21/11/2013

10 Filmes para assistir e espantar a tristeza

Existem dias que estamos tristes, sem vontade de sair de casa e muitos problemas nos cercam de maneira tão profunda que só queremos ficar deitadinhos debaixo daquele aconchegante cobertor. A vida é dura (ninguém disse que era fácil), nossa rotina as vezes cansa, chegamos a um limite onde não sabemos ao certo a direção que devemos seguir. Mas, em vez de ficar deprimido (a), porque você não assiste a um filme que pode mudar o seu dia, sua semana, sua vida?

O escritor francês Romain Rolland já dizia:  “A vida não é triste. Tem horas tristes.” Certos filmes nos fazem sonhar, nos fazem acreditar, nos tiram da realidade que em certos momentos pode ser muito dura. Produções de diversos países, inúmeros diretores , atores diversos produziram determinadas obras que podem ajudar você a sair desse desalento. Pensando nisso e pesquisando em nossa vasta memória cinéfila, resolvi criar uma lista de 10 filmes que possuem ingredientes mágicos que tiram qualquer pessoa da tristeza.

Topam o desafio? Vamos animar!? Abaixo nossa lista:

10. The Go-Getter (The Go-Getter, 2007)

Para começar nossa lista, um filme cult, indie, classificado em todas as peculiaridades e subgêneros que o cinema pode ter. The Go-Getter (sem tradução para o português) é um filme que poucos conhecem. Dirigido pelo cineasta Martin Hynes, a produção conta com uma das atrizes mais queridinhas do cinema norte-americano, Zooey Deschanel (Sua Alteza?). O filme é basicamente a história de Mercer White (Lou Taylor Pucci), um jovem de 19 anos que rouba um carro e sai em busca de seu meio irmão mais velho. Quando deixa a cidade um celular deixado dentro do carro toca e ele se acha falando com sua dona, Kate (Zooey Deschanel). Daí em diante, surpresas, amor e descobertas comandam o roteiro.


09. A Vida Começa aos 40 (Heartbreak Hotel, 2006)
Nosso nono lugar vem das terras geladas da Suécia. A hilária comédia A Vida Começa aos 40 tinha tudo para ser uma cópia de todos os filmes fúteis Hollywoodiano. Porém, com duas atuações sensacionais e um roteiro ultramente envolvente, o filme acaba se tornando uma experiência maravilhosa.  Na excelente história, conhecemos Elisabeth (Helena Bergström), que está se divorciando do marido Henrik (Johan Rabaeus) e tem uma grande discussão com a policial de trânsito Gudrun (Maria Lundqvist). Gudrun vive com a filha adolescente Liselotte (Erica Braun), que tenta convencer a mãe a sair da frente da TV, do ataque à geladeira e procurar viver a vida. Quando Gudrun se queixa de dores no estômago, Liselotte marca uma consulta com sua ginecologista. Que, no caso, é Elisabeth. Esse encontro vai mudar a vida delas e levar o espectador uma história onde a grande graça é recomeçar.


08. O Closet (Le Placard, 2000)
Vem diretamente da terra de Truffaut o nosso oitavo lugar! Considerada uma das mais divertidas comédias do cinema francês, O Closet conta a história de François Pignon (Daniel Auteuil), um homem desprezado pelos colegas de trabalho, divorciado e com um filho que não gosta dele. Tudo muda em sua vida quando, à beira do desemprego, resolve ‘sair do armário’ de mentirinha transformando sua vida e a de todos os outros ao seu redor. O longa-metragem conta com a participação especial do grande ator Gérard Depardieu (As Aventuras de Pi).


07. Sideways - Entre Umas e Outras (Sideways, 2004)
Quem diria que uma grande bebedeira daria uma rica história? Vencedor do Oscar de melhor roteiro adaptado e dirigido pelo excelente diretor Alexander Payne (Nebraska), Sideways – Entre Umas e Outras é uma grande viagem de auto descobrimento de um homem de meia idade cheio de conflitos internos. Na trama, viajamos juntos com uma dupla de amigos, um homem fascinado por vinhos e seu melhor amigo que saem para uma viagem de uma semana, de despedida de solteiro, pelas vinícolas da Califórnia e acabam conhecendo duas mulheres que mudam suas vidas para sempre.


