Com o simples objetivo de combater o despovoamento de regiões do interior, a Itália - e também alguns outros países europeus - lança oportunidades com a aquisição de propriedades abandonadas ao preço simbólico de um euro. Isso é um fato real que acaba se tornando o pilar da nova comédia romântica da Netflix La Dolce Villa.
Explorando um esqueleto de roteiro que parece com tantos
outros que vemos por aí - fato esse que incomoda em alguns momentos pelo
excesso de clichês - o projeto dirigido por Mark Waters é uma obra que
apresenta sem profundidade conflitos na relação entre pais e filhos,
oportunidades para estrangeiros em outros países mas apostas suas fichas na
camada principal: um foco num romance de conto de fadas na meia idade. Nessa
mistura, algumas lições podem até virar reflexões.
O viúvo e consultor gastronômico norte-americano Eric (Scott Foley), em um impulso de pai
preocupado, viaja as pressas para uma pequena cidade italiana com o desejo de
convencer a filha Olívia (Maia Reficco)
para abandonar a ideia de comprar uma propriedade no lugar. Chegando no local,
começa a mudar de pensamento quando percebe oportunidades, e também quando se
sente atraído pela prefeita da região, Francesca (Violante Plácido).
Ampliando os horizontes com imagens de um local lindo, a
comuna San Gregorio da Sassola (onde foi todo rodado o longa-metragem), a
história se desenvolve apresentando conclusões simplistas em torno de
esteriótipos culturais. A fragilidade do roteiro para falar de política e
outros assuntos parece confirmar as peças pré encaixadas que acabam produzindo
uma enorme obviedade dentro dos arcos dramáticos dos personagens principais.
Do amor ao descompromisso no se reinventar, a história segue
buscando entregar mensagens positivas no conforto do simplório, acomodado nos
clichês mais batidos de muitas outras leituras sobre o transformar o olhar para
a vida.