28/09/2012

Crítica do filme: 'Um Ano a Mais' (Another Year)


O consultório carismático de um casal gente boa

O que fazer para manter a felicidade tão próxima por tanto tempo? O longa inglês “Um Ano a Mais” é um filme muito simpático que tem diálogos sensacionais, fato que faz lembrar de cara no clássico “Invasões Bárbaras”. Assim começamos relatando a primeira impressão que fica desse trabalho do famoso cineasta Mike Leigh (diretor dos excelentes: “O Segredo de Vera Drake” e “Segredos e Mentiras”).

Na trama, um casal muito gente boa (interpretados pelos ótimos: Jim Broadbent e Ruth Sheen) sempre tentam ajudar amigos a saírem de problemas. Durante um período, que definimos como ciclos em estações do ano, a casa deles vira um verdadeiro consultório para ajuda  e conselhos que contam com diálogos muito bem escritos e interessantes. Mas quem rouba a cena é Leslie Manville, uma dessas “pacientes” (talvez a pior de todas) consegue dar um ritmo alucinante a sua personagem e ao mesmo tempo a torna muito carismática. Ótimas risadas, naquela linha de piadas inteligentes que Leigh escreve com maestria.

A originalidade desse ponto de visto familiar é a grande chave para o sucesso da trama. O filme tem um ritmo próprio, que às vezes é lento, isso pode atrapalhar a conexão com alguns cinéfilos impacientes. Mas quem conseguir entrar de cabeça na história sairá do cinema leve e descontraído e falará dessa fita nas rodinhas cinéfilas.

Sem dúvidas é um longa, com a cara da Academia (Oscar). Baixo orçamento, atores experientes, que dão a dinâmica na medida certa para o andamento da história. Todos esses elementos poderiam ser brindados com algumas indicações, e sem querer ser exagerado, até para melhor filme, porque não?! Mas como sabemos, filmes de baixo orçamento geralmente só tem uma única vaga na lista dos 10 melhores, no ano em que podia concorrer, ficou com “Minhas Mães e meu Pai” (que é bastante super estimado pela mídia).

Dê uma chance a esse consultório carismático de um casal muito gente boa! Confira nos cinemas! 
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Sobre o Autor

Me chamo Raphael Camacho, tenho 27 anos e larguei uma vida de gente rica para poder fazer o que amo e mais gosto que é ajudar, empreender e falar sobre cinema.

Isso não quer dizer que não serei rico novamente, isso quer dizer apenas que serei rico da maneira que meu coração sempre desejou, fazendo o que ama.

Viva o cinema!
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27/09/2012

Crítica do filme: 'Magic Mike'


Quando a mágica faz todo mundo querer sair correndo do cinema


Qual o objetivo de um filme que não tem um objetivo? Dirigido pelo experiente cineasta Steven Soderbergh, “Magic Mike” em poucas sequências prova que é possível você não gostar de um filme com apenas 10 minutos de projeção. Não há nada de interessante relacionado à cinema nessa fita. Tudo é muito ruim: direção, atuações, trilha sonora, diálogos fúteis e indigestos. O que adianta reunir uma nova geração de atores que estão em ascendência em Hollywood se não há talento para segurar uma história?

Na trama, conhecemos Magic Mike (interpretado por Channing Tatum) um rapaz que vive uma vida agitada conquistando mulheres e ganhando dinheiro sendo stripper em um clube comandado Dallas (papel de Matthew McConaughey). Certo dia, Mike conhece Adam (Alex Pettyfer), rapaz que está procurando um rumo para sua vida e encontra em Mike um professor que lhe ensina como ganhar dinheiro e conquistar lindas mulheres através de um clube de strip.

É muito difícil analisar um longa desses com tantos problemas de interação. Para ser pior só faltava o Nicolas Cage. Aliás, como que esse roteiro terrível não passou nas mãos de quem adora escolher as piores produções do ano? Os cinéfilos não merecem. É uma produção feita para o universo feminino por conta da exposição dos corpos dos jovens atores. A profundidade dos personagens não existe, tudo é fácil e simples. A tentativa de ser uma comédia fracassa quando há também uma tentativa de ser um drama. Impressiona como conseguiram juntar tanta gente e fazer uma grande confusão, ninguém se entende em cena.