06. A Solidão dos Números Primos (La Solitudine Dei Numeri Primi, 2010)
Indicado ao Leão de Ouro no Festival de Veneza no ano de 2010, vem da Itália o nosso sexto lugar. A Solidão dos Números Primos não é um filme fácil de assistir mas se você conseguir entrar na história, será uma experiência revigorante. Alice (Alba Rohrwacher) e Mattia (Luca Marinelli) desde crianças, lidam com traumas que os tornam indivíduos singulares. Ao se encontrarem na adolescência, se reconhecem na dor um do outro e desenvolvem um forte laço. Eles crescem e, apesar de levarem vidas paralelas, seus destinos sempre se cruzam levando a um filme emocionante e surpreendente.


05. Os Amantes do Círculo Polar (Los Amantes Del Círculo Polar, 1998)
Amor, destino, tragédias, natureza e o círculo da vida. Elementos jogados no liquidificador criativo do excelente diretor espanhol Julio Medem (7 Dias em Havana) , transformam Os Amantes do Círculo Polar em uma experiência rica para qualquer espectador. Na romântica história, somos apresentados a Ana (Najwa Nimri) e Otto (Fele Martínez), que se conhecem a partir de um ocasional encontro ao saírem da escola, quando tinham oito anos de idade, desde aquele momento começa a ser desenhado um círculo que se completa quando eles se reencontram muitos anos depois na Lapônia. Os elementos e o lirismo adotados pelo diretor transformam esse filme em uma experiência avassaladora. Esse é um daqueles filmes que jamais sairá de sua memória.


04. Gigantesco (Gigantic, 2008)
Protagonzado por uma das mais queridinha de Hollywood (Zooey Deschanel), Gigatesco conta a história de Brian Weathersby (Paul Dano), um tímido e atrapalhado vendedor de colchões que planeja adotar uma criança chinesa. Certo dia, ele se depara com uma bela jovem, que inusitadamente adormeceu em um dos seus colchões e por quem ele acaba se apaixonando. Com isso, o desejo anterior que ele tinha de adotar uma criança aumenta. O final é interpretativo e diz muito sobre os personagens.


03. O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001)
Para sair da tristeza, Amélie é uma grande amiga para tal. Em um dos maiores clássicos dos últimos tempos do cinema francês, embarcamos em um mundo de fantasia e realidade comandado pela Srta. Poulain (Audrey Tautou). Na curiosa trama, Amelie Poulain muda-se para um novo lugar e lá encontra uma caixa escondida no banheiro de sua casa e assim decide procurar o antigo morador. Ao encontrar esse emocionado novo personagem e ver que ele chora de alegria ao reaver o seu objeto, a moça fica impressionada e adquire uma nova visão do mundo. A partir deste fato, passa a ajudar as pessoas que a rodeiam, vendo nisto um novo sentido para sua existência. Um filme lindo que merece estar na sua escrivaninha.


02. A Felicidade não se Compra (1946)
Para sair da tristeza, precisamos nos borbulhar em lágrimas de felicidade. Pensando assim, nosso segundo colocado é um dos clássicos do genial Frank Capra (Aconteceu Naquela Noite) e protagonizado pelo eterno James Stewart (Um Corpo que Cai). Em, A Felicidade não se Compra conhecemos um empresário que está a ponto de se suicidar quando um anjo o encontra com a missão de ajudar e mostrar para esse homem de negócios como seria o mundo sem ele. Uma história linda, natalina e que fará você acreditar cada vez mais na felicidade.  


01. Peixe Grande e Suas Maravilhosas Histórias
Quem diria que depois de sombrios, frios, personagens caricatos e roteiros mirabolantes o eterno cabeludo despenteado Tim Burton (Sombras da Noite) nos brindaria com uma história cativante onde nunca sabemos se estamos na realidade ou na fantasia. Baseado no livro de Daniel Wallace (Big Fish: A Novel of Mythic Proportions), o filme conta a trajetória mágica de Ed Bloom (Albert Finney/Ewan Mcgregor), uma espécie de Forrest Gump dos tempos modernos. Quando jovem, Ed saiu de sua pequena cidade para realizar uma volta ao mundo cheia de descobertas. A diversão predileta de Ed, sempre foi contar sobre as aventuras que viveu neste período, mesclando realidade com fantasia. As histórias fascinam todos que as ouvem, menos seu filho Will (Billy Crudup). Quando Ed descobre estar perto da morte, sua mulher Sandra (Jessica Lange) faz de tudo para reconcociliar pai e filho. O final do filme é algo que faz tão bem ao coração que só de lembrar, esse mero cinéfilo que vos escreve se emociona nessas linhas finais. Esse filme não é o número um dessa lista por acaso.



