede com o protagonista são fatos relevantes ou não, deixando sempre uma dúvida em torno das questões. Cada linha do roteiro, feito por Jeff Nichols (que também dirige o longa), é brilhantemente trabalhada e a execução é muito bem feita pelo elenco.
Na trama, um homem trabalhador vive com sua mulher e sua filhinha(que é surda) num pacata cidade americana. Em um certo momento passa a ser guiado por alucinações e fica a mercê da eminência de uma grande tempestade, gerando sérias conseqüências para ele e sua própria família.
Entre pesadelos e pensamentos assustadores a figura do pai, interpretado pelo ótimo Michael Shannon, consegue deixar o clima de suspense no ar. A busca de Curtis, seu personagem, para saber o que realmente está acontecendo com ele é o que, de fato, consegue atrair a atenção do público. Há uma certa negação por parte do mesmo em relação aos seus atos e a construção do abrigo, fora os atos inconseqüentes, vão levando-o para um limite físico e mental. O desespero e vontade de falar tudo que estava sentindo, fica claro, na cena do jantar na comunidade, que é a melhor cena do filme com uma baita atuação de Shannon.
Jessica Chastain (que vimos recentemente em ‘A Árvore da Vida’ como a mãe do Sean Pen)n, constrói Sam, sua personagem, de forma muito competente. As estranhas atitudes de seu marido na trama vão transformando sua personagem.
Aos poucos vamos nos perguntando: O que estamos vendo é um breve distúrbio psicótico? O que acontece com aquele bom homem pai de família?
O desfecho é emblemático e transforma essa fita numa das melhores produções do ano! Não deixem de conferir!

Árvore da Vida

Me diz porque o céu é azul. Me explica a grande fúria do mundo”. Essa passagem clássica do grande sucesso do nosso rock se encaixa como uma luva no novo filme do brilhante Terrence Malick.
Explorando bastante a relação pai–filho, o longa conta a história de uma família, com princípios herdados principalmente do pai, onde todos têm que superar uma grande perda. A data de lançamento aqui no Brasil será no dia certo - fim de semana do dia dos Pais.
Desde a primeira cena, o semblante dos personagens transpõe à tela. A platéia fica imóvel durante boa parte do filme e, sem o menor esforço, se conecta com esse drama fantástico.
Brad Pitt, Sean Penn e Jessica Chastain estão muito bem, principalmente o primeiro, que desde o sensacional Clube da Luta está merecendo a estatueta mais cobiçada do mundo do cinema.
Muitas cenas são metafóricas, o que é bastante bonito de se ver, e integram o conceito do longa. Os paralelos feitos com outras diversas formas de vida, a maneira inovadora na qual muitas vezes os atores são deixados em segundo plano e o modo como a tristeza é traduzida - gerada pela quebra da lei natural da vida: o pai morrer antes de seu filho -, fazem dessa uma produção ÚNICA.
A trilha sonora, assinada pelo sempre competente Alexandre Desplat, acopla-se de maneira correta a cada uma das passagens do filme, sendo um dos pontos altos da trama.
A minha expectativa era muito alta para esse longa e o mesmo conseguiu superá-la. Palmas, de pé, para o grande diretor e roteirista desse filme.
O “ato final” (últimos 15 minutos de fita) é uma das coisas mais lindas que já vi no mundo do cinema.
Recomendo muito e digo: é o melhor filme do ano, até agora.

Grande abraço, até a lista de 2012! J



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27/12/2011

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A Guerra está Declarada - Crítica de Cinema

O Indicado da França para o Oscar de melhor filme estrangeiro (2012) emociona os cinéfilos com uma trama comovente e que envolve o espectador do primeiro minuto até o último. O caminho para o final feliz dessa história vai se revelando uma maratona que ninguém consegue saber o tamanho do percurso. A presença do narrador torna a fita mais dinâmica, um ótimo elemento cênico usado pela diretora.

No longa (escrito pelos protagonistas), um casal jovem, feliz e apaixonado tem que enfrentar um tumor cerebral que é diagnosticado no filho deles. Roméo e Juliette são jogados em uma guerra diferente daquela dos célebres personagens de William Shakespeare. Aos poucos o pai começa a notar que a criança tem algum tipo de problema, quando procuram ajuda de uma especialista o resultado não é o esperado. O sofrimento visto em cena é desesperante, a câmera ágil da diretora é um personagem importante na transmissão dessa emocionante jornada em busca da cura.