O grande desafio cinéfilo é conseguir ficar acordado até o final dessa fraquíssima trama. Um dos piores filmes do ano, sem dúvida.
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25/09/2012

Crítica do filme: 'Argo'


O dia em que o cinema salvou vidas

O que pensar de um filme que verdadeiramente salva pessoas? Baseado em fatos reais, “Argo”, é uma história inacreditável que mistura piadinhas hollywoodianas à uma tensão política que ocorreu entre Irã e EUA no final da década de 70 e início dos anos 80. Dirigido pelo ator e também diretor (graças a Deus) Ben Affleck, o drama consegue prender a atenção do público, do início ao fim, nos poucos mais de 110 minutos de fita e tem tudo para ganhar muitos Oscars na próxima cerimônia dessa grande festa.

Na trama, somos guiados para o dia 4 de novembro de 1979 quando a embaixada americana no Irã foi atacada por militantes, fazendo inúmeros reféns. No meio desse caos, seis americanos conseguiram fugir por uma saída secreta e se refugiaram na casa do então embaixador canadense. Após acharem fotos de todos que estavam na embaixada, os militantes descobrem que faltam 6 pessoas e vão à caça dos mesmos. A CIA, sabendo disso, chama o especialista em "exfiltração" Tony Mendez (Ben Affleck) que arruma um plano incrível, inventar a gravação de um filme (uma ficção científica, à la “Duna”, talvez) e fazer os seis se passarem por parte dessa produção e assim retirar todos dessa zona de perigo.

Quem diria que um filme dentro de uma guerra gerasse uma trama tão inteligente inserido nessa revolta mundial. O país todo dependia daquele ato, só alguns sabiam. O roteiro é bem amarrado, consegue utilizar clichês mas de maneira superficial, o que ajudará o longa a ter muita aceitação do mundo cinéfilo. O público não tira os olhos da telona, torce a cada instante para um desfecho positivo sempre guiados, dentro dessa tensão, pela fabulosa trilha sonora do genial Alexandre Desplat. Entre partidas de xadrez, cigarros e discussões a tensão aumenta a cada dia na vida daquelas seis pessoas. Os dramas individuais vão se unificando, totalmente reféns daquela situação que não tem fim. Destinam suas vidas a um homem com uma ideia mirabolante, fato que os deixam preocupados e em saber que decisão tomar (também, não era pra menos , né?).

Além de problemas políticos, vidas em risco, Cia, Governos, Eua e Irã, o filme tem um grande espaço para falar sobre cinema. Nessa ótica temos que aplaudir esse terceiro filme dirigido por Affleck e toda sua produção que fora impecável na retratação dessa grande história, principalmente o lado em que bate nessa grande indústria e seus envolvidos. Falando nisso, precisamos destacar os excelentes John Goodman e Alan Arkin. O primeiro interpreta o lendário John Chambers, artista famoso no mundo do cinema (ganhador do Oscar de melhor maquiagem por "Planeta dos Macacos" em 1968) que tem papel primordial para que a missão aconteça. Goodman consegue dar uma veracidade impressionante ao personagem sempre com ótimas sacadas. Já o segundo interpreta Lester Siegel, produtor famoso de décadas atrás, que junto com Chambers eram os únicos civis que sabiam de todo o plano. Arkin dá um show, humor, tensão e excelentes diálogos, merece todos os prêmios de coadjuvante no ano que vem. As duas atuações, marcantes, junto com o roteiro e a direção são os grandes pilares do filme.