Espero que tenham gostado. Sugestões para os próximos artigos? Críticas sobre meus textos esquisitos? Rs. Mandem e-mail e/ou comentem no post. Saudações Cinéfilas! 
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18/11/2013

Crítica do filme: 'O Mar ao Amanhecer'


Baseado em uma emocionante carta de despedida do jovem Guy Môquet, O Mar ao Amanhecer é mais uma das dezenas produções anuais sobre a Segunda Guerra Mundial. Dirigido pelo cineasta alemão Volker Schlöndorff , que dirigiu John Malkovich (Red 2: Aposentados e ainda mais perigosos) e Dustin Hoffman (O Concerto) no emocionante filme da década de 70, Morte do Caixeiro Viajante, o longa-metragem é uma sonolenta viagem ao terror que os nazistas colocaram na França tempos atrás. A falta de foco em algum dos personagens pode ser a chave do insucesso da fita.

Na trama, voltamos ao dia 21 de outubro de 1941,  na França, onde três integrantes do batalhão da juventude do Partido Comunista atiraram em um tenente-coronel nazista de alta patente no centro de Paris. Como retaliação, Hitler ordena a execução de 150 franceses, que eram mantidos prisioneiros. Entre os condenados está o jovem Guy Môquet (Léo-Paul Salmain), que escreveu uma carta de despedida tão impactante que passou a ser estudada nas escolas francesas.

A contextualização da história, baseada em fatos reais, como roteiro de cinema, peca por não criar um enredo onde um protagonista se sobressaia em relação aos outros personagens. O público se sente perdido quando a história começa a dar voltas e não ir a lugar nenhum.  Geralmente, quando isso ocorre, os olhos do público buscam uma referência, que nesse caso não existe. O próprio personagem já citado, Guy Môquet, poderia ser bem mais bem explorado dentro do filme.

 A eminência da execução dos listados constrói uma desnecessária acomodação da direção e das características dos personagens. Muitos detalhes não são captados pelas lentes do diretor, entre eles: um pouco da história de cada personagem, o desespero que certamente essas pessoas viveram, as burocratizações do embaralhado político que a França se submeteu na Segunda Guerra Mundial, entre outros.

Mesmo com a presença do excelente ator Jean-Pierre Darroussin (As Neves de Kilimanjaro), O Mar ao Amanhecer é um filme frio que em nenhum momento tem a coragem de se arriscar e realmente ir a fundo nos acontecimentos desta triste história europeia. Com tantos filmes bons em cartaz, fica difícil alguém parar noventa minutos e assistir esse.


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08/11/2013

Crítica do filme: "Las Acacias"


Dois anos depois de ser lançado mundo à fora, o novo filme do estreante cineasta argentino Pablo Giorgelli desembarca em nossa terra e promete ganhar a simpatia de muita gente nas salas de cinema por mais que a narrativa seja extremamente lenta e sonolenta em alguns momentos. 

Na trama, escrita pela dupla Pablo Giorgelli e Salvador Roselli, conhecemos o solitário viajante Rubén (Germán de Silva), um motorista de caminhão que transporta madeira como meio de sobrevivência. Certo dia, presta um favor a seu chefe e concorda em levar até Buenos Aires a paraguaia Jacinta (Hebe Duarte) e sua filhinha de 8 meses. A partir desse encontro e os quilômetros passando, uma relação muito forte e com poucas palavras é instaurada dentro do veículo.

Las Acácias já recebeu diversos elogios de público e crítica por todo o planeta. O prêmio Caméra d'Or (para o diretor Pablo Giorgelli) em Cannes, foi o prêmio mais importante e significativo que venceu. O cinema argentino mais uma vez consegue envolver o espectador de maneira muito honesta passando em cada sequência a pureza e a essência de seus complexos e profundos personagens. Os nossos Hermanos possuem uma receita de bolo daqueles bem gostosos que sempre agradam o espectador.