O papel que aos poucos os pais, já bem mais maduros a essa altura dos acontecimentos, desempenham ao longo do tratamento da criança é o de positivistas que tentam blindar a família e buscam uma força sobrenatural dentro deles mesmos para tentar combater qualquer tipo de incerteza. A situação destroça aquela linda história de amor: param de trabalhar, se afastam dos amigos e após o período de “caça à cura” se separam, porém, sabiam que estariam ligados pelo resto da vida.

Os atores Jérémie Elkaïm e Valérie Donzelli tem uma harmonia fantástica em cena. Foi uma grata surpresa quando vi nos créditos que a segunda é a diretora e que ambos roteirizaram essa ótima produção.

Um retrato forte e honesto sobre o sofrimento de um casal com a doença rara de um filho.

Título Original: La guerre est déclarée - França
Diretor: Valérie Donzelli
Roteiristas: Jérémie Elkaïm e Valérie Donzelli
Elenco: Jérémie Elkaïm, Valérie Donzelli
Duração: 100 min.
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26/12/2011

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Deus da Carnificina

Reunindo um grande diretor e um elenco bastante competente, ‘Deus da Carnificina’ é uma dramédia com ótimos diálogos e excelentes desempenhos. Nessa fita curta (menos de 80 minutos de duração), baseada na peça teatral ‘God of Carnage’ de Yasmina Reza (que também assina o roteiro ao lado do diretor), vemos pais desesperados para resolver uma situação desagradável ocorrida com os filhos.

O novo longa de Polanski começa com sua introdução genial ao fundo dos créditos iniciais. Na trama, dois casais que se conhecem a partir da agressão do filho de uma das partes, tentam resolver uma conversa que é totalmente desviada do foco principal.

Depois de algumas tentativas de irem embora uma corretora de investimentos e um advogado (Winslet e Waltz) tentam chegar à conclusão do ocorrido com os pais do outro lado envolvido, um comerciante e uma dona de casa que ajuda em algumas publicações (Reilly e Foster). Nessa sala, recheada de ganhadores do Oscar, em meio a conversas sobre culturas, tipos de educação, remédios, hamsters e indigestões estomacais, o destempero vai tomando conta do ambiente.

Cada artista, com seu personagem específico, dão um show à parte.

O folgado Alan, interpretado por Christoph Waltz, passa a maior parte do tempo atendendo ligações ‘importantes’ de trabalho. A personagem de Jodie Foster (Penélope) tenta ser a mediadora do papo dos adultos.  John C. Reilly e seu Michael Longstreet vão endoidando e mudando de personalidade ao longo dos minutos. Nancy Cowan tenta ser a mais calma de todos no início mas termina como a explosiva da história, mais uma bela atuação da rainha dos cinéfilos Kate Winslet.

O renomado diretor do longa, o polonês Roman Polanski (‘O Bebê de Rosemary’) é muito hábil com sua câmera, enquadra em marcações certeiras, aproximando o público do espetáculo. Como na hora em que o ‘debate de idéias’ vira uma briga entre homens e mulheres.

Um cenário, quatro ótimos artistas mais um enredo afiado fazem de ‘Carnage’ um filme que precisa ser visto pelos amantes da sétima arte. Recomendo!
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25/12/2011

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Martha Marcy May Marlene

Enredo com uma dinâmica e locações parecidas com o filme ‘A Vila’, além de lembrar um pouco o grego aterrorizante ‘Dentes Caninos’.  É uma fita que choca mas não é tão exagerado, todas as informações chegam ao espectador de forma lenta e gradativa. Martha Marcy May Marlene é a redescoberta de uma atriz já conhecida.

 Com uma grande atuação nessa produção, Elizabeth deve ser rosto presente em muitas produções esse ano. Muito bom redescobrir talentos que jamais imaginávamos já estarem dentro do mundo do cinema, ainda digo mais, na minha modesta opinião: Poderia figurar facilmente na lista final do Oscar para concorrer ao prêmio (muito concorrido desse ano) de melhor atriz.