Com tantos elogios, está feito o convite. O cinema salva vidas! Você duvida? Vá conferir nos cinemas!
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24/09/2012

Crítica do filme: 'Moonrise Kingdom'


O pequeno Harry Potter e a menina do binóculo em um ótimo conto de fadas cinematográfico

O que fazer quando você perde tudo mas só tem pouca idade? Escrito por Wes Anderson, Roman Coppola, “Moonrise Kingdom”, acima de tudo, é um longa deveras inteligente. É uma história que não foca mas fala de amizade, companheirismo, coragem e sobretudo de família. Entre muitos destaques, a trilha sonora é entusiasmada e acaba virando um personagem coadjuvante em muitas sequencias. A apresentação dos personagens é muito criativa, levando o público a uma perspectiva diferente dessa peculiar narrativa.

Na trama, conhecemos Sam e Suzy dois jovens bem diferentes que começam uma grande amizade e unem seus destinos na fuga de suas vidas sem sentido. Um certo dia, essa pequena dupla resolve ir embora sem rastros, deixando a cidade virada de cabeça pro alto à procura desses dois. Inicia-se então uma grande busca organizada pelo chefe da polícia local (interpretado por Bruce Willis) e pelo chefe dos escoteiros (papel de Edward Norton), sempre acompanhados dos pais complicados da menina e uma assistente social que pousa na trama perto do desfecho. Assim, utilizando técnicas de escoteiros a todo instante, a jovem e apaixonada dupla começa uma aventura de descobertas e surpresas.

A pequena Suzie e seu inseparável binóculo (mais tarde acompanhada também de um brinco de besouro e uma tesoura). Um esperto menino que perdeu os pais a pouco tempo e se vê sem rumo em sua triste vida. Esses dois destinos se encontram justamente por estarem, ou se sentirem, fora do vinculo social existente na cidade. Sem amizades por perto, um enxerga no outro uma razão para viverem juntos uma grande aventura.

O filme diverte, é pensado e executado de maneira inovadora, bastante original. Uma marca desse grande diretor. Seus filmes parecem iguais em sua essência, porém, cada um deles tem detalhes que os diferenciam. Menções engraçadas e criativas a uma eminente tecnologia, a profundidade dos excêntricos personagens, a narrativa esperta não deixando o público tirar os olhos da telona são algumas boas razões para você conferir esse novo trabalho de Anderson.

O espectador é apresentado a uma trama leve com pitadas de humor inteligente, não chega a emocionar mas o sentimento trivial está contido em cada diálogo dessa ótima fita. O novo trabalho do cineasta texano Wes Anderson vem forte para ser um dos destaques do Festival do RJ de cinema desse ano.

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19/09/2012

Crítica do filme: 'Hick'


A sobrinha de Billy the Kid em uma jornada a la forrest gump em busca de sua alter ego, Hit Girl


Baseado na obra de Andrea Portes (que também assina o roteiro do longa), “Hick”, tinha tudo para ser uma boa história se tivesse personagens mais interessantes, a protagonista tenta mas não consegue dar o ritmo que o filme precisa para conseguir a atenção dos cinéfilos. Não é um filme ruim, é apenas uma fita mais ou menos que infelizmente não constará na lista dos melhores de ninguém nesse ano, vai passar desapercebido e ficar encalhado cheio de poeira nas corajosas e poucas locadoras existentes no planeta.

Na trama, somos guiados pela jovem protagonista a uma jornada triste de descobertas, encontros inusitados e a busca de uma felicidade não encontrada no lar onde vive. Praticamente ignorada pelos pais, Luli McMullen (Chloë Grace Moretz) desiste da mesmice que vive, portadora de uma personalidade forte, madura, resolve viajar quase sem rumo e nessa trajetória encontra personagens que vão ajudá-la (ou não) a mudar o rumo de seu destino.

Começamos a curta análise na questão existencial de Luli. Uma menina, por mais madura que seja, em formação que possui uma maturidade difícil de encontrar em jovens nessa idade. Seus pais não ajudaram em nada nessa formação, sempre arrumando brigas e deixando a jovem Luli longe de ser prioridade nas suas vidas conturbadas. Um lado aventureiro (extremamente forçado pelo roteiro) sobressai em suas escolhas deixando a personagem à deriva de um desfecho desfavorável. Os personagens coadjuvantes não agregam muito à história, tentam direcionar a protagonista e tudo fica muito confuso com algumas ligações que acontecem entre esses coadjuvantes levando o espectador a um desfecho superficial e que não agrada.