O pequeno ato de encontrar alguém se torna muito significativo nas mãos de Giorgelli que sabe captar toda pureza, sentimentos profundos e as almas dos personagens que são de uma simplicidade muito verdadeira. Como já dizia o escritor francês Georges Bernanos: ”Saber encontrar a alegria na alegria dos outros, é o segredo da felicidade.” Vá ao cinema, dê uma chance a essa história, quem sabe não acha o segredo da sua felicidade?
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Crítica do filme: "Minha Vida dava um Filme"


Com muita futilidade, inutilidade e cenas horrorosas o novo trabalho dos cineastas Shari Springer Berman, e Robert Pulcini (Os Acompanhantes) é um filme ao melhor estilo conversa para boi dormir.  Um dos atrativos do filme poderia ser a presença da ganhadora do Oscar Annette Bening (Ginger & Rosa) porém a veterana artista consegue, para grande surpresa negativa, uma de suas piores atuações da carreira.

No pífio roteiro escrito por Michelle Morgan, acompanhamos a vida tumultuada de Imogene (interpretada terrivelmente por Kristen Wiig). Entre seus atuais desastres: acaba de terminar o seu longo relacionamento e sua carreira está em ladeira abaixo. Sem dinheiro, ela é obrigada a voltar a morar com sua excêntrica mãe (Annette Bening), que vive com um jovem ambicioso e mentiroso.

Cenas escrachadas, de muito mal gosto recheiam a grande confusão na tela. A história não segue uma lógica, deixando o espectador perdido em diversos momentos. A atriz Kristen Wiig (Solteiros com Filhos) modela sua personagem de maneira bisonha e pouco inteligente. Provavelmente, com essa fraca atuação, conseguiu seu lugar na próxima cerimônia do Framboesa de Ouro. 

A direção é outro ponto que deixa muito a desejar. Adotando algumas técnicas peculiares na composição das cenas e não preenchendo as lacunas deixadas pelo roteiro. A câmera subjetiva (quando vemos o que o personagem vê) logo no início já indicava que seríamos transformados em jogadores de um modelo experimental de besteirol americano. Terríveis escolhas da dupla de cineastas.

Quem escreveu o roteiro deveria saber que o público hoje em dia está cansado de besteiras e cada vez mais se torna exigente, principalmente com filmes hollywoodianos. Mesmo com o sucesso de Missão Madrinha de Casamento, Kristen Wiig não conseguirá bons comentários desta vez, talvez por falta de competência, talvez por falta de talento. Ou ambos. 
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07/11/2013

Crítica do filme: "Cine Holliúdy"


Um dos mais esperados filmes nacionais deste ano, enfim, chega ao circuito nacional. Com uma tática de lançamento inusitada, começando pelo nordeste antes de estrear em outros lugares, o curioso trabalho de Halder Gomes (As Mães de Chico Xavier) é uma jornada de um sonhador atrás de seu objetivo. Desde os créditos iniciais até as citações e críticas nas letras que aparecem no final, percebemos uma reverência não só a sétima arte mas também a todos os profissionais que ajudam a criar esse universo mágico de entretenimento chamado cinema.

Com cenas ao melhor estilo Tela Class (um seriado que passava na ex-Mtv), Cine Holliúdy conta a incrível jornada de Francisgleydisson (Edmilson Filho) e sua família que abandonam tudo e partem rumo ao desconhecido, com o sonho de abrir novamente uma sala de cinema em alguma cidade. A chegada maciça da televisão nas pequenas cidades do Brasil, nos anos 70, coloca em perigo os pequenos cinemas e essa é uma luta que  Francisgleydisson, à bordo da sua Wanderlea (apelido curioso de seu carro amarelo), luta a todo instante. Em uma cidade onde cinema é uma lenda, o simpático personagem terá mais uma chance de levar a magia do cinema a todos.

O filme não perde o humor em nenhum momento deixando vazios quando tenta encostar nos dramas dos personagens. É como se a emoção não fosse a fundo, fato que poderia encorpar muito mais todas as ideias e objetivos dos personagens. O foco é no protagonista, um contador de histórias absurdas que lembra em muitos aspectos Ed Bloom (personagem principal do clássico de Tim Burton Peixe Grande e suas Maravilhosas Histórias (2003)).