O que fazer após se revoltar com sua vida? A pergunta é respondida logo no começo da película quando somos apresentados à personagem Martha. Para entendermos melhor a trama percorremos o passado da jovem até o dia que ela resolveu entrar para uma espécie de sociedade alternativa com regras e conceitos bastante rígidos e sem nenhuma normalidade. Toda a problemática experiência da protagonista é despertada mesmo já estando longe daquele lugar. O longa toca em pontos importantes principalmente na relação da jovem com sua família. Os traumas emocionais sofridos pela jovem protagonista levam o longa para a estrada do drama, sendo pouco criativo em determinados momentos, mas aconselhável a ser visto por quem vos escreve.

Em relação ao restante do elenco, o destaque vai para John Hawkes, ator que consegue interpretar de maneira natural seu personagem, líder da ‘seita’.

Esse é o primeiro longa de Sean Durkin, que faz um bom trabalho na direção.

Mesmo não sendo o melhor filme de drama do ano que passou, eu recomendo!
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24/12/2011

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'O Caminho' - Crítica de Cinema

Você realizaria um último desejo de uma pessoa querida mesmo não sabendo o que viria pela frente (interrogação) O drama, ‘The Way’, fala sobre perdas, esperanças e a busca de um pai para entender seu filho. O conhecido dos cinéfilos Emilio Estevez, produz, roteiriza e dirige esse drama que tem como protagonista Martin Sheen (pai de Emilio).

Na trama, um pai que possui uma relação conturbada com o filho (após o falecimento da esposa) tem que encontrar forças para superar a perda do mesmo, que fazia o tão conhecido Caminho de Santiago. Então, levando apenas a mochila que pertencia a seu filho e sem nenhuma preparação, embarca em uma viagem para completar o tão longo caminho. Ele não sabia, mas a viagem mudará para sempre sua maneira de ver o mundo. O californiano Tom é um oftamologista um pouco rabugento que aos poucos vai entendendo melhor seu filho através dessa jornada.

Como já era de se esperar ótimas paisagens compõem o longa. A fotografia é muito bem feita e lindas imagens são capturadas pelas câmeras do diretor. O público é levado para dentro de conversas sobre a história dos peregrinos e o Caminho de Santiago, propriamente dito. Nosso personagem se encontra com pessoas de todo o mundo, pelo trajeto e em albergues de todos os tipos. Faz amizades, principalmente com Jost (um holandês que está fazendo o caminho para perder uns quilinhos e agradar a esposa e o médico que tanto o pedem), que vira uma espécie de escudeiro nessa grande trilha conhecida no mundo todo. Outros personagens, com seus particulares dramas, entram aos poucos na história recheando a fita de emoção.

Segunda vez que vemos esse ano um filme que tem o Caminho de Santiago como palco de fundo. O primeiro foi o longa nacional dirigido por Bruna Lombardi, ‘A Procura da Felicidade’.

A produção de 2010 é interessante porém um pouco longa demais, mesmo assim, recomendo!
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Warrior - Crítica de Cinema

O universo do MMA mais uma vez vira pauta de um longa esse ano. Para nos guiar por essa história foram escalados dois atores que tiveram, com certeza, que passar por uma série de treinamento específico para compor seus personagens. Tom Hardy (‘A Origem’) e Joel Edgerton interpretam os irmãos que lutam (literalmente falando) por objetivos diferentes. Os bastidores do evento, os estilos de luta... parece que estamos ligados naquele famoso canal de Tv a Cabo, ao vivo, vendo uma transmissão desse esporte que irou febre no mundo todo.

Na trama, vemos a historia de uma família que tem na sua essência a alma da luta. Aos poucos vamos vendo o presente de cada um dos membros: um dos filhos é professor de física (do ensino médio americano) com sérias dificuldades financeiras, o outro filho é um ex-fuzileiro naval que sofrera um trauma com sua unidade durante uma de suas missões no Iraque. Ambos, ao decorrer da fita, vão sendo aos poucos jogados de volta ao octagon (cenário onde ocorrem as lutas dessa modalidade esportiva). Um deles guiado pelos conselhos profissionais do pai, que antes fora um grande treinador de luta olímpica, o outro busca forças na sua esposa que o apóia mesmo não gostando que ele lute.

O grande destaque do longa, dirigido por Gavin O'Connor, é o veteraníssimo ator americano Nick Nolte. Com seu personagem Paddy Conlon, um ex-dependente alcoólico que tem muitos problemas na relação com sua família no passado, consegue explorar todos os aspectos que rondam esse intenso papel. Sempre bom ver experientes artistas representando bem seus personagens.

É um filme interessante para quem gosta do esporte que mais está em grande ascensão no Brasil.
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