O mirabolante roteiro não se torna agradável aos olhos cinéfilos. O que é de se estranhar, geralmente quando a própria autora passa sua história para moldes cinematográficos a trama tende a se encaixar mais facilmente na telona. Nesse caso, isso não aconteceu.

Não é um filme que você vai ouvir alguém indicando. Talvez, em uma promoção pague 3 leve 4 essa pode ser sua quarta escolha, quem sabe não curtes?!


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16/09/2012

Crítica do filme: 'Entre o Amor e a Paixão'




Como não gostar de um casal que comemora o aniversário de casamento indo ao cinema? Com uma abertura detalhista, a rainha do drama Sarah Polley une a ex-Marilyn Monroe, Michelle Williams e o ator de comédias Seth Rogen em um filme profundo em busca da verdadeira essência da felicidade, assim começamos falando do ótimo “Entre o Amor e a Paixão”.

Na trama somos apresentados a Margot e Lou, um casal muito simpático que enfrenta uma crise definida pela mesmice. O público é guiado para dentro desse relacionamento que logo fica exposto que há um tipo de solidão, tristeza que insiste em tomar conta do ambiente. Com a entrada de um novo vizinho na história, Margot não sabe o que fazer, se fica fiel ao marido que escreve livros sobre cozinhar frangos ou se entrega a uma paixão avassaladora.

O filme tenta quebrar o clima sofrido/melancólico com alguma hidroginástica feminina, brincadeiras infantis entre o casal protagonista e metáforas guiadas por uma trilha fabulosa. Olhar aquele relacionamento à olho nu leva literalmente à diretora a takes polêmicos.  Alguns nus frontais totalmente desnecessários, outros se justificam, em partes. O jogo sedutor começa. Declamações sexuais, desejos escondidos, o proibido vai se tornando cada vez mais real, eminente. A trilha sonora é excelente. Se encaixa perfeitamente em toda essa profunda trajetória.

Os atores estão muito bem. Seus personagens são intensos, apontados para o melodrama. Seth Rogen não consegue esconder seu lado cômico mas nesse trabalho diferente de outros, vemos um gigante, engraçado, controlado e gentil. Melhor papel dele no cinema. Às vezes ingênua, às vezes sonhadora, a personagem de Michelle Williams fica a um passo da traição, do novo, da paixão. Medo de aeroporto, medo de estar entre duas coisas, tem até medo de ter medo. Mais uma excelente interpretação dessa jovem talentosa. O desconhecido Luke Kirby (também muito bem em seu papel) é o outro ângulo desse triângulo. Seu personagem é um artista medroso que não consegue mostrar sua arte ao mundo e ganha a vida levando um carrinho de passeio na lagoa, até se apaixonar por sua vizinha.

Será que um olhar vale mais que mil palavras? Somos testemunhas de uma grande direção. Cenas belíssimas vão compondo o longa. A cena da piscina é ótima, praticamente coloca o espectador em um novo capítulo. Isso é um fator positivo, pois, é como se uma mágica é quebrada ao toque daqueles pés molhados. Só mesmo vendo para entender.

O estilo meio paradão pode afastar alguns cinéfilos. Por isso o aviso: não corram! Deem uma chance dessa história chegar até você. Cenas de sexo em panoramas 360 graus, pensamentos que se esbarram em metáforas, o desfecho se constrói com base na premissa: entre amores e paixões faça a escolha certa! Confira esse filme.

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Crítica do filme: 'O que esperar quando você está esperando?'


O que esperar de um filme ruim quando você está esperando um filme horrível? 

Com o intuito de divertir a plateia mundo à fora “O que esperar quando você está esperando?” poderia ser um bom filme, poderia. É uma fita chata (não há outra palavra).Muitas histórias sem graça, personagens apáticos, exagerados, estereotipados, etc. A falta de diálogos mais profundos é um dos graves problemas encontrados nessa fita dirigida pelo cineasta inglês Kirk Jones.

