01/01/2012

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Precisamos Falar Sobre o Kevin - Crítica do Filme

O novo trabalho de Lynne Ramsay é um daqueles filmes que precisam ser vistos pelos amantes da sétima arte. Um relato aterrorizante sobre o relacionamento entre mãe e filho que deve figurar com algumas menções nas premiações que o sucedem.

Na história, baseada no livro Lionel Shriver, somos apresentados (logo nas primeiras cenas) à Eva Khatchadourian, aparentemente atormentada por algum acontecimento no passado. Se escondendo e muito mal tratada nas ruas por onde passa, têm sua casa toda pintada de vermelho. Conforme os minutos vão passando, começamos a interagir com determinadas fases da vida dessa mulher e aos poucos pelos olhos dessa angustiada personagem descobrimos os acontecimentos que a levaram a tal situação. A cada segundo que passa, o espectador se pergunta: O que aconteceu com a família daquela mulher?

O longa demora um pouco para acontecer, nós cinéfilos, jornalistas e estudantes da sétima arte sabemos que demora em média uns 20 minutos para o filme apresentar sua história e o espectador começar a se envolver com o que ocorre em cena. Esse atraso na relação com público pode incomodar algumas pessoas, então, para essas, peço que aguardem e dêem uma chance a essa trama.

Eva é uma solitária e amargurada mulher, luta para conseguir um emprego e não tem vida social, mora numa casa simples e aparentemente não tem família nem amigos. O motivo de viver assim vem do seu passado, da época em que foi casada com Franklin (interpretado por John C. Reilly) com quem teve duas crianças, um menino e uma menina. O filme foca basicamente no relacionamento de Eva e seu primogênito Kevin (interpretado de maneira espetacular por Ezra Miller e Jasper Newell) . É um relacionamento extremamente desgastante entre mãe e filho, desde a infância. Após tantos episódios de desentendimentos paternais a eminência não era positiva mas o desfecho dessa relação é mais perturbador do que todos imaginávamos.

Tilda Swinton tem uma atuação fabulosa e marcante. Não é de hoje que a vemos interpretar com bastante firmeza personagens carregados de emoções e com altos graus de dificuldade. Com certeza, por mais esse excelente trabalho, seu nome estará na lista das indicadas ao próximo Oscar na categoria Melhor Atriz.

Com ótimas questões levantadas, esse novo longa é mais que um simples drama, é uma chance para mais debates sobre educação entre pais e professores. O quanto de culpa uma mãe tem na educação de um filho? Essa pergunta envolve o público já em seu final e deve ser tema de muitos desses debates que vão haver.

Não deixe de conferir essa fita de quase duas horas que conta com ótimas atuações e uma história que incomoda mas precisa ser vista.