O personagem principal, Francisgleydisson, possui um carisma bastante particular. O ator Edmilson Filho (As Mães de Chico Xavier) esbanja talento e competência. Grande revelação do nosso cinema. Vamos conferir em breve muitos outros bons trabalhos deste talentoso artista. Roberto Bomtempo (Ponto Final) na pele do prefeito Olegrio Elpdio possui ótimas cenas e também se destaca mesmo aparecendo poucas vezes.

Os coadjuvantes tem papel importante no ritmo acelerado da história. Figuras peculiares e algumas conhecidas como o cantor Falcão enchem a tela com sotaques e expressões típicas do nordeste brasileiro. As legendas em um filme nacional, fato quase inédito, cria uma dinâmica inusitada muito bem aceita pelo público. A magia do cinema está em cada cena, seja nas interações dos personagens sejam nas referências aos filmes orientais trash de antigamente.

A vida não existe sem histórias. Cine Holliúdy bate nesta tecla a todo instante. Criar um universo de alegria e emoção mesmo com as dificuldades da vida, como Roberto Benigni fez em A Vida é Bela , é o objetivo desta história escrita pelo próprio diretor. Um indicativo de que a criatividade e originalidade do nosso cinema está vivo. Vida longa e próspera a esse tipo de cinema, o que faz a gente sonhar! Bravo!
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03/11/2013

Crítica do filme: 'Capitão Phillips'

Baseado no livro Dever de Capitão de Richard Phillips, o novo longa-metragem do excepcional diretor britânico Paul Greengrass (Zona Verde) é uma grande aventura de sobrevivência com tremendas críticas sociais. Com uma atuação espetacular de Tom Hanks (A Viagem) e um roteiro muito dinâmico, o espetador nem percebe que o filme tem  duas horas e vinte minutos de duração. Esse trabalho é muito mais do que apenas a incrível história do primeiro navio de carga americano a ser sequestrado em duzentos anos.

Na trama, acompanhamos mais uma viagem na vida do experiente Capitão da marinha norte-americana Richard Phillips (Tom Hanks). À bordo do gigantesco Maersk Alabama, no ano de 2009, sofreu junto com sua tripulação a inusitada situação de ser sequestrado no meio do oceano por um grupo de piratas oriundos da Somália. Lutando contra o tempo, utilizando todo o conhecimento que tem sobre a embarcação e contando com a ajuda de sua tripulação, Phillips trava uma difícil batalha psicológica com o líder dos piratas.

O drama tem um componente de crítica social que enxergamos claramente pelos olhos e ações do protagonista. Uma mescla de medo, terror e pena se misturam nos árduos diálogos e tentativas do Capitão de encerrar o mais breve possível aquela situação. Tom Hanks e Barkhad Abdi travam uma grande guerra para saber quem é o real senhor daquele enorme navio, duas atuações de se tirar o chapéu.

O filme é impulsionado pela bela formação de personalidade do protagonista que é mostrada nos primeiros vinte minutos de filme. Assim, conhecemos  um homem odiado por sua tripulação, distante de sua família e em eterno conflito com um de seus filhos. Com esse conhecimento nas mãos, o espectador compreende melhor cada passo do personagem, sente pena, discorda de algumas posições e entende muitos de seus movimentos para salvar a embarcação .
Tom Hanks volta em grande forma às telonas após o terrível A Viagem (2012) e o fraquíssimo Larry Crowne: O Amor está de Volta (2011). Com uma atuação digna de Oscar, fica muito difícil seu nome não figurar entre os cinco melhores atores na próxima grande festa do cinema. Os atores que interpretaram os piratas da Somália, também mrecem destaque. Estão sensacionais em cada uma das longas sequências que aparecem. Conseguem criar uma atmosfera de realidade absurda, fazendo o público interagir com os acontecimentos a todo instante.

Impressiona o trabalho de preparação desse elenco que mistura um ator consagrado com ouros que nunca tinham feito um filme sequer. É para se emocionar, é para você não perder. Capitão Phillips estreia na próxima-sexta-feira (08) nos cinemas brasileiros e deve levar muita gente aos cinemas. Um filme de Hollywood mas com um toque de genialidade e inteligência de Greengrass. Bravo!
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