Na trama, conhecemos cinco casais que estão prestes a entrar na galeria de pais do ano. Cada casal reage de uma maneira diferente à expectativa da primeira gravidez e algumas vezes vemos essas histórias serem interligadas. Tem o casal jovem que inesperadamente recebe a notícia da gravidez, um casal de famosos que buscam a melhor maneira de se entender quando o assunto é gravidez, uma mulher que se dedica a ensinar mamães mas na verdade reage bem escandalosamente à gravidez, entre outras histórias.

O filme, às vezes, tenta fugir da eventual mesmice do gênero mas chega na metade da fita meio que cansado desse objetivo, liberando os mais famosos clichês do cinema americano. Talvez a microtrama mais interessante seja a do jovem casal, que fica bastante unido e focados na gravidez não planejada, enfrentando uma grande barra quando perdem a criança. Infelizmente é muito pouco para uma fita podia contribuir muito mais para o divertimento do espectador.

A única coisa constante na fita é o desfile de astros que não deixam de aparecer um segundo sequer. Cameron Diaz, Jennifer Lopez, Elizabeth Banks, Anna Kendrick, Dennis Quaid, Matthew Morrison, Chris Rock e o brasileiro Rodrigo Santoro são alguns dos nomes famosos que aparecem no longa. O que adianta ter gente famosa se não tem história?

O longa, baseado no bestseller da escritora Heidi Murkoff, passa muito longe de ser um filme interessante sobre o tema maternidade. Na dúvida? Escolha o livro, deve ser melhor que o filme. Hollywood precisa parar de tentar empurrar tramas cafonas aos cinéfilos de plantão. 
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14/09/2012

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Crítica do filme: 'Intocáveis' (2012)


Um filme que transborda alegria em vez de lágrimas

Uma amizade improvável de duas pessoas que vivem em dois mundos diferentes. “Os Intocáveis (2012)” - o novo trabalho da dupla de diretores franceses Olivier Nakache, Eric Toledano vem colecionando recordes de bilheteria ao redor do mundo. Com uma narrativa leve e descontraída o filme foge a todo tempo do clima pesado (que poderia facilmente ter), assim, agradando a todo tipo de público. É uma história bonita, muito bem estruturada e adaptada para o mundo do cinema. 

Na trama, conhecemos Philippe um homem já de idade que ficou tetraplégico após um acidente de parapente anos atrás. Com grande dificuldade de relacionamento com sua família, principalmente sua filha adolescente, convoca muitas vezes ao ano candidatos para a vaga (que sempre fica desocupada) de assistente pessoal. Em uma dessas seleções conhece o carismático Driss, que fora expulso de casa pela mãe, e fica totalmente sem rumo, até conhecer Philippe. Assim, aos poucos, uma grande amizade vai surgindo levando os dois a importantes descobertas sobre o viver.

Conforme caminhamos nessa história vemos por todo lado sofrimentos, de ambas as partes. Um busca respostas, o outro busca saídas para as dificuldades que enfrenta. A relação não é de dor nem culpa (meio que um clichê em filmes do gênero) é de gratidão pela amizade. Quando um entra no universo do outro, mesmo que superficialmente, o entendimento fica mais fácil para os dois seguirem seus próprios caminhos. Nessa amizade o valor é revertido em preenchimento de lacunas um do outro. François Cluzet e Omar Sy, os dois atores estão excelentes, conseguem um ótimo entrosamento gerando um ganho instantâneo de simpatia com o espectador.

No ano de lançamento do projeto, filmes melhores tiveram bilheteria muito aquém em comparação à essa fita francesa. O boca a boca foi o grande trunfo, levou as pessoas ao cinema. Mas não há como se opor ao carisma que o filme transborda, merecidamente, faz sucesso no mundo todo. O longa é agradável e o cinéfilo poucas vezes vê o tempo passar.

Se você pensa que é um drama, esqueça. É um filme que transborda alegria em vez de lágrimas. Não deixe de conferir!

(Atualizado em 19 de julho de 2021).
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